sexta-feira, 6 de outubro de 2023


 

LEPANTO : A SALVAÇÃO

DO  CRISTIANISMO

 

 

 

No dia 7 de outubro, nós cristãos comemoramos a nossa salvação. Não fora isso, hoje eu me chamaria Rachid e você, meu leitor, All Pasta ou Mehmed.

Recorde-se: foi em 7.10.1511 que o destino da civilização cristã foi salva de se tornar otomana, não fosse a sangrenta refrega naval ocorrida na baía de Lepanto, Grécia. As forças cristãs impediram a Invasão Otomana. Salvamo-nos todos do fio da espada de Maomé.

O fato ficou segregado aos porões da história, esquecido do próprio Ellon Musk, o suposto homem mais rico do mundo e seus projetos estapafúrdios.

Pois, pelos idos de 1990, quando ousamos fundar em Brasília a ACLEB — Academia de Letras de Brasília, Wolney Milhomem, seu 2º presidente, jornalista, escritor e poeta de projeção internacional, em seus discursos formais sempre aludia à Batalha de Lepanto. Muitos de nós, por desconhecer o fabuloso fato, o ouvíamos como extravasamento de sua lavra poética. Na verdade, era sua elocução à altura do glorioso fato — Lepanto: a salvação do ocidente.

O Papa Pio V com os Cavaleiros de Malta levantaram um temerário exército naval para enfrentar as galeras turcas em maior número, em 16.10.1511 na baía de Lepanto, Grécia. Seria a maior batalha naval desde a de Accio.

E sabem quem participou dessa vitoriosa bravata marítima? O grande escritor, autor de Dom QuixoteMiguel de Cervantes, de onde inclusive saiu ferido no ombro. Teria Wolney Milhomem querido fundamentar sua eloquência literária com o fragor da Batalha de Lepanto, para glória de nossa ACLEB?

Urge dizer que a fabulosa ocorrência é comemorada pela Igreja Católica todo 7 de outubro.

Será que os acontecimentos que ocorrem hoje no ocidente encontram-se à altura da vitória assombrosa de Lepanto? Ora, o que assistimos é o império da insensatez em nossa suposta civilização cristã. Aterrorizam-nos a cosmovisão, as bravatas das nações no contexto político, as futricas governamentais intramuro, desconcertos entre cientistas e autoridades — esse o cenário a que assistimos diariamente.

Em contrapartida, o cenário religioso não nos parece auspicioso ante a recente deflagração do Papa Francisco desse inaudito Caminho Sinodal, de consequências talvez imprevisíveis para a teologia católica.

Assim caminha a humanidade. Refluem, pois, os efeitos negativos de uma nova era, a inteligência artificial a querer comandar o mundo, a raça humanoide a ponto de se tornar escrava dos robôs. Só resta nos prover dos discursos de Wolney Milhomem, que na nossa já vetusta ACLEB, nos ressoam na memória e no coração, a salvação do mundo. Ou das letras?

Resta-nos, pois, relembrarmos a Batalha de Lepanto.

Bsb, 6.10.23

 

                          

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

 

CULTURA WOKE OU CONTRATURA RENOVADA?

 

 


 

 

Nos anos 60, no pós 2ª Guerra Mundial, talvez o pior legado deixado pelo infortúnio militar tenha sido o descontrole social e emocional da sociedade. A partir dos Estados Unidos e espalhando-se pela Europa e via de consequência abarcando o mundo — eis que estoura como uma explosão um movimento designado de contracultura. Lideram-no sobretudo os jovens  e seu berço principal é o EEUU. Muitos escritores, músicos e influenciadores midiáticos se engajaram nesse movimento, à busca de louros ou lucros, inclusive o sociólogo alemão Karl Mannheim. O que buscavam nesse movimento era tudo, menos o direito, a verdade, a razão, convalidando com a revolta, o descontrole, a indolência, o contrassenso, sem falar na compulsão pela droga, o desregramento, a preguiça e a desrazão sobre tudo e contra todos, principalmente a sociedade organizada.

É sabido que muita gente se locupletou com essa ventania de desordem, sobretudo músicos, roqueiros e exploradores, maus escritores, infausto pensadores e infratores sociais. Espécie de onda negativa, supostamente construtiva, como alegavam alguns desavisados. Mas, como a sociedade humana está sempre sujeita ao desvio, pelo desacerto e o desconcerto de seus membros, os negativados, os impulsivos, os fatos acabam se consolidando. Passado tanto tempo, o mundo praticamente reconstruído, embora a duras penas — sempre como meta o possível leibniziano — eis que enfrentamos esses ventos negativos, revolvendo costumes, como não bastassem  os que já nos infringem o suposto modernismo, aliado aos factoides que nos bombeiam diariamente a mídia, os falsos filósofos, os fascistas da razão, os ideólogos salvacionistas, os políticos apátridas e et allia.

Chama-se cultura woke esse é nova loucura que ataca ou vem atacando os nossos jovens, já cansados de guerra televisiva, de ensino desviado, desprovidos de educação, tirocínio e o que pior sem atinarem qual o verdadeiro sentido da vida que procuram ou sobre o qual não foram ensinados pela afasia ou despreparo  dos pais e da própria sociedade. Como tudo parece fluir do grande continente do norte, acima de nós — esse verdadeiro novíssimo meme para os menos avisados é novidade da vez. Deriva do verbo inglês WOKE, isto é, do verbo to wake, woke, woken, waking — acordar, sendo woke o particípio passado: acordado. Melhor, é uma gíria gerada quem sabe no seio e cérebro dos malabaristas verbais, para dizer “tou acordado” “tou sabendo,” tou de olho” — que extrapolando quer dizer: agora eu acordei, vou fazer o que bem quiser, sou o tal, faço o que quero, o que me der na telha, eu sou o bamba da ignorância, tava dormindo, agora acordei!...

