quarta-feira, 8 de abril de 2015

               CIÊNCIA E TÉCNICA : NOVAS RELIGIÕES?

 
 
 
 
Dentre os livros que Mario Ferreira dos Santos, filósofo e erudito professor paulista escreveu um deles tem o  expressivo  título “Cristianismo a Religião do Homem”. Pois bem, um contingente atual de cientistas, físicos, astrônomos, biólogos, naturalistas, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, pretendem criar, se já não criaram, uma nova religião, aliás, novas religiões. E o que é  pior, esses indomáveis defensores de um suposto livre pensamento se arvoram “donos da verdade” de forma tão virulenta que acabam  por assumir as mesmas ideias fundamentalistas que tanto dizem combater.

Em outras palavras, esses representantes magnos do cientificismo não medem palavras e esforços, para fazerem valer suas ideias, muitas delas até idiossincráticas, como o fez no século XIX Auguste Comte, ao designar o positivismo como a “Religião da Humanidade” e Clotilde de Vaux, escritora recém adepta a seu ideário, por quem inclusive se apaixonara,  Vestal da Humanidade”. E foi mais além, preconizou a construção de templos como os religiosos, os quais, por incrível que pareça, foram realmente construídos em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, em Porto Alegre e São Paulo, com adeptos até hoje. Personagens ilustres participaram desse culto,  como Manuel Teixeira Mendes, Deodoro da Fonseca, Julio de Castilhos, Tobias Barreto, Clovis Bevilacqua e outros.

Ora, com fulcro ainda no iluminismo, o chamado cientificismo surge no século XIX, uma espécie postura que floresce no âmbito das ciências positivas e, dado seu aceite, logo alastra-se passando a influir como método nos estudos conduzidos pelas ciências sociais. Passa então, de simples método, para se erigir uma filosofia — o positivismo – com o objetivo de substituir as explicações filosóficas e teleológicas para explicar a realidade.

Auguste Comte na contramão do bom senso e da concretude filosófica, consagrou-a como religião, a Religião da Humanidade.

Claro que o positivismo compteano esclerosou-se, por si próprio, mas não há negar sua influência e o pragmatismo de suas ideias prevalecem até hoje. Supostos eruditos, cientistas e representantes midiáticos se arvoram a defender ideias e conceitos impregnados de cientificismo, muitos deles transformando tal ideário em tábuas da lei, com axiomas que mais parecem anátemas, sujeitando quem neles não acreditam em réprobos, verdadeiros marginais por não comungarem  dos quase sacrossantos preceitos cientificistas do conciliábulo da Razão Pura.

Então é de ver-se, em livros, revistas, entrevistas e programas ideias estapafúrdias de supostos defensores desse cientificismo a correrem o mundo, através de seus acólitos, como Richard Dawkins, Daniel Dennett, Neil deGrsse Tyson, Stephen Hawking, Luc Ferry, Comte-Sponville, Michel Onfray e Sam Harris, só para enumerar os mais furibundos desses redivivos sofistas da atualidade. Dentre eles, destacam-se, pela rebeldia de suas posturas, consubstanciando  verdadeiro estado de irresponsabilidade e contrassenso,  Onfray e Sam Harris – o primeiro francês, que se diz filósofo, assim como seu contraparte inglês, Harris. Onfray é autor de uma bestiologia chamada Manual do Ateismo e o outro declarou, alto e bom som essa licenciosidade absolutamente sem lógica: “Não acreditar em Deus é atalho para a felicidade.

E ainda tem gente que se admira de nosso mundo se achar em ebulição, com terrorismo em todos os sentidos, inclusive estes ideológicos, quem sabe os grandes motores do esvaziamento espiritual predominante na atualidade.

 CDL/BSB, 8.04.15

 

 

 

 

quarta-feira, 25 de março de 2015





          PÁTRIA  EDUCADADORA?

 
 
 
 

 

O lema apregoado pela Presidente, em seu segundo mandato, tem sido a “PÁTRIA EDUCADORA”. O que  fica absolutamente claro é a falta de coerência da nossa governante – ou governanta, para rimar com presidenta – quanto às evidências comprobatórias dessa afirmação.

Senão vejamos, para sermos mais didáticos, uma vez que ainda há inteligência nessa parte do planeta. Artigo recente, o jornal O Globo noticia fatos concretos de corte no orçamento do Ministério da Educação, segundo o matutino – que por sinal não faz oposição ao governo por motivos óbvios, não revelados – da ordem de R$5,6 bilhões para uma verba orçamentária destinada ao órgão em 2015 de R$37,8, ou seja, uma poda no seu contingente financeiro

de 15%.

