7 DE SETEMBRO 2022 —
DUZENTOS
ANOS DE PATRIOTISMO
Não se trata de uma
simples patriotada como designou a ala ideológica da esquerda, através
de seus representantes.
A
manifestação de 7 de setembro último demonstra de maneira inequívoca que somos
um povo patriota. Prezamos sobretudo e sobre todos nossa dignidade patriótica — e, a mil vozes,
o demonstramos contra aqueles que se arvoram defender a
democracia, quando, na realidade, o fazem para suprimir as liberdades dos cidadãos.
A
mega demonstração deste 7 de setembro não assume espécie de grande comício eleitoral
pró-Presidente da República, como designa os menos avisados. Vai muito além —
significou a afirmação inconteste de que o povo brasileiro exorta, mais uma
vez, seu patriotismo.
Essa
monumental aglomeração de pessoas, em todos os recantos do País, não se manifestou
apenas para eleger um candidato à
presidência da República. O brasileiro, o povo brasileiro neste memorável 7 de
Setembro proclamou de forma inconteste que não somos uma simples algaravia
populacional inútil — ao contrário, somos um povo que ama sua liberdade, que exulta os seus direitos de forma pacífica,
mas inconteste, sob os mais lídimos signos da autêntica Democracia.
Esse
oceano de manifestantes, neste memorável dia, anseia a favor dos valores cristãos,
implícitos nos desígnios democráticos, encravados em nossa historiografia, remanescentes em
nossas origens, um povo solidário que prima pela ética, a estética sob a égide
da sabedoria crística e a harmonia
social.
O
que queremos — sob os arroubos do verdadeiro humanismo — é dignificar nossos mais
lídimos valores, à conta dos vultos históricos que enriquecem nossa história.
Neste
simbólico 7 de Setembro não nos apetecem as futricas políticas nem os
ressentimentos dos aventureiros, com valores ínfimos e solerte imaginação — o
que nós, o povo brasileiro festeja e faz jus em se manifestar, é a favor de
nossa liberdade, afirmar que amamos nosso País — o Brasil Brasileiro.
Vale
dizer — o Brasil a cujos auspícios se edificaram os maiores vultos de nossa
História, cujos atos e ações enriqueceram
nossa memória, muitos deles à custa do próprio sangue derramado.
Esse
o dia memorável em que o povo manifestou seu patriotismo pelos 200 anos de
nossa Independência, não por mera ideologia político-partidária, mas, sim, como
ritual de glorificação a nossos pósteros, aqueles que lutaram, deram seu sangue
e destinaram seu saber e empenho ao ideal maior de independência contra os
grilhões do colonizador.
Foram
eles os protomártires da Independência José Joaquim da Silva Xavier, o
Tiradentes, em Minas, a brava Maria
Quitéria, os enforcados e esquartejados no Rio em 1817, Capitães
Domingos Jorge Martins Pessoa e José de Barros Lima (o Leão Coroado), os Padres Pedro de Sousa Tenório e Antônio Pereira
Albuquerque, Antônio Henrique Rabelo,
Amaro Coutinho, José Xavier Carvalho, Inácio de Albuquerque Maranhão. Também
em memória de Frei Caneca, mártir da insurreição pernambucana de 1817 em
Recife, da Madre Joana Angélica de Jesus na Bahia, golpeada por tropas
portuguesas ao proteger seu convento, que a Igreja considerou postulante à
devoção dos altares. Conquanto já em 1640, Manuel Beckman em São Luís, fora
enforcado por sua revolta contra a burguesia portuguesa.
Não
podemos deixar também de lembrar os grandes percussores do movimento abolicionista,
José do Patrocínio, assim como as ações revolucionárias nos parlamentos
de Joaquim Nabuco e do erudito Rui Barbosa.
É-nos
lícito compreender que todos esses movimentos não teriam ocorridos não fossem
os esforços e a visão progressista de um grande nome ainda no Império, José
Bonifácio de Andrade e Silva. Também não podemos esquecer as ações e o
proceder dos nossos imperadores, em prol de nosso País continental, como o fizeram
D. Pedro I, que proclamou nossa Independência e seu sucessor D.Pedro
II, este tendo governado o País até a Proclamação da República, com impecável dignidade.
Portanto,
não reconhecer nas manifestações deste 7 de Setembro ato de legítimo patriotismo,
é-nos lícito dizer tratar-se de especulação maldosa, insulto à própria
democracia, portanto demérito à Pátria e ao povo que a representa. É inclusive
denegrir, com palavras vãs, o sofrimento de nossos mártires que lavaram com
sangue a liberdade de nossa Pátria.
Parodiando nosso
antigo professor do famoso Liceu Maranhense, ao término de suas aulas,
dizemos QUOD AD DEMONSTRANDUM — em vernáculo, como queríamos demonstrar.
CDL/Bsb, 8.09.22
Nenhum comentário:
Postar um comentário