terça-feira, 29 de junho de 2021

 

 

 

A AÇÃO DESEDUCADORA DA MÍDIA

 





É impressionante como a mídia se arroga hoje de porta voz, não da informação verdadeira, mas da insanidade que ocorre na sociedade.

Enquanto os porta-vozes maiorais de comunicação se compraziam em contabilizar as mortes pelo famigerado Covid-19, na pandemia, ainda competiam entre si, qual delas a que apresentava maior placar mortífero.

Insatisfeitas, vez que a pandemia parece arrefecer e para não deixar que o mel da desinformação desapareça de seus recordes financeiros, eis que, agora descobrem mais um filão a explorar, talvez mais repulsivo que a via anterior: badalar através de seus programas a todo instante sobre a perseguição ao novo herói do negativismo midiático — um serial-killer, o serial-killer de Brasília. O máximo do recorde, talvez se sobreponha à estupidez do programa da Globo, o famigerado reality show, denominado BBB, que já se repete por alguns anos.

Passamos todos esses dias a ouvir os repórteres das TVs matraqueando sobre o tal serial-killer brasiliense, que andava matando gente na periferia da Capital Federal. Tão grande e abusiva se tornou a falação que a Rede Globo, para não perder o lugar de possuir a pior programação dentre as demais, tanto destrinchou e papagueou sobre o tal matador seriado que acabou por viralizar na cabeça já tonta das pessoas a figura do sujeito como um herói. Há controvérsias, mas há indícios de que os mandachuvas da emissora  tenham se investido de defensores do fora da lei, um bandido, caso daquele lunático Chapinha, simplesmente para agradar os representantes oficiais dos Direitos Humanos, que se arvoram defensores perpétuos dos direitos individuais.

A boca pequena, rumores há nas redes sociais que a emissora seria punida pelo ato. Felizmente o tal matador foi encontrado e, em confronto com a força policial — composta nada menos de um exército, armados até os dentes — foi baleado e morto.

Agora é esperar o próximo capítulo desta novela. Tanto pode ser a Globo estarrecer mais uma vez o público com uma novela, como tantas outras já feitas sobre o submundo carioca, como surgirem os defensores dos Direitos Humanos a acharem que a polícia — certamente a mando do Bolsonaro — agiu  além dos limites, eliminando o assassino vira-lata, agora glamourizado com o codinome de o serial-killer fenomenal do Planalto Brasileiro.

Parece-nos oportuno aproveitar as palavras de Cícero, aquele célebre tribuno romano, para recriminar:

Quosque tandere abutere, Rede Globo, patientia nostra

CDL/Bsb, 30.06.21

terça-feira, 8 de junho de 2021


 

                   COMO SUPERAR  A  PANDEMIA :

LITERATURA E CLUBE DO LIVRO

                                  Murilo Moreira Veras



                              

Como a rede Globo e as demais mídias só divulgam morte pelo COVID-19, para agradar a esquerdopatia do País — resolvemos falar de coisas amenas e, dizem os psicólogos, evitam os transtornos covidiano. Literatura, por exemplo. Também seu recorrente, que é o Clube do Livro, hoje uma instituição do passado que hoje está viralizando em toda parte. Todo mundo está fundando seu clube do livro — o que é uma atividade interessante, para quem gosta de ler e se desviar do lixo midiático.

Por incrível que pareça, as pessoas estão recorrendo à leitura de livros impressos, esse objeto onírico, dito ultrapassado, hoje vendido pela Internet e recebido em casa, sem precisar a pessoa sair, o adquirente sentado em sua poltrona favorita. Poderá ler ou reler um bom livro policial, romanesco, rocambolesco, rever assuntos interessantes, instrutivos ou simplesmente viajar  para as estrelas com um livro de FC. Nesse caso, aconselhamos um de Arthur C. Clarck, ou de  Isaac Asimov, Conan Doyle, George Simonen, até Aghata Christie. Não esquecer que Júlio Verne, aquele prolífico escritor francês, foi um dos precursores em termos de FC.

Em se falando de literatura, vêm-nos à mente algumas informações que, também consideradas, enriquecem a criação literária. É sobre isto que queremos abordar, por enquanto. Por exemplo, estou lendo um livro, que  a propaganda apregoa ter sido leitura preferida nos Estados Unidos — Um Cavalheiro em Moscou, o autor Amor Towles. O livro está recheado de citações de outros autores, a maioria clássicos, é claro de maneira sub-reptícia e acompanhando o enredo e a sequência dos personagens, tudo de forma adequada  e inteligente.

Alerto os amigos que não se trata de inovação em termos de criatividade literária. Os autores, aliás, os bons autores, já de há muito usam desse e de outros artifícios, haja vista Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade, Murilo Mendes e outros. Tais enxertos citados requerem certo cuidado de quem os usa em seus textos, para  não praticar o plágio, este uma pecha que o bom literarto sempre deve evitar. Certo escritor português tachou Clarisse Lispector de ter plagiado texto de Virgina Wolf, mas nada ficou provado. Ora, tais citações e toda espécie de enxerto feito num   texto      que vem de outro, isto é o que a arte literária designa como intertextualidade. Os enxertos podem ser verbais, não verbais ou mistos. E são de vários tipos ou gêneros e podem aparecer numa pintura, cartum, numa charge, poesia, publicidade, novela, num filme. Ocorrem quando um texto faz referência a outro, situação ou ocorrência preexistente, implícita ou explícita. A explícita é logo identificável, mas a implícita, é de identificação mais difícil, o leitor precisa ter conhecimento prévio. E como a intertextualidade se apresenta no texto, pode ser através de várias formas. Pode ser numa paródia, que é uma ironia ou crítica do texto original. Pode ser numa paráfrase, quando as ideias contidas no texto original são retorcidas ou criticadas no novo texto — o exemplo disto é a famosa “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias ter sido escrita  diferentes no poema de Carlos Drummond de Andrade “Europa, França e Bahia”. Uma epígrafe, que é o apoio a um tema, geralmente usado em artigos científicos e monografias. Aparece numa tradução, nas chamadas dublagens e traduções livres e interpretações. Outra modalidade é a citação, quando o texto é literalmente copiado de outro original, caso em que se não indicado o autor, pode configurar plágio. Outro tipo é alusão, quando um texto ou citação se refere a outra obra, personagem ou situação retirada de texto original.

Esses artifícios literários podem ou não valorizar uma escritura, dependendo da sutileza e inteligência do autor. Faz parte do que hoje, modernamente os estudiosos das letras dizem integrar o chamado hipertexto, que é a composição geral desses artifícios, aglomerando todos os elementos textuais que permitem as múltiplas leituras em diferentes direções — os chamados hiperlinks, seu criador Theodor H. Nelson, filósofo, sociólogo e pioneiro da Tecnologia da Informação.

Quanto ao Clube do Livro, atividade relevante que sobra dessa famigerada pandemia, da qual os midiáticos de plantão põem todas suas esperanças negativas,  informamos que está viralizando em toda parte. Todo mundo quer fundar um — de nossa parte já temos  o nosso que, por sinal, funciona há mais de dez anos na Associação dos Funcionários Aposentados do Banco Central – ABACE  e já lemos cerca de 100 livros. É quase um recorde.

Aviso aos navegantes literários: a arte literária é muito mais rica do que pensam os iniciantes. A intertextualidade enriquece o livro, mas saber apreciar sua aplicação condiz com o bom gosto do leitor, assim como requer inteligência e habilidade para aqueles que fazem dela uma boa técnica de escritura.

CDL/Bsb. 08.06.21