sábado, 8 de agosto de 2015
sábado, 1 de agosto de 2015
sexta-feira, 31 de julho de 2015
TROCA SOLIDÁRIA SALVARÁ O MUNDO?
É voz geral: estamos em estado de
crise. Crise geral, quiçá irreversível. Nações em descontrole, o caso gritante
da Grécia, o terrorismo aterrorizando com mais atrocidades do que nunca, haja
vista os desmandos praticados no Oriente Médio pelo famigerado Estado Islâmico.
Os articulistas
de nossa mídia, a começar pela televisiva, também falada e escrita, não poupam
críticas ao governo, a maneira como o País vem sendo administrado.
Na revista
Veja, por exemplo, semanalmente seus repórteres, cronistas e editorialistas
apontam as inúmeras ações que vêm obstruindo o itinerário correto da Nação,
cujo resultado tem sido a resseção, um desvio temerário e inconsequente. Só se
fala em dificuldades, o consumo em marcha ré, com o aumento do desemprego e o
desânimo popular em alta. E para piorar esse cenário quase desolador, os
políticos nas suas atitudes contraditórias, contra ou a favor da governança,
insinuam moções drásticas, ninguém sabe até que ponto lesivas, como o
impeachment da presidente e outros imbróglios institucionais. Tudo em
decorrência da ação demolidora dos desdobramentos das operações criminais, a
“lava jato” impetrada e levada a seu extremo pela Polícia Federal.
A corrosão
política, social e econômica chega a tal ponto de Lya Luft, cronista da Veja,
sempre muito equilibrada em suas observações, definir a Pátria, em vez de
“educadora” como alardeia o governo, “madrasta”, dada a ineficácia da
administração. Enquanto isso, em entrevista à mesma revista, certo demógrafo do
IBGE acusa o governo de não ter aproveitado a época 1970 da “... vantagem de ter uma população ativa
majoritária” que, segundo ele, se
encerrará em 2030, mas, a essa altura, praticamente perdida nossa chance de se
tornar uma grande nação, em termos de progresso – espécie de “pedaladas demográficas”
por negligência, executadas na contramão
do desenvolvimento.
A falta de
perspectiva não acontece só no Brasil, mas se reflete no mundo todo, basta
consultarmos as mídias.
Pois é de
Portugal que nos vem uma notícia, no mínimo auspiciosa: a existência de um
Banco “onde a moeda não é o dinheiro e sim o tempo.”
Parece
incrível, mas este “Banco” é um sistema de troca de ações solidárias. Diz o
informativo da entidade: “A instituição troca o dinheiro pelo tempo para que as
pessoas possam fazer serviços uma às para as outras”. Portanto, trata-se de uma
rede de solidariedade em que as pessoas se ajudam trocando, em vez de palavras,
serviços. Tudo feito através de um coordenador geral que é o Banco. O serviço é
pago com um “cheque do tempo”. Quem prestou o serviço deposita o cheque, que é
creditado em sua conta e pode a partir dai obter serviços oferecidos pelos
outros membros do Banco.
Com as devidas
proporções, o serviço tem alto valor humanitário e se efetiva através de ações
e atitudes voluntárias. Há coisa mais maravilhosa do que isto, fazer que as
pessoas se desprendam de seus egoísmos e prestem serviços a outras, afastando a
hipótese de dinheiro? É uma espécie de voluntariado de serviços, capaz,
inclusive, de criar vínculos de amizade entre as pessoas.
Nós
brasileiros, acostumados apenas a reclamar de tudo e ao mesmo tempo incapazes
de prodigalizarem exemplos de solidariedade, exceto em circunstâncias extremas
– que tal mudar esse cenário e criarmos também nosso Banco do Tempo?
Oxalá a
novidade encontre resposta em nosso meio e. a exemplo de nossos patrícios do
outro lado do Atlântico, nos tornemos
mais solidários, mais disponíveis, adotando esse sistema de troca.
A troca
solidária pode não salvar o mundo, mas certamente nos tornará seres realmente
dignos da humanidade.
CDL/BSB,1.08.15segunda-feira, 29 de junho de 2015
LAUDATO SI – A ENCÍCLICA
ECOLOGICA DE FRANCISCO
“Louvado
Seja, Meu Senhor” – esse o título da encíclica publicada em 26.05.15
pelo Papa Francisco, em Roma. O título é extraído de um cântico de São
Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa, a mãe terra, que
nos sustenta e governa e produz variados frutos e com flores coloridas e
verduras” (Cantico delle creature: Fonti Francisco, 263).
Contém o
documento pontifício 246 tópicos e todos o seu conteúdo é demonstrado ou
fundamentado em 172 fontes bibliográficas, o que pressupõe a garantia dos
conceitos ali expostos.
O próprio Papa
admoesta ser uma “longa reflexão jubilosa e ao mesmo tempo dramática”.
Percebe-se logo que, com sabedoria e grande pertinácia, o Pontífice se desvia
do proceder dos chamados “ecoxiitas”, quando querem impor ao mundo e às nações
certos conceitos e ações, às vezes temerários de que se julgam portadores de
forma absoluta.
Podemos dizer
que a encíclica se apoia em dois principais pressupostos:
(a) uma
reflexão jubilosa
(b) uma
propositura dramática de ações
Sob a égide reflexiva, a encíclica faz
uma exortação maravilhosa sobre a natureza e a Criação de Deus, tendo por
paradigma a luminosa figura de São Francisco de Assis. Aliás, sabemos que o
santo inspirou o título do Papa ao
exercer seu vaticanato.
À guisa de proêmio, a encíclica
premune-se de exortações e elegias antes de fazer as advertências e as
orientações que considera imprescindíveis à guarda e proteção do meio ambiente.
Depois, na sua segunda etapa, é um conjunto de medidas e ações concretas a
serem observadas por toda a Igreja, extensiva também às pessoas de boa vontade,
independente da religião que professam.
Não se trata, evidentemente, de um
documento qualquer, mas uma mensagem de alto teor teologal indutor de salutares
e virtuosas ideias, de cunho propedêutico, de grande alcance e repercussão na
sociedade, inclusive a laica.
Assim, apoiado nesses dois pressupostos,
um elegíaco e outro admoestativo – sem perder o horizonte da melhor doutrina
católica – o Pontífice afastou-se estrategicamente das ações de caráter
ecoxiita, espécie de terrorismo ecológico disfarçado.
Isso não implica que o Supremo Pontífice
deixe de condenar os atentados praticados à natureza e, inclusive, se mobilize a recomendar a adoção, pela sociedade
e pelos organismos pertinentes, medidas políticas eficazes e de alcance
duradouros, ações que, em conjunto com
os movimentos éticos e ecológicos, envolvendo a sociedade humana,
obtenham êxito na luta contra a degradação ambiental.
As diretrizes do novo documento papal não
considera, como foco crucial da questão, as ostensivas pretensões dos
ecoxiitas, mas prefere fazer um diagnóstico da situação, pedindo o apoio de
toda sociedade, para que, num esforço coordenado, procurem encontrar as melhores
soluções possíveis.
E nesse sentido, não tem receio de
apontar também como coadjuvante na degradação ambiental, o próprio ser humano,
na medida em que se torna individualista ou, o que é pior, se omite no
enfrentamento do problema, inclusive quando endossa campanhas meramente
evasivas, com resultados ineficazes.
Sem deixar de demonstrar o lado perverso
da problemática sobre o qual tanto demonizam os que defendem a bandeira
ecológica radical, o Papa Francisco apela para o bom senso dos seres humanos,
propondo como modelo e conduta admiráveis, seu patrono no Vaticano – São
Francisco de Assis.
Destarte, a encíclica, Laudato
Si, além do mérito educativo e religioso que está implícito em seu
modus operandi, novo júbilo se desprende de seus 247 tópicos – um hino de louvor
à Criação, à sapiência do Criador – enquanto alimenta a esperança, sob a mais
lídima fé, de que os seres humanos se solidarizem como guardiões da natureza e
adotem novos estilos de vida. E que façam de seus dias um continuado ato de
louvor a Deus, em sua múltipla transcendência.
