A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
SALVARÁ O
MUNDO?
Será crível, pelo menos no nosso estágio civilizatório, que
todos os problemas da humanidade serão resolvidos através da ciência? A máquina
como solução salvadora capaz de atender todas as pretensões humanas, bastando
ligar uma estrovenga maquínica, num passe de mágica?
Esse élan vital salvacionista não é de hoje,
vem de priscas eras. Descobriu-se na Grécia, encontrado no fundo do mar Egeu
uma geringonça, chamada de antythera, que seria nada menos que o primata
do nosso computador. Vê-se que já era pretensão dos humanos alcançarem a
felicidade terrena, certamente mediante os arroubos da tecnologia.
Mas será que o milagre da técnica alcançará
tal grau de perfeição, a ponto de satisfazer todas as necessidades humanas?
Embora seja essa a pretensão dos cientistas mais ousados, o mínimo que
podemos alcançar seria ousarmos o patamar de um mundo possível de atendimento,
aliás previsto nada menos que pelo sábio medieval Leibniz.
O mundo impossível sonhado pela mais moderna
tecnologia, que seria ultrapassar as fronteiras da técnica, tornaria a
humanidade mais feliz? Dariam fim as guerras entre as nações, solucionaria a
fome e a miséria existente? O ser humano se libertaria das paixões pessoais,
seria melhor ou pior do que somos hoje?
Qual seria o sentido da vida se a super
tecnologia alcançasse níveis impressionantes de desenvolvimento, mas cuja
perfectibilidade desobedecesse os padrões morais, éticos e estéticos?
Ora, seríamos transformados não mais num ser
humano, mas um ente transpessoal, cuja intenção seria superar a própria
máquina.
Eis o que seria esse novel ser humano, de
certo equiparado a um autômato,
tendo ainda de competir com o
deslumbramento da robotização.
Em contrapartida, talvez haja esperança de que
com os últimos avanços tecnológicos, da
chamada inteligência artificial – IA, essa espécie de magia, hoje cada vez de
uso impactante, o ser humano ouse atravessar a barreira do impossível, desde
que obedeça padrões de interferência
éticos-morais, contenha-se com os estatutos alcançáveis de dignidade humana.
Aliás, se nos abeberarmos melhor e nos
debruçarmos com espírito mas acrítico e pragmático, nos ensinamentos da
doutrina cristã, inclusive os provindos do Mestre Jesus quando nos fala de um
Novo Reino a ser construído e instalação de uma Nova Jerusalem, onde, para
construí-la propugnarão os que têm sede de justiça, talvez não seja uma
alienação a humanidade alcançar um nível de perfeição condizente com um mundo
possível de fraternidade, dignidade e justiça.
Por assim dizer estaria certo o nosso
sensatíssimo gênio que foi Leibniz quando nos predisse essa espécie de IA para
um mundo realmente possível.
Bsb, 6.07.24
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