terça-feira, 9 de março de 2021

 




TEORIA DO TUDO — UMA ABORDAGEM LAICA







 

Vez em quando cientistas trazem à baila a discutida e também discutível Teoria do Tudo. Como é sabido, graças ao filme sobre a vida do físico inglês Stephen Hawking, trata-se da teoria científica que tenta explicar os eventos sobre a origem e os fundamentos do universo. A teoria tenta resolver todas as controvérsias dos fenômenos cósmicos. Uma vez testada e aprovada pela comunidade científica, a Teoria do Tudo estabeleceria a uniformização e compatibilização de todas as forças que atuam no universo, com consequências físicas e filosóficas para o ser humano, inclusive quanto ao sentido da vida, espécie de nova visão do mundo — pelo menos é o que vaticinam os adeptos da teoria.

Na presente abordagem, não nos preocupam os aspectos técnicos e científicos da Teoria, simples leigos que somos no assunto. Interessam-nos, sim, perquirir sobre aspectos relacionados com aqueles que a imaginaram, como surgiu a ideia e suas implicações para nossa vida humana. Alias, sabemos ter sido a Teoria do Tudo o maior sonho de Albert Einstein, que faleceu sem conseguir vê-la concretizada.

Pois eis que nos cai a mão o livro Uma Teoria de Tudo — Que Importa, do físico molecular Alister McGrath, que também é teólogo em história intelectual, ex-ateu, professor de Ciência e Religião na Universidade de Oxford. Trata-se de Uma breve introdução a Einstein e suas ideias surpreendentes sobre Deus.

Fascina-nos logo no início saber que um físico, antes ateu,  autor do livro, se preocupa em demonstrar tema tão árduo e misterioso, a existência de Deus, na vida de outro físico, Albert Einstein, que construiu a célebre Teoria da Relatividade, fato que modificou profundamente  o mundo da Física com implicações em nossa vida.

O surpreendente do livro de McGrath é como, de forma meticulosa, clara, com argumentos compreensíveis, ele defende as ideias de Einstein. Ao contrário do que viraliza entre as pessoas, por culpa dos próprios cientistas, de que Einstein era ateu convicto. McGrath em sua exposição nos esclarece o contrário: Einstein nunca foi ateu, nem mesmo agnóstico, ele tinha uma visão própria, conhecimento peculiar sobre o Criador, desde que não antropomórfica, isto é, Deus não corporificado, um Pai eterno, sentado num trono celeste, mandando no mundo e nas pessoas. Einstein na verdade tinha uma crença firme em uma mente superior — o que absolutamente não significa ter sido ateu, como algumas pessoas inadivertidamente propalam.

Pelo que nos esclarece, não se pode dizer que Einstein tenha sido uma pessoa religiosa no sentido específico do termo. Não o foi. Sua concepção de Deus seria mais ou menos a de Spinoza, de um Ser que se confunde com a natureza, gerador e geratriz de um mundo que se governa a si próprio. E assim sendo não tem nenhuma relação com as criaturas. Uma concepção pragmática de um ser invisível dentro de um quadro existencial de imanência sem qualquer participação com seus habitantes como um jogo sujeito a lances matemáticos do acaso e das leis de probabilidade.

Claro que esta não é a concepção do Deus do Cristianismo, mas não deixa de ser uma visão com certo grau de transcendência, diferente daquela que nega qualquer ingerência espiritual no mundo.

Segundo McGrath, Einstein foi um cientista preocupado com a realidade do mundo, que se bateu contra as ideias intervencionistas, os governos ditatoriais, tendo sido em toda sua vida a favor dos valores éticos e morais, na sociedade e nos empreendimentos humanos, também anticientificista quanto aos projetos originários da ciência e tecnologia — fato que tem se tornado voz geral hoje entre certos cientistas e tecnólogos, desprovidos desses valores.

A nosso ver, o livro de Alister McGrath contribui definitivamente em recuperar o valor que o físico formulador da Teoria da Relatividade merece ter dentre os eminentes vultos cuja sapiência e desempenho pessoal têm engrandecido o gênero humano.

