quinta-feira, 7 de julho de 2022

 

A IGREJA CATÓLICA E O MUNDO

 


 

 

Recentemente, a meu pedido, Pe. Edelberto Borges de Sá — meu confidente espiritual de há muito tempo — enviou-me seu comentário sobre o tema à epígrafe.

 

Padre João Mohana, dentre os seus inúmeros livros, escreveu um tendo por tema Eu e o Mundo. Aproveito o gancho e vou expor ao amigo o que penso sobre a atuação da Igreja no Mundo, como me solicitou.

A Igreja vem sofrendo espécie de desgaste, do ponto de vista teológico, em relação à modernidade de nosso tempo. O livro do Pe. Mohana, hoje, seria objeto até de gracejo, quando defrontado às anormalidades, às modificações sofridas pela mentalidade atual, em face da espiritualidade exigível aos católicos.

Assim é que, enquanto o mundo avança em termos de tecnologia, de forma extraordinária,  a Igreja parece não ter ou não poder acompanhar a esquizofrenia da modernidade.

E argumentamos nós: e seria esse o papel da Igreja — fomentar e abraçar a modernidade com todo o seu dinamismo criador? Ou ao contrário, como guardiã da fé cristã, aquela que lhe foi transmitida pelos Apóstolos e recebida ao vivo por Jesus Cristo — seu dever não será o de conservá-la, depositária fiel dos ensinamentos do Mestre?

Penso que não constitui função específica de nossa Igreja acompanhar, pelo menos pari-passu, toda tecnologia concebida pela ciência, também aceitar todos os desmandos praticados pelo ser humano para acompanhar os avanços.

Em sendo assim, é o que certa parcela da Igreja vem agindo, a ponto de ousar confrontar-se até com a teologia católica. É o que uma plêiade de bispos franceses o faz, enviando ao Vaticano um extenso relato postulando modificações na Igreja, dentre as quais, os padres se casarem, mulheres serem presbíteras, novas formas litúrgicas na Missa, inclusive mais barulhos às cerimônias, como não bastassem as já em prática.

E o que dizer dos chamados sínodos agora em voga adotado pelo Vaticano, via Papa Francisco? Primeiro o Sínodo da Amazônia, a nosso ver uma excrecência litúrgica, seguindo-se outros, como o recentemente anunciado por clérigos alemães. Ora, esses denominados caminhos sinodais não passam de heresias disfarçadas — foi desse modo e arte que o protestantismo dividiu a fé católica, criando uma nova igreja.

Em face desses desvios, muitos bispos e padres têm se rebelado a tais manobras, supostamente teológicas, um destes o Cardeal Sarah que chegou a afirmar: “Os inimigos da Igreja estão dentro dela. Bem a propósito declarou o Papa Bento XVI, hoje simples benemérito, profetizando tais revezes já no seu mandato — ...” a Igreja vai ressuscitar como um pequeno rebanho”.

Tem sido divulgado entre os articulistas do Vaticano que cerca de 30% do clero católico discorda do Papa Francisco, dentre os quais se encontram os cardeais Robert Sarah, Carlos Maria Viganò, Gerhard Müller (Congregação para a Doutrina da Fé) e Joseph Zen (Hong Kong).

 

De nossa parte, com a devida vênia, assinalo que o atual Papa Francisco vem adotando medidas extravagantes na Igreja, basta examinarmos as anomalias descritas na sua encíclica Amoris Laeticia e tutti quantis, a cargo das falas, escritos e atitudes a que Vossa Reverendíssima tem se dado fazer, ao longo de seu mandato.

É de meu dever esclarecer, como sacerdote, que quaisquer mudanças no exercício da teologia católica, desde seus primórdios, inclusive custodiado pelos maiores e eminentes doutores da Igreja — Santo Agostinho, São Tomas de Aquino e tantos outros que contribuíram para sua consolidação no mundo — ter-se-ão como heresia.

Não obstante, como clérigo sujeito ao chefe da Igreja, não posso nas minhas sugestões, ir mais além da sandália e ser mais realista do que o rei. Julgar só a Deus pertence fazê-lo, através de sua Suprema Sabedoria.”

 

Eis para nosso conhecimento o teor completo do Padre. 

CDL/Bsb, 8.07.22

 

 

 

 

 

 

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário