FILOSOFIA DE PRÁXIS :
DESCONSTRUÇÃO E BARBÁRIE
Atentem bem para o que vamos dizer
nestas linhas: o comunismo, ou seus venenosos epítetos, socialismo, marxismo,
materialismo dialético, tudo isso não morreu, continua de pé. Os menos
avisados, inocentes úteis, dizem que
não, o comunismo acabou com o desmoronamento do muro de Berlim, o esfacelamento
da União Soviética. Menos verdade: o comunismo está mais vivo do que nunca, não
aquela velha e surrada ideologia de Karl Marx, aquela coisa de ditadura do
proletariado, da teoria da mais-valia e o comunismo trocado pelo nirvana, que
ensejaria o paraíso do materialismo na terra, a liberdade total, a anarquia
absoluta. O comunismo, hoje, transfigurou-se, mudou de nome, tem outro disfarce,
e, ao contrário do que muita gente ainda pensa, reaparece mais agressivo, mais
atualizado, mais demoníaco e perverso do
que nunca.
Querem saber
por que? Porque nos tempos atuais, depois de um período de incubação e aprendizagem, eis que o marxismo
reacende, qual Fênix, desta vez redivivo das cinzas de nossa alheamento, não
para proletarizar a Rússia, mas com pretensões muito mais ousadas, ou seja, em
escala pior: destruir nossa civilização. Em outras palavras: corromper o ser
humano, a mente humana, o coração do homem. E o faz como um ladrão perigoso
invadindo nossas casas, a corromper a principal célula social – a família.
E sabem como
isso acontece? Simples, através dessa teoria tão insidiosa quanto irresponsável
chamada “teoria do gênero”, ou melhor, “ideologia do gênero”.
Não satisfeitos
em terem corrompido a economia com conceitos espúrias, os atuais noveis
comunistas, que ora se intitulam sócio-democratas, reformadores sociais,
infiltrados em todos os países, eles partem agora para outro tipo de abordagem,
pregando abertamente a anarquia social. É o que significa essa mais nova ação
deles que se chama “teoria de gênero”, que nada tem de teoria, pois desprovida
de fundamento científico. Trata-se de uma ideologia, altamente perniciosa, com
a qual pretendem – e o vem conseguindo de soslaio – arruinar a família.
Destruída a família biológica, não há mais que falar em pai, mãe e filho, está
tudo unificado numa classe, o gênero humano, independente do sexo biológico,
portanto, desaparece a diferença entre os sexos, homem, mulher e criança é a
mesma coisa. A cultura, os costumes e as convenções sociais é que impõem o sexo
que as pessoas têm ou devem ter. A natureza, a biologia, tudo não passa de
discriminação social e política, criada pela mente humana para escravizar as
pessoas, tirar-lhes a liberdade, impor-lhes conceitos, roubando-lhes o direito
de fazer o que bem entendam, como, por exemplo, se tornar mulher, se for homem
ou se tornar homem, se for mulher.
Afinal, em que
consiste essa tal “teoria de gênero”. Em primeiro lugar, ao invés de teoria que
implicaria fundamentos científicos, trata-se de uma estratégia que tem por
objetivo igualar o ser humano, independente do sexo biológico e contrapor-se à
homofobia, de modo a desconstruir os estereótipos do gênero. A diferença de
sexo é apenas uma convenção, imposta pela sociedade, que nem sempre corresponde
à inclinação volitiva do titular sexual – esta deve apoiar-se na livre escolha
dele ou dela, todas as relações entre eles são possíveis, dependendo da vontade
de cada um.
Essa concepção,
como se pode ver, é consequência direta da ideologia marxista que prega a luta
de classe dominante na sociedade. A distinção baseada no sexo biológico é uma
mera convenção e para os marxistas e seus heterônimos, portanto, os que pensarem
diferente são inquinados, por eles, de reacionários, conservadores,
direitistas, encontram-se na contramão da história e dos avanços da tecnologia,
neurociência e da moderna psicologia. O ser humano é totalmente livre e senhor
de seu corpo, responsável por tudo que faz e pratica neste mundo.
