O CÉREBRO ESPIRITUAL
— UMA DÁDIVA SUPERIOR
A ciência e a
tecnologia ambas têm tomado de assalto todos os ramos da atividade humana de
forma avassaladora. Cada vez mais nos tornamos meros escravos do poderio da
ciência, conquanto nos tornemos meros suplementos sustentados pelos
instrumentos mais modernos que a técnica e toda sua parafernália possível nos
afeta.
Nada hoje fica fora das armadilhas que nos causam esses extraordinários fenômenos.
Antigamente pensava-se que o cérebro — esse motor extraordinário que administra a máquina de nosso de nosso corpo — estivesse incólume à ação persuasiva da técnica e da ciência, tendo-o como centro de nossa vontade, órgão independente. Enfim, seria o órgão responsável pelo livre arbítrio, como no-lo criou Deus na sua incomensurável sabedoria.
Pois esse recanto independente e espiritual agora é devassado pela ferocidade do tecnicismo e seu aforismo apologético materialista. A ciência já se tornou regulatória de nosso impoluto cérebro, que perde agora sua capacidade de ação própria, em favor de instrumentos que o regem e delimitam independência como órgão de orientação transcendente.
Nasce um novo ramo da ciência investigativa, instrumental e coercitiva quanto à liberdade dos atos originários e comandados pelo cérebro —a neurociência.
Daí proliferarem os sabichões, defensores e propagandistas da novel ciência, como Steve Pinter, de Havard, António Damásio, português, Oliver Sacks, de Oxford, Daniel Dennet, Christophe Hitchnis, Sam Harris e Richard Dawkins (com seu O Genes Egoísta e tutti quanti — todos materialistas evidentemente.
Para enfrentar essa onda de neurocientistas, eis que surge uma equipe de também cientistas, todos espiritualistas. Mediante pesquisas irrepreensíveis esses cientistas põem abaixo as teorias dos neurocientistas citados.
É a matéria principal do livro O Cérebro Espiritual de autoria de uma dupla de também cientistas e pesquisadores Mário Bearegart, PHD de neurobiologia de Montreal e Denyse O’ Leary, jornalista e blogueira em matéria de fé e questões científicas — o livro lançado em 2022 pelo selo Best-Seller.
Trata-se de uma contradita científica a esses neurologistas materialistas que alardeiam a tese de que o cérebro é uma espécie de máquina que funciona autônoma por força de impulsos físicos próprios, sem qualquer intervenção exterior, pelo que fica afastada qualquer ingerência de eventos espirituais em sua atividade neural.
Os neurocientistas ateus argumentam que não existe mente, apenas uma atividade física do cérebro, portanto a mente seria uma ilusão, como seria também o livre arbítrio — este gerado apenas por perturbações psíquicas.
Neste livro, os autores comprovam, mediante séries de pesquisas que o cérebro é influenciável, sim, por experiências espirituais.
Para tanto, sumarizam três ideias essenciais:
a) A visão da mente humana é rica e sua tradição explica as provas que o materialismo desconhece ou desaprova;
b) Métodos não materialistas beneficiam a mente, bem como propiciam tratamentos mediante fenômenos que os materialistas não sabem como tratar:
c) Experiências espirituais fazem com que as pessoas se contactem com a realidade fora de si mesma — uma realidade que as levam mais perto da verdadeira natureza do universo.