CDL/Bsb,
29.06.15
domingo, 7 de junho de 2015
FILOSOFIA DE PRÁXIS :
DESCONSTRUÇÃO E BARBÁRIE
Atentem bem para o que vamos dizer
nestas linhas: o comunismo, ou seus venenosos epítetos, socialismo, marxismo,
materialismo dialético, tudo isso não morreu, continua de pé. Os menos
avisados, inocentes úteis, dizem que
não, o comunismo acabou com o desmoronamento do muro de Berlim, o esfacelamento
da União Soviética. Menos verdade: o comunismo está mais vivo do que nunca, não
aquela velha e surrada ideologia de Karl Marx, aquela coisa de ditadura do
proletariado, da teoria da mais-valia e o comunismo trocado pelo nirvana, que
ensejaria o paraíso do materialismo na terra, a liberdade total, a anarquia
absoluta. O comunismo, hoje, transfigurou-se, mudou de nome, tem outro disfarce,
e, ao contrário do que muita gente ainda pensa, reaparece mais agressivo, mais
atualizado, mais demoníaco e perverso do
que nunca.
Querem saber
por que? Porque nos tempos atuais, depois de um período de incubação e aprendizagem, eis que o marxismo
reacende, qual Fênix, desta vez redivivo das cinzas de nossa alheamento, não
para proletarizar a Rússia, mas com pretensões muito mais ousadas, ou seja, em
escala pior: destruir nossa civilização. Em outras palavras: corromper o ser
humano, a mente humana, o coração do homem. E o faz como um ladrão perigoso
invadindo nossas casas, a corromper a principal célula social – a família.
E sabem como
isso acontece? Simples, através dessa teoria tão insidiosa quanto irresponsável
chamada “teoria do gênero”, ou melhor, “ideologia do gênero”.
Não satisfeitos
em terem corrompido a economia com conceitos espúrias, os atuais noveis
comunistas, que ora se intitulam sócio-democratas, reformadores sociais,
infiltrados em todos os países, eles partem agora para outro tipo de abordagem,
pregando abertamente a anarquia social. É o que significa essa mais nova ação
deles que se chama “teoria de gênero”, que nada tem de teoria, pois desprovida
de fundamento científico. Trata-se de uma ideologia, altamente perniciosa, com
a qual pretendem – e o vem conseguindo de soslaio – arruinar a família.
Destruída a família biológica, não há mais que falar em pai, mãe e filho, está
tudo unificado numa classe, o gênero humano, independente do sexo biológico,
portanto, desaparece a diferença entre os sexos, homem, mulher e criança é a
mesma coisa. A cultura, os costumes e as convenções sociais é que impõem o sexo
que as pessoas têm ou devem ter. A natureza, a biologia, tudo não passa de
discriminação social e política, criada pela mente humana para escravizar as
pessoas, tirar-lhes a liberdade, impor-lhes conceitos, roubando-lhes o direito
de fazer o que bem entendam, como, por exemplo, se tornar mulher, se for homem
ou se tornar homem, se for mulher.
Afinal, em que
consiste essa tal “teoria de gênero”. Em primeiro lugar, ao invés de teoria que
implicaria fundamentos científicos, trata-se de uma estratégia que tem por
objetivo igualar o ser humano, independente do sexo biológico e contrapor-se à
homofobia, de modo a desconstruir os estereótipos do gênero. A diferença de
sexo é apenas uma convenção, imposta pela sociedade, que nem sempre corresponde
à inclinação volitiva do titular sexual – esta deve apoiar-se na livre escolha
dele ou dela, todas as relações entre eles são possíveis, dependendo da vontade
de cada um.
Essa concepção,
como se pode ver, é consequência direta da ideologia marxista que prega a luta
de classe dominante na sociedade. A distinção baseada no sexo biológico é uma
mera convenção e para os marxistas e seus heterônimos, portanto, os que pensarem
diferente são inquinados, por eles, de reacionários, conservadores,
direitistas, encontram-se na contramão da história e dos avanços da tecnologia,
neurociência e da moderna psicologia. O ser humano é totalmente livre e senhor
de seu corpo, responsável por tudo que faz e pratica neste mundo.
Ora, ninguém é
imbecil que não percebe que, sob o disfarce de uma suposta teoria científica,
trata-se de um estragema mais ou menos engenhoso, para destruir a família,
célula mater da sociedade, cujas consequências são devastadoras, pois implica
na mais absurda das inversões a que a humanidade já se submeteu – a subversão
biológica do sexo.
Em
contrapartida, uma vez adotada essa inovação, logo hão se permitir, por
afinidade, outras perversões ou desvios psíquicos, como homossexualismo,
lesbianismo, pedofilia, sodomia, práticas nada bem vistas na sociedade, até por
questão profilática, uma vez que essa mistura heterogênea é lesiva do ponto de
visto médico. Segundo o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, os desvios de identidade
de gênero são uma patologia mental.
