quinta-feira, 31 de maio de 2018


ENTREVISTA IMAGINÁRIA COM DONALD TRUMP, PRESIDENTE DOS EUA, KIN JONG-UN, DITADOR DA CORÉIA DO NORTE, MODERADOR MOON JAE-IN, PRESIDENTE DA COREIA DO SUL — ENTREVISTADOR O BLOGMASTER DE CAMINHO DAS LETRAS.


Em dia previamente marcado, em Singapura, campo neutro, o escritor Murilo Moreira Veras, máster do blog Caminho das Letras, entrevista o  Presidente Trump, o Ditador Kin Jong-Un da Coreia do Norte e Moon Jae-In, Presidente da Coreia do Sul, como moderador no encontro.
Caminho das Letras – Pergunto aos dois líderes, que ora se encontram, o que esperam desse encontro?
DT – Como presidente dos Estados Unidos, espero que o sr. Kim Jong-Un se comprometa a baixar a guarda em suas ações de governo e realize a  desnuclearização, para o que nos propomos contribuir com o que nos for possível em termos de negociação.
KJ – De minha parte, espero que o sr. Trump atenda nossa reinvindicação de suspender, em troca, as sanções que nos são impostas pelos Estados Unidos e pela ONU, fazendo as concessões que forem possíveis no momento.
CL – Pergunto ao Presidente Trump. O que o sr. pretende,  finalmente, com essa ação de conciliar-se com a Coreia do Norte, depois de haver ameaçado o sr. Kin Jong-Un quando veio à mídia dizer que poderia até fazer desaparecer do mapa a Coreia do Norte, se o sr. Kim ousasse lançar mísseis aos aliados dos Estados Unidos e a qualquer região do território americano?
DT – Se eu fiz essa ameaça à Coreia do Norte, foi para fazer ver que nós não aceitamos essa espécie de desafio, mas como acredito que as palavras do sr. Kin não podiam ser realizadas, reconheço que a melhor forma de nos entendermos doravante,  e não há outra, senão o diálogo, a mesa de negociação.
CL – E o sr. Kin Jong-Un, o que o fez reconsiderar suas ações impulsivas de ameaçar uma nação poderosa como os Estados Unidos, desafiando até mesmo o mundo todo com seus mísseis com ogivas nucleares, sabendo que isso poderia atingir negativamente o equilíbrio do mundo, já ameaçado por outros distúrbios em outras regiões?
KJ – Nós somos uma nação ainda em construção, com pouco território e a minha decisão visou proteger nosso povo e, assim, robustecer a nação contra alguma agressão. Portanto, nosso objetivo é termos voz   no consenso geral das nações, sermos respeitados como somos.
CL – Sr. Trump, por que suas ações às vezes têm se tornado inconveniente no plano internacional e não apresentando complacência, no sentido de atender a demanda de interesses das nações, como, por exemplo,  a recente decisão sua de suspender o Acordo Nuclear, já mantido por Barak Obama com o Irã — isso não influencia negativamente  o equilíbrio internacional, causando  tensão a qualquer negociação com a Coreia do Norte, como a que pretende neste momento?
DT – Em meu governo sempre adoto ações da linha-dura, porque é a condizente para a ocasião, isto é, proteger os Estados Unidos contra os que querem derrotar-nos, mas não quero dizer que não temos senso e razão suficientes para aceitar as contraditas de outras nações. Além disso, temos sempre agido visando o equilíbrio entre os povos, respeitando seus valores, mas o que não admitimos — e por isso somos  linha-dura – é vermos nossa pátria ser ameaçada por criminosos, terroristas e também assistir, calados, outras nações sofrerem bombardeios matando inocentes, como é o caso da guerra na Síria, na qual interferimos ostensivamente para evitar catástrofe maior e, com isto, enfraquecer cada vez mais o terrorismo no mundo. Ao contrário do desequilíbrio, estamos contribuindo para a paz, defendendo nosso domínio, também a nível internacional. Afinal de contas, a melhor defesa é o ataque.
CL – Sr. Kin Jong-Un,  como o sr. tem contribuído para a paz mundial, se suas ações, embora de algum modo tenham justificativa, como o sr. declara, são sempre ameaçadoras, até mesmo contra sua própria intenção de valorizar o País, na verdade muito pobre cujo povo tem se tornado cada vez mais desafortunado em termos de progresso, educação e cultura, ainda incapaz de se nivelar aos das nações mais desenvolvidas. Tal atitude de sua parte não seria uma incongruência?
KJ – Não sou tão ameaçador, como faz crer a imprensa e as instituições como a ONU, como disse o sr. Trump, agimos para proteger nossas fronteiras e o que queremos é ter voz garantida no fôro mundial. Somos ainda um povo pobre, mas temos grande senso nacionalista, o que nos torna forte. A prova disso é que acabamos de fazer amizade com nossa vizinha Coreia do Sul, o que fizemos a partir dos recentes jogos olímpicos, oportunidade que aproveitamos para estreitar laços com o sr. Moon Jae-In, Presidente daquele País, aqui presente.