CDL/Bsb. 9.03.21

    

   


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

 

 

 

POR QUE ME UFANO DO MEU PAÍS

 





 

O brasileiro é, antes de tudo, um reclamão. Reclama do sol, da chuva, da noite, do dia, do governo, do desgoverno, da vida, do tempo, do futuro e quejandos. Parodia-se e, de certo modo  contradizemos o que escreveu Euclides da Cunha, em Os Sertões – O Sertanejo é, antes de tudo, um forte.

Agora consideremos o que nosso País acumula em termos de grandeza territorial, clima, riqueza natural. O Brasil é  uma espécie de paraíso tropical. Tanto que na primeira carta ao rei de Portugal seu portavoz Pero Vaz Caminha ao descrever as belezas da nova terra descoberta, declara: Em se plantando tudo dá.

Então, por que o brasileiro reclama tanto? Enquanto isso, o que pensam os estrangeiros, como eles, de longe, avaliam nosso País? É inacreditável o que os estrangeiros falam e descrevem o Brasil. É só consultar o youtube onde esses estrangeiros  de livre e espontânea vontade dizem. Certa holandesa, que já nos visitou, anunciou uma lista das virtudes de nosso País, em comparação com os defeitos, que ela mesma aponta, do seu próprio e de toda a Europa. Saibam que na Holanda a telofonia é simplesmente horrível. Em toda Europa, os açougueiros que tratam de carnes, sequer lavam as mãos para o metier. É notória a falta de educação dos taxistas, na Europa, sobretudo os franceses. Nos mercados, peixe é simplesmente embrulhado em folha de jornal. O sistema eleitoral não tem resultado imediato, é confuso, atabalhoado, como exemplo tem-se o da maior suposta democracia mundial, Estados Unidos. Pois a holandesa faz elogios estrondosos do Brasil, terra de clima maravilhoso, o melhor sistema de telefonia, pessoas amáveis, sobretudo solidárias, coisa difícil de acontecer entre os europeus. E não é só a holandesa que fez comentários elogiosos de nosso País. Também uma moça russa, que  diz passar temporadas no Brasil, onde tem muitos amigos, inclusive fala bem o português. Dentre as maravilhas que aponta, ela se espanta com a idade provecta a que os brasileiros comumente alcançam, de 80, 90 anos. Ela afirma que sua progenitora que não tem 60 ainda, já se considera velha — a senectude lá é vista como o fim da vida.

Outra circunstância que faz o brasileiro desvalorizar seu próprio País.  Esquecer sua história, seus representantes ilustres, escritores notáveis, os grandes heróis da Pátria. Querem ver um nome, hoje totalmente esquecido e que no início do século tornou-se destemido defensor do Brasil e sua obra literária texto obrigatório nos currículos ginasianos? Afonso Celso, autor de Por que me ufano de meu País.

Às vezes, quando Afonso Celso é citado é no sentido pejorativo.  E o motivo são as correntes culturais modernas, o desconstrutivismo  gramsciano que tomou conta de nossa cultura, dominou as Faculdades, desmantelou o cérebro das pessoas menos avisadas, até mesmo de personalidades de vulto, proeminentes, professores, escritores, dotados de cultura sapiencial.

Observe-se o que publicou no Jornal do Brasil, em 10.09.20, a professora, teóloga formada na PUC, Maria Clara Luchetti Bingemer, autora do ensaio A Argila e o Espírito, onde valoriza autores católicos como Adélia Prado, Murilo Mendes, Edith Stein, Simone Weil e Cecícilia Meireles, espiritualista. Agumas coisas ditas pela teóloga são incontestes, em relação ao que acontece  em nosso País, mas esse fato não justifica, a nosso ver, que a autora alardoe que perdeu as esperanças no Brasil, segundo declarou: “...estou em situação de imensa dificuldade para ufanar-me do meu país.”

Perdoe-nos a Dra. Berginger, mas nosso País não merece que jamais desconfiemos de suas qualidades intrínsecas, o País como um todo, com seus representantes ilustres, nossa historiografia, os progressos já alcançados, sua maravilhosa riqueza natural. Mesmo tendo sofrido crises imensas, muitas delas decorrentes da má gestão dos governantes, sobretudo as recentes sob a tutela do petismo, responsável pela expropriação, roubo e espoliação de que o País foi vítima, a ponto de a levá-lo quase  à banca rota — mesmo assim não temos o direito de difamar nossa Pátria, mesmo com meias palavras.

É lamentável que pessoas estrangeiras  se antecipem a certos brasileiros e analisem nosso País com senso de equilíbrio e visão mais virtuosa do que certos  compatriotas nossos que se comprazem em desmerecê-lo, erigir críticas negativas,  ignorando suas verdadeiras qualidades como Nação e Povo.

Quanto a mim, jamais deixarei de me ufanar do meu País, torrão onde nasceu minha raiz, familiar, humanística, cultural, a cujo berço devo minha consciência de cidadão responsável, amante da verdade, da justiça e jamais descrente na magnitude do Criador.

CDL/Bsb, 22.02.21  

 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

 

                              OS ESTADOS UNIDOS  E   O

       MUNDO— HOJE  E  AMANHÃ

 


Os Estados  Unidos estão em festa. Tomou posse no dia 20 deste mês o novo Presidente. Lady Gaga cantou o hino nacional americano. O novo Presidente toma posse no cargo de casaca preta, enquanto vinte e cinco mil soldados garantem a segurança, em Washington. Fato realmente estranho para  um candidato que se vangloria de ter sido eleito em eleições livres, representando a vontade do povo americano. Então por que tanta segurança na sua posse?

A mídia brasileira e internacional está eufórica — o refrão é que venceu a democracia. Mas como ficam as evidências de fraudes ocorridas durante o processo? Antes da posse o Presidente e sua mulher assistiram a missa. Por incrível que pareça são católicos!

O Para Francisco certamente felicitará o novo Presidente, ele que afirmou que Donald Trump não era cristão. Joe Biden é católico fervoroso? Senão vejamos se ele porta todos os sinais de um bom cristão. É a favor do globalismo, da projeção de um Mundo Novo, é cúmplice com a Nova Ordem Mundial, a favor do ecumenismo social, assim como, seguindo os grandes gestores da humanidade, a internacionalização da Amazônia e outros pontos vitais de interesse da Maçonaria Universal, com os quais, aliás, concordam  o Papa Francisco, que recriou o mito da pachamama, a Nossa Senhora dos índios amazônicos.

E agora, para onde vai o mundo, se os Estados Unidos se encontram de braços dados com a China, Joe Biden trocando favores com Xi Jinping?

Como isto ocorre nos Estados Unidos é o que nos deixa estupefatos, o Pais considerado, na comunidade mundial, o maior exemplo da democracia. Não foram os Patriarcas da Independência que formaram a democracia americana, eles que estabeleceram em 1786 o indestrutível Bill of Rights, a Constituição Americana — John e Samuel Adams, George Washington, Thomas Jefferson, Georg Clymer, Benjamin Franklin, George Taylor e George Rea?

Diante de tal cenário, mais angustiante do que esperançoso — como dar crédito à maior democracia mundial, quando seu líder, ora empossado, se acumplicia com o regime comunista chinês?

 

E pensar que a América nos deu figuras extraordinárias,  sejam na vida privada ou pública.  Mark Twain, nas letras, criador dos personagens inesquecíveis Tom Sawyer e Hucleberry Flinn, expressão religiosa do Cardeal Newman, santificado pela Igreja, a figura gigante de Abraham Lincoln, que acabou com a escravidão americana, a dignidade do Pastor Graham Green, o tirocínio político de John Kennedy, a capacidade empreendedora de Walt Disney, o espírito inovador de Orson Wells como cineasta, herdado do mestre John Ford. Como esquecer Dale Carnege e sua fórmula de Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas  pela qual ensinou as pessoas a serem úteis à sociedade através da educação e da amizade?

