OS TRÊS
REIS MAGOS E A
SIMBOLOGIA
PARA O NOVO ANO
Mistério
dos mais intrigantes não somente entre os cristãos, mas para todos os povos, evidencia
ser o episódio dos Três Reis Magos narrado nos Evangelhos. Nestes tempos
de pandemia, esse mistério parece ousado.
Furtamo-nos de seguir a escatologia católica, tradicional e milenar.
Que
motivos levaram aqueles três Reis Magos a seguirem uma estrela que os orientava
em busca do local onde iria nascer o Menino Jesus? O que realmente representa
esses Três Reis Magos, espécies de sábios, provenientes de povos diferentes dos hebreus, de cuja
linhagem descendia o recém-nascido? É o que nos indagamos sobre o fato, que
transcende a realidade humana. Ora, os Três Reis Magos foram avisados do
nascimento do Messias e uma misteriosa estrela os guiou até o local, distante
de seus rincões — foram convocados a adorar o Menino, sem que, eles próprios,
pertencessem aos judaísmo, inclusive de culturas e credos diferentes. Eram eles
Melquior, da Caldéia, cujo nome significa “Meu Rei é Luz”,
oferecendo como presente ouro. Gaspar, que quer dizer “Aquele
que vai confirmar,” seu presente era incenso. O último Baltazar,
que significa “Deus manifesta o Rei”, honrando-o Menino com mirra.
A
interpretação mais corrente é que eles, os Três Reis Magos, representavam as
raças e os povos do mundo — o que é o óbvio — que prestavam homenagem ao
Messias. Estranho, pois não praticavam o monoteísmo judeu e vinha de áreas
distantes e desconhecidas.
Não
terá outra explicação? Quem sabe o mistério dos Três Reis Magos não pressuponha
exegese mais intrigante, sem prejudicar a tese católica, essa fundamentada nos
Evangelhos e acreditada em todo o ocidente — que a teologia católica designa como época da
Epifania do Senhor, a declaração teofânica do Messias que se fez humano para
salvar o mundo e lançar as fontes de seu Reino no mundo.
A
nosso ver, os Três Reis Magos, que são totalmente místicos e a ação deles
simbólica, sem prejuízo das conotações religiosas ocidentais, representam a
magnitude transcendental. A Trindade Mágica, Melquior, Gaspar e Baltazar talvez
simbolizem toda a antiguidade, as simbologias rudimentares, a religião paleontológica
dos primeiros humanoides, figurativa, rituais que deram origem à mitologia, na
verdade os pressupostos do Cristianismo. Os Três Reis Magos talvez
tenham, pois, esse significado emblemático de que os mitos antigos, o politeísmo
rudimentar e antropomórfico dava lugar à superveniência do cristianismo, que
iria salvar a humanidade através da intromissão do próprio Criador, na figura
de Jesus Cristo, o Unigênito, o verbo que se fez carne e habitou entre nós
— na protofonia propedêutica da Teologia Católica, fundamentada nos Evangelhos
e no Ministério do Mestre.
Epifania — tempo que a Igreja
Católica reserva para homenagear e entronizar no mundo o Nascimento do Messias,
há de significar também que os mitos e rituais antigos se submetem à liturgia
crística, através da qual a humanidade se eleva de patamar, para ascender a nível
de transcendência superior, de conotação
salvífica, quem sabe espécie de sinal escatológico de transformação da vida
terrestre, na perspectiva univérsica.
CDL/Bsb, Bsb, 6.01.21
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