As consequências do que o governo denomina de “contingenciamento”, naturalmente decorrente dos ajustes fiscais impostos pela Fazenda, são calamitosos. Eis – segundo o noticiário:

- na UNB, paralização das obras do campus de Planaltina, em construção;

- na UFRRJ (universidade rural) faltam recursos para o bom funcionamento do campus universitário;

-  a Ufal, em Maceió, Universidade Federal de Alagoas, sofrerá corte drástico de 1/3 de seu orçamento;

-  Targino de Araújo Filho, Presidente da ANFITES,  órgão que coordena as instituições federais de ensino, cobra “coerência do discurso das autoridades em que a educação brasileira é posta como prioridade.”

E o contingenciamento continua a fazer estragos. O MEC deixa de pagar 10% da verba deste ano, destinada ao Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD). E tem mais: o mesmo MEC cortou 64,6%, cerca de 7.109 bolsas, das 11.000 previstas para o presente ano do Programa “Jovens Talentos Para Ciência”, programa este que se destina a estudantes de graduação, visando a incentivar a iniciação científica.

Que “pátria educadora” é esta tão apregoada pelo Governo que, ao invés de valorizar e fomentar a educação, corta as verbas destinadas as atividades ligadas à educação? Pátria educadora ou deseducadora? Então tudo não passa de um blefe, para enganar os incautos? Cortam-se verbas à educação, mas aumentam-se vergonhosamente os numerários dos parlamentares?

Enquanto isso, os burocratas da corrupção assaltam as finanças das estatais, através de uma rede gigantesca de roubalheira, denegrindo não só a entidade atacada, mas a própria Pátria, a dignidade da Pátria, a imagem da Pátria. E ainda vêm com o descaramento de arrotar que somos uma Pátria Educadora. Ou Pátria Vilipendiada?

E lembrar que no século XIX, Machado de Assis, nosso maior expoente literário, preconizava, para gáudio  da literatura e engrandecimento de seus escritores, a criação, entre nós, da República das Letras”.
CDL/BSB, 25.03.15

quinta-feira, 5 de março de 2015


 

 
 
 
 
 
QUEM  É?

                          Murilo Moreira Veras

                               -  Homenagem ao Dia Internacional da Mulher -

Quem  é esse ser,

ser do  ente e ente do ser  

que nos anima tanto a vida?

Não será um porto

onde todos aportam com seus navios

                        de aventuras.

Tampouco um abrigo com seu conforto

                         tão masculino.

Um caminho também não é:

tem o desconforto dos desvios.

Será o céu que nos conforta?

Mas ele parece tão infinito.

Sei que não é o laço,

o laço sempre nos prende,

enquanto amor indócil e enganador.

Talvez um muro, o oceano, o trabalho,

o ano corrente, um caudaloso rio,

o jornal da manhã, um longo dia

– mas são como ritos de passagem

nos observando curiosamente.

Quem é, pois, este ser

que nos vigia e nos faz sonhar?

Dir-vos-ei:

É um ser diferente que vive e fala como a flor,

se eleva à altura das estrelas,

trêmula de voz,

tem o olhar febril das aves voadeiras,

seu caminhar o de um ser viandante.

Flor, estrela, luz, saudade de esperança,

esperança de saudade,

perfil de pérola em letra esmeraldina,

paixão que nos ama e inflama:

avó, mãe, esposa, filha, irmã, sogra, namorada

– esse maravilhoso, surpreendente ser  vivente

Chama-se MULHER.

 

segunda-feira, 2 de março de 2015


ÁTILA, UMA FRANCESINHA INGÊNUA
               E   UM  LOBO  MAU  TERRORISTA

 


Estarreceu-nos recente documentário da Globo News, em que divulga de forma jornalística como ocorrem os recrutamentos na França de jovens para fazerem parte do jihard na Síria, o famigerado Estado Islâmico – na realidade o mais violento e aterrorizante  braço do islamismo de Osama Beladen.

As ações de virulência desse inominável terrorista prosseguem, infelizmente, rendendo frutos, fazendo proselitismo – como esse que está assustando o mundo  com seus atos de absoluta maldade, espalhando o ódio e o terror entre pessoas, comunidades e nações, espécie de Átila redivivo, aquele personagem terrível da história que tentou destruir a civilização ocidental, representada pelo Império Romano. Pelos malefícios que acarretou, foi considerado o Flagelo de Deus, perseguindo os cristãos e a Igreja Católica.


Pois esse inominável Estado Islâmico, com seus horripilantes mascarados degolando prisioneiros e transmitindo tais cenas pela TV, a praticarem toda sorte de barbaridades – inclusive esses monstros destroçando a bordoadas antigas obras em museus do Iraque e Síria, acervo que constitui o berço da civilização ocidental, a mítica e fabulosa Mesopotâmia.
 
