MÍDIA AÉTICA : COMPULSÃO
OU AFASIA MENTAL?
OU AFASIA MENTAL?
Cada
vez mais a mídia brasileira vem se comportando de forma esdrúxula, inadequada
no que se refere à atitude de alguns de seus jornalistas, em especial a equipe
da Rede Globo de Televisão.
Impressionante como esses profissionais hodiernos demonstram desconhecer o
verdadeiro papel da comunicação, a função que lhe é reservada como fonte e formação no processo civilizatório.
Faltam-lhes, sobretudo, reserva, ética, respeito e cabal conhecimento das
matérias, itens ou assuntos abordáveis nas suas entrevistas, reportagens, enquetes
ou reflexões.
E
o que se nos afigura mais deprimente: os agentes dessa mídia são falhos,
impertinentes, deselegantes e invasivos em abordagens e entrevistas, ao vivo e
comentários escritos. Dai as entrevistas, comandadas por esses jornalistas, ao
invés de instruírem ou esclarecerem os espectadores, ao contrário,
deslustram os verdadeiros objetivos da informação, atentam
contra as ideias, com que prejudicam a razoabilidade da mensagem.
Foi
o que aconteceu com a entrevista a que assistimos no canal youtube no dia 3, do corrente, no Jornal da Globo, com a sra. Damares Alves, titular do Ministério da
Mulher e dos Direitos da Família e dos
Direitos Humanos, no Governo Bolsonaro.
O
que assistimos não foi uma troca de informações, digamos, de alto nível como
seria de esperar, compatível à seriedade de um canal de comunicação, senão um
tropel de perguntas aleivosas, rasteiras ideológicas e idiossincrasias
endêmicas da parte dos entrevistadores, com o único propósito, não de colher
respostas corretas e verdadeiras, mas — isto sim — desmoralizar a entrevistada, constrangê-la, o
que no linguajar chulo se conhece como casca
de banana.
Verdade
se diga que, diante das veladas invectivas, a sra. Damares se portou à altura
de seus méritos acadêmicos, não
deixando, em nenhum momento, se enxovalhar com as perguntas sibilinas,
algumas até de forma desrespeitosa, como a de repente feita pelo sr. Merval Pereira, renomado jornalista,
inclusive membro da Academia Brasileira de Letras, quando insinuou que a
Ministra devia conter as palavras em suas declarações anteriores, para não confundir as pessoas. Na
verdade, uma recriminação sibilina, totalmente aética e descabida, senão para
colocar a Ministra em saia curta.
A
entrevista mais parecia uma audiência inquisitória, às vezes declinando para o
ridículo. O mesmo jornalista acadêmico pergunta à Ministra se sua pasta vai
defender os direitos humanos ou os
humanos direitos (ironia para se
referir que a defesa seria dos humanos da
direita). O sr. Gerson Camarotti ingenuamente indaga o que, para a Ministra, significa direitos
humanos, enquanto a repórter especializada nos bastidores do Congresso se
sai com essa pérola: sabendo que a sra. é
evangélica, pastora da Igreja Batista, não seria um abuso colocar o tema
religião em pautas políticas, se o estado é laico?
Incrível
a repórter da Globo não sabe o que significa estado laico, confundindo laicidade
com ateísmo!
Mantendo-se
sempre altiva, com respostas coerentes, palavras educadas e sem tergiversar em
meio ao aluvião
de sandices que lhe assestavam, ora por um, ora por outro entrevistador, a
Ministra respondia, como se expendesse sobre temática colegial, ensinando um
tropel de estudantes primários de pensamentos.
E
foi essa a armadilha que os asseclas midiáticos da Rede Globo prepararam para a
Ministra Damares naquela inútil entrevista. E o que nós, espectadores,
assistimos foi uma Mestra dando aula a alunos estouvados, vazios de ideias,
desatentos quanto ao verdadeiro objetivo de um encontro jornalístico — todos atrelados,
como robôs, aos interesses subterrâneos de seus patrões.
Nessa
entrevista — como em todas a que tivemos o desprazer de assistir — a equipe de
jornalistas da Rede Globo jogou no esgoto da ignorância os princípios mínimos,
nem por isso clássicos, da Ètica da Comunicação, denegrindo o mérito do
autêntico jornalismo brasileiro.
CDL/Bsb Bsb,
23.03.19