sexta-feira, 29 de agosto de 2025

                                

                        O LIVRO MAIS 

                        INTELIGENTE

 

 

 

Atentem para o quão interessante — o sul coreano YOUNG HOON KIM com 276 pontos do Livro de Recordes, declarou recentemente em entrevista que deve seu desenvolvimento   intelectual à Biblia, onde estudou lógica, linguagem e ciência.

Declarou ele “A Bíblia contem fundamentos da razão e da existência” e mais “A Bíblia é a chave a Inteligência.”

Nem os atuais teólogos, católicos e protestantes — como Billy Graham, por exemplo, que publicou um livro com 366 meditações diárias, citando versículos da Bíblia, espécie de caixeiro viajante, descobriu isto, que a Blíblia é o livro mais inteligente do mundo.

Aliás, nem os grandes teólogos, cientistas, materialistas ou religiosos — Sto Agostinho, São Tomás de Aquino, Boécio, Raimundo Lúlio e todos os Papas, tiveram essa ideia brilhante de que o livro mais inteligente seria a Bíblia. Foi preciso um norte-coreano, do outro lado do mundo, para fazer esta confissão, até agora inédita, a Bíblia é o sumo da inteligência.

Ora, auscultemos como disse um professor, inclusive de matemática, aos alunos preguiçosos do velho Liceu Maranhense — consultem os alfarrábios. No caso os nossos antigos hermeneutas, Sócrates, Platão e Aristóteles, inclusive seus antecessores, os ditos pré-socráticos. Eles não tinham ideia desse livro chamado Bíblia, só publicado pelos idos 1450 de nossa era. Nossos primeiros filósofos sequer adivinhavam a existência desse precioso livro, de vez que o mundo tinha adentrado uma nova era, o surgimento daquele que criaria o Cristianismo, Jesus Cristo.

Sócrates proclamava a ética, advertia as pessoas de sua necessidade para melhorar o mundo. Platão, seu aluno, elucubrou sobre o mundo das ideias, os seres humanos internados na escuridão das cavernas da ignorância. Seu discípulo Aristóteles atentava para o raciocínio, a realidade do mundo. Antes deles, os  pré-socráticos atentavam para os movimentos primordiais, o tempo, o fogo — chamados os filósofos da phisis, Tales de Mileto, Anaximandro, Anaximenes, Heráclito, Pitágoras, Xenofanes, Parmênides e Zenão. Protágoras, sofista, ousou dizer “O homem é a medida de todas as coisas¨, preconizado  o materialismo dialético.

Num mundo cada vez mais atípico, sob a ilusão de modernidade absoluta, onde vicejam a violência e o desamor, a cultura literalmente desprezada, essa informação sobre a Bíblia é de suma importância, também para a melhoria do mundo, de seus habitantes. A Bíblia constitui a nossa esperança, de melhoria do mundo, como o é a Fé, para a espiritualidade.

Urge que nos conscientizemos que o verdadeiros sentido da vida não consiste no viver-por-viver sartriano.

Apesar de toda a estupefaciência do Cosmo — nós, o cisco pensante de Pascoal — talvez por isso sejamos atípicos entre os seres galácticos. Agora, mais do que nunca, não por um erudito ou filósofo da modernidade, mas, por incrível que pareça,  um norte-coriano, supostamente não cristão, mas maometano, quem afirma ser a Bíblia o livro mais inteligente do mundo.

Vem à baila, mais uma vez, as palavras de Santa Tereza de Lisieux: “A alma que se eleva, eleva o mundo”.

A Bíblia não é só o livro mais inteligente — mas o meio mais eficiente para nos aproximar de Deus. 

                                       Bsb, 29.o8.25

 

domingo, 10 de agosto de 2025

                                            UM  SALTO  NO  ESCURO

 

                                    Murilo Moreira Veras

                                                    

                                                                       



                                                                                 

Sören Kiekergaad (1833-55), suposto filósofo dinamarquês, certa feita, escreveu: “A fé é um salto no escuro”. Aliás, essa frase tem viralizado entre gregos e troianos, filósofos e escritores.

Não, senhor Kiekergaard — a fé jamais será um salto no escuro. Se assim o fosse toda a liturgia cristã e apologética cairia de água abaixo, posto que contrária até mesmo aos Evangelhos e, principalmente aos ensinamentos  do Mestre Jesus, quando afirma:

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.”

