BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR:
EDUCAÇÃO OU IDEOLOGIA COMUFLADA?
I deólogos do igualitarismo têm forjado a concepção de
que o processo civilizatório se funda apenas na luta de classe entre opressores
e oprimidos e que se mantém como contraponto à ânsia pelo poder e ganância
financeira dos agentes envolvidos. Ledo e crasso engano. Desde os primórdios, à
luz da etnologia e antropologia, a evolução do mundo, em termos educacionais,
tecnológicos e sociológicos, se constrói através de um processo lento,
sistemático e continuo de superação. O homo
sapiens, que substituiu o homo fabens
e depois sapiens sapiens, migrou
da caverna para a savana, tornou-se hábil caçador-coletor, obteve o fogo, aprendeu a armazenar alimentos e, com outros
da espécie, empreendeu a construção de vilas e cidades. Tudo isto mediante
saltos de inteligência, esforço e trabalho árduo, visando o progresso sócio-econômico-cultural
da humanidade.
Para eles, como todo o
processo, também a educação está sujeita à luta de classe, através desse engodo
criado por Paulo Freire que é a Pedagogia do Oprimido. O povo sofre a opressão
dos poderosos, dai precisar ser educado para livrar-se dela e tornar-se, livre,
para o que deve contar com o apoio do estado ou a casta que tiver se encastelado no poder, desde que
alinhada com o socialismo igualitarista, a melhor salvaguarda do povo, com seu
ideário populista.
Não se precisa de muito
cérebro para verificar que se trata na verdade de um grande e famigerado
sofisma tal raciocínio. Se o povo é oprimido pelos supostos poderosos, sob o
tacão socialista eles apenas mudarão de dono, passarão a escravos dos
igualitaristas, reféns de ideólogos burocratas, quase sempre parcos de
inteligência e incompetentes natos.
Pois sob o manto dessa
ideologia nefasta o Ministério de
Educação de nosso País – o MEC, está querendo empurrar goela abaixo do povo brasileiro,
precisamente as escolas públicas e privadas, estudantes, famílias e toda sociedade
afetada – essa estrovenga que eles denominam Base Nacional Comum Curricular,
título tão ostentoso quanto inócuo. O projeto do MEC está eivado de ideologia
espúria, como, por exemplo, a do gênero, hoje tão em voga, a que abraçam gregos
e troianos, desde que pessoas incautas, verdadeiros inocentes úteis.
Especialistas e abnegados
profissionais da educação, estudiosos e pessoas de bom senso já abominaram o
tal projeto, até mesmo por considerar sua implantação um despropósito e uma anomalia
à sociedade. Marco Antônio Villla, historiador assim se referiu ao projeto: “É um desserviço. É uma proposta panfletária,
anti-civilizatória. Há um conjunto de erros, mas o que é mais grave é que apaga
nossa tradição, nossa formação, aquilo que é fundamental para a compreensão do
Brasil hoje.”
Sem nos determos em análise
mais profunda por cansativa, os ideólogos burocratas do MEC se dão o despropósito
de serem os descobridores e criadores do mundo, criarem um estrato
civilizacional para si mesmos. Para eles, o estudante brasileiro só deve
estudar as civilizações sob a ótica da “pedagogia do oprimido” – os povos subjugados, culturas inferiores, como
a da África, a Afro-América, que é
chamada Ameríndia, os movimentos de lutas sociais. Nada das grandes
civilizações antigas, mesopotâmicas e sumérias, do pensamento grego, dos movimentos sociais e religiosos que influíram na nossa formação
cultural e humanística. O importante é o pobre e combalido estudante brasileiro, já incipiente em matemática e um zero à
esquerda em escritura e lexicografia, balbuciar que recebe o bolsa-família,
para se tornar ainda mais ignorante e inepto, incapaz de compreender a
realidade do mundo.
CDL/BSB, 2.03.16
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