quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019





COMO  SOFISMAR O INSOFISMÁVEL



A revista VEJA do grupo Civita, desde quando mudou de direção ideológica — segundo afirma o jornalista e filósofo Olavo de Carvalho — vem fazendo oposição sistemática, para não dizer venenosa, à renovação ocorrente no Brasil realizada pelo Governo Bolsonaro. Visceralmente sob a regência da esquerda internacional, a revista que seria cópia da americana LOOK, hoje se transformou numa espécie de barricada na suposta defesa dos direitos humanos, da civilização progressista, da liberdade de expressão (abusiva) e outras pautas que o  marxismo disfarçado encarna ser proprietário absoluto.
Em todas suas edições, a equipe de comentaristas e repórteres se desvelam em atacar, embora subliminarmente, a figura do Presidente Bolsonaro e via de regra tudo que se refere aos fundamentos da filosofia conservadora, liberalismo econômico, economia de mercado, preceitos religiosos, humanismo autêntico, cidadania e outros pleitos que caracterizam a Democracia, sem o viés do igualitarismo ideológico. É uma espécie de paranoia midiática, certamente devido ao fato de o conglomerado Veja, assim como a Rede Globo, se encontrarem sob a mira das rígidas medidas de recuperação do País, mediante devassa corretiva na administração pública, inclusive no sistema de distribuição de verbas publicitárias. A Veja e a Rede Globo vão, assim, perder a achega monetária.
Nesta sua última edição de 6.02.19, salta aos olhos e ao raciocínio lógico, a vilania de que se reveste qualquer assunto abordado pela revista. No item Cultura Livro, ao resenhar o livro do escritor inglês, Michael Oakeshott, A Política da Fé e a Política do Ceticismo, o comentarista Eduardo Wolf aproveita sua verve para extravasar insinuações malévolas, certamente desviando as reflexões do autor, apresentado como conservador.
O sr. Wolf sobre o livro do escritor inglês, que escreveu essa obra em 1950, espelhando uma situação diferente da atual, extrapola a visão do autor, quando enquadra o Governo Bolsonaro como exemplo de Política da Fé, inclusive identificando o ministro da educação, Ricardo Velez Rodrigues,  como atuante de uma “cruzada moral”, em favor da fé, quando declarou que sua preocupação era resgatar “... os valores tradicionais da sociedade (...), da família e da religião que ele, “moralista”, considerava dever do educador.
Ora, então o correto dever do educador seria disseminar ideologias esquerdistas, como fazem os professores regidos pelo PT? Incluir “ideologia do gênero” nos currículos escolares”? Professores, supostamente democratas, desmoralizarem alunos cristãos em sala de aula e boicotarem seus trabalhos, como ocorreu com certa aluna no seu regime de pós-graduação, que teve de processar sua própria coordenadora por perdas e danos?
Mas a maior sandice de que se valeu o comentarista é que ele confunde com Ceticismo, que acredito não o tenha feito o autor do livro em sã consciência. A rigor, não tem nada a ver com política, é matéria da Teologia, portanto, Religião, enquanto o Ceticismo está no âmbito da Filosofia, Doutrinas Filosóficas. A nosso ver, fé como política é um sofisma ideológico, o ceticismo, que também não deve permear a verdadeira política — pelo menos  a aristotélica  — é uma espécie de ideologia que provem das escolas sofistas gregas antissocráticas e foram, por assim dizer,  o germe do ateísmo atual, a partir do Renascimento e dos enciclopedistas franceses (Diderot, Montesquieu, Helvetius, Rousseau etc).
Por outro lado, acredito que o autor do livro também não haja cometido tal engano, o sr. Wolf sobre o chamado “estilo cético” de governo, cita dentre os supostos “céticos”, Blaise Pascal, coisa que não foi, pois apologista cristão.
E para ilustrar a suposta erudição política do autor, o comentarista faz brilhante defesa da “recente experiência brasileira”, o governo petista, que teria sido capaz de promover o “... grande plano de nossa salvação pela fé progressista.” Enquanto no “...outro extremo ideológico, o governo Bolsonaro adota a mesma linguagem — e atitude — da política da fé.
Ora, tenha santa paciência, não confundamos alhos com bugalhos e sejamos claros para não cair nessa armadilha esquerdista, a deste sicário da Veja. Governar uma nação é gerir todas as suas demandas, atender às necessidades da Nação, com regras definidas, sob a égide do Direito e da Legislação Vigente, a Carta Magna, tendo por objetivo único o bem comum — governo laico ao estilo cético ou moralista não foge à regra. Se não está “... a serviço da perfeição da humanidade”, como satiriza o resenhista, é obrigação, ponto de honra de um governante sério e patriota, fazer o possível para engrandecer sua Pátria e não extorqui-la como fez, durante catorze anos, a caterva amoral do PT.
CDL/BSB, 7.02.19