Esta era a Nação que nós todos admirávamos, graças ao dinamismo de seu povo, exemplo de liberdade, livre expressão do pensamento, modelo mundial da livre iniciativa e empreendedorismo.

Podemos confiar agora nesta grande Nação diante da ocorrência de tantos sinais de desgaste em seu sistema  administrativo? Continuará a ser modelo às outras nações, como o foi na 2ª Grande Guerra, quando obteve a rendição da Alemanha Nazista, pondo fim à insânia de Hitler de conquistar o mundo?

É-nos nada animador o que os EUA  hoje apresentam. Por outro lado, sua influência perante o concerto das Nações não nos arrefece o espírito, tanto são os desgastes  políticos dessa grande Nação,  à conta dos governos democratas anteriores, cujos atos nada tîveram de  democráticos, tributários, isto sim, de um híbrido pernicioso de democracia e socialismo.  Há 400 anos a.C Platão nos advertia, de certa forma, de que a democracia não seria o melhor regime para o Estado, mas, sim, aquele gerido por filósofos e sábios.

A suposta pauta do novo governo que a mídia estrondosamente nos divulga não nos encoraja a acreditar que os EUA desmintam as  sábias  observações de Platão.

Praza aos céus que sejamos poupados de maiores revezes em nosso País, depois de ter sofrido com as gestões desastrosas dos governos anteriores, ditos social-democráticos.

CDL/Bsb. 22;01;21

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

  

 

FÁBRICA DE SONHOS E A DUREZA DO REAL

 







É de ver-se, mesmo na urdidura desta vida, que nem só de pão vive o ser humano. O sonho também constitui um alimento. Em contrapartida, há os que agem não como sonhadores, mas como loucos. De todos os gêneros, se  nos propusermos a distinguí-los por área de atuação e de vivência.

Neste mundo de meu Deus ou sob o pregão de outros deuses, visualizamos beleza, felicidade, justiça, humanidade, perdão — mas na balança do julgamento vicejam pessoas desumanas, egoistas, ladrões e assassinos. E o pior: temos que conviver com a escória, o que na linguagem crística corresponde ao joio que se mistura ao trigo, capaz de sustentar ainda muitos corações, infensos ao veneno do agnosticismo.

Neste iniciar de ano, é desejável que procuremos nos prover de todos os nossos sonhos, desde que plausíveis e não nos deixemos levar pelos escaninhos da indiferença e da apatia, como o fazem alguns, sob o lema de viver por viver, deixa a vida me levar e outros atos lesivos aos pensamentos.

Ainda é tempo de nos acautelarmos contra os venenos que a vida nos intoxica, melhor, mediante os apetrechos, sinecuras, desvios físicos e culturais — essa ciranda de afasia transmitida pelas mídias, responsáveis pelo ensandecimento sistemático de  nossos cérebros, almas e corpos, numa cumplicidade sistêmica com essa suposta visão de harmonização do mundo, o decantado Mundo Novo, a globalização como salvação e unificação dos povos a pretexto de aperfeiçoamento da civilização.

Vez em quando a própria tecnologia nos faz lembrar de nossos sonhos esquecidos, reviver nossas esperanças. Não nesse  Mundo Novo preconizado pelo socialismo ecumênico, também do falso esoterismo, mas o sonho que edificamos com nossa realidade auferida no trabalho, através de nossas forças vitais, adquiridas e sustentadas na moral, na ética e estética.

Sonho é o que vemos no filme do Netflix Fábrica de Sonhos — Ousar Sonhar, dirigido pelo cineasta alemão Martin Schreier e um elenco de notáveis atores e atrizes. Numa grande empresa cinematográfica, um simples extra se apaixona por uma dublê da dançarina principal de um filme, ambas, dançarina e sua dublê, retornariam a Paris, após terminadas as gravações da película que estavam rodando. Decepcionado e sem perspectiva no estúdio, o rapaz usa de estratagema, ousando passar-se por cineasta e monta um filme, tendo como atriz principal, no papel de Cleópatra, a dançarina e sua dublê Milou.  Depois de muitas peripécias, finalmente o extra  apaixonado consegue realizar seu sonho, que é o amor de Milou. É uma das fitas mais interessantes que assistimo sobre a temática sonhos.

