REFORMA : DA POLÍTICA OU DO ESTADO?
Vivemos tempos tormentosos, não obstante diferentes. Por que
diferentes? Tormentosos todos sabemos, com a vida e o mundo em verdadeiro
transtorno, inclusive na natureza – esta como que a se revoltar contra as estripulias
praticados por esse espécime que se apelida de ser humano.
Em nosso torrão,
as coisas não vão melhores. Haja vista o estrondo que a mídia vem fazendo, em
termos de comunicação, que, ao invés de nos informar, nos estressa, perturba
nosso silêncio particular, radicaliza os absurdos da vida e dos costumes e o
que tem sido pior, tem o desplante de nos impor a ideologia do momento, porque
é o meio mais eficiente que lhe propicia
a renda, enche os cofres, e também os bolsos, dos empresários atuantes nessa
espécie de banda larga do absurdo. Aristóteles que se revolva no seu túmulo de
ver tanto devaneio, ele quem dispõe sabiamente o verdadeiro papel da mídia,
como meio e não fim.
E se falarmos de
política, também não há muito o que celebrar, senão algum alívio na economia do
País, que, graças ao esforço dos
empreendimentos privados, ousa crescer, embora a conta gotas, mas com
insistência. A mesma mídia já dá sinais que ainda serve para a anunciar o fato.
No Congresso, o
espetáculo circense de sempre, deputados e senadores despreparados, os projetos
se acumulando nos gabinetes, muitos
ineficientes e outros até absurdos – como esse que dizem transitar nos porões
das comissões de legislar sobre a escolaridade, visando incluir a famigerada
ideologia do gênero nos currículos.
E o que dizer da
badalada reforma política? Essa que nossos supostos representantes no Congresso
almejam implantar já para as eleições de 2018? Na verdade, segundo a
lenga-lenga dos comentaristas da Globo, é uma reforma de meia tigela, pra
inglês ver – fala-se em criar um fundo de financiamento partidário milionário,
o que favoreceria os quase 40 partidos existentes e também as emissoras de
comunicação. E a redução dessa avalanche de partidos? E o intrincado sistema
legislativo brasileiro, espécie de medusa de leis, que impedem o progresso do
País e engordam advogados especialistas em driblar esse verdadeiro catatau? E a
indomável Reforma Tributária que ninguém mexe, um sistema atrasado e
extremamente injusto a empresas e cidadãos? Isso sem falar noutros pontos de estrangulamento a que se
sujeita a República baseada no positivismo de Comte e proclamada por Deodoro da
Fonseca. “Ordem e Progresso” ou “Desordem e Regresso”?
Ora pois, pois –
parodiando nossos digníssimos patrícios d’além mar – o de que precisamos mesmo
não é de reforma política, nem de tapas-buracos, ou choramingas de
congressistas, tampouco de reformas de araque. O de que precisamos, meus
amigos, nessa nossa Terra de Santa Cruz, para deixarmos de ser uma República de
Bananas, é de uma reforma fundamental, que envolva, sim, não essas ninharias de
cunho e inspiração socialista, mas do Estado Brasileiro, modificá-lo para uma
entidade moderna, simplificada e eficiente, capaz realmente de alavancar o
progresso da Nação, de quebra, promovendo
a modificação de mentes, braços, alma, coração e corpo do cidadão nascido
nessas prodigiosas plagas.
CDL/Bsb, 26.09.17