domingo, 1 de março de 2020


                                  TEMPOS MODERNOS E  A 

                       INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL 







Até mesmo para confrontar o paroxismo político do momento e nos livrar da deformação midiática que contamina nossos dias, vem-nos à baila tema condizente à ultramodernidade de nosso tempo — Inteligência Artificial, IA ou AI – Artificial Intelligence, em inglês. Dizem os pesquisadores que o assunto é mais antigo do que se pensa e que na Grécia antiga Arquimedes (287-212 a.C.) o maior matemático grego já havia concebido uma estrovenga parecida com nosso moderno computador. Sabe-se, hoje, por exemplo, que o próprio Santo Tomás de Aquino, pelo século XIII, teria feitos experiências em espelhos, que teriam dado origem ao que é hoje o cinema, assim como Júlio Verne, no início do século XX em suas ficções criou o submarino atômico Nautilus. Portanto, a inteligência artificial também não soe ocorrer como caída do céu, mas, sim, resultado de experiências, graças à criatividade do ser humano, sua necessidade de sobrevivência e o espírito inato de evoluir.
Nas décadas de 70 e 80, fazendo jus às aventuras e também famosas corridas espaciais entre Estados Unidos e Rússia, o furor em livros e principalmente na TV eram as divulgações científicas e paracientíficas, matérias relacionadas ao Cosmo, o Universo, protótipos de naves espaciais, precedendo as viagens interplanetárias — aquelas ficções em tiras de jornal e HQ dos anos 40, com aventuras de Flash Gordon e outros similares. Depois de o homem ter ido à Lua, popularizam-se nas TVs  programas como os de Carl Sagan sobre o Cosmo. Foi a época também que começaram a surgir os livros de Isaac Asimov,  instigante autor russo americano, autor de cerca de oitocentas obras, incluindo contos, ensaios e estudos sobre FC, especialmente robôs e uma nova ciência, a Robótica. E pouco depois, o sensacional filme Odisseia do Espaço, baseado em livro de Arthur C. Clark, que se tornou um dos maiores clássicos do cinema e da literatura de FC, influenciadora talvez das inovações tecnológicas que hoje dominam a nossa modernidade e nosso futuro.
Em reforço a essas ideias que agora nos inspiram, cai-nos às mãos o pocket-book de Asimov, em inglês Robot Visions, a versão recentemente publicada com o título Eu, Robô. De formação bioquímica, Asimov, por sinal falecido em 1992, narra histórias sobre robôs. Apresenta diferentes visões dos robôs, ou seja, os comportamentos dessas máquinas em face das três Leis que fundamentam a Robótica — leis estas também por ele criadas. Espécie de três mandamentos a que ficam sujeitos os robôs: 1º. Não atacar o ser humano e defendê-lo sempre; 2º. Obedecer as ordens dos seres humanos, salvo quando interfiram na lei nº 1; e 3º. O robô deve se proteger, respeitada a condição  da  1ª lei.
Nessas estórias, Asimov narra fatos e ocorrências havidas com robôs, nas mais diversas situações, comportamentos por eles assumidos em casos estranhos e até absurdos, como, por exemplo, o caso do robô rebelde e daquele que salva um ser humano — tudo sob as condições da Lei Magna da Robótica.
Já noutro livro intitulado  Física do Impossível, o professor de física teórica da City University de Nova York, Michio Kaku, citando a Lei de Moore, esclarece que a cada 18 meses multiplica-se a potência dos computadores, portanto seria concebível dentro de poucas décadas criarem-se robôs inteligentes, apenas como a de um cão ou um gato. Mas outros cientistas, muito mais ousados — acentua Kaku — asseguram que é possível, sim, os robôs, movidos por computadores quânticos, superarem a inteligência humana.
E eis a questão magna. Se no futuro o mundo talvez seja dominado por uma geração de robôs superinteligentes — digamos como aquele criado pela ficção de Clark em Odisseia do Espaço — o que acontecerá conosco, os seres humanos? Eles, estas máquinas perfeitas, mas maquiavélicas, dominarão o mundo? Poderá haver no futuro os supostos caçadores de robôs rebeldes, como no filme Blade Runners, visando salvar a humanidade? No caso, prevalecerá os mandamentos da Lei Magna da Robótica de Asimov? E se essas regras forem quebradas?
Essa é a lucubração que fazemos, hoje, aliás não tão absurda quanto se pensa, quando observamos o comportamento de certos seres humanos, dentre cuja malta poderá perfeitamente nascer um cientista maluco, capaz de criar um exército de robôs inteligentemente mortíferos para exterminarem a humanidade. No passado recente, um Hitler esquizofrênico, um Stalin assassino e um Mao-Tse-Tung torturador, quase incendiaram o mundo com suas mentes e ações abomináveis.
                                                                        Bsb, 1.03.20



Um comentário:

  1. Parabéns, mais um excelente artigo abordando sempre temas atuis ou históricos. Neste caso fez-me lembrar o Filme "HER" lançado em no Brasil em 2013 com título "ela". Também um ótimo filme.

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