quinta-feira, 28 de maio de 2015


SODOMA E GOMORRA NA MÍDIA

   A JUSTIÇA   UMA    ILUSÃO?

 


 

Todos os dias, melhor, a todo instante, somos bombardeados com uma enxurrada de notícias através da mídia, escrita ou falada, a título de nos manter informados sobre tudo o que se passa no mundo. Não só no mundo, na nossa terra, na nossa cidade, na nossa rua. Nada escapa ao furor da mídia, que não nos dá sossego, nos entope de notícias, a maioria delas fatos horríveis.

O mundo, nosso mundo, nosso País, nossa cidade, nosso bairro – nada escapa à TV de esquadrinhar e depois nos empanturrar de fatos e fotos que nos revelam desastres, cenas de crime, roubos, assaltos.

Convenhamos este não é absolutamente o mundo com que sonhamos. São tão absurdas as cenas e tão nefandos os fatos, que somos obrigados a reconhecer que este velho novo mundo retrocedeu à degradação suprema. Dir-se-á que Sodoma e Gomorra se despregam das vetustas páginas da Bíblia, para compartilhar conosco a podridão em que se tornou nosso espaço vital, ante a degradação e a imoralidade crescentes nos atos e costumes praticados em nossas sociedades.

Será que atingimos, enfim, o Amargedon apocalíptico? Os seres humanos  assumem seus últimos estertores da razão, em estado de absoluta apoplexia material, mental e espiritual – endoideceram de vez?

Bandidos, criminosos, estupradores, ladrões, estelionatários, inclusive políticos violentos e os vilões de colarinho branco – é incrível, mas essa chusma de delinquentes, em maior ou menor escala, já não se contenta em apenas extorquir as vítimas, roubar, desfalcar os cofres públicos, vilipendiar. Pois agora a moda dos atuais  facínoras é, mesmo que não haja reação alguma, matar a vítima, e com o cúmulo de crueldade, à faca, como faziam antigamente os trogloditas a tacape. Pois é o que vem acontecendo em várias regiões do Rio de Janeiro, um caso recente ocorrido na Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão-postal da cidade, em que um ciclista, na realidade médico cardiologista, foi covardemente assassinado à faca, para roubarem sua bicicleta. E pasmem: os autores são adolescentes, um deles já com uma folha corrida considerável de crimes, recidivo em várias atuações.

Há pouco tivemos notícia – também alardeada pela TV e por manchetes de jornais – de um crime dos mais aterradores: em Brasília, a esposa de um oficial militar, em conluio com a irmã,  mandou sequestrar o marido, e matá-lo em seguida com a própria arma dele. Motivo: a mulher ficar com a pensão do marido e com seu seguro de vida. Que mundo é este em que vivemos?

É a pergunta que não cansamos de fazer, a pairar no ar, sem que haja explicação plausível.

No exterior as ocorrências não são nada edificantes. Temos o desprazer de ver os terroristas do Estado Islâmico – o famigerado ISA – explodirem bomba em supermercados e templos, sem contar que já vimos esses sanguinários meliantes degolarem vítimas ao vivo em frente da TV e incendiarem inimigos. Agora sabemos que a falange criminosa acaba de tomar a cidade iraquiana de Palmira, patrimônio cultural da UNESCO. Não tardará e a TV nos mostrará esses famélicos assassinos destruírem templos e raridades artísticas e culturais nesse importante sítio arqueológico.

No Brasil, o estrago não fica por menos. A violência, em todos os sentidos, já ultrapassa o limite do suportável. Jornais, revistas e TVs encharcados de notícias de roubo, assassínios, explosão de caixas eletrônicos, greves de presidiários, violência policial. Infelizmente, convivemos com esse estado de coisa, intolerável e desumano.

Quanto à justiça, como dar-lhe o crédito merecido se seus intérpretes conspurcam seus cargos, alguns igualando-se aos criminosos que julgam? É o triste caso daquele juiz que mantinha sob sua guarda bens do ricaço Elke Batista, processado por maquinações financeiras e um belo dia de domingo eis que é flagrado dirigindo um cupê luxuosíssimo do suspeito. Um juiz – tenha santa paciência, isto é manchar a toga que veste! A justiça fica desmoralizada.

Se o delinquente é menor, nada lhe acontece, pois é defendido pelo Estatuto do Menor, está acima de qualquer suspeição. E resultado: haja roubo, delinquência e até assassinatos praticados por menores, que, assim, ficam impunes.

