quinta-feira, 12 de outubro de 2023

 

                
                             
APOCALIPSE  NOW

 

 

 

 

O que ocorre hoje no Oriente Médio parece ser os sinais do fim do mundo.

Onde a tal Ordem Mundial, o suposto Maravilhoso Mundo Novo propalado pela política mundialista, a tão badalada Nova Era, a Gaia, o Ecumenismo, a Globalização, o Multinacionalismo — enfim, toda essa parafernália utópica de Melhoria do Mundo, espécie de Paraíso Terrestre pregado por cientificistas, globalistas de plantão e inventores frankesteneanos.

Convenhamos, todos esses sonhadores não passam de o que poderíamos designar perdulários da razão impura, segundo o pensamento   complexo kantiano.

Ora, o que assistimos é o estouro de uma guerra absurda, embora real, nas telas das televisões, a mídia troando as novidades, mesmo macabras, explosões nos céus, estrondos e riscos luminosos dos mísseis assassinos cortando a escuridão da noite.

Onde está a ONU — não é o órgão encarregado de administrar a paz no mundo? Como não bastasse a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se arrasta por mais de um ano.

O que se vê é o acender do inferno no Oriente Médio, nos céus de Israel, na Faixa de Gaza, como é sabido, verdadeiro barril de pólvora em explosão — os protagonistas os terroristas do Hamas que, agora, decidiram atacar  a capital do estado judeu no dia 7 último. E que estranha coincidência, no dia 7 de outubro, justo o dia em que mundo festeja a famosa Batalha de Lepanto (7.10.1571), batalha essa responsável pela salvação do Ocidente diante da fúria otomana em busca de dominá-lo. Pensar-se-á — é apenas uma escaramuça. Mas ocorre que se transformou numa guerra brutal, podendo atingir proporções monumentais, quem sabe o estopim de uma terceira guerra mundial.

A ONU, como sabemos, é um órgão praticamente inócuo. Dir-se-á: é o início do Armagedon das Escrituras, as trombetas dos Anjos Apocalípticos já iniciando a derrama das Taças da Ira, que hão de horrorizar o mundo.

Nesta situação de conflito político, a envolver o humanismo onde ainda  ousam prevalecer  a razão, os aspectos éticos e solidários, como se situa nosso País, com brasileiros morando em Israel e Palestina? Observe-se que se trata de um conflito que pode evoluir em proporções mundiais. É o terrorismo contra a civilização cristã, urge, pois, saber qual a posição tomada pelo Brasil.

Pelos menos para que nós, que ainda acreditamos na justiça e no regime democrático, nos resguardemos contra aqueles que, na realidade, sonham ver o circo desse nosso velho mundo pegar fogo — inclusive o Brasil.

 

Bsb, 12.10.23

 

sexta-feira, 6 de outubro de 2023


 

LEPANTO : A SALVAÇÃO

DO  CRISTIANISMO

 

 

 

No dia 7 de outubro, nós cristãos comemoramos a nossa salvação. Não fora isso, hoje eu me chamaria Rachid e você, meu leitor, All Pasta ou Mehmed.

Recorde-se: foi em 7.10.1511 que o destino da civilização cristã foi salva de se tornar otomana, não fosse a sangrenta refrega naval ocorrida na baía de Lepanto, Grécia. As forças cristãs impediram a Invasão Otomana. Salvamo-nos todos do fio da espada de Maomé.

O fato ficou segregado aos porões da história, esquecido do próprio Ellon Musk, o suposto homem mais rico do mundo e seus projetos estapafúrdios.

Pois, pelos idos de 1990, quando ousamos fundar em Brasília a ACLEB — Academia de Letras de Brasília, Wolney Milhomem, seu 2º presidente, jornalista, escritor e poeta de projeção internacional, em seus discursos formais sempre aludia à Batalha de Lepanto. Muitos de nós, por desconhecer o fabuloso fato, o ouvíamos como extravasamento de sua lavra poética. Na verdade, era sua elocução à altura do glorioso fato — Lepanto: a salvação do ocidente.

O Papa Pio V com os Cavaleiros de Malta levantaram um temerário exército naval para enfrentar as galeras turcas em maior número, em 16.10.1511 na baía de Lepanto, Grécia. Seria a maior batalha naval desde a de Accio.

E sabem quem participou dessa vitoriosa bravata marítima? O grande escritor, autor de Dom QuixoteMiguel de Cervantes, de onde inclusive saiu ferido no ombro. Teria Wolney Milhomem querido fundamentar sua eloquência literária com o fragor da Batalha de Lepanto, para glória de nossa ACLEB?

Urge dizer que a fabulosa ocorrência é comemorada pela Igreja Católica todo 7 de outubro.

