OLIMPÍADAS 2016 NO RIO :
PIROTECNIA E LEGADO REALISTA
Enfim as Olimpíadas 2016 se realizam no Rio de Janeiro. Todas as modalidades olímpicas a despertarem a curiosidade do público, ao vivo nas arenas e nas TVs de todo o mundo. O espetáculo é global, impactante.
Como sabemos –
se é que realmente é do conhecimento de todos –– ao Jogos Olímpicos foram criados pelos gregos por
volta de 2.500 a.C, para celebrar os
deuses, principalmente Zeus, com a realização de competições. Observe-se que
somente em 776 a.C ocorreram os Jogos Olímpicos de forma organizada, com a
participação de vários atletas das cidades-estados que formavam a Grécia
Antiga. Com as olimpíadas os gregos propugnavam pela paz e a harmonia entre as cidades-estados,
oportunidade que aproveitavam para celebrar os esportes e a manutenção do corpo
saudável. Mas os Jogos Olímpicos só começaram a vigorar no ocidente, nos moldes
atuais, em 1896, graças à iniciativa do francês Pierre de Fredy, barão de
Coubertin.
É a primeira
vez que o Brasil sedia uma Olimpíada, agora a realizar-se no Rio de Janeiro, a
Cidade Maravilhosa.
Depois de
passar por inúmeros tumultos, principalmente na política, o País ousa enfrentar
os formidáveis desafio que é a
realização de uma Olimpíada. E aos trancos e barrancos ai estão as Jogos Olímpicos
dentro de casa – milhares de turistas de todo o mundo trilhando pelas ruas
cariocas e outras capitais, também sede de modalidades olímpicas.
“Somos todos olímpicos” é o refrão
midiático. O que se espera, contudo, é que tudo se realize a contento e não
ocorram fatos que envergonhem nossa capacidade de realização – seria o mínimo.
O máximo a nosso ver seria tomarmos ciência, isto é, o Governo Brasileiro, as
instituições em geral, a chamada superestrutura da Nação se conscientizassem de
que a Olimpíada não é tudo, não passa de uma ilusão midiática, um fogo-fátuo de
ludicidade “à lá” “mens
sana in corpore sano”.
As Olimpíadas
206, ora a realizar-se no Rio, jamais salvará o País de suas mazelas sociais,
econômicas e políticas.
Sejamos realistas
– coisa por sinal que o brasileiro nem sempre o é – uma Nação se constrói é com
educação e saúde de seu povo, muito trabalho e vocação empreendorística de seus realizadores, apreço ao desenvolvimento tecnológico, estímulo e máximo
apoio e empenho à pesquisa científica. E
principalmente o mínimo de intromissão do Estado, cuja mão burocrática não faz
outra coisa senão asfixiar a empresa, o trabalho criativo, estimulando, ao
contrário, a afasia coletiva e os canais insidiosos por onde percorrem a
corrupção.
Depois que passar
a ilusão dos deuses olímpicos, com suas performances fantásticas, que todas as
arenas e seu faustoso aparato legado, tudo
se lhe dê destinação mais realista e que desse legado realmente usufrua o povo – escolas, por
exemplos, hospitais, bibliotecas comunitárias, centros culturais e esportivos,
até fábricas, armazéns ou silos agrícolas.
Os antigos
criadores das Olimpíadas nas arenas celebravam os esportes, mas nas Arcádias
eles também exercitavam o espírito e por isso inventaram a filosofia para
cultuar a razão e o raciocínio lógico, para não deixar que o ser humano virasse
um simples troglodita fisiculturista.
CDL/Bsb. 5.08.16