Fala-se muito na ressocialização dos presidiários. Ora, todos sabemos que, pelo menos no Brasil, as cadeias se tornaram escolas do crime, o delinquente que de lá sai, vai praticar a mesma coisa e com mais periculosidade. É um círculo vicioso de alimentação contínua do crime.

Há algum tempo, em entrevista à Veja, certo administrador de presídio na Inglaterra, com trinta anos de função, declarou que dificilmente o criminoso se reabilita. É quase ressuscitar a teoria, de certo modo, execrável, de Lombroso.

E agora o que fazer? Orar, sim, pedir aos céus, que restituam o tirocínio perdido dos seres humanos – não deixa de ser uma opção humanística do ponto de visto teológico. Mas não podemos ficar de mãos cruzadas. É preciso que levantemos barreira ao crime, ao mal e não nos deixarmos conspurcar por atavios ideológicos. É preciso que aprendamos, mesmo aos solavancos, a construir uma sociedade mais consciente, mais preparada, com pessoas mais imbuídas de fé, seja religiosa ou não – mas que se mantenham como cidadãos convictos, ciosos de que poderão construir um mundo melhor, no qual o ser humano se solidarize com suas potencialidades e  atenda, com racionalidade, as exigências do amanhã.

CDL/BSB, 29..05.15

sexta-feira, 22 de maio de 2015


             OS  QUE  NÃO  BEBEM  COMO  CÃES

 


Viceja em certos meios agnósticos e até circula entre  pessoas que se dizem gnósticas, a ideia ou concepção, um tanto quanto extravagante, de que as religiões no futuro terão desaparecido.  Aduzem que, para substituir o vazio deixado, uma única seita nossos pósteros haverão de aderir: o culto absoluta  à personalidade – cujo desvio pressupõe uma outra crença, esta inventada, de caráter inconsútil, que se diz espiritualista por  cultuar o além-túmulo.

O ser humano sob tal perspectiva se apartaria da realidade, coadunando-se com uma espécie de imanência transcendental, decorrendo dai o exercício de um materialismo disfarçado, com a idolatria ao morto, o mito do retorno à vida e outras excentricidades, que não contribuem absolutamente com nosso caminhar nesta vida. Conquanto haja outras correntes de pensamento que  se contrapõem a essa visão fantamasgórica, a verdade é que as duas, espiritualistas e materialistas, se afinam, uma ajudando a outra – tudo para reforçar o fim das religiões, cada qual fazendo cobro à sua tese. Em outras palavras, exterminar com a crença num Criador, como mantenedor do mundo por ele criado, trocando o que dizem ser um mito, por outro mito, o de que o ser homem, e só ele, é responsável por seu destino no mundo.

Ora, se se apegam a concepções de vivência em além-túmulo, fazendo com que o ser humano reviva mediante processos reencarnatórios, tais ideias só fazem estimular o ideal materialista de que, cada qual é responsável por seu destino, vivo ou morto. Dai serem prata da mesma moeda, farinha do mesmo saco, ideológico e contrário, portanto, à lídima doutrina filosófica dos Evangelhos.

O fim das religiões, como apregoam esses asseclas da desrazão, tem certa semelhança com o pensamento desvairado de Nietzsche, ao preconizar que “Deus estaria morto”,  de cuja afirmação é corolário o pensamento do economista americano de origem asiática, Francis Fukuyama, que, em 1985, declarou o fim da História.

Não há negar que tais assertivas, citadas assim levianamente, não têm crédito, são de fulgurância fugaz e falaz. Traduzem visão opaca e prevaricam quanto às verdades reveladas pela doutrina do Mestre do “Sermão da Montanha”. Observe-se com que maestria já nos ensinava no passado o sábio francês Michel de Montaigne(1533-1592): “O homem que não é nada, procura com sua fraqueza e incapacidade sondar os mistério de Deus, mas, ali,  nada ele encontra a que se apegar.”

O cristianismo – “A Religião do Homem”, como explicitou o filósofo paulista Mario Ferreira dos Santos – jamais há de desaparecer, porque se enraíza em verdades eternas. É tão forte, tão arraigada na consciência humana a centelha da religião, que nenhuma tempestade ideológica haverá de fazê-la, desaparecer, não só do mundo, como videira existencial, mas do próprio cérebro humano, em cujo lóbulo central se acha localizado, fato, inclusive, já provado cientificamente.

