O MULTIVERSO E A VISÃO CRÍSTICA DO UNIVERSO
No
drama shakespeariano “Hamlet”, Ato 1, cena III, o personagem Hamlet diz a seu
amigo Horácio: “Há mais coisas entre o
céu e a terra, Horácio, do que sonha tua filosofia.” Parece que nossos
cientistas, os físicos principalmente, querem levar isso muito além do pé da
letra, transbordando inclusive para além da própria filosofia e se esforçam por
tornar realidade o que é irreal.
Todos
sabemos quão ilusórias e apressadas têm se tornado as elucubrações científicas,
sobretudo nas áreas da biologia, psicologia e cosmologia, a partir da própria
visão evolucionista de Darwin, a que
se apoiou o próprio Freud com seu
psicologismo racionalizante. Em biologia, eis um Richard Dawkins que nos impinge um tal genes egoísta para explicar a luta de classe evolucionista em que a
célula humana pratica, espécie de vale tudo para a sobrevivência humana, dai sua
justificativa porque os seres humanos são violentos, aéticos e imperfeitos por constituir
sua própria natureza.
A
partir de 1952, devido a uma palestra realizada em Dublin, o físico Erwin Schröedin referiu pela primeira
vez a suposta existência do multiverso,
ou seja, da possibilidade de em vez de um, existirem na realidade vários. Cientistas
logo vêm abraçando essa ideia, até que, mais recentemente, em 2015 um certo
astrofísico afirmar ter encontrado evidências, após o Big Bang, de ser possível
essa possibilidade cósmica. Eis que Ranga-Ram
Chary, ao analisar o espectro da radiação cósmica, assegura ter encontrado
sinal dessa evidência numa explosão 4.500 mais intensa que as demais, com base
em prótons e elétrons. Foi o bastante para alguns cientistas abraçarem a
hipótese da ocorrência de outras colisões, além do Big Bang. Logo físicos como Max Tegmark e Brian Greene aproveitaram a deixa para formularem a teoria da
existência dos chamados multiversos
ou cada tipo de universo nele incluído.
De
sua vez, Brian Greene propôs existirem 9 tipos de universos paralelos: o acolchoado, o inflacionário, membrana, o
cíclico, paisagem, o quântico, o holográfico, o simulado e o final. Cada qual
com especificação própria, ou seja, um colchão, o distributivo, o envolvido
numa membrana, o com membranas múltiplas, o que depende dos espaços que usa,
aquele capaz de gerar outro universo, o existente num espaço informativo, por
fim o que pode ser matematicamente possível.
É
certo que essa fantástica teoria não teve o apoio de outros cientistas, dentre
os quais, Paul Davis em seu livro A Breve História do Multiverso. Também George Ellis em seu artigo na Scientific
American, O Multiverso realmente existe?
Essa
teoria não é uma proposta simplória. Outras a acompanham ou com ela têm
implicações, como a chamada Teoria das
Cordas, dos Buracos Negros e do Buraco de Minhoca, as últimas formuladas
por Stephen Hawking, o celebrado
físico número um da modernidade.
Todas
essas teorias, com suas formulações esdrúxulas, segundo seus apoiadores têm um
único e absoluto propósito: explicar o inexplicável. É uma espécie de
fisiologismo cosmológico querer, como se diz popularmente, tirar leite de
pedra. Disse-o bem o também físico e erudito
Wolfgang Smith em sua última
obra editada no Brasil, que chega a ponto de satanizar a tal teoria do Big
Bang, por ser absolutamente contrária ao princípio bíblico, que ele
considera inatacável, inclusive
explicando porquê.
Se
tais teorias ainda não encontram até mesmo a certificação técnica e científica
e que o próprio Big Bang não é a última palavra, por gerar dúvidas, como
aceitar especulações extravagantes quando podemos simplesmente acreditar no que
preconiza o Gênese Bíblico: “1. No
princípio, Deus criou os céus e a terra.”?
Aliás,
seria bom e extremamente racional recordar as palavras sábias de um grande
erudito francês, Montesquieu, quando
escreveu: “O homem que não é nada,
procura, por sua fraqueza e incapacidade, sondar os mistérios de Deus, mas ali
não encontra nada em que se apoiar.”
Quem
ousará compreender e desvendar os mistérios da eternidade, Deus que criou todas
as coisas inclusive o universo, o multiverso, e demais fantásticos quejandos
que compõem o Cosmo?
Bsb, 16.01.18