domingo, 6 de novembro de 2022

 

O  LOBO  E  O  CORDEIRO

 


 

 

... Naqueles dias, o Lobo e sua matilha invasora, resolveu devorar o Cordeiro que estava ali, há muito tempo, com seu rebanho.

O fato ocorre num riacho onde, ambos Cordeiro, Lobo e suas respectivas trupes, saciam sua sede.

— Ó Cordeiro — diz o Lobo da outra margem — você está bebendo do meu riacho.

Medroso, mas querendo se defender, o Cordeiro replica:

— Senhor Lobo, este riacho e todo esse território nos pertence, há muito tempo, a mim e meus companheiros. Mas o sr. e seus companheiros podem beber no riacho.

O Lobo responde, furioso, mesmo assim:

— Pois agora fique sabendo que este córrego e todas estas terras abeirantes já me pertencem...

— Senhor — replica o Cordeiro temeroso, fazendo das tripas coração — este riacho e todas estas terras nos pertencem, desde tempos imemoriais...

— Mas agora não pertencem mais, preciso de mais espaço para minha trupe se refestelar.

— Nesse caso — responde o pobre cordeiro, mesmo tremendo de medo — sou obrigado a recorrer à Suprema Corte deste território...

— Eu pertenço à Suprema Corte e vou indeferir seu recurso...

Responde o Cordeiro, quase sem mais alternativa:

— Nesse caso, vou à Corte Internacional de Justiça.

— Pois, sim — ironiza o feroz devorador de cordeiros indefesos — todos de lá são do meu lado, fazem parte da justiça mundialista, já estabelecida.

Então, como última instância da razão e justiça, o indefeso cordeiro ousa responder:

— Senhor, sou obrigado, eu e meus companheiros, a medirmos força com os invasores pelos nossos direitos...

Sem mais delongas e junto com toda sua ferocíssima matilha, o Lobo atravessa rápido o regato e estraçalha o cordeiro  desafiante e todo o seu rebanho.

 

MORAL DA ESTÓRIA: A razão do mais forte, formada pelas ideologias dominantes, supera sempre os que ainda acreditam na Justiça e no Direito do bem viver. Quem tiver ouvidos, ouça. E parodiando o velho Shakespeare, afirmamos: há algo de podre na nossa Dinamarca.

CDL/Bsb, 6.11.22

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