Equivoca-se, pois, Kiekergaard quando faz tal afirmação, que de certo modo desmoraliza os ensinamentos crísticos. Faz das palavras de Jesus uma mentira — como se a Fé cristã não fosse a maior expressão, até mesmo sinalizando a mística da fidelidade da criatura para com seu Criador. Ademais, não faz sentido, desmistificar a fiança que depositamos no Salvador.

Na dogmática cristã, a fé é o maior sinal de que acreditamos no Senhor, Criador do universo e nele depositamos nossa confiança nos seus Mandamentos. Dir-se-á “A fé é o nosso mandato de esperança absoluta ao Senhor”. É a fé que nos salva, não a subserviência, a mera aceitação de que o aceitamos. Como torná-la uma mera intervenção vazia, sem esperança?

Veja-se, em resumo, o que nos diz o Vocabulário de Notas da Bíblia do Peregrino sobre a Fé:

a)   crê em Deus e nas palavras do Mestre Jesus;

b)   acreditar que Jesus  é o Salvador (Mt 9:2);

c)    é a decisão e por ela é que se obtém a justiça (Rom 10:14-17);

d)   justifica-se nas obras, produzindo vida e vida em abundância  (Jo 20-31);

e)   equivale a esperança (Hb 11)

Como um crente em Deus pode exercer sua fé dando um salto no escuro, com morte certa? Saltar de uma montanha e esperar que o acaso o salve da morte?

Convenhamos, é um total absurdo. Esse senhor, que se diz cristão, criou um aforismo totalmente acéfalo, do ponto de vista da fé cristã. Ora, é justamente o contrário — a Fé é um salto, sim, não dado no escuro, mas para a Luz. É um salto de uma pessoa, como sua adesão à Verdade, transformação de consciência, mudança de vida, convicção de que a vida tem um sentido, o sentido da eternidade, ou seja, de que não vivemos por viver, segundo o chavão sartriano.

Na verdade, o que ele quis talvez dizer com o salto no escuro, é que a fé é uma espécie de adesão ao vazio, isto é, o que para ele vale mesmo é sua existência, o tal salto não passa de um disfarce, uma adesão ao materialismo, não propriamente o dialético, mas o existencial. Por isso  Kiekergaard é considerado o Pai do existencialismo.

Mesmo se dizendo cristão, ele abraça, ou cria esse chamado existencialismo o qual, mais tarde foi deturpado por Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Albert Camus, Heidegger, Marleaux-Ponti,  e Karl Jasper, cada qual com suas divergência de pensamentos.

Sartre é considerado a expressão do existencialismo ateu, mediante seu ativismo social e político, influindo muitas pessoas com seu ditame — A existência precede a essência. Isto é, para ele a pessoa é livre para fazer o que quiser. Em seguida se contradiz afirmando, embora tenha liberdade absoluta, o ser humano é condenado a ser livre.

Heidegger (1889-1976), que a literatura filosófica considera ter criado o termo existencialismo, apresenta a problemática do Ser com o livro O Ser e o Tempo. Enquanto Karl Jasper (1883-1969) e Gabriel Marcel (1889-1973) atenuavam o materialismo sartriano com seu existencialismo cristão — o que não muda muita coisa, pois somos seres criados por Deus, não da natureza, segundo a cartilha materialista. Qualquer nomenclatura adotada, cai-se sempre no vilão do agnosticismo, que não se coaduna com a Fé Cristã. E o que é pior, os reflexos dessa espécie de filosofia vão produzir outras anomalias, como o desconstrutivismo de Jacques Derrida, o estruturalismo  de Julia Kristeva e Roland Barthes, até a frenética ideologia de Michel Foucault, o mais histriônicos dos filósofos da modernidade. Defraudam-se assim os pilares essenciais da filosofia — que é o estudo da Sabedoria em si, não os ideais apopléticos de certos aventureiros. 

Em concluindo, assim como essa teoria do salto no escuro da fé do sr. Kiekergaard, outras têm proliferado e contaminado a filosofia de nosso tempo — todas contribuindo para a encruzilhada em que se encontra hoje o ser humano, em lucubrações vãs. Isto, sim, é um salto no escuro, como se estivesse à beira de um abismo.

Vêm-nos à mente aquelas palavras de Shakespeare, na peça Hamlet, em que o personagem principal diz a Horácio:

 

“Há mais coisa entre o céu e a terra do que pensa tua filosofia.

 

                                                            Bsb, 10.08.25