segunda-feira, 21 de janeiro de 2019




A  PEDAGOGIA  DO  URUBU



A mídia brasileira — leia-se a rede Globo, Globo News e outros canais, a escrita inclusive e aí está em primeiro lugar a revista Veja — parece atacada de fobia diante do novo Governo. O pavor é tão grande diante das primeiras medidas de assepsia de Bolsonaro que, todo o terreiro esquerdista, em estado de paranoia, atira para todo lado, faz qualquer coisa, usa toda sorte de estratagema. Tanto até seus asseclas caírem no ridículo, como tem acontecido com as entrevistas da comentarista preferida da Globo, Miriam Leitão.
Há alguns dias, no programa da Globo News, Em Pauta, dirigido por Sérgio Aguiar, aconteceu uma situação ridícula, quando a tal pauta era sobre Paulo Freire, apresentado como educador e personalidade de referência mundial. Todos os comentaristas puseram o homem nas nuvens, até que o representante na Argentina, Ariel Palácio saiu-se com essa pérola: Paulo Freire inovou a alfabetização, onde os nordestinos deviam trocar, no  conhecido abecedário, a fórmula, para arcaica, Eva viu a Uva por Vovô viu o Urubu. Explicação da supostamente sumidade em educação: a fórmula antiga era opressora, inibia a inteligência do alfabetizando inoculando-lhe ideias burguesas, pois ele, o caboclo lá das quebras da Paraíba e de Serra Talhada, ia lá saber o que era UVA, sabia, sim, o que era URUBU, que ele via todos os dias. Esse raciocínio mambembe foi compartilhado por todos os demais comentaristas — a Cantanhede dizendo tratar-se de um grande erudito;  Chacra informando que se tratava de educador reconhecido internacionalmente, inclusive nos Estados Unidos; os demais acompanhando o converser tapiativo, como diria Jorge Amado.
Como são ingênuos, medíocres esses comentaristas da Globo! É de estarrecer a falta de acuidade, para não dizer raciocínio mesmo. Será que não sabem que Paulo Freire na verdade era um comunista fanático, que a fórmula  de aprendizagem Vovô viu o Urubu não é para alfabetizar ninguém, mas, sim,  submeter os incipientes a se iniciarem no marxismo, enfim, uma grande lavagem cerebral? Será que esses jornalistas — a maioria formados na UNB ou na USP — não percebem a malandragem do Paulo Freire, ao trocar a fórmula clássica Eva ver a Uva, pela gramisciana Vovô viu a Uva? Pois consultem os alfarrábios, manuais clássicos de economia e filosofia! É uma medida de transformação da sociedade, senhores da Globo, deixem de bobagem. Senão vejamos. A fórmula Eva viu a Uva é conservadora, clássica, tem dois sinais vitais para o alfabetizando: Eva e Uva. Eva significa a primeira mulher, está na Bíblia, companheira que o Criador deu ao primeiro homem, Adão, portanto o alfabetizando se instrui logo sobre os fundamentos da religião; Uva, quer dizer produto natural metacivilizatório, porque dá origem ao vinho, que quer dizer humanidade, além de simbolizar euforia, vida, amor, cristianismo, o pão e o vinho evangelizador.
A fórmula imposta pelo suposto educador não passa de um estratagema para o alfabetizando aderir ao pragmatismo medíocre, a ser passivo, inocente útil, massa de manobra, liberta-se da opressão burguesa para ser escravo do estatismo. Trata-se, portanto, de uma pedagogia que preconiza a miséria, em vez do progresso, da dignidade pessoal, nivela a pessoa por baixo, o tal falacioso igualitarismo, a ingenuidade de que todo mundo é igual — e que essa igualdade é a fórmula salvadora da humanidade. Vovô seria o arcaísmo, a ideologia do marxismo ultrapassado.  E o que representa a figura do URUBU? Carniça, impureza, é a ave mais agourenta do mundo, vive no monturo, cada vez menos aparece nas cidades. Que diferença para a UVA, sua rica simbologia! Veem agora a diferença?
Querem saber o resultado da aplicação da fórmula freiriana na educação brasileira? Um desastre, o sistema de nosso ensino um dos mais ineficientes do mundo, haja vista os dados da Organização  para Cooperação do Desenvolvimento Humano (OCDE) da ONU, que informa em 2015, dentre os 189 países pesquisados, o Brasil ocupa o 79ª posição, ficando atrás, na América do Sul, da Venezuela, do Chile e da Argentina, à frente somente do Paraguai. E tem outro detalhe de certo modo fundamental, no mesmo ano nosso PIB caiu 3,8%, o que significa que a nação ficou mais miserável, consequentemente o povo, quer dizer, o tal igualitarismo leva cada vez mais à decadência econômica — é o efeito urubu em cujas asas purulentas o esquerdismo brasileiro, fanático e irresponsável, colocou o País.
Paulo Freire — que hoje em dia ninguém houve mais falar, principalmente no exterior, não passou de um braço marginal do marxismo gramisciano. Sua tão badalada PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, seria por assim dizer PEDAGOGIA DO URUBU, sua adoção só levaria as pessoas a viverem como os urubus. Não será este, afinal, o ideal do falacioso igualitarismo universal?
                                                                      Bsb, 21.01.19


