COMO FAZER
INIMIGOS E
INFLUENCIAR PESSOAS
Dale
Carnegie, célebre escritor couching do passado, viralizou seu nome
no mundo com o livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas. Hoje se
vivo fosse, ficaria injuriado e frustrado com ver suas fórmulas de como viver e
conviver bem com as pessoas serem distorcidas e totalmente voltadas para o mal.
Mesmo
provido de toda parafernália tecnológica, haurindo os conhecimentos mais
fantásticos das descobertas científicas, o ser humano, as pessoas, hoje, vêm se
tornando cada vez suscetíveis a
influências malévolas. Na verdade, as pessoas parecem ter perdido o bom senso e
a boa vontade, por se deixarem enganar, principalmente por informações
inverídicas, os supostos mensageiros insufladores da maledicência e da insânia.
Daí a necessidade de, nos dias que correm, sabermos separar o joio do trigo —
joeiramento que implica conhecimento de causa, saber distinguir razão da
emoção, liberdade da dominação.
Aparte
da traiçoeira campanha movida pela mídia escrita, radiofônica e televisa, ao
explorar diuturnamente o veio da informação falsa e negativa, torna-se lugar
comum as pessoas se digladiarem no cenário nacional e internacional por coisas
e fatos ínfimos, ou seja, de quanto pior, melhor ficaremos — como se diz na gíria
ver o circo pegar fogo. Caber-nos-ia
chamar isso de síndrome de Babel, espécie de confusão mental capaz de gerar
o nefelibatismo nas pessoas.
Veja-se,
por exemplo, o imbróglio intelectual criado, em função desse cenário negativo de
terceiros interessados no enquanto pior, melhor para o País, para o mundo.
Aquecimento Global, Teoria do Gênero, Feminismo, Gaysismos, Nova Ordem Mundial,
Gaia e quejandos são temas viralizados erroneamente pela mídia, inclusive redes sociais. Por
enquanto, vamos nos ater aos termos Ideia
e Ideologia. As pessoas confundem ou então desconhecem, por
desinformação, os conceitos dos dois termos. O conceito de ideia é
completamente distinto de ideologia. Segundo o Dicionário de Filosofia Larrouse
do Brasil, trata-se de “... noção que o espírito forma de alguma coisa — A
ideia tem caráter intelectual que a distingue do simples sentimento.”
Portanto, quando uma pessoa tem uma ideia, ela dá vida a uma representação de
seu espírito de forma livre, por vontade, sem interferências. Isto difere
totalmente do conceito de ideologia. O termo ideologia foi criado pelo francês Destutt
de Tracy, significando a ciência das ideias. Com Napoleão, depois, ganhou
sentido novo quando chamou os seguidores de Tracy de idólogos, com o
sentido de deformadores da realidade. Na Antiguidade Clássica e Idade
Média, os pensadores entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões
de uma sociedade. Mais tarde, Karl Marx concebeu a ideologia como consciência
falsa, resultado da divisão do trabalho manual do intelectual, portanto, com o
sentido de dominação de uma classe sobre outra. Assim, em sentido crítico
ideologia implica a relação de manipulação e domínio exercido ou exercível por
qualquer meio de quaisquer instrumentos simbólicos, ou seja, uma frase, um
texto, uma notícia, uma reportagem, uma novela, um filme, uma peça publicitária
ou um discurso, pode conter ou difundir uma ideologia. Posteriormente, Gramsci,
a título de atualizar e tornar o marxismo mais palatável e abrangente,
inclusive para fins de sua difusão maior, reverteu o pensamento de Marx,
tornando a ideologia não mais enganosa ou negativa, mas, ao contrário, o mais
ativo e melhor instrumento de divulgação do ideário comunista e, por seu
intermédio, dominação do mundo capitalista.
No
Brasil, o Sr. Paulo Freire, de cuja doutrinação tem sido impregnado toda a
educação, apoiou Marx considerando a ideologia como ocultação da verdade dos
fatos, o uso da linguagem para encobrir a realidade, parecendo desdizer
Gramsci, no entanto, seu método de ensino, aplicável à educação, também é uma
ideologia por maquiar a realidade em favor do marxismo.
Como
se vê, o conceito e o emprego da ideologia, em todos os seus sentidos não foge
à regra de dominação, não importa tratemos de economia, ciência, religião,
literatura, sociedade, educação — e o que é mais pernicioso, seu emprego pela
mídia falada, escrita e irradiada, assim como servir, abusivamente, como
instrumento ou método de ensino, em sala de aula, seja público ou privado.
O que
queremos dizer, enfim, com essa explanação, é que precisamos deixar bem claro o
emprego dessas duas palavras, ideia nada tem a ver com ideologia. Podemos expor
nossas ideias, quando as temos, de forma livre e espontânea, como nos permite o
livre pensar e arbitrar. Já expressar ou impor uma ideologia, de qualquer forma
e meio, estamos nos referindo a um instrumento de dominação, gerado não por
sentimento, mas por fanatismo, em virtude do sentido de virulência que a
palavra contém e da força simbólica que ela representa junto às pessoas,
comunidades e até perante o mundo.
Bsb, 26.08.19