segunda-feira, 13 de novembro de 2023

 

QUEM CRIOU DEUS  E OUTRAS

DIGRESSÕES     POSSÍVEIS

 

 


 

 

Tem se tornado lugar comum nos meios de comunicação — a mídia escrita e falada e redes sociais — o tema “Quem Criou Deus”. Na realidade é uma porta aberta para uma profusão de itens da moda, IA e seus bonecos robôs.

Como se não bastasse tanta informação, contribuindo para mais um desserviço à sociedade — eis que o Papa Francisco, figura máxima da Igreja Católica, mediante um sinuoso processo, chamado moto-próprio, modifica a teologia católica e decreta que os Bispos cumpram novas regras, através de sua recente Carta aos Bispos de Todo o Mundo. O objetivo é atualizar a aplicação  da fé católica à realidade atual.

Inquieta-nos, cada vez mais, a impressão de que vivemos os tempos pre-apocalípticos, tantos são os sinais, guerras, mudanças climáticas, revoluções dos costumes, desgovernos nas nações, sem falar na proliferação de crimes e a acefalia cerebral das pessoas. Entre os desmando, incluam-se, infelizmente, esse recente desvio teológico do Papa, fato que mais contribui para o avanço do ateísmo e a incredibilidade no mundo, devido a destemperança dos pregadores da fé em Deus.

É nesse cenário, já preconizado por Cícero na antiga Roma, que os cientificista incrédulos continuam a negar a existência do Criador. E perguntam alto e bom som — Se Deus existe, quem criou Deus?

Ora, ninguém criou Deus, Ele é eterno, incriado, não tem começo nem fim. Aliás, urge alertar esses interlocutores incrédulos, que no século XVII, um grande filósofo alemão, verdadeiro polímata — Gottfried Wilhelm Leibnz (1646-1716) — afirmava e provava a existência do Criador, sobretudo no livro Ensaios de Teodiceia. E se consultarmos as Escrituras, ali encontraremos a prova teológica de Deus — para os que ainda têm fé e guardam os seus mandamentos. Observe-se que cerca de 2,18 bilhões de pessoas acreditam em Deus, o criador do Universo.

De minha parte, mesmo tendo compilado afirmações de vários cientistas e filósofos, de que Deus não existe, a pergunta Se Deus existe, quem criou Deus?, afigura-se infantil, pelo fato de que Deus não entra em nenhum tipo de classificação terrena ou extraterrena, Ele se completa a si mesmo. Observe-se o Êxodo 3:14 — Ele disse: Eu sou aquele sou. Quem pode definir Aquele que sou? Ora, Ortega y Gasset, filósofo espanhol, declinou como baluarte de sua teoria Eu sou eu e a circunstância  — mas Deus não tem circunstância, tampouco parte de qualquer circunlóquio.  Entrementes, o filósofo francês que criou a raiz do racionalismo e pragmatismo modernos com seu aforismo Penso, logo existo,  nada conseguiu contra a existência de Deus — Deus não pensa, Ele é o próprio pensamento, assim como Ele é a própria existência!

Vejamos agora a contraparte de nossa indignação. Refiro-me a esse tour-de-force de que se vale nosso Papa Francisco — o chamado motu próprio que constitui a Carta aos Bispos de Todo o Mundo, decreto recentemente provindo de Sua Santidade. Faço meus os argumentos do cardeal Gerhard L. Mueller, pela veleidade dos meus e sapienciais do religioso. Em artigo recente o teólogo alemão admoesta o Papa com absoluta eficácia, teológica e cristãmente, demonstrando as consequências advindas da propositura papal para o bispado  católico.

Diante de tanta discórdia e  falta de clarividência dos seres humanos na condução de nossa civilização, fruto, talvez, de veleidades pessoais em comunhão com ideários socializantes e vazio pragmatismo —  só nos resta rezar para não termos nossa consciência violada por uma existência  desprovida de sentido.

Bsb, 13.11.23

 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

 

                
                             
APOCALIPSE  NOW

 

 

 

 

O que ocorre hoje no Oriente Médio parece ser os sinais do fim do mundo.

Onde a tal Ordem Mundial, o suposto Maravilhoso Mundo Novo propalado pela política mundialista, a tão badalada Nova Era, a Gaia, o Ecumenismo, a Globalização, o Multinacionalismo — enfim, toda essa parafernália utópica de Melhoria do Mundo, espécie de Paraíso Terrestre pregado por cientificistas, globalistas de plantão e inventores frankesteneanos.

Convenhamos, todos esses sonhadores não passam de o que poderíamos designar perdulários da razão impura, segundo o pensamento   complexo kantiano.

Ora, o que assistimos é o estouro de uma guerra absurda, embora real, nas telas das televisões, a mídia troando as novidades, mesmo macabras, explosões nos céus, estrondos e riscos luminosos dos mísseis assassinos cortando a escuridão da noite.

