terça-feira, 16 de janeiro de 2018



O MULTIVERSO E A VISÃO CRÍSTICA DO UNIVERSO


No drama shakespeariano “Hamlet”, Ato 1, cena III, o personagem Hamlet diz a seu amigo Horácio: “Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha tua filosofia.” Parece que nossos cientistas, os físicos principalmente, querem levar isso muito além do pé da letra, transbordando inclusive para além da própria filosofia e se esforçam por tornar realidade o que é irreal.  
Todos sabemos quão ilusórias e apressadas têm se tornado as elucubrações científicas, sobretudo nas áreas da biologia, psicologia e cosmologia, a partir da própria visão evolucionista de Darwin, a que se apoiou o próprio Freud com seu psicologismo racionalizante. Em biologia, eis um Richard Dawkins que nos impinge um tal genes egoísta para explicar a luta de classe evolucionista em que a célula humana pratica, espécie de vale tudo para a sobrevivência humana, dai sua justificativa porque os seres humanos são violentos, aéticos e imperfeitos por constituir sua própria natureza.
A partir de 1952, devido a uma palestra realizada em Dublin, o físico Erwin Schröedin referiu pela primeira vez a suposta existência do multiverso, ou seja, da possibilidade de em vez de um, existirem na realidade vários. Cientistas logo vêm abraçando essa ideia, até que, mais recentemente, em 2015 um certo astrofísico afirmar ter encontrado evidências, após o Big Bang, de ser possível essa possibilidade cósmica. Eis que Ranga-Ram Chary, ao analisar o espectro da radiação cósmica, assegura ter encontrado sinal dessa evidência numa explosão 4.500 mais intensa que as demais, com base em prótons e elétrons. Foi o bastante para alguns cientistas abraçarem a hipótese da ocorrência de outras colisões, além do Big Bang. Logo físicos como Max Tegmark e Brian Greene aproveitaram a deixa para formularem a teoria da existência dos chamados multiversos ou cada tipo de universo nele incluído.
De sua vez, Brian Greene propôs existirem 9 tipos de universos paralelos: o acolchoado, o inflacionário, membrana, o cíclico, paisagem, o quântico, o holográfico, o simulado e o final. Cada qual com especificação própria, ou seja, um colchão, o distributivo, o envolvido numa membrana, o com membranas múltiplas, o que depende dos espaços que usa, aquele capaz de gerar outro universo, o existente num espaço informativo, por fim o que pode ser matematicamente possível. 
É certo que essa fantástica teoria não teve o apoio de outros cientistas, dentre os quais, Paul Davis em seu livro A Breve História do Multiverso. Também George Ellis em seu artigo na Scientific American, O Multiverso realmente existe?
Essa teoria não é uma proposta simplória. Outras a acompanham ou com ela têm implicações, como a chamada Teoria das Cordas, dos Buracos Negros e do Buraco de Minhoca, as últimas formuladas por Stephen Hawking, o celebrado físico número um da modernidade.
Todas essas teorias, com suas formulações esdrúxulas, segundo seus apoiadores têm um único e absoluto propósito: explicar o inexplicável. É uma espécie de fisiologismo cosmológico querer, como se diz popularmente, tirar leite de pedra. Disse-o bem o também físico e erudito  Wolfgang Smith em sua última obra editada no Brasil, que chega a ponto de satanizar a tal teoria do Big Bang, por ser absolutamente contrária ao princípio bíblico, que ele considera  inatacável, inclusive explicando porquê.
Se tais teorias ainda não encontram até mesmo a certificação técnica e científica e que o próprio Big Bang não é a última palavra, por gerar dúvidas, como aceitar especulações extravagantes quando podemos simplesmente acreditar no que preconiza o Gênese Bíblico: “1. No princípio, Deus criou os céus e a terra.”?
Aliás, seria bom e extremamente racional recordar as palavras sábias de um grande erudito francês, Montesquieu, quando escreveu: “O homem que não é nada, procura, por sua fraqueza e incapacidade, sondar os mistérios de Deus, mas ali não encontra nada em que se apoiar.”
Quem ousará compreender e desvendar os mistérios da eternidade, Deus que criou todas as coisas inclusive o universo, o multiverso, e demais fantásticos quejandos que compõem o Cosmo?              

                                                                            Bsb, 16.01.18