Será que os acontecimentos que ocorrem hoje no ocidente encontram-se à altura da vitória assombrosa de Lepanto? Ora, o que assistimos é o império da insensatez em nossa suposta civilização cristã. Aterrorizam-nos a cosmovisão, as bravatas das nações no contexto político, as futricas governamentais intramuro, desconcertos entre cientistas e autoridades — esse o cenário a que assistimos diariamente.

Em contrapartida, o cenário religioso não nos parece auspicioso ante a recente deflagração do Papa Francisco desse inaudito Caminho Sinodal, de consequências talvez imprevisíveis para a teologia católica.

Assim caminha a humanidade. Refluem, pois, os efeitos negativos de uma nova era, a inteligência artificial a querer comandar o mundo, a raça humanoide a ponto de se tornar escrava dos robôs. Só resta nos prover dos discursos de Wolney Milhomem, que na nossa já vetusta ACLEB, nos ressoam na memória e no coração, a salvação do mundo. Ou das letras?

Resta-nos, pois, relembrarmos a Batalha de Lepanto.

Bsb, 6.10.23

 

                          

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

 

CULTURA WOKE OU CONTRATURA RENOVADA?

 

 


 

 

Nos anos 60, no pós 2ª Guerra Mundial, talvez o pior legado deixado pelo infortúnio militar tenha sido o descontrole social e emocional da sociedade. A partir dos Estados Unidos e espalhando-se pela Europa e via de consequência abarcando o mundo — eis que estoura como uma explosão um movimento designado de contracultura. Lideram-no sobretudo os jovens  e seu berço principal é o EEUU. Muitos escritores, músicos e influenciadores midiáticos se engajaram nesse movimento, à busca de louros ou lucros, inclusive o sociólogo alemão Karl Mannheim. O que buscavam nesse movimento era tudo, menos o direito, a verdade, a razão, convalidando com a revolta, o descontrole, a indolência, o contrassenso, sem falar na compulsão pela droga, o desregramento, a preguiça e a desrazão sobre tudo e contra todos, principalmente a sociedade organizada.

É sabido que muita gente se locupletou com essa ventania de desordem, sobretudo músicos, roqueiros e exploradores, maus escritores, infausto pensadores e infratores sociais. Espécie de onda negativa, supostamente construtiva, como alegavam alguns desavisados. Mas, como a sociedade humana está sempre sujeita ao desvio, pelo desacerto e o desconcerto de seus membros, os negativados, os impulsivos, os fatos acabam se consolidando. Passado tanto tempo, o mundo praticamente reconstruído, embora a duras penas — sempre como meta o possível leibniziano — eis que enfrentamos esses ventos negativos, revolvendo costumes, como não bastassem  os que já nos infringem o suposto modernismo, aliado aos factoides que nos bombeiam diariamente a mídia, os falsos filósofos, os fascistas da razão, os ideólogos salvacionistas, os políticos apátridas e et allia.

Chama-se cultura woke esse é nova loucura que ataca ou vem atacando os nossos jovens, já cansados de guerra televisiva, de ensino desviado, desprovidos de educação, tirocínio e o que pior sem atinarem qual o verdadeiro sentido da vida que procuram ou sobre o qual não foram ensinados pela afasia ou despreparo  dos pais e da própria sociedade. Como tudo parece fluir do grande continente do norte, acima de nós — esse verdadeiro novíssimo meme para os menos avisados é novidade da vez. Deriva do verbo inglês WOKE, isto é, do verbo to wake, woke, woken, waking — acordar, sendo woke o particípio passado: acordado. Melhor, é uma gíria gerada quem sabe no seio e cérebro dos malabaristas verbais, para dizer “tou acordado” “tou sabendo,” tou de olho” — que extrapolando quer dizer: agora eu acordei, vou fazer o que bem quiser, sou o tal, faço o que quero, o que me der na telha, eu sou o bamba da ignorância, tava dormindo, agora acordei!...

Não se trata de um mal do século, mas é uma onda que avança sobre nossa juventude, que não quer mais saber de nada, não raciocina, não procura saber a origem dos fatos, negaceia tudo, torna-se o centro de seu próprio universo, espécie de bolha. É aquela expressão “... viajando na maionese”. A maionese que não tem sentido nenhum, espécie de imbecilidade total.

Não será que quem estava certo mesmo era o Olavo de Carvalho quando publicou seu livro, best-seller, O Imbecil Coletivo — nossa juventude perdeu mesma a consciência de que não somos macacos, que não passamos de um cisco no universo, mas, como disse o grande Pascal — um cisco pensante.?

Bsb, 28.09.23