O que seria o mundo se não fosse a religião, uma vez que constitui o elo de ligação com a Divindade?

Como os seres teriam alcançado o progresso, inclusive o tecnológico, se tais atos não hajam encontrado a ressonância necessária advinda do espírito empreendedor, embebidos na força do personalismo e da compaixão, ambos originários do cristianismo, que proporcionou ao ser humano a dignidade capaz de, valorizando sua intuição, evoluir moral, social e economicamente? O contrário seria o ser humano retroceder ao caos.

Não há negar: sem religião o mundo retornaria à barbárie e a vida não passaria de uma trajetória sem sentido, vazia de eternidade.
CDL/Bsb, 23.05.15

 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

FAÇA-SE JUSTIÇA, MAS A JUSTIÇA PODE  NÃO  SER FEITA

 


 

Constitui  a Suprema Corte de Justiça, como em qualquer país, a egrégia instituição de onde promanam as sentenças definitivas em termos jurídicos – portanto se erige guardiã inconteste das respectivas Magnas Cartas.

Para alcançar tão soberana função, a ela Corte devem se integrar apenas personalidades altamente qualificadas e que possuam inestimável cabedal da ciência jurídica, à altura da responsabilidade que a superior toga lhe confere.

Semelhante primado honorífero deve prevalecer a toda nação que tenha por fundamento  a plenitude democrática e cujas leis defendam os magnos conceitos de justiça, equidade e soberania.

Nações há – e os Estados Unidos são  o melhor exemplo – que as sessões da Suprema Corte – Supreme Court of the United States – cuja realização das assembleias se revestem de significa solenidade, a ponto de o Marshal, seu Conselheiro Geral, abrir a sessão com o seguinte exórdio ejaculatóro:

 

“Escutai, escutai, escutai todos que mantêm algum pleito

com essa honorável Suprema Corte dos Estados Unidos,

pedimos que se aproximem e prestem atenção, pois iniciam-se os

trabalhos desta Corte e que Deus abençoe os Estados Unidos

e sua honorável Corte de Justiça”.

 

A Suprema Corte de nosso País – o Supremo Tribunal Federal – ao invés do solene pregão, recorre à TV, levando publicamente a realização das sessões, a título de torná-las democráticas, quando na verdade parece mais um circo de conotação demagógica.

O que se espera, enfim, de uma Suprema Corte, solene ou demagógica, é o fato de ela se constituir o superior conciliábulo  e a última instância jurídica de um País, instituído como nação independente. Entre nós, é o Supremo Tribunal de Justiça, o STJ.

Historicamente, decorreu de proclamação por D.Pedro I da 1ª Constituição brasileira,em 1822, promulgada dois anos depois, cujo artigo 163 fazia criar um Tribunal sob a denominação de Supremo Tribunal de Justiça, rebatizado como Supremo Tribunal Federal através do Decreto nº 510, de 22.06.1890.

Sob sua égide, desde então ilustres figuras do mundo jurídico têm honrado a missão, citando-se, dentre outros, Nelson Hungria, penalista célebre, Orozimbo Nonato, civilista renomado, Hahnemann Guimarães e Aliomar Baleeiro, renomados ambos.

Ocorre que, nos dias atuais, os meios políticos brasileiros encontram-se em efervescência certas ideias esdrúxulas, muitas delas contrárias ao direito e ao espírito democrático. Pois é neste cenário que a Presidência da República acaba de indicar nome de jurista, sobredito como de grande competência, para preencher vaga no Supremo Tribunal Federal.

As informações que correm sobre o candidato – inclusive segundo artigo publicado na revista Veja – é que ele nutre ideias nada democráticas, ou melhor, suas pretensões ferem não só nossa Constituição, mas a própria ciência do direito, se considerarmos que seu fim é a prática da justiça, da equidade e o equilíbrio da sociedade pela solução dos conflitos gerados. Ora, esse senhor apregoa abertamente considerar o direito de propriedade “antiprogressista”, assim como defende a desapropriação de propriedades produtivas para fins de reforma agrária, portanto, a favor das ações delituosas do MST. E não ficam ai suas maquinações intelectuais: considera normal a poligamia e diz até hoje exercitar-se com base no “materialismo dialético” – o que não deixa de ser um absurdo com o desmoronamento do comunismo russo por ter sido comprovada a ineficiência de sua aplicação como regime socioeconômico.

