FUNDAÇÃO E O FUTURO GALÁCTICO
Depois da explosão midiática do filme DUNA, criada por Frank Herbert, surge outra sensação com a série FUNDAÇÃO, esta baseada no famoso escritor de FC Isaac Asimov, nascido russo. Dizem que Herbet teria se inspirado em Asimov, mas divergiu no desenrolar de sua trama. A nosso ver Tolkien superou os dois por sua profundidade espiritual e filosófica.
Falemos, pois, sobre FUNDAÇÃO, no momento na berlinda. Não nos é desconhecido o conceituado autor de FC, Isaac Asimov e sua vasta obra — dizem os críticas de cerca de 500 escritos, entre romances, contos, ensaios e outros. Vale dizer que outros autores também foram notáveis nesse ramo de ficção — H.G.Wells, Phillip Dick, Júlio Verne, Ursula K.Gun, William Gibson, Margaret Atwood, Arthur C. Clarke, Aldous Huxley, Ray Bradbury, segundo a Wikpédia.
É sabido que nada há de novo em termos de criação literária, haja vista os alfarrábios — costumava dizer um antigo professor — com os escritos de Homero, Miguel de Cervantes, Luís de Camões e tantos outros que iniciaram as sementes das letras com suas inventivas.
Críticos há que Asimov criou sua utopia galáctica influenciado pelo historiador inglês Edward Gibbon (1737-94), autor de A História do Declínio e Queda do Império Romano, este por sua vez inspirado noutra obra de Montesquieu Grandeur et Décadence des Romans.
Asimov, vale dizer, graduou-se em bioquímica, depois em medicina, tendo sido professor catedrático. Sem nos arvorar de defensor da FC, mas leitor assíduo dos antigos quadrinhos da revista Gury, com suas estórias fantásticas, ai pelos anos 40, podemos falar de cátedra sobre sagas galáctica, como esta de Asimov, sobretudo em face do mundo atual. Considere-se que a trilogia FUNDAÇÃO foi escrita por volta de 1940.
Dispensemo-nos de interpretar ipsis litteris a obra — que o façam os intérpretes da grande mídia ansiosa por novidade. Preferimos falar sobre as ideias centrais de FUNDAÇÃO, o que moveu o autor a transplantar, para o futuro do universo, fatos, e atos do vivenciamento humano de nosso tempo, os imbróglios políticos que hoje nos envolvem a todos. Asimov imaginou que o desenrolar dos acontecimentos decorrem do comportamento de pessoas, grupos e sociedades, passíveis de imperfeições, podem influenciar o futuro, isto é, transformar, mal ou bem, a história — espécie de ciência que ele designou como psico-história. Hali Seldom seria o matemático que ousou manipular os dados da aventura humana no tempo e no espaço, de tal sorte que poderia prever o futuro do mundo, no caso dos impérios galácticos. A trilogia de Asimov se passa muitos anos após a nossa era e no centro do universo galáctico.
Vale lembrar que, sobre essas populações galácticas, Camile Flamarion, escritor francês, amigo de Alan Kardec, o criador do espiritismo, publicou o livro Pluralidade dos Mundos Habitados, em 1861, no qual descreve a vida dessas habitantes — de certo baseado nas palavras do Mestre em João 14:2 : “Na casa de meu Pai há muitas moradas”.
Se nos determos sobre a história de Roma e seu formidável Império, vemos como foi destruído e as causas de seu desabamento são várias, internas e externas, invasões bárbaras, divisão interna, crises econômicas, sem falar no fato que foi decisivo para o declínio e desaparecimento do império — o crescimento inevitável do cristianismo. Como disse um antigo professor nosso: “As civilizações nascem, crescem e morrem”. Roma caiu pelos erros e pecados cometidos, atrocidades monstruosas, como foram destruídas Sodoma e Gomorra.
Não nos parece outra senão essa a visão de Asimov em sua FUNDAÇÃO, em que reproduz, com todos os artefatos e espalhafatos criados pela tecnologia, ao utilizar todos os aforismos do formidável cientificismo — como esse dessa neociência: a psico-história. O tal Império Galáctico, controlado por um núcleo central extremamente ditatorial chamado FUNDAÇÃO, a que se sujeitam todos os demais núcleos galácticos, nada mais é que Roma e seu brutal domínio sobre as regiões conquistadas. Entrementes, nesses núcleos explodem lutas fratricidas, inveja, vingança, em busca do poder, as populações em combate contínuo para se libertarem da tirania exercida pela FUNDAÇÃO. Na cerne da tal Fundação, reina a decidia, o exercício do poder tirânico. Tudo isto como o foi e se caracterizavam os imperadores romanos — Nero, Calígula e demais monstros da história de Roma.
Assim, percebe-se que a variante galáctica de Asimov, com as devidas proporções de lugar e tempo, não passa de uma nova e mais atualizada versão do maneirismo ideológico utilizado no século XVIII por Gibbon, ao descrever o declínio e a queda antológica do Império Romano.
No cenário idealizado por Asimov, nas galáxias impera o mesmo sistema utilizado pelas nações e comunidades de nosso tempo, assim como o fizeram no passado, a prevalecer a autonomia do mais forte, a luta famigerada pelo poder, o furor dos ditadores e o exagerado acúmulo das grandes fortunas, controladoras do mundo.
Em nossos dias, vemos a trilogia criada por Isaac Asimov ultrapassar os livros e ser lançada nas telas de cinema e TVs, com artefatos estapafúrdios, criados pela mais moderna cinematografia, com os mais estupendos efeitos especiais até agora produzidos pela computação eletrônica. Parece ousar superar outras fantásticas produções como Duna (2021), Matrix (2021), Blade Runner(2017), Interstellar (2014), Senhor dos Anéis (2001), Uma Odisseia no Espaço (1968), Planeta dos Macacos (1968) e Star Trek (1966).
Embora fã da Ficção Científica desde menino, encantado com os fantásticos quadrinhos da antiga revista Gury e dos desenhos insuperáveis de Alex Raymond em seu Flash Gordon — sempre nos causa espécie que em todas as gerações de FC, as de ontem e de hoje, antigas ou modernas, não haja, em todo o desenrolar de seus enredos, a existência magnânima de Deus, o Criador supremo do Universo.
Bsb, 31.07.23
Nenhum comentário:
Postar um comentário