terça-feira, 1 de janeiro de 2019




FELIZ  ANO  NOVO 
- O ANO DA VIRADA!

                    

                  MEU  CAMINHO


                                                  Murilo Moreira Veras


Transponho a linha do Tempo
— o coração aos pulos?
Os braços buscam espaço
na quadratura do Mundo.
A vida em festa
— a vida com ou sem festa
os olhos numa profusão de Sonhos.
Viver é sonhar
como sonhar é viver
                   sempre —
Ou é o (com) viver sem trégua
                 para o Amanhã?
O Caminho é o caminho dos Homens.
Os Homens — um caminhar no limite
                 do Horizonte.
As mãos, minhas mãos, nossas mãos
esvoaçam asas ansiosas,
                  repletas de Esperança
como a realeza dos pássaros.
Não são os pássaros que decantam a natureza
                   em cânticos
                   polifônicos?
Nós, humanos, é que desfiguramos
                   a lírica do cenário,
não compreendemos a pureza dos lírios
                   do campo.
Fôssemos pássaros humanos, alimentássemos
                   nós alvíssaras de Amor ao Belo
nossa vida seria uma belíssima Aventura.
Viandantes do Destino audaciosas trilhas
nossas pegadas percorreriam.
Destino é a força da obstinação
que ela nos alimente, nos fortaleça a alma.
A cada dia, um sorriso,
                    cálida lembrança
                     renascendo
o amor a deslumbrar o rosto
enquanto em passos o perfil do Destino
                      vai roteirizando.
— Luz, luz, aos meus poros urge,
cânticos novos e antigos ouso ávido
— são como écoglas ao perfil do Advento.
                       Viverei?

                                        Bsb, O1.01.1919

              

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018









LUZ  DO  MUNDO
                     

                                                 

                                     Murilo Moreira Veras

É tempo de Natal.
Os dias correm, velozes
como o tempo
— esse ardil feito de esperança
cujos sonhos nos alimentam a alma.
É o ápice da convivência humana.

É tempo de Natal,
o olhar deslizando sobre a janela
do destino
— lá fora, numa simples manjedoura como berço,
nasce a Salvação do Mundo:
— Deus Menino no Menino Deus,
a transcendência que se faz imanente
para envolver a todos no cálice da
Aventura Crística
que transformou nossas pegadas
num caminho em busca do Infinito.

É tempo de Natal

hora de modificar a servidão dos Homens
no auspicioso convívio da Bem-aventurança.

Quo Vadis, Domine?
  Vou ao encontro da Luz,
a mais iluminante Luz
que existe e existirá para nosso Mundo
— chama-se Jesus.
                                                 Bsb,  Natal, 2018

sábado, 24 de novembro de 2018




         BRASIL :  TERRA PAPAGALLI
     OU  TERRA DE SANTA CRUZ?