Torna-se inconcebível, pois, que, para exercer tão elevadas funções, seja escolhido e participe de uma entidade como o Supremo Tribunal Federal, pessoa com tais qualificações, não só do ponto de vista intelectual, mas como julgador, que se imite, pelo encargo em si, defensor e guardião da Constituição, ao lado de seus pares naquele Órgão.

Oxalá nossos representantes no Senado Federal honrem seus mandatos e respeitem o povo brasileiros, que os elegeram, não só sabatinando o candidato com o máximo rigor, mas,por fim, embargar seu ingresso no STF, pela inaceitabilidade de suas pretensões – ao largo e muito dos princípios pétrios do direito e de nosso regime constitucionalista.

Com o fato consumado não é só a Constituição que se fragilizará, mas o povo brasileiro que, assim, dará mais um passo para se tornar refém de um regime totalitarista, antidemocrático e anticristão, por excelência.

CDL/BSB, 11.05.15   

 

 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

               CIÊNCIA E TÉCNICA : NOVAS RELIGIÕES?

 
 
 
 
Dentre os livros que Mario Ferreira dos Santos, filósofo e erudito professor paulista escreveu um deles tem o  expressivo  título “Cristianismo a Religião do Homem”. Pois bem, um contingente atual de cientistas, físicos, astrônomos, biólogos, naturalistas, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, pretendem criar, se já não criaram, uma nova religião, aliás, novas religiões. E o que é  pior, esses indomáveis defensores de um suposto livre pensamento se arvoram “donos da verdade” de forma tão virulenta que acabam  por assumir as mesmas ideias fundamentalistas que tanto dizem combater.

Em outras palavras, esses representantes magnos do cientificismo não medem palavras e esforços, para fazerem valer suas ideias, muitas delas até idiossincráticas, como o fez no século XIX Auguste Comte, ao designar o positivismo como a “Religião da Humanidade” e Clotilde de Vaux, escritora recém adepta a seu ideário, por quem inclusive se apaixonara,  Vestal da Humanidade”. E foi mais além, preconizou a construção de templos como os religiosos, os quais, por incrível que pareça, foram realmente construídos em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, em Porto Alegre e São Paulo, com adeptos até hoje. Personagens ilustres participaram desse culto,  como Manuel Teixeira Mendes, Deodoro da Fonseca, Julio de Castilhos, Tobias Barreto, Clovis Bevilacqua e outros.

Ora, com fulcro ainda no iluminismo, o chamado cientificismo surge no século XIX, uma espécie postura que floresce no âmbito das ciências positivas e, dado seu aceite, logo alastra-se passando a influir como método nos estudos conduzidos pelas ciências sociais. Passa então, de simples método, para se erigir uma filosofia — o positivismo – com o objetivo de substituir as explicações filosóficas e teleológicas para explicar a realidade.

Auguste Comte na contramão do bom senso e da concretude filosófica, consagrou-a como religião, a Religião da Humanidade.

Claro que o positivismo compteano esclerosou-se, por si próprio, mas não há negar sua influência e o pragmatismo de suas ideias prevalecem até hoje. Supostos eruditos, cientistas e representantes midiáticos se arvoram a defender ideias e conceitos impregnados de cientificismo, muitos deles transformando tal ideário em tábuas da lei, com axiomas que mais parecem anátemas, sujeitando quem neles não acreditam em réprobos, verdadeiros marginais por não comungarem  dos quase sacrossantos preceitos cientificistas do conciliábulo da Razão Pura.

Então é de ver-se, em livros, revistas, entrevistas e programas ideias estapafúrdias de supostos defensores desse cientificismo a correrem o mundo, através de seus acólitos, como Richard Dawkins, Daniel Dennett, Neil deGrsse Tyson, Stephen Hawking, Luc Ferry, Comte-Sponville, Michel Onfray e Sam Harris, só para enumerar os mais furibundos desses redivivos sofistas da atualidade. Dentre eles, destacam-se, pela rebeldia de suas posturas, consubstanciando  verdadeiro estado de irresponsabilidade e contrassenso,  Onfray e Sam Harris – o primeiro francês, que se diz filósofo, assim como seu contraparte inglês, Harris. Onfray é autor de uma bestiologia chamada Manual do Ateismo e o outro declarou, alto e bom som essa licenciosidade absolutamente sem lógica: “Não acreditar em Deus é atalho para a felicidade.

E ainda tem gente que se admira de nosso mundo se achar em ebulição, com terrorismo em todos os sentidos, inclusive estes ideológicos, quem sabe os grandes motores do esvaziamento espiritual predominante na atualidade.

