O LOBO
E O CORDEIRO
... Naqueles dias, o Lobo e sua matilha invasora,
resolveu devorar o Cordeiro que estava ali, há muito tempo, com seu rebanho.
O fato
ocorre num riacho onde, ambos Cordeiro, Lobo e suas respectivas trupes, saciam
sua sede.
— Ó
Cordeiro — diz o Lobo da outra margem — você está bebendo do meu riacho.
Medroso,
mas querendo se defender, o Cordeiro replica:
—
Senhor Lobo, este riacho e todo esse território nos pertence, há muito tempo, a
mim e meus companheiros. Mas o sr. e seus companheiros podem beber no riacho.
O Lobo
responde, furioso, mesmo assim:
— Pois
agora fique sabendo que este córrego e todas estas terras abeirantes já me pertencem...
—
Senhor — replica o Cordeiro temeroso, fazendo das tripas coração — este riacho
e todas estas terras nos pertencem, desde tempos imemoriais...
— Mas
agora não pertencem mais, preciso de mais espaço para minha trupe se
refestelar.
— Nesse
caso — responde o pobre cordeiro, mesmo tremendo de medo — sou obrigado a
recorrer à Suprema Corte deste território...
— Eu
pertenço à Suprema Corte e vou indeferir seu recurso...
Responde
o Cordeiro, quase sem mais alternativa:
— Nesse
caso, vou à Corte Internacional de Justiça.
— Pois,
sim — ironiza o feroz devorador de cordeiros indefesos — todos de lá são do meu
lado, fazem parte da justiça mundialista, já estabelecida.
Então,
como última instância da razão e justiça, o indefeso cordeiro ousa responder:
—
Senhor, sou obrigado, eu e meus companheiros, a medirmos força com os invasores
pelos nossos direitos...
Sem mais
delongas e junto com toda sua ferocíssima matilha, o Lobo atravessa rápido o
regato e estraçalha o cordeiro
desafiante e todo o seu rebanho.
MORAL
DA ESTÓRIA: A razão do mais forte, formada pelas ideologias dominantes, supera
sempre os que ainda acreditam na Justiça e no Direito do bem viver. Quem tiver
ouvidos, ouça. E parodiando o velho Shakespeare, afirmamos: há algo de podre
na nossa Dinamarca.
CDL/Bsb, 6.11.22
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