Nosso País tem sido objeto de crítica ao longo de sua história. Sem falar naquela frase atribuída ao General De Gaule, de que o Brasil não era um País sério. Pois bem, dois escritores nativos lançaram há algum tempo o livro “Terra Papagalli. Os autores José Roberto Toredo e Marcus Aurelius Pimenta ridicularizam o Brasil, com base na crônica histórica de Pero Vaz de Caminha. A crítica de muito mau gosto, por sinal, arrasa com o povo, chegando a anatemati zar dez mandamentos para os viventes da Terra dos Papagaios.
Segundo tais mandamentos o brasileiro é por demais crédulo, fácil de ser convencido, vendilhão e entreguista por natureza, como funcionário público é preguiçoso, sem caráter, recebe propina, de tal ordem que é pessoa inconfiável, não solidária e egoísta, conformando-se com receber títulos, comendas e toda espécie de benesse. O último desses mandamentos reza que “naquela terra de fomes tantas e lei tão pouca, quem não come é comido.”  Certamente alusão à antropofagia de certas tribos indígenas.
Tirante os exageros, cinco séculos depois e após os treze anos de governança do PT, o País parece que espelha com certa fidelidade esse cenário perverso — terra habitada por papagaios!
Felizmente, para gáudio de todos nós que ainda confiamos no Brasil porque é nossa Pátria, eis que surge uma luz no fim do túnel da história — a recente eleição de um representante da ala conservadora, que, para desplante do esquerdismo que arrasou o País, teve a coragem de na sua campanha ter como lema “a Pátria acima de tudo e Deus acima de todos”.
E, pasmem todos nós, o efeito Bolsonaro já se faz transparecer nessa sofrida Terra Papagalli. É a esperança que urge renascer depois do País ter sido massacrado pela corrupção, a maioria de seu povo manipulado pela esquerda ideológica do PT, pessoas até de bem e toda a mídia — sobretudo nossa educação — não há negar, toda essas instâncias  inquinadas de sofismas marxistas, falsas promessas e todo esse engodo de que foi vítima o povo brasileiro. O resultado foi catastrófico: desperdício de nossa cultura, intelectuais e artistas,  quase a totalidade, envenenados pela mística populista, satanizada pela dialética  gramisciana, cujo objetivo é exterminar toda a civilização judaico-cristã, mediante  desconstrutivismo fraudulento, para não dizer criminoso.
Para piorar tal cenário, nossa estrutura educativa, desde os anos 40 e 50, tem sido influenciada pela ideologia marxista, às vezes camuflada de neo-liberalismo, graças à interveniência de Paulo Freire e seu método mágico Pedagogia do Oprimido. Hoje está completamente alijado de qualquer sistema educacional, até pelos seus colaboradores que o apelidaram de saco-de-vento. Em vez de pedagogia do oprimido, seria mais opressão ao oprimido, pois impõe ao suposto oprimido regras e conceitos impostos pelo próprio Estado regulador. Ora, segundo artigo de David Gueiros no site “Mídia Sem Máscara”, trata-se na realidade de plágio do americano Frank Laubach. Imaginem quem eram os personagens mais elogiados pelo nosso Freire — Fidel Castro, Che Guevara, Mao-Tse-Tung. Resta dizer que esse senhor Paulo Freire foi elevado a Patrono da Educação Brasileira. Não precisa dizer mais.
Pelo sim, pelo não, o certo é que o efeito Bolsonaro está revolucionado o País e com ele esperamos que jamais o Brasil se torne Terra de Papagalli, mas Terra de Santa Cruz, o Brasil dos Brasileiros.
CDL/BSB, 24,11,18