CL – O que nosso Moderador, sr. Moon Jae-In, acha dessas declarações iniciais de nossos dois entrevistados, há perspectivas reais de serem encontradas soluções plausíveis, para tão tensas opiniões, como vimos, discordantes, mas que até certo ponto  se  harmonizam em determinados aspectos, como a aplicação da chamada linha-dura adotada pelos dois?
MJ – Vejo, boas perspectivas, sim, as ideias são livres, os debates de ambos perfeitamente válidos. O sr. Trump procura colocar sua posição e tem boa vontade até mesmo por seu porte educado. O sr. Kin, também dentro de suas limitações, mas interessado no sentido de vislumbrar um consenso entre os dois. Com a boa vontade de ambos, poderemos chegar a bom termo, através de um equilíbrio de ações e interesses. De minha parte, dou todo  apoio a ambos.
CL – Agora interrogo diretamente o sr. Kin: qual sua visão do mundo, à vista do cenário de transgressão e desencontros de interesses que grassam entre os povos, as nações e as pessoas, em face, inclusive, dos atentados terroristas às cidades —  por que os seres humanos não encontram o estado de equilíbrio, o bom senso e o sentido de união, solidariedade e paz entre seus pares? O que, na sua visão, precisaria ser feito, que filosofia ou política a ser seguida, que substituiria, por exemplo, o totalitarismo que suprime a liberdade das pessoas?
KJ – Como já disse, somos um povo que seguimos nossa cultura milenar, nossos interesses talvez venham a conflitar com os dos ocidentais, por exemplo os religiosos. Acredito que a paz mundial deva ser encontrada, mas dentro das limitações. A chamada democracia ocidental não nos parece o regime adequado para nossa cultura, por enquanto preferimos o governo centralizador, um preceito e uma ordem que legamos de nossos Pais e antepassados. Fico com minha visão de paz limitada a cada situação, na medida do interesse possível de cada nação. Não somos um povo movido pela ilusão, mas pela realidade, isso que os filósofos ocidentais chamam de pragmatismo.
CL – E o sr. Presidente Trump, qual sua visão, o sr. adere a esse pragmatismo, o que o sr. Pensa de um mundo cujas nações pretendessem desenvolver atitudes mais solidárias e cosmopolitas e não contribuíssem na geração da violência, do desamor, ao contrário, propusessem uma humanidade mais pacífica, inclusive quanto ao fortalecimento da democracia e não do   totalitarismo?
DT – Discordo um pouco da visão pragmática do sr. Kin, mas acredito que esse seja o regime mais adequado à cultura e religião de seu País, o exercício da democracia talvez não tenha ainda raízes formadas ali e não iremos  nos contrapor a isto. O regime democrático, a meu ver, ainda é a melhor forma de governo, pois prezamos, antes de mais nada, a liberdade. Posso afirmar que a democracia ainda atende nossos princípios de religiosidade, já que somos cristãos. Quanto à questão de uma paz a ser alcançada pelas nações, penso que os seres humanos ainda terão muito que aprender para que se chegue a esse ponto máximo da humanidade. Guerras e governos totalitários ainda vão existir. Paz e liberdade irrestritas ainda nos parece de certo modo uma utopia, mas vamos contribuir para que esses valores sejam alcançados, visto que até grandes vultos religiosos aceitam o princípio da guerra justa .
CL – Convido nossos entrevistados e nosso moderador, que opinem sobre os seguintes temas, na qualidade de Chefes de Estado, o que os torna copartícipes na atual geopolítica internacional:
a)   – Globalização e a Nova Ordem Mundial
b)   – Tecnologia e seu progresso inevitável
c)    – O poder da Mídia
d)   – Terrorismo

DT – Quanto à globalização não temos nada contra, em face do avanço desmedido da comunicação, mas desconfiamos muito desse ideal de que todas as nações devam submeter-se a um projeto global, o que quer dizer sob um só domínio. Penso que fere nosso sentimento nacionalista. Sobre a tecnologia trata-se da evolução normal da capacidade humana, contanto que seja controlada e que não nos tornemos, no futuro, escravo da técnica, dominados por seus muitas vezes tirânicos projetos. A Mídia é o exercício da comunicação, a maneira mais fiel de nos fazermos entender, da qual muito faço uso. Já o terrorismo, este é uma praga que deve ser extirpada da sociedade.  