Portanto, mudar de sexo significa sintoma de distúrbio profundo, do ponto de
vista médico.
Em artigo na Comissão Episcopal Laica, Federico Cenci
declarou: “A teoria de gênero leva à
barbária.”
Tal imputação
faz sentido. Principalmente quando constatamos que essa prática está sendo
implantada nas escolas públicas francesas, alegando o ministro da Educação, Luc
Chatel, que a introdução da medida nas escolas objetiva, diz ele, “ desconstruir
os estereótipos do gênero.”
Essa suposta
“teoria” nada tem de científica, não
passa de mais uma estratégia para destruir os construtos morais, éticos e
sociais, pilares de nossa civilização. Pois agora esses pilares – dentre os
quais o núcleo familiar – estão sendo seriamente ameaçados de desaparecer.
Aliás, a ameaça sintetiza bem o pensamento de Antonio Gramsci, aquele
militante comunista italiano que, mesmo preso pelo governo fascista, escrevia
cartas instruindo o partido como tomar conta do poder. Todas as modernas ações
desenvolvidas pelo marxismo de hoje têm inspiração direta ou indireta nas
ideias de Gramsci, considerado o maior gênio comunista, depois de Marx. Segundo
esse suposto “gênio”, o comunismo deve
se instaurar nas sociedades, não mais pela força, mas, sim, utilizando meio
menos agressivo, embora extremamente mais eficaz e também nocivo, que ele
designou como “filosofia de práxis” –
que de filosofia não tem nada, pois trata-se de um instrumento com objetivo de
estabelecer nas sociedades, diz ele, uma
“cultura nova, criticando os costumes, os
sentimentos e as ideologias expressas na história da literatura.” E aduz ele: “A sociedade capitalista é imoral, enquanto a comunista é moral e
plenamente humana e social.”
É possível que
o capitalismo, na medida de suas práticas selvagens, seja realmente amoral,
isso é inegável. Mas, um regime que impõe regras lesivas à moral, aos costumes
da sociedade, legitimados por milênios de exercício, não há negar que é muito
mais imoral – haja vista esse perjuro que os marxistas ou proto-maxistas querem
nos impor, um verdadeiro insulto à civilização: o casamento entre iguais, dando
acolhida a outras anomalias, como a troca de sexos, o homossexualismo,
transformismos, lesbianismo, sodomia e afins.
Há propriedade,
pois, nas palavras de Federico Cenci de que essa “teoria de gênero”, tão
alardeada pelos esquerdistas, aqui e espalhados pelo mundo afora – é um
retorno, sim, à barbárie.
E para se ter
ideia de como essa inovação vem atingindo as raias da insensatez – no Congresso
Nacional tramita recente projeto-de-lei defendido pelos deputados Maria do Rosário e Jean Willes, propondo legalizar – pasmemo-nos todos – nada menos
que o casamento entre humano e animal!
É o suprassumo
da estupidez, que faria estremecer de vergonha Erasmo de Rotterdam com seu “Elogio
à Loucura”.
CDL/Bsb. 8.06.15
quinta-feira, 28 de maio de 2015
SODOMA
E GOMORRA NA MÍDIA
– A JUSTIÇA
UMA ILUSÃO?
Todos os dias, melhor, a todo instante,
somos bombardeados com uma enxurrada de notícias através da mídia, escrita ou
falada, a título de nos manter informados sobre tudo o que se passa no mundo. Não
só no mundo, na nossa terra, na nossa cidade, na nossa rua. Nada escapa ao
furor da mídia, que não nos dá sossego, nos entope de notícias, a maioria delas
fatos horríveis.
O mundo, nosso
mundo, nosso País, nossa cidade, nosso bairro – nada escapa à TV de
esquadrinhar e depois nos empanturrar de fatos e fotos que nos revelam
desastres, cenas de crime, roubos, assaltos.
Convenhamos
este não é absolutamente o mundo com que sonhamos. São tão absurdas as cenas e
tão nefandos os fatos, que somos obrigados a reconhecer que este velho novo
mundo retrocedeu à degradação suprema. Dir-se-á que Sodoma e Gomorra se
despregam das vetustas páginas da Bíblia, para compartilhar conosco a podridão
em que se tornou nosso espaço vital, ante a degradação e a imoralidade crescentes
nos atos e costumes praticados em nossas sociedades.
