PÁTRIA
EDUCADADORA?
O lema apregoado pela Presidente, em
seu segundo mandato, tem sido a “PÁTRIA EDUCADORA”. O que fica
absolutamente claro é a falta de coerência da nossa governante – ou governanta,
para rimar com presidenta – quanto às evidências comprobatórias dessa afirmação.
Senão vejamos,
para sermos mais didáticos, uma vez que ainda há inteligência nessa parte do
planeta. Artigo recente, o jornal O Globo noticia fatos concretos de corte no
orçamento do Ministério da Educação, segundo o matutino – que por sinal não faz
oposição ao governo por motivos óbvios, não revelados – da ordem de R$5,6
bilhões para uma verba orçamentária destinada ao órgão em 2015 de R$37,8, ou
seja, uma poda no seu contingente financeiro
de 15%.
As
consequências do que o governo denomina de “contingenciamento”, naturalmente
decorrente dos ajustes fiscais impostos pela Fazenda, são calamitosos. Eis –
segundo o noticiário:
- na UNB,
paralização das obras do campus de Planaltina, em construção;
- na UFRRJ
(universidade rural) faltam recursos para o bom funcionamento do campus
universitário;
- a Ufal, em Maceió, Universidade Federal de
Alagoas, sofrerá corte drástico de 1/3 de seu orçamento;
- Targino de Araújo Filho, Presidente da
ANFITES, órgão que coordena as
instituições federais de ensino, cobra “coerência do discurso das autoridades
em que a educação brasileira é posta como prioridade.”
E o
contingenciamento continua a fazer estragos. O MEC deixa de pagar 10% da verba
deste ano, destinada ao Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD). E tem
mais: o mesmo MEC cortou 64,6%, cerca de 7.109 bolsas, das 11.000 previstas
para o presente ano do Programa “Jovens Talentos Para Ciência”, programa este
que se destina a estudantes de graduação, visando a incentivar a iniciação científica.
Que “pátria
educadora” é esta tão apregoada pelo Governo que, ao invés de valorizar e fomentar
a educação, corta as verbas destinadas as atividades ligadas à educação? Pátria
educadora ou deseducadora? Então tudo não passa de um blefe, para enganar os
incautos? Cortam-se verbas à educação, mas aumentam-se vergonhosamente os
numerários dos parlamentares?
Enquanto isso,
os burocratas da corrupção assaltam as finanças das estatais, através de uma
rede gigantesca de roubalheira, denegrindo não só a entidade atacada, mas a
própria Pátria, a dignidade da Pátria, a imagem da Pátria. E ainda vêm com o
descaramento de arrotar que somos uma Pátria Educadora. Ou Pátria Vilipendiada?
E lembrar que
no século XIX, Machado de Assis, nosso maior expoente literário, preconizava,
para gáudio da literatura e
engrandecimento de seus escritores, a criação, entre nós, da República das
Letras”.
CDL/BSB, 25.03.15
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