KJ Nossa cultura, como já fiz ver, nós a herdamos de nossos antepassados. Globalização, para nós, entendemos apenas como espécie de parceria limitada com outras nações e não abertura global, porque achamos isso prejudicial para nós. Tecnologia é um tema que nos interessa, para nos ajudar a progredir e aceitar os avanços tecnológicos, de acordo com as nossas necessidades. O mesmo acontecendo para a Mídia, no meu entender, deve ser sempre controlada. Já o terrorismo, digo que, em nosso País, por enquanto, não temos nenhuma ocorrência, se houver, agiremos com força total.

MJ – Na Coréia do Sul estamos em consonância com todos os projetos da modernidade, desde que condizentes com nossa cultura, incluindo, portanto, a globalização como meio progressista. Comungamos com o mesmo receio dos Estados Unidos quanto à teoria de composição da chamada Nova Ordem  Mundial, pois  ela pode prejudicar nossos interesses. A comunicação também é importante para nós, desde que padronizada à nossa cultura e maneira de ser. Detestamos qualquer ação terrorista, que deve ser combatida com denodo por todos.

CL – Sr. Trump, considerando a premissa de que eruditos do passado, como Edward Gibbons (1737-94) e Max Weber (1864-1920), ambos preconizaram que todas as civilizações têm vida efêmera, enquanto Niccolo Maquiavel (1469-1527), ao contrário, aconselhava aos reis e príncipes a agirem em seus domínios com malícia e extrema habilidade para não perderem seu poder— qual sua visão de futuro para o mundo, ou seja, a civilização construída pela humanidade, tendo em vista os conflitos por ela gerados?

DT – Acredito que, com força de vontade dos governantes e eficiência nos atos que praticar visando a melhoria dos cidadãos, nossa civilização pode obter ganhos muito significativos em termos de progresso  e  bem-estar, portanto não somos de modo algum pessimista como foram esses famosos eruditos, é claro que desaprovo ações maliciosas na política, prefiro realizá-las com eficiência e que obtenham resultados positivos.

CL – Sr. Moon Jae-In, e A Coréia do Sul qual seu papel nessa equação mundial, no sentido de harmonizar os interesses do Estados Unidos, da qual seu País é parceiro atual, com as reinvindicações da Coreia do Norte, o protecionismo financeiro e cultural da União Europeia, sem desagradar as demais potências emergentes, como a Rússia, a China e o Irã?

MJ – Somos um País conciliador, aproveitamos a oportunidade dos jogos olímpicos para nos reconciliar com a Coreia do Norte. O nosso papel nesse novo cenário é de fortalecer nossa amizade com todos os Países. Nesse momento importante de troca de confiança entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte, servimos de moderador.

CL – Para terminar, convido nossos entrevistados a registrarem suas considerações finais em nosso blog Caminho das Letras, como gesto de boa vontade das partes –  contribuição positiva aos nossos pósteros.

DT –  Espero que esse nosso encontro dê frutos e assim os Estados Unidos possam conciliar seus interesses com os da Coreia do Norte, na pessoa do sr. Kim Jong-Un. Portanto, vamos continuar dialogando.

KJ   Agradeço a boa vontade do sr. Trump que mostrou nesse nosso primeiro encontro. Doravante, estou aberto a negociações, desde que os frutos atendam a ambas as nações, de forma justa e sem prejuízos. Nossas diferenças poderão ser acertadas aos poucos, à medida que as circunstâncias permitirem. Estamos abertos ao diálogo.

MJEstou bastante otimista pelo relativo sucesso desse encontro memorável, agradecendo ao blogmaster do Caminho das Letras  pela participação como moderador nessa entrevista.

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A entrevista acima não passa de um devaneio literário e ficcional do autor, na esperança de que se torne realidade, fruto de um possível encontro a ocorrer entre dois Chefes de Estado, sob o olhar benevolente de um terceiro interessado.
                                                                                                                 Bsb, 01.06.18




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