Para que tenhamos a total compreensão do tesouro de informações contidas no livro O Cérebro Espiritual, compilamos a seguir os principais excertos de resultados dos autores:
1) uma pessoa contemplativa pode fazer contato com a realidade externa durante um experiência mística (pag. 10);
2) para os materialistas a mente é uma ilusão criada pelo cérebro, o livre arbítrio não existe, talvez gerado por perturbações psíquicas (pag.13);
3) métodos não materialistas beneficiam a mente e tratamentos, podem acessar a fenômenos não tratáveis pelos materialistas;
4) a experiência espirituais fazem com que as pessoas contactem com uma realidade fora de si mesma — realidade que as levam mais perto da verdadeira natureza do universo (pag.17);
5) Daniel Dennet, filósofo americano, assevera que não existe alma nem espírito associados ao cérebro humano, nem qualquer elemento sobrenatural, nem vida após a morte — consequentemente o mundo não tem sentido (pag.20);
6) milhares de livros e publicações em diversas disciplinas apregoam o materialismo e suas ideias (pag.21);
7) os seres humanos são dotados de natureza espiritual que sobrevive até a morte (pag.21);
8) os materialistas nos impõem essa ideia de que não temos alma, portanto negam a própria personalidade (pag.23);
9) os americanos qualquer que seja a maneira como o fazem, é uma nação que ainda crê em Deus (pag.24);
10) a maioria dos seres humanos jamais acredita em ateísmo e materialismo — a religião existe tanto tempo quanto os humanos (pag.25);
11) as teorias dos pesquisadores no início do século XX tentam minimizar a espiritualidade, desmoralizando-a em relação à realidade (pag.26);
12) para o materialista não existe o altruísmo, pois contraria o instinto de sobrevivência — o chamado genes egoísta de Richard Dawkins (pag.29);
13) os psicólogos evolucionistas procuram os lugares errados para tentarem saber como se comportam os seres humanos (pag.30);
14) em geral, a espiritualidade associa-se à saúde e à felicidade na sociedade atual (pag.33);
15) a vida toda alguns cientistas passaram estudando os chimpanzés na esperança de esclarecer a natureza do ser humano — jamais acharam nada para esclarecer (pag.33);
16) George Meredith, poeta, contemplando um boi satisfeito, imaginou-se “de volta à época em que a mente era lama — pode a mente evoluir da não mente lama sem nenhuma ajuda?” (pag.33);
17) Richard Dawkins discorda que haja diferenças fundamentais entre a mente do humano e a do chimpanzé — até Stephen Jay Gould, falecido paleontólogo de certo modo contradiz devido a existência de impedimento na divisão celular sucedida entre ser humano e um macaco (pag.35);
18) nós somos 98% chimpanzé —mas essa é a diferença, os 2% seria a fé;
19) o funcionamento da mente continua ainda um mistério, um genuíno quebra cabeça, — diz Elaine Morgan: “Alguma coisa deve ter acontecido ao homo sapiens que não aconteceu aos ancestrais dos gorilas e chimpanzés”(pag.39);
20) a máquina chamada “maquina espiritual” criada por Ray Kurzweil nunca deu certo, ou seja, a inteligência artificial proposta pelos artifícios do computado inteligente de Alan Turing também não teve êxito, até hoje (pag.42);
21) o xadrez de computador não ajuda a entender o pensamento humano porque os computadores não seguem planos, não têm metas, ideias, analogias ou metáforas — e nada indica que um dia o farão! (pag.43);
22) o filósofo e cientista, Karl Popper, ateu inveterado, chamou essa linha de pensamento materialismo promissório — com grande influência sobre a dúvida do materialismo, espécie de Nota Promissória do materialismo (pags.48/9);
23) o materialismo científico busca a verdade? Claro que não! (pag.48/9);
24) segundo o matemático teórico William Dembski, a ideologia materialista subverteu as origens biológicas e cosmológicas, corrompendo o conceito real dessas ciências, com que as pesquisas científicas fazem conclusões incorretas e não fundamentadas sobre as origens biológicas e cosmológicas (pag.49);
25) Bertrand Russell, filósofo analítico, desacreditando no livre arbítrio disse, devido as ideias sobre a matéria serem determinadas pelas leis da dinâmica e não poderem ser influenciadas pela vontade — raciocínio esse quase infantil: a dinâmica não tem provas suficientes para anular o livre arbítrio (pag.51);