Onde está a ONU — não é o órgão encarregado de administrar a paz no mundo? Como não bastasse a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já se arrasta por mais de um ano.

O que se vê é o acender do inferno no Oriente Médio, nos céus de Israel, na Faixa de Gaza, como é sabido, verdadeiro barril de pólvora em explosão — os protagonistas os terroristas do Hamas que, agora, decidiram atacar  a capital do estado judeu no dia 7 último. E que estranha coincidência, no dia 7 de outubro, justo o dia em que mundo festeja a famosa Batalha de Lepanto (7.10.1571), batalha essa responsável pela salvação do Ocidente diante da fúria otomana em busca de dominá-lo. Pensar-se-á — é apenas uma escaramuça. Mas ocorre que se transformou numa guerra brutal, podendo atingir proporções monumentais, quem sabe o estopim de uma terceira guerra mundial.

A ONU, como sabemos, é um órgão praticamente inócuo. Dir-se-á: é o início do Armagedon das Escrituras, as trombetas dos Anjos Apocalípticos já iniciando a derrama das Taças da Ira, que hão de horrorizar o mundo.

Nesta situação de conflito político, a envolver o humanismo onde ainda  ousam prevalecer  a razão, os aspectos éticos e solidários, como se situa nosso País, com brasileiros morando em Israel e Palestina? Observe-se que se trata de um conflito que pode evoluir em proporções mundiais. É o terrorismo contra a civilização cristã, urge, pois, saber qual a posição tomada pelo Brasil.

Pelos menos para que nós, que ainda acreditamos na justiça e no regime democrático, nos resguardemos contra aqueles que, na realidade, sonham ver o circo desse nosso velho mundo pegar fogo — inclusive o Brasil.

 

Bsb, 12.10.23

 

sexta-feira, 6 de outubro de 2023


 

LEPANTO : A SALVAÇÃO

DO  CRISTIANISMO

 

 

 

No dia 7 de outubro, nós cristãos comemoramos a nossa salvação. Não fora isso, hoje eu me chamaria Rachid e você, meu leitor, All Pasta ou Mehmed.

Recorde-se: foi em 7.10.1511 que o destino da civilização cristã foi salva de se tornar otomana, não fosse a sangrenta refrega naval ocorrida na baía de Lepanto, Grécia. As forças cristãs impediram a Invasão Otomana. Salvamo-nos todos do fio da espada de Maomé.

O fato ficou segregado aos porões da história, esquecido do próprio Ellon Musk, o suposto homem mais rico do mundo e seus projetos estapafúrdios.

Pois, pelos idos de 1990, quando ousamos fundar em Brasília a ACLEB — Academia de Letras de Brasília, Wolney Milhomem, seu 2º presidente, jornalista, escritor e poeta de projeção internacional, em seus discursos formais sempre aludia à Batalha de Lepanto. Muitos de nós, por desconhecer o fabuloso fato, o ouvíamos como extravasamento de sua lavra poética. Na verdade, era sua elocução à altura do glorioso fato — Lepanto: a salvação do ocidente.

O Papa Pio V com os Cavaleiros de Malta levantaram um temerário exército naval para enfrentar as galeras turcas em maior número, em 16.10.1511 na baía de Lepanto, Grécia. Seria a maior batalha naval desde a de Accio.

E sabem quem participou dessa vitoriosa bravata marítima? O grande escritor, autor de Dom QuixoteMiguel de Cervantes, de onde inclusive saiu ferido no ombro. Teria Wolney Milhomem querido fundamentar sua eloquência literária com o fragor da Batalha de Lepanto, para glória de nossa ACLEB?

Urge dizer que a fabulosa ocorrência é comemorada pela Igreja Católica todo 7 de outubro.

Será que os acontecimentos que ocorrem hoje no ocidente encontram-se à altura da vitória assombrosa de Lepanto? Ora, o que assistimos é o império da insensatez em nossa suposta civilização cristã. Aterrorizam-nos a cosmovisão, as bravatas das nações no contexto político, as futricas governamentais intramuro, desconcertos entre cientistas e autoridades — esse o cenário a que assistimos diariamente.

Em contrapartida, o cenário religioso não nos parece auspicioso ante a recente deflagração do Papa Francisco desse inaudito Caminho Sinodal, de consequências talvez imprevisíveis para a teologia católica.

Assim caminha a humanidade. Refluem, pois, os efeitos negativos de uma nova era, a inteligência artificial a querer comandar o mundo, a raça humanoide a ponto de se tornar escrava dos robôs. Só resta nos prover dos discursos de Wolney Milhomem, que na nossa já vetusta ACLEB, nos ressoam na memória e no coração, a salvação do mundo. Ou das letras?

Resta-nos, pois, relembrarmos a Batalha de Lepanto.

Bsb, 6.10.23