 CDL/BSB, 8.04.15

 

 

 

 

quarta-feira, 25 de março de 2015





          PÁTRIA  EDUCADADORA?

 
 
 
 

 

O lema apregoado pela Presidente, em seu segundo mandato, tem sido a “PÁTRIA EDUCADORA”. O que  fica absolutamente claro é a falta de coerência da nossa governante – ou governanta, para rimar com presidenta – quanto às evidências comprobatórias dessa afirmação.

Senão vejamos, para sermos mais didáticos, uma vez que ainda há inteligência nessa parte do planeta. Artigo recente, o jornal O Globo noticia fatos concretos de corte no orçamento do Ministério da Educação, segundo o matutino – que por sinal não faz oposição ao governo por motivos óbvios, não revelados – da ordem de R$5,6 bilhões para uma verba orçamentária destinada ao órgão em 2015 de R$37,8, ou seja, uma poda no seu contingente financeiro

de 15%.

As consequências do que o governo denomina de “contingenciamento”, naturalmente decorrente dos ajustes fiscais impostos pela Fazenda, são calamitosos. Eis – segundo o noticiário:

- na UNB, paralização das obras do campus de Planaltina, em construção;

- na UFRRJ (universidade rural) faltam recursos para o bom funcionamento do campus universitário;

-  a Ufal, em Maceió, Universidade Federal de Alagoas, sofrerá corte drástico de 1/3 de seu orçamento;

-  Targino de Araújo Filho, Presidente da ANFITES,  órgão que coordena as instituições federais de ensino, cobra “coerência do discurso das autoridades em que a educação brasileira é posta como prioridade.”

E o contingenciamento continua a fazer estragos. O MEC deixa de pagar 10% da verba deste ano, destinada ao Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD). E tem mais: o mesmo MEC cortou 64,6%, cerca de 7.109 bolsas, das 11.000 previstas para o presente ano do Programa “Jovens Talentos Para Ciência”, programa este que se destina a estudantes de graduação, visando a incentivar a iniciação científica.

Que “pátria educadora” é esta tão apregoada pelo Governo que, ao invés de valorizar e fomentar a educação, corta as verbas destinadas as atividades ligadas à educação? Pátria educadora ou deseducadora? Então tudo não passa de um blefe, para enganar os incautos? Cortam-se verbas à educação, mas aumentam-se vergonhosamente os numerários dos parlamentares?

Enquanto isso, os burocratas da corrupção assaltam as finanças das estatais, através de uma rede gigantesca de roubalheira, denegrindo não só a entidade atacada, mas a própria Pátria, a dignidade da Pátria, a imagem da Pátria. E ainda vêm com o descaramento de arrotar que somos uma Pátria Educadora. Ou Pátria Vilipendiada?

E lembrar que no século XIX, Machado de Assis, nosso maior expoente literário, preconizava, para gáudio  da literatura e engrandecimento de seus escritores, a criação, entre nós, da República das Letras”.
CDL/BSB, 25.03.15

quinta-feira, 5 de março de 2015


 

 
 
 
 
 
QUEM  É?

                          Murilo Moreira Veras

                               -  Homenagem ao Dia Internacional da Mulher -

Quem  é esse ser,

ser do  ente e ente do ser  

que nos anima tanto a vida?

Não será um porto

onde todos aportam com seus navios

                        de aventuras.

Tampouco um abrigo com seu conforto

                         tão masculino.

Um caminho também não é:

tem o desconforto dos desvios.

Será o céu que nos conforta?

Mas ele parece tão infinito.

Sei que não é o laço,

o laço sempre nos prende,

enquanto amor indócil e enganador.

Talvez um muro, o oceano, o trabalho,

o ano corrente, um caudaloso rio,

o jornal da manhã, um longo dia

– mas são como ritos de passagem

nos observando curiosamente.

Quem é, pois, este ser

que nos vigia e nos faz sonhar?

Dir-vos-ei:

É um ser diferente que vive e fala como a flor,

se eleva à altura das estrelas,

trêmula de voz,

tem o olhar febril das aves voadeiras,

seu caminhar o de um ser viandante.

Flor, estrela, luz, saudade de esperança,

esperança de saudade,

perfil de pérola em letra esmeraldina,

paixão que nos ama e inflama:

avó, mãe, esposa, filha, irmã, sogra, namorada

– esse maravilhoso, surpreendente ser  vivente

Chama-se MULHER.