26) segundo pesquisas, não há ligação entre epilepsia e as experiências religiosas (EMERs), se as houver são mínimas (pag.99);
27) V.S. Ramachandran, neurocientista da Universidade da Califórnia, São Diego, sugeriu ter descoberto em 1997 uma espécie de caminho de Deus no cérebro humano, capaz de apontar o instinto evolucionário par crer na religião! (pag.100);
28) há uma nova disciplina: a genoteologia que estuda a busca pela figura de Deus no ser humano (pag.69);
29) não há prova de que o apóstolo Paulo tenha sido epilético, como sugerem alguns autores (pag.95);
30) também não tinha essa doença Joana d’Arc, Teresa d’Ávila e Teresinha de Lisieux (que morreu tuberculosa) — a ligação da literatura com problemas neurológicos é inconveniente (pag.97);
31) apesar de clinicamente morto, o cérebro pode entrar em contato com algo fora dele, quando em estado místico profundo (pag.59);
32) o programa Religious Experience Research Unit – RERU, no Manchester College em Oxford, em 1969, reuniu fatos oriundos de cerca de 3.000 experiências místicas como resultantes das pesquisas realizadas, The Spiritual Nature of Man;
33) as pesquisas objeto do livro O Cérebro Espiritual foram feitas com as freiras carmelitas, revivendo a unio mystica — união mística com Deus (técnicas contêm as palavras faladas pelos cristãos místicos) (pag.59);
34) a mente, a exemplo da teoria quântica, não é fixa, colapsa através de escolha estabelecendo opções (pag.57);
35) este livro demonstra que não há um genes de Deus, como propõem certos pesquisadores, mas vai além, outras partes do cérebro podem refletir Deus (pag.58);
36) Todd Murphy inventou uma engenhoca portátil destinada a criar espiritualidade instantânea — com que pretendia ligar a teoria evolucionista de Darwin com a doutrina de reencarnação budista (pag.121);
37) por que o chamado jornalismo científico não apoia essas experiências? Os autores do livro argumentam: a tradição jornalística é cética a tudo, menos ao materialismo (pag.123);
38) “você não vê o mundo como ele é, mas como você é” – (pag.129);
39) segundo Jonh Horgan, o cérebro contém 100 bilhões de células, tanto quanto as estrelas da galáxia Via Lacta, cada célula ligada por sinapses a até 100 mil outras. As células mergulhadas em hormônios e neurotransmissores que modulam as transmissões de sinais, os quais se formam e se desenvolvem constantemente, enfraquecendo e se fortalecendo para responderem às nossas experiências (pag.132);
40) antigamente pensava-se que a neurociência dizia que os neurônios do cérebro adulto não mudavam, hoje a ciência moderna reconhece que o cérebro pode reorganizar-se (neoplasticidade) durante a vida, não apenas na infância — Alan Alda em Scientific American Frontier;
41) sobre o problema mente e cérebro: a consciência e outros aspectos da mente que influenciam os eventos neurais podem ocorrer de forma independente do cérebro, em geral devido a aspectos da mecânica quântica — opiniões atribuídas aos neuro físicos John Eccles e Wilder Penfield, assim como a Karl Popper (pag.139);
42) a revolução darwiniana não equipou nosso cérebro para entender a consciência — então a mente, a consciência e o eu não passariam de ilusões! (pag.142);
43) o materialismo simplesmente não pode explicar a mente, a consciência e o eu (pag.146);
44) Karl Popper chega ao cúmulo de sugerir que já não se falam mais de experiências, percepções, pensamentos, crenças, propósitos e metas e cada vez mais sobre cérebro, processos, ou seja, que seja abolida a linguagem mentalista — segundo ele com isto se resolveria o problema da mente em relação ao corpo (pag.151);
45) o glossário de Os Dragões do Eden de Carl Sagan omite palavras como mente, consciência, percepção ou pensamento e insere: sinapse, lobotomia, proteínas e elétrodos — será que essa versão promove maior compreensão? (pag.151);
46) a teoria de Darwin não prevê nem descreve a consciência (pag.153);
47) Dean Radin em Councious Universe: acreditar pode fazer acontecer as clássicas suposições científicas simplesmente, mas não explica como funcionam as interações mente/corpo, o feedback e o efeito placebo;
48) J.N.Beau, médico: o médico que não consegue obter um efeito placebo nos pacientes deve tornar-se um patologista;
49) o misticismo não se confunde com a filosofia, busca do conhecimento oculto, tampouco apenas o poder de comtemplar a eternidade. Não se identifica com qualquer esquisitices religiosas. Trata-se de um processo orgânico envolvendo a perfeita consumação do Amor a Deus e a realização aqui e agora da herança imortal do homem — ou seja, a arte de manter a relação do consciente com o absoluto (pag.222);
50) João da Cruz, o carmelita, no sec.XVI cunhou a expressão noite escura da alma para descrever o senso de abandono que os místicos sentem — o místico funde-se com Deus ou o Absoluto no amor (pag.229);
51) a rigor, o misticismo não envolve ouvir vozes ou ter visões. Não buscam tais manifestações que consideram distração da consciência mística (pag.233);
52) segundo o zoólogo Alister Hardy (1896-1985) — o homem é religioso por natureza (pag.236);
53) segundo as pesquisas, as classes e as pessoas com educação têm mais probabilidade de ter experiências místicas (EMERs – Experiências místicas e religiosas), o que derruba a hipótese de que tais experiências sejam mecanismos psicológicos, para enfrentar a injustiça social (pag.241);
54) o cientificismo tenta explicar as EMERs como nova disciplina da psicologia evolucionista — que essas manifestações resultam de uma evolução não orientada (William James em Varieties of Religion Experience (pag.247);
55) para tanto, a psicologia evolucionista criou a neuro teologia para explicar a base biológica da espiritualidade (pag.248);
56) as religiões na verdade buscam o realismo factual, esse seu exato propósito (pag.252);
57) se a religião, como dizem os biólogos darwinistas, é adaptativa, então os místicos estão certos — o materialismo é falso, pois a maioria dos sistemas não materialistas contêm pelo menos alguns elementos de verdade (pag.253);
58) as EMERs não adaptativas, ligadas à boa saúde física e mental, embora o universo não seja puramente material (pag.254);
59) a verdade da religião está mais relacionadas a seus mistérios ocultos do que o revelado em suas doutrinas — Roger Scruton em The Spectator (pag.268);
60) estudo recente em idosos : a solidão aumenta muito a pressão arterial — segundo Richard Susman, diretor do Programa de Pesquisa Comportamental e Social do Instituto de Envelhecimento (pag.277);
61) os médicos, Larson, Dales Matheus e Constance Barry fizeram um estudo detalhado sobre os efeitos da religião na saúde e o resultado — 77% efeito clínico positivo dentre os 158 casos estudados! (pag.279);
62) as EMERs nos advertem: não somos animais competitivos uns com os outros pela sobrevivência, mas entes, seres espirituais ligados à fonte de nossa natureza espiritual! (pag.289);
63) o resultados dos estudos demonstram que há um modelo que nos fornece uma ligação entre experiências místicas e a função observável do cérebro! (pag.305);
64) “Deus só vem àqueles que o convidam; e não pode recusar-se em servir aos que lhe imploram por muito tempo, com frequência e ardor” — Simone Weil, filósofa mística (pag.307);
65) as freiras submetidas à pesquisa dos autores, 15, passaram cerca de 210 mil horas em prece — com que demonstraram ter consciência mística (pag.307;
66) a atividade cerebral durante uma consciência mística localiza-se no lobo temporal;
67) “Os que buscam a verdade, buscam a Deus, quer compreendam ou não” — Edith Stein (1891-1941) pag.331.
68) foi Deus quem criou o cérebro ou o cérebro que criou Deus? Eis o que disse Einstein: “A mais bela emoção, que podemos sentir é a mística. É o poder de toda arte e crença verdadeira. Aquele a quem é estranha essa emoção, é um estranho, sem capacidade de maravilhar-se nem poder erguer-se em êxtase” – Como Vejo o Mundo – (pag.387);
69) há uma tendência na evolução humana para a espiritualização da consciência. É importante surgir um tipo planetário de consciência, essencial para que a humanidade solucione as crises globais que enfrentamos, e criar sabiamente um futuro que beneficie os seres humanos e todas as formas de vida na Terra.
Eis porque consideramos este livro fundamental, pelo menos nos presta um grande serviço — o de acreditarmos mais em nossa capacidade intuitiva, de origem divina, do que na falácia dessas noveis armadilhas criadas pelos materialistas de plantão.
CDL/bsb 21.02.23
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