segunda-feira, 25 de setembro de 2017





     REFORMA : DA POLÍTICA OU DO ESTADO?





        Vivemos tempos tormentosos, não obstante diferentes. Por que diferentes? Tormentosos todos sabemos, com a vida e o mundo em verdadeiro transtorno, inclusive na natureza – esta como que a se revoltar contra as estripulias praticados por esse espécime que se apelida de ser humano.
Em nosso torrão, as coisas não vão melhores. Haja vista o estrondo que a mídia vem fazendo, em termos de comunicação, que, ao invés de nos informar, nos estressa, perturba nosso silêncio particular, radicaliza os absurdos da vida e dos costumes e o que tem sido pior, tem o desplante de nos impor a ideologia do momento, porque é o meio mais eficiente  que lhe propicia a renda, enche os cofres, e também os bolsos, dos empresários atuantes nessa espécie de banda larga do absurdo. Aristóteles que se revolva no seu túmulo de ver tanto devaneio, ele quem dispõe sabiamente o verdadeiro papel da mídia, como meio e não fim.
             E se falarmos de política, também não há muito o que celebrar, senão algum alívio na economia do País, que, graças ao  esforço dos empreendimentos privados, ousa crescer, embora a conta gotas, mas com insistência. A mesma mídia já dá sinais que ainda serve para a anunciar o fato.
No Congresso, o espetáculo circense de sempre, deputados e senadores despreparados, os projetos se acumulando nos gabinetes,  muitos ineficientes e outros até absurdos – como esse que dizem transitar nos porões das comissões de legislar sobre a escolaridade, visando incluir a famigerada ideologia do gênero nos currículos.
               E o que dizer da badalada reforma política? Essa que nossos supostos representantes no Congresso almejam implantar já para as eleições de 2018? Na verdade, segundo a lenga-lenga dos comentaristas da Globo, é uma reforma de meia tigela, pra inglês ver – fala-se em criar um fundo de financiamento partidário milionário, o que favoreceria os quase 40 partidos existentes e também as emissoras de comunicação. E a redução dessa avalanche de partidos? E o intrincado sistema legislativo brasileiro, espécie de medusa de leis, que impedem o progresso do País e engordam advogados especialistas em driblar esse verdadeiro catatau? E a indomável Reforma Tributária que ninguém mexe, um sistema atrasado e extremamente injusto a empresas e cidadãos? Isso sem falar  noutros pontos de estrangulamento a que se sujeita a República baseada no positivismo de Comte e proclamada por Deodoro da Fonseca. “Ordem e Progresso” ou “Desordem e Regresso”?
                Ora pois, pois – parodiando nossos digníssimos patrícios d’além mar – o de que precisamos mesmo não é de reforma política, nem de tapas-buracos, ou choramingas de congressistas, tampouco de reformas de araque. O de que precisamos, meus amigos, nessa nossa Terra de Santa Cruz, para deixarmos de ser uma República de Bananas, é de uma reforma fundamental, que envolva, sim, não essas ninharias de cunho e inspiração socialista, mas do Estado Brasileiro, modificá-lo para uma entidade moderna, simplificada e eficiente, capaz realmente de alavancar o progresso da Nação,  de quebra, promovendo a modificação de mentes, braços, alma, coração e corpo do cidadão nascido nessas prodigiosas plagas.  

 CDL/Bsb, 26.09.17                                                             

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