domingo, 14 de outubro de 2018



CONTRADITA   À  DESFAÇATEZ  POLÍTICA










Nestes conturbados dias que antecedem às eleições presidenciais definitivas, a disputa entre os dois candidatos é tão acirrada que mais parece um ringue — ataques e defesas se confrontam, à solta, sobretudo quanto à língua solerte da esquerda festiva, que teme a perda do poder.
Neste clima, vem-nos à baila o fato da ocorrência, entre os cultores da inteligência, as chamadas “imposturas intelectuais”. Se eles, os embustes grassam desenvoltos nos meios artísticos, culturais e científicos, até de maneira lesiva, da mesma forma, em política, prevaricam os fomentadores do ódio e do nefelibatismo mental. Desse modo e arte, as campanhas viralizam cenas e imagens torpes, profanando as “redes sociais”, que utilizam livremente os espaços dessa espécie de maga da comunicação moderna, onde todo mundo tem vaga e vez para dizer o quiser, difamar os seus desafetos, acobertados pela impunidade.
Quer dizer que regredimos à barbárie, quando não se respeita mais o direito do outro? Democracia, livre arbítrio e liberdade de expressão significa denegrir o adversário numa disputa eletiva? Como ficam os preceitos da boa convivência, a educação, a ética contida nos estatutos da sociabilidade — no lixo?
Vê-se que as “imposturas intelectuais” denunciadas por Alan Sokal e Jean Bricmont, a destemida dupla do livro com o mesmo título, que tanto furor causou nos meios acadêmicos franceses e americanos, nos idos de 1999, desmascarando mitos eruditos como Lacan, Deleuse, Kristeva, et allia, continuam mais vigorantes do que nunca. Alguns dos “doutores” de nossos meios cults, escritores, professores, filósofos, historiadores, e que tais, apadrinhados com meia dúzia de artistas, cantores e representantes midiáticos, indolentes beneficiários da Lei Rouanet, fazem coro, criam fake news, subvertem os fatos. Formam eles — intelectuais e artistas — uma trupe de trapaceiros a forjarem peçonhas, notícias falsas e até atitudes vergonhosas. Haja vista a difusão nas redes sociais de uma enxurrada de truques, difamações, praticadas e fomentadas por elementos da esquerda contra o candidato da direita.
Campanha política ou troca de insultos pessoais, que chegam ao nível de baixaria, não condizente com a dignidade humana. Não são mais “imposturas”, mas falta de caráter mesmo, isto de que o “esquerdismo brasileiro” vem fazendo uso e — pasmem — seus asseclas, apoiados pela mídia, que, assim, aumenta suas audiências e engorda os ganhos milionários. Tudo correndo à custa de espectadores nefelibatas, que se tornam inocentes úteis, zumbis, manipulados pelas TVs, programas, anúncios e informações deformadas, à guisa de comunicação.
 “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes!” — perdeu-se a dignidade, a hombridade, o respeito. É o vale tudo, a algaravia dos costumes. Até os símbolos religiosos são desrespeitados. Voltaire, ó Voltaire, estavas certo com tuas invectivas moralistas: “Mente, mente, e alguma coisa ficará...”
O País  surtou — não a Pátria de D. Pedro II, de Visconde de Mauá, de Manuel Beckman, de João Francisco Lisboa, de Sotero dos Reis e tantos outros pósteros. Rui Barbosa estremece em seu túmulo, de ver no seu torrão pátrio proliferar tanta desonestidade, justificando suas proféticas palavras: “...De tanto ver triunfar as nulidades, o cidadão comum sente vergonha de ser honesto.
Imaginem o absurdo: um padre católico viraliza nas redes sociais sua imagem fazendo gesto de quem esfaqueia o inimigo, a gritar raivoso — “... é o que ele merece!”
“Em que sol, em que estrela tu t’esconde, Senhor Deus?”  Rasga-se o Evangelho em plena luz do dia, à sombra de Jesus Crucificado. E a bestialidade continua, quando, noutro momento, é-nos mostrado o candidato do PT e sua vice recebendo a comunhão, enquanto noutra postação essa mesma vice braveja alto e bom som, que é anticristã e que, vencendo as eleições, promoverá a retirada dos símbolos sagrados de todos os órgãos federais, assim como acabar com os feriados religiosos, por inúteis. Não foi muito diferente do que disse certa professora de filosofia, em palestra, gritando aos berros: “Eu odeio a classe média!”
Eis o clima que temos suportar, espécie  de antífona sacrílega, antes das eleições definitivas.
Praza aos céus que os bons fluidos nos rodeiem, que o Amor e a Esperança não sucumbam ao Mal, que nos rodeia. E que, ao cumprir o dever cívico, sejamos serenos e justos, para que não nos tornemos em vez de patriotas, traidores da Pátria.
CDL/Bsb, 14.10.18
                                                                   
  

quinta-feira, 30 de agosto de 2018








    MÍDIA ATUAL BRASILEIRA —
    UM  DESSERVIÇO  À   NAÇÃO






Iniciam-se as prévias das entrevistas dos candidatos às eleições de 2018. São as apresentações dos presidenciáveis na mídia — notadamente nos canais de TV.
Têm sido um verdadeiro descalabro. Não propriamente da parte dos candidatos que, ali, fazem da tribuna seus planos de ação, o que pretendem realizar se eleitos forem para o mais alto cargo da Nação. É onde dão vezo a toda espécie de promessa, comprometem fazer o possível e o impossível, num verdadeiro vale-tudo de realizações, muitas inúteis, impraticáveis quando não simplesmente sonhadoras.  Prometer é possível, fazer é que são elas. É a tribuna ideal para o boquirroto, o falastrão. Sabem que promessas de campanha não passam de prosopopeias — como aquela feita por certo candidato  de “zerar” os endividados junto ao SPC, para recuperarem, via oficial, seus poderes de consumir e, assim, possibilitar o País crescer. Antes — todos sabemos  houve no passado apresamento obrigatório da poupança, miserabilizando a população dos pequenos poupadores.
Tais promessas até que são aceitáveis, como que alimentam a fantasia dos eleitores, dá-lhes certo alento, tal é o estado de desesperança que nos encontramos, o País em paralisia econômica e financeira. Não custa navegar um pouco na maionese do ardiloso candidato. São os tais “salvadores da Pátria” que se aproveitam dos distraídos, aquele eleitor que vai na onda, na fala encantatória do dito cujo. Todos já vimos este filme e o País pagou pela inadvertência do eleitorado.
O que queremos aqui nos referir é especificamente à mídia, essa intermediária da informação, àqueles que sinalizam para a notícia, enfim, ao jornalismo, àqueles que se arvoram do direito de informar o público ouvinte, torná-lo mais consciente, capacitando-o  a melhorar seu nível de conhecimento. Este, sim, é o que nos parece o verdadeiro papel da mídia como canal de comunicação.
Ocorre que logo às primeiras entrevistas, o que saltou aos olhos do ouvinte foi a impudicícia dos entrevistadores. Em vez de darem sentido mais ético às suas interlocuções, primaram por construir estratagemas, pregar peças ao candidato, fazendo perguntas rasteiras, lançando aleives, armando arapucas para surpreender o candidato, que, de sua vez, desnorteado, como nocauteado, respondem inadequado, quando não tergiversam, desabafando, nem sempre na justa medida — justamente a que objetiva esse tipo de jornalismo. Em vez de fazerem da entrevista um encontro de ideias, fazem-na um circo, em cujo picadeiro o candidato é desafiado, se atrapalha, se contradiz e acaba passando a figura de um imbecil. Às vezes, o tiro sai pela culatra e o entrevistador pela pilantragem da pergunta, cai no ridículo, desmoralizando-se perante o público ouvinte, como aconteceu em recente entrevista na rede Globo.
A atual mídia brasileira — salvo raras exceções — é de uma mediocridade de fazer dó. Mas é o que caracteriza o chamado “jornalismo marrom”, voltado para o rasteiro da informação, a ponto de jornalistas de certo conceito se servirem desse instrumento sórdido, que é a trapaça, a dita “casca de banana” para o entrevistado resvalar e cair, método sem dúvida dos biltres, dos trapaceiros da informação, que usam e abusam da insídia e do simulacro. Tudo que descaracteriza um encontro jornalístico ético, o entrevistador de  boa formação, moral e cultural.
Mídia, escrita, falada ou vista, que adotam esses princípios, que se sabem desconstrutivos, a nosso ver, prestam um verdadeiro desserviço à Nação. Tornam-se exemplos de mediocridade, ineficiência, evidenciando estado de assilabia mental dos transmissores, estado esse, infelizmente, em que tem se estagnado o jornalismo brasileiro.
Dos seus túmulos épicos, revolvem-se, envergonhados, os luminares do jornalismo: Nísia Floresta, a primeira jornalista profissional no Brasil, João Francisco Lisboa, José do Patrocínio, Rui Barbosa, Nascimento de Moraes, Carlos  Lacerda, Lago Burnett e todos os que fizeram e fazem, da profissão, um instrumental da verdade, não a fanfarronice do engodo.
 CDL/Bsb, 31.08.18