quinta-feira, 30 de agosto de 2018








    MÍDIA ATUAL BRASILEIRA —
    UM  DESSERVIÇO  À   NAÇÃO






Iniciam-se as prévias das entrevistas dos candidatos às eleições de 2018. São as apresentações dos presidenciáveis na mídia — notadamente nos canais de TV.
Têm sido um verdadeiro descalabro. Não propriamente da parte dos candidatos que, ali, fazem da tribuna seus planos de ação, o que pretendem realizar se eleitos forem para o mais alto cargo da Nação. É onde dão vezo a toda espécie de promessa, comprometem fazer o possível e o impossível, num verdadeiro vale-tudo de realizações, muitas inúteis, impraticáveis quando não simplesmente sonhadoras.  Prometer é possível, fazer é que são elas. É a tribuna ideal para o boquirroto, o falastrão. Sabem que promessas de campanha não passam de prosopopeias — como aquela feita por certo candidato  de “zerar” os endividados junto ao SPC, para recuperarem, via oficial, seus poderes de consumir e, assim, possibilitar o País crescer. Antes — todos sabemos  houve no passado apresamento obrigatório da poupança, miserabilizando a população dos pequenos poupadores.
Tais promessas até que são aceitáveis, como que alimentam a fantasia dos eleitores, dá-lhes certo alento, tal é o estado de desesperança que nos encontramos, o País em paralisia econômica e financeira. Não custa navegar um pouco na maionese do ardiloso candidato. São os tais “salvadores da Pátria” que se aproveitam dos distraídos, aquele eleitor que vai na onda, na fala encantatória do dito cujo. Todos já vimos este filme e o País pagou pela inadvertência do eleitorado.
O que queremos aqui nos referir é especificamente à mídia, essa intermediária da informação, àqueles que sinalizam para a notícia, enfim, ao jornalismo, àqueles que se arvoram do direito de informar o público ouvinte, torná-lo mais consciente, capacitando-o  a melhorar seu nível de conhecimento. Este, sim, é o que nos parece o verdadeiro papel da mídia como canal de comunicação.
Ocorre que logo às primeiras entrevistas, o que saltou aos olhos do ouvinte foi a impudicícia dos entrevistadores. Em vez de darem sentido mais ético às suas interlocuções, primaram por construir estratagemas, pregar peças ao candidato, fazendo perguntas rasteiras, lançando aleives, armando arapucas para surpreender o candidato, que, de sua vez, desnorteado, como nocauteado, respondem inadequado, quando não tergiversam, desabafando, nem sempre na justa medida — justamente a que objetiva esse tipo de jornalismo. Em vez de fazerem da entrevista um encontro de ideias, fazem-na um circo, em cujo picadeiro o candidato é desafiado, se atrapalha, se contradiz e acaba passando a figura de um imbecil. Às vezes, o tiro sai pela culatra e o entrevistador pela pilantragem da pergunta, cai no ridículo, desmoralizando-se perante o público ouvinte, como aconteceu em recente entrevista na rede Globo.
A atual mídia brasileira — salvo raras exceções — é de uma mediocridade de fazer dó. Mas é o que caracteriza o chamado “jornalismo marrom”, voltado para o rasteiro da informação, a ponto de jornalistas de certo conceito se servirem desse instrumento sórdido, que é a trapaça, a dita “casca de banana” para o entrevistado resvalar e cair, método sem dúvida dos biltres, dos trapaceiros da informação, que usam e abusam da insídia e do simulacro. Tudo que descaracteriza um encontro jornalístico ético, o entrevistador de  boa formação, moral e cultural.
Mídia, escrita, falada ou vista, que adotam esses princípios, que se sabem desconstrutivos, a nosso ver, prestam um verdadeiro desserviço à Nação. Tornam-se exemplos de mediocridade, ineficiência, evidenciando estado de assilabia mental dos transmissores, estado esse, infelizmente, em que tem se estagnado o jornalismo brasileiro.
Dos seus túmulos épicos, revolvem-se, envergonhados, os luminares do jornalismo: Nísia Floresta, a primeira jornalista profissional no Brasil, João Francisco Lisboa, José do Patrocínio, Rui Barbosa, Nascimento de Moraes, Carlos  Lacerda, Lago Burnett e todos os que fizeram e fazem, da profissão, um instrumental da verdade, não a fanfarronice do engodo.
 CDL/Bsb, 31.08.18


quinta-feira, 16 de agosto de 2018



UMA LEITURA PRÉVIA DAS ELEIÇÕES
 AO     ELEITOR      CONSCIENTE
















       Por incrível que pareça a dois passos/meses das eleições brasileiras, o plantel do eleitorado — nós, os indóceis eleitores — não sabem como fazer no cumprimento desse dever cívico, que candidato escolher, são 13 os pretendentes, todos, com raríssimas exceções, ou forasteiros, ou despreparados, enquanto o resto mal vistos, mantêm o rabo preso, na grande ratoeira em que se transformou a política entre nós.
Confuso o pobre do eleitor, ele próprio até certo ponto não se dando conta da responsabilidade de escolher, entre os afoitos pretendentes, aquele, menos mal, que ouse comandar o País. Aliás, previna-se: um País em transe.
Ora, pois, dirá o adventício — como fazê-lo ante o desvario em que se encontra o cenário político da nova Terra de Santa Cruz? Como superar o obstáculo, se a economia do País não reage a contento, as finanças em crise, a confiança da população em baixa? Onde as forças criativas, que se acovardam, em vez de tomarem o pulso contra a violência, os ranços ideológicos, o revanchismo que impregnam a Nação, atrasam o progresso, a ponto de desvirtuar setores vitais que impedem sua reconstrução, em termos de educação, cultura, tecnologia avançada e conhecimento científico?
Para desafeto da Nação, convenhamos, é-nos constrangedor  cumprir o ato confirmatório da democracia votando nada menos que em 13 concorrentes à Presidência, inda mais oriundos, como é sabido, do desbragamento orgíaco dos partidos políticos.
Em sã consciência, como ousa sobreviver um País que sustenta o peso político-partídário de 35 partidos, em ação e outros 56 em formação, arcar com as despesas decorrentes — e pior, saciar a fome de poder desses partidos, que mais parecem sorvedouros para enriquecimento ilícito, seus integrantes e operadores, verdadeiros All Capones na prática da cleptomania, endêmica em todos os sentidos?
Argumente-se. Não é um absurdo um País, como o nosso, ainda em desenvolvimento, manter o penduricalho de tantos partidos, sustentar a sandice ideológica de usurpadores do poder e dos cofres públicos? Enquanto os demais, que nos ufanamos de patriotas, sonhando com um Brasil mais forte, justo e equânime às necessidades de nosso povo, cristão  e livre da demagogia  dessa fanfarronice socialista — nos esfalfamos na labuta diária, pagando cada vez mais pesados tributos? Isto é democracia ou cleptocracia demagógica?
É o que significa essa primeira leitura das eleições, dirigida à consciência dos eleitores brasileiros. Ao votar — tirante aqueles desavisados e os irracionais, que os há e muitos — que se atenham a esses aspectos, não se deixem enlear em armadilhas, ouvir  soluções salvadorísticas, esses, como os outros, não passam de sátrapas que, no exórdio de suas retóricas enganosas, só querem alcançar seus objetivos sórdidos com suas falsas promessas.
São as aves-de-rapina na política — como em outros setores da sociedade — que pregam a utopia socialista como salvação do mundo.

CDL/Bsb, 16.08.18