Ora, ninguém é
imbecil que não percebe que, sob o disfarce de uma suposta teoria científica,
trata-se de um estragema mais ou menos engenhoso, para destruir a família,
célula mater da sociedade, cujas consequências são devastadoras, pois implica
na mais absurda das inversões a que a humanidade já se submeteu – a subversão
biológica do sexo.
Em
contrapartida, uma vez adotada essa inovação, logo hão se permitir, por
afinidade, outras perversões ou desvios psíquicos, como homossexualismo,
lesbianismo, pedofilia, sodomia, práticas nada bem vistas na sociedade, até por
questão profilática, uma vez que essa mistura heterogênea é lesiva do ponto de
visto médico. Segundo o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, os desvios de identidade
de gênero são uma patologia mental.
Portanto, mudar de sexo significa sintoma de distúrbio profundo, do ponto de
vista médico.
Em artigo na Comissão Episcopal Laica, Federico Cenci
declarou: “A teoria de gênero leva à
barbária.”
Tal imputação
faz sentido. Principalmente quando constatamos que essa prática está sendo
implantada nas escolas públicas francesas, alegando o ministro da Educação, Luc
Chatel, que a introdução da medida nas escolas objetiva, diz ele, “ desconstruir
os estereótipos do gênero.”
Essa suposta
“teoria” nada tem de científica, não
passa de mais uma estratégia para destruir os construtos morais, éticos e
sociais, pilares de nossa civilização. Pois agora esses pilares – dentre os
quais o núcleo familiar – estão sendo seriamente ameaçados de desaparecer.
Aliás, a ameaça sintetiza bem o pensamento de Antonio Gramsci, aquele
militante comunista italiano que, mesmo preso pelo governo fascista, escrevia
cartas instruindo o partido como tomar conta do poder. Todas as modernas ações
desenvolvidas pelo marxismo de hoje têm inspiração direta ou indireta nas
ideias de Gramsci, considerado o maior gênio comunista, depois de Marx. Segundo
esse suposto “gênio”, o comunismo deve
se instaurar nas sociedades, não mais pela força, mas, sim, utilizando meio
menos agressivo, embora extremamente mais eficaz e também nocivo, que ele
designou como “filosofia de práxis” –
que de filosofia não tem nada, pois trata-se de um instrumento com objetivo de
estabelecer nas sociedades, diz ele, uma
“cultura nova, criticando os costumes, os
sentimentos e as ideologias expressas na história da literatura.” E aduz ele: “A sociedade capitalista é imoral, enquanto a comunista é moral e
plenamente humana e social.”
É possível que
o capitalismo, na medida de suas práticas selvagens, seja realmente amoral,
isso é inegável. Mas, um regime que impõe regras lesivas à moral, aos costumes
da sociedade, legitimados por milênios de exercício, não há negar que é muito
mais imoral – haja vista esse perjuro que os marxistas ou proto-maxistas querem
nos impor, um verdadeiro insulto à civilização: o casamento entre iguais, dando
acolhida a outras anomalias, como a troca de sexos, o homossexualismo,
transformismos, lesbianismo, sodomia e afins.
Há propriedade,
pois, nas palavras de Federico Cenci de que essa “teoria de gênero”, tão
alardeada pelos esquerdistas, aqui e espalhados pelo mundo afora – é um
retorno, sim, à barbárie.
E para se ter
ideia de como essa inovação vem atingindo as raias da insensatez – no Congresso
Nacional tramita recente projeto-de-lei defendido pelos deputados Maria do Rosário e Jean Willes, propondo legalizar – pasmemo-nos todos – nada menos
que o casamento entre humano e animal!
É o suprassumo
da estupidez, que faria estremecer de vergonha Erasmo de Rotterdam com seu “Elogio
à Loucura”.
CDL/Bsb. 8.06.15