APOCALIPSE NOW
Temos a impressão — e isso nos tem confirmado pelo desenrolar dos acontecimentos no Brasil e no mundo — que estamos à porta do Apocalipse. As pessoas se desentendem, revoltam-se por qualquer coisa, inédito aumento da criminalidade, sem falar no clima de aforismo e polarização criados pela aproximação das eleições no nosso País.
Em termos de cenário mundial, essa guerra deflagada pela Rússia contra a Ucrânia nos deixa apreendidos, sem esperança de terminar, as partes chegarem a um acordo plausível. E a possibilidade de uma terceira guerra mundial de consequências imprevisíveis.
Será o sinal de que as Taças do fim do mundo começam a ser derramadas? Tudo isso nos tem trazido tristeza e desconforto. Mais do que nunca parece que temos de nos fortalecer, material e espiritualmente, para não deixarmos nos influenciar por essa situação de niilismo, onde prevalecem a prevaricação e o mal-entendido. Dir-se-á o mundo, o País, a sociedade, as pessoas perderem o senso de equilíbrio e hoje vivem pelos extremos de tudo que pensam, fazem e realizam.
Aristóteles, o estagirita, já no quarto século antes de Cristo em sua magnífica Ética a Nicômaco advertia que nos relacionamentos humanos deve prevalecer sempre o meio-termo, a solução mais equitativa dentro do critério da justa-medida.
Nos tempos atuais, de visionária cibernética, o robô atingindo os albores da inteligência humana — onde se acham o meio-termo das ações, o critério da justa-medida nos pleitos e ajuizamentos das pessoas? Se o que assistimos são os desajustes, sejam quanto ao meio-termo e à justa-medida, exigíveis para a melhor pletora das ações?
Senão atentemos para os acontecimentos correntes no País e no mundo. Um médico anestesista faz ato libidinoso quando praticava anestesia numa mulher em trabalho de parte, no Rio. Em São Paulo, por motivo supostamente político, dois homens se enfrentam, por motivo pode-se dizer fútil, um se dizendo bolsonarista ao passar na casa de um lulista que aniversaria, o insulta, o outro responde com pedrada, no imbróglio o primeiro acaba matando a tiro o aniversariante, o assunto viraliza na internet, a Globo aproveita para culpar o Presidente que qualifica de o “homem das armas”.
Já nos altos escalões do Governo e da Suprema Magistratura, deparamo-nos com situações totalmente surrealistas. Um Presidente, eleito com mais da metade de votos válidos, com dois anos de mandato tem algumas de suas ações embargadas em seus empreendimentos por outro poder, o da judicatura, obstando-lhe direitos constitucionais, cláusulas pétreas inclusive, nas quais se fidelizam as funções executivas da Presidência — art.84, item VII da nossa Carta Magna. Numa dessas anomalias, há pouco o Presidente teve sua ação advertida pela mesma Judicatura que se autossustenta divinatória, pelo fato de, em reunião com embaixadores de outros países, informá-los de haver suspeita na lisura das nossas próximas eleições, devido a vulnerabilidade das urnas eletrônicas, nosso atual sistema eleitoral. Bastou para que a mídia populista contrária viesse a público e desmoralizasse o Presidente. Até o Correio Braziliense, que sempre se faz de defensor da liberdade, desde que fundado, no Império, em editorial de 22.07.22, depois de desqualificar a ação do Presidente — inclusive grafando a nobre função com p minúsculo que por questão de dignidade e respeito ao cargo deveria ser P maiúsculo — afirma que a informação negativa do Presidente...”em vez de enfraquecer o sistema eleitoral brasileiro, acabou fortalecendo a defesa do processo que já elegeu milhares de representantes do povo brasileiro.” Ora, é público e notório que o sistema de urnas eletrônicas não é perfectível, se o fosse por que só é adotada no Brasil ou num ou noutro País menos desenvolvido? Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha, os países mais adiantados, ao que nos consta têm-no repudiado, justo por duvidoso. Ademais, ainda a argui o matutino que o Presidente ...” construiu sua trajetória política com sucessivos mandatos na Câmara dos Deputados e, em 2018, chegou à presidência da República por meio de votos registrados em urnas eletrônicas” — a alegação não contradita o fato da eleição do Presidente, ao contrário até o fortalece, isto é, ele ousou enfrentar a própria vulnerabilidade das urnas e venceu o pleito.
E mais fatos inauditos têm ocorrido. Notem-se os atos desrespeitosos praticados pela classe artística, com raras e justas exceções, como cantoras insultarem em público a dignidade do Presidente. Recentemente, ato realmente delituoso, sujeito até a repreensão judicial, uma moça filha do famoso cantor brasileiro de bossa nova, João Gilberto, na Califórnia, EUA, em pleno palco onde se exibia, chegou a pisar a flâmula maior do País, a bandeira nacional, símbolo da Pátria. E o que dizer que viralizou nas redes sociais uma encenação artística de um suposto assassinato do Presidente — mesmo que pouco depois tenha sido apagada pelo bom senso? O estranhável é que sua majestade o STF fez que nada aconteceu, exercendo, entretanto, sua força punitiva por qualquer ato dos chamados bolsonaristas. Então a Suprema Magistratura agora virou uma Delegacia de Polícia? Até a digníssima esposa do Presidente tem sido vítima dessa ação predatória — o que não deixa de ser um absurdo.
E não se pense que essas insanidades se restrinjam ao nosso País. Também no exterior não fica por menos. O atual Presidente dos EUA, que se diz católico, crítica sua própria Suprema Corte por decidir-se contra o aborto, ele, desde sua senatoria, favorável a esse crime condenado pela Igreja.
Não há negar — o mundo vem se tornando dia a dia palco de uma verdadeira pantomina, porque não dizer, demoníaca, não fosse a ação beneficente e imunizadora, pelo menos até certo ponto, exercida pela Igreja através e sob a ação de uma plêiade de clérigos eruditos, que, alimentados pela fé apostólica, ainda vigente nos corredores do Vaticano, alertam a Cúpula e os cristãos apontando erros e desvios passíveis, inclusive, de corroer os pilares da Santa Madre, nos seus dois mil anos de existência.
Haja fé, disposição de espírito e muita confiança nos Evangelhos, a nos fornecerem a força cogente nas palavras do Mestre da Galiléia, que nos advertiu dos acontecimentos futuros e nos forneceu o caminho e a graça, capazes de vencer tais tumultos. Quem tiver ouvidos que ouçam, felizes os que creram sem tê-Lo visto. Bem a propósito foram as palavras visionárias do Papa Bento XVI, o Papa renunciante, de que a Igreja Católica no futuro não passaria de um pequeno grupo de fiéis a lutarem pela sobrevivência — certamente enfrentando o furacão que seria o mundo sem Deus, ao sabor do caos novamente primordial.
CDL/Bsb, 28.07.22
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