 

segunda-feira, 2 de março de 2015


ÁTILA, UMA FRANCESINHA INGÊNUA
               E   UM  LOBO  MAU  TERRORISTA

 


Estarreceu-nos recente documentário da Globo News, em que divulga de forma jornalística como ocorrem os recrutamentos na França de jovens para fazerem parte do jihard na Síria, o famigerado Estado Islâmico – na realidade o mais violento e aterrorizante  braço do islamismo de Osama Beladen.

As ações de virulência desse inominável terrorista prosseguem, infelizmente, rendendo frutos, fazendo proselitismo – como esse que está assustando o mundo  com seus atos de absoluta maldade, espalhando o ódio e o terror entre pessoas, comunidades e nações, espécie de Átila redivivo, aquele personagem terrível da história que tentou destruir a civilização ocidental, representada pelo Império Romano. Pelos malefícios que acarretou, foi considerado o Flagelo de Deus, perseguindo os cristãos e a Igreja Católica.


Pois esse inominável Estado Islâmico, com seus horripilantes mascarados degolando prisioneiros e transmitindo tais cenas pela TV, a praticarem toda sorte de barbaridades – inclusive esses monstros destroçando a bordoadas antigas obras em museus do Iraque e Síria, acervo que constitui o berço da civilização ocidental, a mítica e fabulosa Mesopotâmia.
 
Por tudo isso, a essa pessoas desumanas só cabem uma designação: Flagelo do Diabo. Sim, porque tais carniceiros não têm nada a ver com Deus, que é justiça, amor e esperança, mas com o Demônio, que forja o mal e só dissemina desgraça pelo mundo afora.

O citado documentário, apresentado pela Globo News é de apavorar qualquer criatura que ainda cultive a razão e se atenha às leis morais, com resquícios de justiça e comiseração em sua alma.  

Segundo o documentário, uma jornalista se disfarça para obter dados de como o recrutamento de jovens principalmente na França, rapazes e moças, que optam por lutar nesse “exército maldito”, muito pior do que a vetusta “Legião Estrangeira”. No caso, a jornalista se faz passar por uma candidata a entrar nas fileiras da tal Isa, como esposa de um terrorista. E esclareça-se, sem conhecer o dito cujo, pois tudo é monitorado por “recrutadores”, que têm a função de fazer todos os contatos, ditando os procedimentos que o candidato ou candidata deve seguir, para não serem presos. Nossa jornalista/cobaia obedece rigorosamente às ordens do recrutador, que diz fazer parte de uma irmandade. Quando ela já está na Síria, a última etapa para alcançar os terroristas, certifica-se que, no mesmo hotel em que se hospeda, há uma candidata na mesma situação sua, à espera do contato final. Entra em contato com essa pessoa e, estarrecida, descobre que se trata de uma jovem francesa – e pasmem – de apenas 15 anos, que foi cooptada pelos jihardistas e vai se casar com um dos integrantes da trupe. O absurdo é que ela, segundo esclarece a jornalista, não sabia quem ele era, se solteiro,  quantas pessoas já tinha morto, enfim quem era essa pessoa. A jornalista conversa com a jovem e tenta até dissuadí-la dessa intenção, mas não adianta porque ela está completamente fanatizada pela tresloucada aventura.

O documentário termina com a jornalista encerrando sua participação, até mesmo por questão de segurança pessoal. E fica a interrogação no ar: o que está acontecendo com os atuais jovens do mundo?

Como se explica que uma mocinha francesa  de apenas 15 anos se lance numa aventura escabrosa como essa? O que move um jovem a se tornar terrorista, sair de sua terra natal para converter-se ao islamismo ultra-fundamentalista, a ponto de se tornar até um assassino de pessoas inocentes?

Essas são as perguntas que não nos cansamos de fazer nesse estranho e desconexo limiar de 2015 – haja vista o que sucede em nossa Pátria: um mar de lama (no caso de petróleo), tingindo de vergonha o pavilhão nacional.

Será que estamos sofrendo da síndrome do Estado Islâmico e forças ocultas  – mas nem tão ocultas assim – se apressam por nos enfiar goela abaixo uma ideologia espúria, como aconteceu com a infeliz jovem francesa que, à semelhança de Chapeuzinho Vermelho, se deixou enganar  pelo  velho e surradíssimo feitiço do Lobo Mau e nós, brasileiros inocentes úteis, queremos aceitar essa barbárie social?