BRASIL BRASILEIRO : PARA ONDE VAMOS?
Desde
meus tempos do vetusto Liceu Maranhense, que é-me
recorrente a lição de nosso velho mestre de Português, Professor Cardoso, de
saudosa memória, que atribuía a queda do Império Romano, além de outros fatores,
principalmente à decadência moral e dos costumes. E acrescentava o mestre: “toda cultura humana que alcança seu ápice
de glória, quando seus integrantes se degeneram em moral e costumes, sua queda torna-se invevitável.”
Dois grandes
eruditos do passado escreveram sobre os motivos da Queda do Império Romano, que
perdurou durante um milênio e cem anos, perdendo apenas para a civilização
egípcia, com dois milênios: Montesquieu (1689-1775) e Edward Gibbons
(1737-1799). Este, baseando-se no seu antecessor, e mais cético ainda, deu como
motivos fatores diversos, sociais, econômicos, incriminando inclusive a
religião. Já Montesquieu foi mais abrangente, apontou a invasão bárbara, mas
principalmente a corrupção dos costumes, o ócio, a insanidade de seus imperadores,
o crescente poder miliciano.
Este cenário
nos vem à mente, quando nos depararmos
com a situação atual de nosso País. Esse “Brasil Brasileiro” de nosso Ary
Barroso – para onde vai? Em que vai dar tudo isto a que assistimos. Muitas
pessoas preferem se situar na dormência da omissão e, como se diz no vulgo
“deixar o barco correr”.
Em livro
recente, a colunista da Veja, a escritora Lya Luft em atitude de atenção demonstra-se assustada e tece
panorama realista, por vezes cruel, mas com surtos de esperança para com nossa
nação.
E nós, que
devemos fazer, dá-se ao arroubo de ficar olhando, cruzar os braços,
recriminar-se, ir à luta – talvez inglória – ou simplesmente “ver a banda
passar”, segundo o refrão da suposta ingenuidade do cantor esquerdista?
Que não me
ouçam os deuses, Baco, Dionísio e Júpiter, nem nos açoitem os furiosos elísios
de Netuno – mas o cenário que descortinamos afigura-se aterrador, o moral
sobretudo. É incrível, mas predomina em nossa sociedade a insensatez, a
gritante inversão de valores, a falta de caráter e indignidade das pessoas,
a impressionante falta de decoro de seus
comportamentos. E, como não bastassem tais defeitos, o que se vê e se pode
apurar, para nosso repúdio e espanto, é como tais atitudes vêm se espalhando
para todos os lugares, enxovalhando não só pessoas, mas repartições públicas,
órgãos oficiais, empresas, movimentos e até organismos religiosos. Sem falar no
que é mais espúrio, a nosso ver, o mais terrível e desastroso nesse cenário,
quase dantesco, em que vivemos: a contaminação a olhos vistos do Direito pelo
viés ideológico. o Direito, cujos fundamentos se arraigam filosoficamente na
Moral, nos Costumes, na Justiça, na Equidade e no Bom Senso.
Parece mentira,
mas é verdade, agora já obtém sanção de ato jurídico perfeito casamento
celebrado no Rio, nada menos que o
triunvirato de pessoas do mesmo sexo, não apenas dois seres do mesmo
gênero, feminino ou masculino, mas três e porque não quatro ou cinco. É a
insânia, em seu mais alto grau. “Deus, ó
Deus, onde estás que não respondes?”
É o brado que
clama aos céus.
Oxalá ainda
tenhamos uma réstea de esperança, com juízes das instâncias e Tribunais de
Alçada, a batalharem diuturnamente para
o que ainda resta de Justiça, neste Pais, celebrando a propedêutica filosófica.
CDL/Bsb, 22.1015
HOMO NALEDI
OU HOMO CULTUS?
Os cientistas, adeptos fervorosos do darwrinismo, alardeiam a quatro ventos
haverem descoberto a pista do celebrado “elo perdido”. A mais famosa revista
científica NATIONAL GEOGRAPHIC estampou em sua edição recente a face de um
troglodita, com os dizeres bombásticos: “ALMOST HUMAN”
A todo momento
esses apressados antropólogos, militantes escavadores de fósseis ao redor do
mundo, se vangloriam dos resultados de suas explorações, muitos à custa de
empreendimentos milionários. E costumam produzir informações estapafúrdias –
como bem refere Michelson Borges no site www.cienciaefe.net
– eles se pavoneiam em “humanizar os macacos e macaquear os
humanos”.
Se olharmos o
fato com senso mais crítico, parece ser isto o que está sucedendo no mundo
sempre imprevisível dos seres humanos. No petit
comité dos macacos, ao que nos consta, até hoje não nos parece haver
mudança de comportamentos que os tornem humanos ou humanizados. Já do lado de
cá dos humanos – considerados seres iluminados por suposta sapiência e ungidos
dos eflúvios divinos da civilização, estes, sim, afiguram-se cada vez mais agirem como verdadeiros
macacos.
Ora, é esse ser
que, segundo os teóricos fanáticos do evolucionismo, acreditam ser a matriz do
humano, mediante transformações sistêmicas e totalmente aleatórias como a
natureza, depois de “n” tempo até atingir o grau máximo de “homo sapiens” e
graduá-lo ainda como “homo sapiens, sapiens”. No passado, já foi “homo
habilis”, “homo rudolfiensis”, “homo engaster” e “homo primitivo”.
Pois bem, agora
os pesquisadores apresentam o HOMO NALEDI
– o mais recente brucutu candidato a ser
humano. Quem sabe vemo-lo passeando por nossas ruas. Ou dirigindo uma super
limosine de 2, 5 milhões num bairro carioca, o rádio a altos brados, flanando
num ato de, convenhamos, extrema barbárie.
Então é isto: a
espécie “Homo Naledi” permanece entre
nós, o tal “Sapiens, sapiens” é um mito, digamos, antropológico? Será por isso
que o ser humano cultiva ainda atos e comportamentos que não condizem com o
grau “sapiens”, ou seja, essa espécime perdeu o mérito sapiencial?
Antes da era
crística, Aristóteles (384-322 a.C)
já havia classificado o ser humano um “animal político” – certamente
característica fundamental que o distingue da irracionalidade.
Mas, como
explicar, por exemplo, ser alérgico à política, uma pessoa que se qualifica
literato, portanto, dominar a escrita e se expressar mediante signos midiáticos
pelo mundo da escritura? O alienar-se não significaria na verdade a pessoa
furtar-se ao contraditório, não aceitar as ideias opostas às nossas?
Marshal McLuhan (1916-1980) foi o
esquerdista moderno que definiu o mundo
como “uma aldeia global”. Como deixar de auscultar agora os ruídos desastrosos que fazem essas “tribos
globais”? Como não se estarrecer diante das ignomínias praticadas pelos
djardistas, dessa monstruosa organização chamada de Estado Islâmico,
responsável pela degola, ao vivo, de seus supostos inimigos – tudo em nome da
fé islâmica, totalmente distorcida?
Enquanto isso,
hordas e mais hordas de fugitivos abandonam seus lares na Síria, receosos de
caírem nas garras desses extremistas radicais, assassinos cruéis e desumanos.
Seriam descendentes do “Homo Naledi”?
Ora, pois.
Esses seres humanos, mesmo os alienados e utópicos, assim como os terroristas,
não deixam de ser humanos – apenas perderam a capacidade de raciocinar ou
simplesmente trocaram a intuição natural pela concepção apriorística da verdade
– espécie de máscara preconcebida que uma pessoa usa, mas despreparada para os
desafios da atualidade.
Proféticas a
palavras do Papa Bento XVI, hoje Emérito, ao assegurar quando esteve no Brasil:
“... o homem não é produto da natureza,
mas da cultura.”
Cada vez que o
ser humano mais se aproxima de um hominídio da espécie simiesca, menos é
desprovido do verniz cultural. Não pelo fato de ele ser originalmente um símio,
mas porque ele ousou apagar a luz que lhe ilumina a mente, enterrou seu talento
humanístico. Consequentemente mais irracionais serão seus atos. E é a cultura
que é responsável, digamos, pela “costomização”
do ser humano no mundo, ajustando-o em termos de costumes, moralidade, justiça,
bom senso, adaptabilidade e outros condicionamentos do espírito, como a fé e a
espiritualidade.
Temos a firme
convicção, por intuição mais do que pelo formalismo apriorístico – nos moldes
kantiano – que ser humano, esse designado pela ciência de “homo” da linhagem
(específica e única) “SAPIENS’ não deriva do macaco, embora mínima seja sua
proporção, cerca de 1%, que o separa do dito cujo – mas é a distância
suficiente exigível à magnitude do seu cérebro, tornando-o inteligente.
Por outro
lado, capacidade cerebral extraordinária
não justifica absolutamente os erros, as atrocidades que dito ser humano vem
praticando. É justamente por isso que, sem a portabilidade moral de suas ações,
desprovido do manancial da fé e da transcendência, a vida sem sentido pelo
apego à matéria – com todos esses aparatos negativos, ai, sim, o ser humano
assumirá realmente o clone do macaco, talvez em estado até mais animalesco que
os orangotangos originais.
É que
esqueceram de aprender e se aprimorarem culturalmente.
CDL/Bsb, 21.09.15