sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

                   

                           A  INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL  MORALIZANTE

 




 

Ás vezes quedo-me a pensar que o mundo, ou as pessoas, mudaram tanto, o modo de viver, de pensar. Dir-se-á que são as transformações por que as pessoas passam ou passaram, que vivem de acordo com as mudanças, o avanço das novas tecnologias, as descobertas científicas. Tudo isto influi na vida e na cabeça das pessoas, também no seu habitat

Será que melhorou este nosso velho mundo? Tenho cá minhas dúvidas, talvez em razão da idade e do desconcerto quanto a ousar deglutir todas estas maravilhas que nos traz a modernidade. Então nos advêm as recordações de antanho, aliás, nem tão antigas assim.

O que mais nos impressiona é o comportamento das pessoas hoje, tornam-se dispersivas, reprimem seus pensamentos, vivem e praticam o individualismo, espécie de os outros são os outros, eu sou o dono do mundo, sempre na defensiva. Seria influência de tanta tecnocracia, modernidade?

Então já estamos vivendo o futuro?

Não é novidade que estamos sob a suspeita da viabilidade da Terceira Guerra Mundial — o estopim talvez seja o Oriente Médio.

Em contrapartida, vislumbramos algo que talvez possa melhorar esse nosso mundo — e, por incrível que pareça talvez por intervenção da própria ciência. Refiro-me à tecnologia mais recente que é a Inteligência Artificial – IA.

Claro que tudo depende da própria inteligência humana em saber manipular esse invento. Sabe-se que o formidável artifício não passa de uma ferramenta, como o é o computador, o celular e inúmeros   outros instrumentos, hoje imprescindíveis  devido os fins a que se destinam.

Os robôs, hoje em fabricação comercial, podem se tornar os melhores artesãos do progresso, desde que sua atuação se destine estritamente a ajudar o ser humano, isto é, que esses entes   automáticos cumpram os propósitos para os quais foram criados — auxiliares mecânicos do progresso.

O grande escritor de ficção, Isaac Asimov, já nos prevenia da possibilidade do avanço negativo dos robôs, tanto que foi ele que criou a Lei do Robô — de que essas máquinas jamais passariam de simples auxiliares. A preocupação de Asimov seria esses autômatos se rebelarem e  ultrapassarem a inteligência humana, adquirindo vida própria. Espécie de Frankenstein criado por um cientista maluco.

Pensamos que IA poderia ajudar na melhoria desse nosso conturbado mundo, quem sabe até como auxiliares da moralidade. Poderiam lutar contra atos e fatos negativos, tornarem-se protagonistas contra atos de guerra, por exemplo, concorrendo através de fluxos artificiais para o aperfeiçoamento da própria mente humana, colaborando de alguma forma para que as pessoas aspirassem praticar mais o bem do que o mal, se dedicarem ao lazer. Quem sabe até auxiliá-los na prática do estudo, clarificando suas mentes. E o que não seria um absurdo, auxiliassem as pessoas a se  harmonizarem mais com as coisas do espírito do que as da matéria, nas suas horas de lazer. Tornar-se iam por assim dizer auxiliares moralistas dos seres humanos, evitando-os a não se embrenharem no puro materialismo.

A propósito, o mesmo Asimov num livro sobre robôs, nos relata que um deles por se apegar tanto ao seu proprietário, durante anos,  resolve se tornar um ser humano. Submete-se a todas as transformações possíveis, mas não consegue, por impossível. Amargurado ele decide ser destruído.

Prova incondicional de que a criação do ser humano só Deus o faz — o resto é cientificismo irrelevante.

Bsb, 1.02.25