quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

 

 

OS    TRÊS    REIS    MAGOS E A

SIMBOLOGIA PARA O NOVO ANO

 




Mistério dos mais intrigantes não somente entre os cristãos, mas para todos os povos, evidencia ser o episódio dos Três Reis Magos narrado nos Evangelhos. Nestes tempos de pandemia, esse mistério parece ousado.  Furtamo-nos de seguir a escatologia católica, tradicional e milenar.

Que motivos levaram aqueles três Reis Magos a seguirem uma estrela que os orientava em busca do local onde iria nascer o Menino Jesus? O que realmente representa esses Três Reis Magos, espécies de sábios, provenientes  de povos diferentes dos hebreus, de cuja linhagem descendia o recém-nascido? É o que nos indagamos sobre o fato, que transcende a realidade humana. Ora, os Três Reis Magos foram avisados do nascimento do Messias e uma misteriosa estrela os guiou até o local, distante de seus rincões — foram convocados a adorar o Menino, sem que, eles próprios, pertencessem aos judaísmo, inclusive de culturas e credos diferentes. Eram eles Melquior, da Caldéia, cujo nome significa “Meu Rei é Luz”, oferecendo como presente ouro. Gaspar, que quer dizer “Aquele que vai confirmar,” seu presente era incenso. O último Baltazar, que significa “Deus manifesta o Rei”, honrando-o Menino com mirra.

A interpretação mais corrente é que eles, os Três Reis Magos, representavam as raças e os povos do mundo — o que é o óbvio — que prestavam homenagem ao Messias. Estranho, pois não praticavam o monoteísmo judeu e vinha de áreas distantes e desconhecidas.

Não terá outra explicação? Quem sabe o mistério dos Três Reis Magos não pressuponha exegese mais intrigante, sem prejudicar a tese católica, essa fundamentada nos Evangelhos e acreditada em todo o ocidente — que a  teologia católica designa como época da Epifania do Senhor, a declaração teofânica do Messias que se fez humano para salvar o mundo e lançar as fontes de seu Reino no mundo.

A nosso ver, os Três Reis Magos, que são totalmente místicos e a ação deles simbólica, sem prejuízo das conotações religiosas ocidentais, representam a magnitude transcendental. A Trindade Mágica, Melquior, Gaspar e Baltazar talvez simbolizem toda a antiguidade, as simbologias rudimentares, a religião paleontológica dos primeiros humanoides, figurativa, rituais que deram origem à mitologia, na verdade os pressupostos do Cristianismo. Os Três Reis Magos talvez tenham, pois, esse significado emblemático de que os mitos antigos, o politeísmo rudimentar e antropomórfico dava lugar à superveniência do cristianismo, que iria salvar a humanidade através da intromissão do próprio Criador, na figura de Jesus Cristo, o Unigênito, o verbo que se fez carne e habitou entre nós — na protofonia propedêutica da Teologia Católica, fundamentada nos Evangelhos e no Ministério do Mestre.  

 Epifania — tempo que a Igreja Católica reserva para homenagear e entronizar no mundo o Nascimento do Messias, há de significar também que os mitos e rituais antigos se submetem à liturgia crística, através da qual a humanidade se eleva de patamar, para ascender a nível de transcendência  superior, de conotação salvífica, quem sabe espécie de sinal escatológico de transformação da vida terrestre, na perspectiva univérsica.

  CDL/Bsb,  Bsb, 6.01.21

 

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