Não se trata de um mal do século, mas é uma onda que avança sobre nossa juventude, que não quer mais saber de nada, não raciocina, não procura saber a origem dos fatos, negaceia tudo, torna-se o centro de seu próprio universo, espécie de bolha. É aquela expressão “... viajando na maionese”. A maionese que não tem sentido nenhum, espécie de imbecilidade total.

Não será que quem estava certo mesmo era o Olavo de Carvalho quando publicou seu livro, best-seller, O Imbecil Coletivo — nossa juventude perdeu mesma a consciência de que não somos macacos, que não passamos de um cisco no universo, mas, como disse o grande Pascal — um cisco pensante.?

Bsb, 28.09.23

 

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

 

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

   — CRISTÃ OU GLOBALISTA?

 


 

 

Como é sabido, a Giornata Mondiale dela Gioventu – GMG ou JMJ Jornada Mundial da Juventude — é um movimento oriundo da Igreja Católica, iniciado em 20.12.85 pelo Papa João Paulo II. O objetivo é reunir milhões de jovens de todo mundo, trocar ideias e dividir a fé católica em termos de confraternização e vivência cristã, tendo como condutor principal a figura do Papa.  Pelo menos era este o motivo de o Papa João Paulo II ter criado e expandido o ideal cristão entre os jovens, isto é, fortalecer-lhes a  fé em meio a um mundo voltado para o egoísmo, os desentendimentos entre as nações, visando  fortalecer a fraternidade, esquecida entre os seres humanos. Observe-se que o objetivo da JMJ, como previsto e materializado por um dos maiores Papas atuais da Igreja Católica, nada tinha a ver com qualidade e supremacia de vida, aquecimento global, metas mundialistas de economia, socialização globalista e outros fenômenos surrealistas criados e manipulados pela mídia moderna. Nada de santificação da Mãe Terra, espécie de idolatria da Gaia — a nova deusa elevada à adoração do mundo e tema principal usado pelos ideólogos de plantão.

Lembremos o que disse João Paulo II: “... a esperança de um mundo melhor está na juventude sadia, com valores responsáveis e, acima de tudo,  voltada para Deus, para o próximo.

Até agora já ocorreram 14 manifestações da JMJ, em vários locais do mundo, protagonizadas pelos papas João Paulo II e seu sucessor Bento XVI. A

 que acaba de acontecer, terminada ontem, 6.08.23,  em Lisboa, foi inspirada pelo atual Papa Francisco.

Quais foram os objetivos da JMJ 2023, sob a batuta do Papa Francisco, hoje o Papa das multidões, das badaladas missões controversas na Amazônia e de sua oratória às vezes incompreensível? Pois bem, interessante,  são os mesmos itens adotados pela ONU: promover os objetivos de desenvolvimento Sustentável da Agenda da 2023 da ONU — conforme Carta-Compromisso de abril. Eis a intenção do Papa para a jornada:  que vivamos segundo os valores da fraternidade universal e dos cuidados com a casa comum.” Onde está escrito isto nos Evangelhos? Pelo que sabemos constitui lema da Maçonaria. Tampouco Jesus Cristo em seus ensinamentos magistrais mandou que se desprezasse o planeta, mas, sim, o tratasse com o  respeito que é devido à natureza, criada por Deus. A fraternidade universal pelo que entendemos, sob a égide da teologia católica, segue a doutrina do Mestre, que nos alerta para o Reino dos Céus por Ele anunciado, alertando às pessoas que se convertessem para participarem dele. Todas as demais advertências, concernentes ao Reino, adviriam através da obediência aos mandamentos e das boas aventuranças que adviriam como desfrute natural dos que pertencessem ao rebanho do Mestre.

De sua vez, o Papa Francisco lançou recentemente o chamado O Vídeo do Papa  em que faz interpretações singulares como advertir que a humanidade deveria  fazer uma conversão universal, não ao Cristianismo, mas, sim, ao novo comunismo ecologista. Aliás, o Papa tem sido unânime em suas homilias por redefinir, a seu modo, toda a doutrina cristã, pelo menos a constante dos Evangelhos, seguida pela teologia católica, como sabemos, firmada pela Patrística. Assim, em narrativa anterior, o Papa teria afirmado que Jesus Cristo seria apenas uma das diversas maneiras de as pessoas encontrarem Deus e propõe, como alternativa a Cristo — “... uma conversão que nos une a todos, crentes e não crentes, à conversão ecológica.” (O Vídeo do Papa – 2º episódio em 2/2016).

Ora, o paraíso transcendente de Jesus Cristo é muito diferente do paraíso imanente proposto pelo comunismo.

E assim o Papa vem construindo sua gestão na Cátedra de Pedro, com outras interpretações sub-reptícias, tão adversas que nos permitimos nem continuar citando, para resguardar nossa própria fé. Basta dizer que tem sido destaque na imprensa italiana essa espécie de “exotismo doutrinal” dessas afirmações do Papa.

Enfim, a JMJ 2023 terminou ontem. Não se tem ideia dos aspectos positivos que sua passagem deixou à juventude que a frequentou — a mídia simplesmente calou. A nosso ver, pareceu-nos ter passado sem grandes ebulições, senão como um festival de rock, gritarias, músicas alusivas, que o vento da inércia simplesmente passou, sem outras consequência que a mediocridade que só fez crescer ainda mais a indiferença e menoscabo do mundo ultramoderno em que vivemos.

Uma coisa ocorreu — o santo João Paulo II se revolveu no túmulo de seu descanso eterno, sem resposta positiva desse nosso velho mundo sem porteira!

                                                  Bsb, 7.08.23