Será que
atingimos, enfim, o Amargedon apocalíptico? Os seres humanos assumem seus últimos estertores da razão, em
estado de absoluta apoplexia material, mental e espiritual – endoideceram de
vez?
Bandidos,
criminosos, estupradores, ladrões, estelionatários, inclusive políticos
violentos e os vilões de colarinho branco – é incrível, mas essa chusma de
delinquentes, em maior ou menor escala, já não se contenta em apenas extorquir
as vítimas, roubar, desfalcar os cofres públicos, vilipendiar. Pois agora a
moda dos atuais facínoras é, mesmo que
não haja reação alguma, matar a vítima, e com o cúmulo de crueldade, à faca,
como faziam antigamente os trogloditas a tacape. Pois é o que vem acontecendo
em várias regiões do Rio de Janeiro, um caso recente ocorrido na Lagoa Rodrigo
de Freitas, cartão-postal da cidade, em que um ciclista, na realidade médico
cardiologista, foi covardemente assassinado à faca, para roubarem sua
bicicleta. E pasmem: os autores são adolescentes, um deles já com uma folha
corrida considerável de crimes, recidivo em várias atuações.
Há pouco
tivemos notícia – também alardeada pela TV e por manchetes de jornais – de um
crime dos mais aterradores: em Brasília, a esposa de um oficial militar, em
conluio com a irmã, mandou sequestrar o
marido, e matá-lo em seguida com a própria arma dele. Motivo: a mulher ficar
com a pensão do marido e com seu seguro de vida. Que mundo é este em que
vivemos?
É a pergunta
que não cansamos de fazer, a pairar no ar, sem que haja explicação plausível.
No exterior as
ocorrências não são nada edificantes. Temos o desprazer de ver os terroristas
do Estado Islâmico – o famigerado ISA – explodirem bomba em supermercados e templos,
sem contar que já vimos esses sanguinários meliantes degolarem vítimas ao vivo
em frente da TV e incendiarem inimigos. Agora sabemos que a falange criminosa
acaba de tomar a cidade iraquiana de Palmira, patrimônio cultural da UNESCO.
Não tardará e a TV nos mostrará esses famélicos assassinos destruírem templos e
raridades artísticas e culturais nesse importante sítio arqueológico.
No Brasil, o
estrago não fica por menos. A violência, em todos os sentidos, já ultrapassa o
limite do suportável. Jornais, revistas e TVs encharcados de notícias de roubo,
assassínios, explosão de caixas eletrônicos, greves de presidiários, violência
policial. Infelizmente, convivemos com esse estado de coisa, intolerável e
desumano.
Quanto à
justiça, como dar-lhe o crédito merecido se seus intérpretes conspurcam seus
cargos, alguns igualando-se aos criminosos que julgam? É o triste caso daquele
juiz que mantinha sob sua guarda bens do ricaço Elke Batista, processado por
maquinações financeiras e um belo dia de domingo eis que é flagrado dirigindo
um cupê luxuosíssimo do suspeito. Um juiz – tenha santa paciência, isto é manchar
a toga que veste! A justiça fica desmoralizada.
Se o
delinquente é menor, nada lhe acontece, pois é defendido pelo Estatuto do
Menor, está acima de qualquer suspeição. E resultado: haja roubo, delinquência
e até assassinatos praticados por menores, que, assim, ficam impunes.
Fala-se muito
na ressocialização dos presidiários. Ora, todos sabemos que, pelo menos no
Brasil, as cadeias se tornaram escolas do crime, o delinquente que de lá sai,
vai praticar a mesma coisa e com mais periculosidade. É um círculo vicioso de
alimentação contínua do crime.
Há algum tempo,
em entrevista à Veja, certo administrador de presídio na Inglaterra, com trinta
anos de função, declarou que dificilmente o criminoso se reabilita. É quase ressuscitar
a teoria, de certo modo, execrável, de Lombroso.
E agora o que fazer?