Oxalá, apesar de todos os contratempos desse famigerado 2020, que este que se inicia nos traga esperança de melhores dias e que não nos esqueçamos nunca de que sem o sonho jamais o ser humano alcançaria tal nível de especificidade, sonho que está eivado do devenir esperançoso, de que algo de bom acontecerá — aliás como Ferreira Gullar intitulou seu primeiro livro de poesia Um Pouco Acima do Chão, embora a rigor lhe  faltasse espiritualidade nos seus poemas.

Parodiando outro poeta, o português Fernando Pessoa, dir-se-á:

“... Navegar é preciso

     Mas Sonhar é mais preciso.”


CDL/Bsb, 18.01.21 

 

 

 

 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

 

 

OS    TRÊS    REIS    MAGOS E A

SIMBOLOGIA PARA O NOVO ANO

 




Mistério dos mais intrigantes não somente entre os cristãos, mas para todos os povos, evidencia ser o episódio dos Três Reis Magos narrado nos Evangelhos. Nestes tempos de pandemia, esse mistério parece ousado.  Furtamo-nos de seguir a escatologia católica, tradicional e milenar.

Que motivos levaram aqueles três Reis Magos a seguirem uma estrela que os orientava em busca do local onde iria nascer o Menino Jesus? O que realmente representa esses Três Reis Magos, espécies de sábios, provenientes  de povos diferentes dos hebreus, de cuja linhagem descendia o recém-nascido? É o que nos indagamos sobre o fato, que transcende a realidade humana. Ora, os Três Reis Magos foram avisados do nascimento do Messias e uma misteriosa estrela os guiou até o local, distante de seus rincões — foram convocados a adorar o Menino, sem que, eles próprios, pertencessem aos judaísmo, inclusive de culturas e credos diferentes. Eram eles Melquior, da Caldéia, cujo nome significa “Meu Rei é Luz”, oferecendo como presente ouro. Gaspar, que quer dizer “Aquele que vai confirmar,” seu presente era incenso. O último Baltazar, que significa “Deus manifesta o Rei”, honrando-o Menino com mirra.

A interpretação mais corrente é que eles, os Três Reis Magos, representavam as raças e os povos do mundo — o que é o óbvio — que prestavam homenagem ao Messias. Estranho, pois não praticavam o monoteísmo judeu e vinha de áreas distantes e desconhecidas.

Não terá outra explicação? Quem sabe o mistério dos Três Reis Magos não pressuponha exegese mais intrigante, sem prejudicar a tese católica, essa fundamentada nos Evangelhos e acreditada em todo o ocidente — que a  teologia católica designa como época da Epifania do Senhor, a declaração teofânica do Messias que se fez humano para salvar o mundo e lançar as fontes de seu Reino no mundo.

A nosso ver, os Três Reis Magos, que são totalmente místicos e a ação deles simbólica, sem prejuízo das conotações religiosas ocidentais, representam a magnitude transcendental. A Trindade Mágica, Melquior, Gaspar e Baltazar talvez simbolizem toda a antiguidade, as simbologias rudimentares, a religião paleontológica dos primeiros humanoides, figurativa, rituais que deram origem à mitologia, na verdade os pressupostos do Cristianismo. Os Três Reis Magos talvez tenham, pois, esse significado emblemático de que os mitos antigos, o politeísmo rudimentar e antropomórfico dava lugar à superveniência do cristianismo, que iria salvar a humanidade através da intromissão do próprio Criador, na figura de Jesus Cristo, o Unigênito, o verbo que se fez carne e habitou entre nós — na protofonia propedêutica da Teologia Católica, fundamentada nos Evangelhos e no Ministério do Mestre.  