Por tudo isso, a essa pessoas desumanas só cabem uma designação: Flagelo do Diabo. Sim, porque tais carniceiros não têm nada a ver com Deus, que é justiça, amor e esperança, mas com o Demônio, que forja o mal e só dissemina desgraça pelo mundo afora.

O citado documentário, apresentado pela Globo News é de apavorar qualquer criatura que ainda cultive a razão e se atenha às leis morais, com resquícios de justiça e comiseração em sua alma.  

Segundo o documentário, uma jornalista se disfarça para obter dados de como o recrutamento de jovens principalmente na França, rapazes e moças, que optam por lutar nesse “exército maldito”, muito pior do que a vetusta “Legião Estrangeira”. No caso, a jornalista se faz passar por uma candidata a entrar nas fileiras da tal Isa, como esposa de um terrorista. E esclareça-se, sem conhecer o dito cujo, pois tudo é monitorado por “recrutadores”, que têm a função de fazer todos os contatos, ditando os procedimentos que o candidato ou candidata deve seguir, para não serem presos. Nossa jornalista/cobaia obedece rigorosamente às ordens do recrutador, que diz fazer parte de uma irmandade. Quando ela já está na Síria, a última etapa para alcançar os terroristas, certifica-se que, no mesmo hotel em que se hospeda, há uma candidata na mesma situação sua, à espera do contato final. Entra em contato com essa pessoa e, estarrecida, descobre que se trata de uma jovem francesa – e pasmem – de apenas 15 anos, que foi cooptada pelos jihardistas e vai se casar com um dos integrantes da trupe. O absurdo é que ela, segundo esclarece a jornalista, não sabia quem ele era, se solteiro,  quantas pessoas já tinha morto, enfim quem era essa pessoa. A jornalista conversa com a jovem e tenta até dissuadí-la dessa intenção, mas não adianta porque ela está completamente fanatizada pela tresloucada aventura.

O documentário termina com a jornalista encerrando sua participação, até mesmo por questão de segurança pessoal. E fica a interrogação no ar: o que está acontecendo com os atuais jovens do mundo?

Como se explica que uma mocinha francesa  de apenas 15 anos se lance numa aventura escabrosa como essa? O que move um jovem a se tornar terrorista, sair de sua terra natal para converter-se ao islamismo ultra-fundamentalista, a ponto de se tornar até um assassino de pessoas inocentes?

Essas são as perguntas que não nos cansamos de fazer nesse estranho e desconexo limiar de 2015 – haja vista o que sucede em nossa Pátria: um mar de lama (no caso de petróleo), tingindo de vergonha o pavilhão nacional.

Será que estamos sofrendo da síndrome do Estado Islâmico e forças ocultas  – mas nem tão ocultas assim – se apressam por nos enfiar goela abaixo uma ideologia espúria, como aconteceu com a infeliz jovem francesa que, à semelhança de Chapeuzinho Vermelho, se deixou enganar  pelo  velho e surradíssimo feitiço do Lobo Mau e nós, brasileiros inocentes úteis, queremos aceitar essa barbárie social?

domingo, 8 de fevereiro de 2015

UMA APRESENTAÇÃO










NOVOS TEMPOS, nova vida. Início de ano, renovar é preciso. É o que fazemos: estamos renovando. Depois de QUINZE ANOS de edição na Internet do site CAMINHO DA SLETRAS, por motivos supervenientes, decidimos trocá-lo por BLOG, de constituição mais ágil e que dispensa grandes técnicas para sua feitura e elaboração.
 
Nosso objetivo permanece o mesmo: divulgar as letras, ilustrar o cotidiano, refletir sobre as coisas, os fatos, os entes humanos e o mundo. A par disso, nosso campo de ação também envolve outras variantes, nesse nosso olhar reflexivo: comentamos filmes e privilegiamos a boa música, de preferência a clássica, devida sua transcendente pureza.
 
Também cogitamos privilegiar nossos internautas que nos queiram prestigiar com suas verves literárias, nos enviando textos, desde que se contenham dentro de nossas opções de trabalho e filosofia de vida, sempre orientadas - opções e filosofia de vida -  para o que é ético, não ofensivo à moral, ao bom-senso e sobretudo o colaborador se contenha  na  medida  da educação, pois de há muito nos apartamos das cavernas e deixamos de ser botocudos, embora o espécime ainda exista. 
 
Oxalá tenhamos o mesmo êxito que o site CAMINHO DAS LETRAS obteve nos seus quinze anos de existência.
 
Sejam bem vindos, pois, à nossa nova  oficina de trabalho.
 
BCDL/Bsb, 8.02.15