Orar, sim, pedir aos céus, que restituam o tirocínio perdido dos seres humanos
– não deixa de ser uma opção humanística do ponto de visto teológico. Mas não
podemos ficar de mãos cruzadas. É preciso que levantemos barreira ao crime, ao
mal e não nos deixarmos conspurcar por atavios ideológicos. É preciso que aprendamos,
mesmo aos solavancos, a construir uma sociedade mais consciente, mais
preparada, com pessoas mais imbuídas de fé, seja religiosa ou não – mas que se
mantenham como cidadãos convictos, ciosos de que poderão construir um mundo
melhor, no qual o ser humano se solidarize com suas potencialidades e atenda, com racionalidade, as exigências do
amanhã.
CDL/BSB, 29..05.15
sexta-feira, 22 de maio de 2015
OS
QUE NÃO BEBEM
COMO CÃES
Viceja em certos meios agnósticos e até
circula entre pessoas que se dizem
gnósticas, a ideia ou concepção, um tanto quanto extravagante, de que as
religiões no futuro terão desaparecido. Aduzem
que, para substituir o vazio deixado, uma única seita nossos pósteros haverão
de aderir: o culto absoluta à
personalidade – cujo desvio pressupõe uma outra crença, esta inventada, de
caráter inconsútil, que se diz espiritualista por cultuar o além-túmulo.
O ser humano
sob tal perspectiva se apartaria da realidade, coadunando-se com uma espécie de
imanência transcendental, decorrendo dai o exercício de um materialismo
disfarçado, com a idolatria ao morto, o mito do retorno à vida e outras excentricidades,
que não contribuem absolutamente com nosso caminhar nesta vida. Conquanto haja
outras correntes de pensamento que se
contrapõem a essa visão fantamasgórica, a verdade é que as duas,
espiritualistas e materialistas, se afinam, uma ajudando a outra – tudo para
reforçar o fim das religiões, cada qual fazendo cobro à sua tese. Em outras
palavras, exterminar com a crença num Criador, como mantenedor do mundo por ele
criado, trocando o que dizem ser um mito, por outro mito, o de que o ser homem,
e só ele, é responsável por seu destino no mundo.
Ora, se se
apegam a concepções de vivência em além-túmulo, fazendo com que o ser humano
reviva mediante processos reencarnatórios, tais ideias só fazem estimular o
ideal materialista de que, cada qual é responsável por seu destino, vivo ou
morto. Dai serem prata da mesma moeda, farinha do mesmo saco, ideológico e
contrário, portanto, à lídima doutrina filosófica dos Evangelhos.
O fim das
religiões, como apregoam esses asseclas da desrazão, tem certa semelhança com o
pensamento desvairado de Nietzsche, ao preconizar que “Deus estaria morto”, de cuja
afirmação é corolário o pensamento do economista americano de origem asiática, Francis
Fukuyama, que, em 1985, declarou o fim da
História.
Não há negar
que tais assertivas, citadas assim levianamente, não têm crédito, são de fulgurância
fugaz e falaz. Traduzem visão opaca e prevaricam quanto às verdades reveladas
pela doutrina do Mestre do “Sermão da
Montanha”. Observe-se com que maestria já nos ensinava no passado o sábio
francês Michel de Montaigne(1533-1592): “O
homem que não é nada, procura com sua fraqueza e incapacidade sondar os
mistério de Deus, mas, ali, nada ele
encontra a que se apegar.”
O cristianismo
– “A Religião do Homem”, como explicitou
o filósofo paulista Mario Ferreira dos Santos – jamais há de desaparecer,
porque se enraíza em verdades eternas. É tão forte, tão arraigada na
consciência humana a centelha da religião, que nenhuma tempestade ideológica
haverá de fazê-la, desaparecer, não só do mundo, como videira existencial, mas
do próprio cérebro humano, em cujo lóbulo central se acha localizado, fato,
inclusive, já provado cientificamente.
O que seria o
mundo se não fosse a religião, uma vez que constitui o elo de ligação com a
Divindade?
Como os seres
teriam alcançado o progresso, inclusive o tecnológico, se tais atos não hajam encontrado
a ressonância necessária advinda do espírito empreendedor, embebidos na força
do personalismo e da compaixão, ambos originários do cristianismo, que
proporcionou ao ser humano a dignidade capaz de, valorizando sua intuição,
evoluir moral, social e economicamente? O contrário seria o ser humano retroceder
ao caos.
Não há negar:
sem religião o mundo retornaria à barbárie e a vida não passaria de uma
trajetória sem sentido, vazia de eternidade.
CDL/Bsb, 23.05.15
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