quinta-feira, 8 de setembro de 2022

 


7 DE SETEMBRO 2022 — DUZENTOS

       ANOS DE PATRIOTISMO

 

 

 

Não se trata de uma simples patriotada como designou a ala ideológica da esquerda, através de seus representantes.

A manifestação de 7 de setembro último demonstra de maneira inequívoca que somos um povo patriota. Prezamos sobretudo e sobre todos  nossa dignidade patriótica — e, a mil vozes,  o demonstramos  contra aqueles que se arvoram defender a democracia, quando, na realidade, o fazem para  suprimir as liberdades dos cidadãos.

A mega demonstração deste 7 de setembro não assume  espécie de grande comício eleitoral pró-Presidente da República, como  designa os menos avisados. Vai muito além — significou a afirmação inconteste de que o povo brasileiro exorta, mais uma vez, seu patriotismo.

Essa monumental aglomeração de pessoas, em todos os recantos do País, não se manifestou  apenas para eleger um candidato à presidência da República. O brasileiro, o povo brasileiro neste memorável 7 de Setembro proclamou de forma inconteste que não somos uma simples algaravia populacional inútil — ao contrário, somos um povo que ama sua liberdade,  que exulta os seus direitos de forma pacífica, mas inconteste, sob os mais lídimos signos  da autêntica Democracia.

Esse oceano de manifestantes, neste memorável dia, anseia a favor dos valores cristãos, implícitos nos desígnios democráticos, encravados  em nossa historiografia, remanescentes em nossas origens, um povo solidário que prima pela ética, a estética sob a égide da sabedoria crística  e a harmonia social.

O que queremos — sob os arroubos do verdadeiro humanismo — é dignificar nossos mais lídimos valores, à conta dos vultos históricos que enriquecem nossa história.

Neste simbólico 7 de Setembro não nos apetecem as futricas políticas nem os ressentimentos dos aventureiros, com valores ínfimos e solerte imaginação — o que nós, o povo brasileiro festeja e faz jus em se manifestar, é a favor de nossa liberdade, afirmar que amamos nosso País — o Brasil Brasileiro.

Vale dizer — o Brasil a cujos auspícios se edificaram os maiores vultos de nossa História,  cujos atos e ações enriqueceram nossa memória, muitos deles à custa do próprio sangue derramado.

Esse o dia memorável em que o povo manifestou seu patriotismo pelos 200 anos de nossa Independência, não por mera ideologia político-partidária, mas, sim, como ritual de glorificação a nossos pósteros, aqueles que lutaram, deram seu sangue e destinaram seu saber e empenho ao ideal maior de independência contra os grilhões do colonizador.

Foram eles os protomártires da Independência José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes,  em Minas, a brava Maria Quitéria, os enforcados e esquartejados no Rio em 1817, Capitães Domingos Jorge Martins Pessoa e José de Barros Lima (o Leão Coroado),  os Padres Pedro de Sousa Tenório e Antônio Pereira Albuquerque,  Antônio Henrique Rabelo, Amaro Coutinho, José Xavier Carvalho, Inácio de Albuquerque Maranhão. Também em memória de Frei Caneca, mártir da insurreição pernambucana de 1817 em Recife, da Madre Joana Angélica de Jesus na Bahia, golpeada por tropas portuguesas ao proteger seu convento, que a Igreja considerou postulante à devoção dos altares. Conquanto já em 1640, Manuel Beckman em São Luís, fora enforcado por sua revolta contra a burguesia portuguesa.  

Não podemos deixar também de lembrar os grandes percussores do movimento abolicionista, José do Patrocínio, assim como as ações revolucionárias nos parlamentos de Joaquim Nabuco e do erudito Rui Barbosa.

É-nos lícito compreender que todos esses movimentos não teriam ocorridos não fossem os esforços e a visão progressista de um grande nome ainda no Império, José Bonifácio de Andrade e Silva. Também não podemos esquecer as ações e o proceder dos nossos imperadores, em prol de nosso País continental, como o fizeram D. Pedro I, que proclamou nossa Independência e seu sucessor D.Pedro II, este tendo governado o País até a Proclamação da República, com impecável dignidade.

Portanto, não reconhecer nas manifestações deste 7 de Setembro ato de legítimo patriotismo, é-nos lícito dizer tratar-se de especulação maldosa, insulto à própria democracia, portanto demérito à Pátria e ao povo que a representa. É inclusive denegrir, com palavras vãs, o sofrimento de nossos mártires que lavaram com sangue a liberdade de nossa Pátria.

 

Parodiando nosso antigo professor do famoso Liceu Maranhense, ao término de suas aulas, dizemos QUOD AD DEMONSTRANDUM — em vernáculo, como queríamos demonstrar.

CDL/Bsb, 8.09.22

 

 

 

 

 

 

 

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