 Epifania — tempo que a Igreja Católica reserva para homenagear e entronizar no mundo o Nascimento do Messias, há de significar também que os mitos e rituais antigos se submetem à liturgia crística, através da qual a humanidade se eleva de patamar, para ascender a nível de transcendência  superior, de conotação salvífica, quem sabe espécie de sinal escatológico de transformação da vida terrestre, na perspectiva univérsica.

  CDL/Bsb,  Bsb, 6.01.21

 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

 

NATIVIDADE CRISTÃ NA ERA CIBERNÉTICA


 



Quem tiver ouvidos ouça e razão entenda — vivemos nós as prévias do tempo apocalíptico. Quem duvida da ocorrência estapafúrdia do Amargedon bíblico, quando talvez assistamos os Estados Unidos aderirem ao socialismo? Vede, a propósito, o que acontece hoje na China, cristãos católicos sendo perseguidos pelo regime tirânico de Xi Jinping, igrejas sendo obrigadas a fixarem nos templos propaganda do governo, sob pena de fechamento, padres sendo presos e torturados.

Sabeis por acaso o que reza o livro do Apocalipse — 16:1-21? O Senhor dos Exércitos, no fim dos tempos, horrorizado com o volume dos pecados dos seres humanos, enviará à Terra seus gloriosos Anjos que portarão as Sete Taças da Ira, que serão derramadas, uma a uma, sobre o Mundo.

Vede — no momento nosso mundo vive devastadora pandemia, decorrente desse famigerado vírus COVID-19. A morte se alastra em todo o planeta, no decorrer deste ano de 2020, ora findante. Não bastasse o infortúnio epidêmico, eis que os porta-vozes do socialismo globalista já nos alertam para uma segunda onda virótica, não se sabe se até mais devastadora.

Enquanto isso, além do atual Papa ter cancelado no mundo a celebração do Natal, de quebra, sub-reptícia mas malevolamente, permite uma super representação no Vaticano do Presépio de Natal totalmente fora dos moldes católicos, com direito a benção apostólica e outros quejandos litúrgicos. Mas o empreendedor responsável pela injúria, cautelosamente não compareceu à tal inauguração do Presépio fantástico.

             Ciente das tradições cristãs, o povo verdadeiramente católico não aceitou tal aberração litúrgica, verdadeira anomalia à fé. Trata-se nada menos que a representação estilizada do Presépio, cujos ícones e símbolos crísticos de louvação à Natividade do Menino Jesus se acham praticamente conspurcados.

Sob a alegação de utilizar recursos modernos, gerados pela Era Cibernética, resolveram deformar os valores mais caros da cristandade, apresentando ídolos grosseiros, supostamente representativos do cristianismo. Maria, por exemplo, a Santa Mãe de Jesus, aparece na cabeça de uma esfinge egípcia, de tal ordem que também sugere a figura da Pachamama — aquele mesmo fetiche de idolatria indígena, que deu origem ao Sínodo Amazônico, recentemente instituído pelo Papa sob o pretexto de evangelização daquelas longínquas regiões, como prática missionária de evangelização e também do solidarismo cristão.

Como aceitar tamanho absurdo, senão reconhecer que vivemos os tempos apocalípticos? Vozes católicas já se erguem acusando o Vaticano de profanação, no Brasil e no mundo. As críticas são muitas. Ora, o presepe faz alusão a estátua de um antigo deus dos povos antigos, os Amoreus, há 1.900 a.C, que adoravam Moloque ou Moloc ou Moloch, cujo culto era proibido aos judeus sob pena de morte. Este ídolo representava a figura do próprio demônio que sacrificava crianças.

Tempos difíceis, horribilis mesmo, esses em que vivemos. Como suportar tanta apostasia — eis a questão.

Haja coração, haja fé, caridade e adesão aos verdadeiros ditames dos Evangelhos, para suportar tamanha iniquidade. Mesmo assim Jesus irá nascer e há de salvar este mundo — quem tiver ouvidos ouça e juízo perfeito, compreenda.    

CDL/ Bsb, 16.12.20