quarta-feira, 15 de julho de 2020
terça-feira, 14 de julho de 2020
DE HOMO SAPIENS A INSAPIENS
Em
01.03.20 — às vésperas da pandemia — o Correio Braziliense publicou o artigo A
era da espécie Homo insapiens, o autor Dioclécio Campos Jr, médico,
professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e
presidente do GPEC. A declaração do distinguido clínico ecoa como uma severa
advertência à sociedade, à cultura e a todo processo civilizatório vigente. Tão
importante constitui as palavras do Dr. Dioclécio, que é de nosso dever,
comentá-las nos trechos mais destacados.
Reza a biologia evolutiva que
o homo sapiens é designação
científica para o homem moderno, do latim, homem sábio, homem que sabe.
Os evolucionistas darwinianos atestam que o homem moderno tem como ancestral
comum os gorilas e os chimpanzés e na escala evolutiva australoptecos, homo
ergaster, homo erectus, homo neanderthalensis até homo sapiens. A espécie
surgida na África há 200 e 150 mil anos, a partir da linhagem do homo ergaster.
Como esse ser primitivo
passou de troglodita a sábio, através de sucessivas etapas, aumento da
capacidade cerebral de 450 cm³ a 1,350 cm³, raciocínio, linguagem simbólica,
pensador e postura ereta — até hoje é um mistério.
No seu artigo, com firmeza e conhecimento
de causa, o Dr. Dioclécio atesta — até contrariando o velho Darwin — que o maximizado
homem sapiens está regredindo, de sapiens para insapiens. Como e porquê
é o que as observações do clínico vão revelar. Assinalemos alguns pontos de seu
raciocínio.
O saber humano moderno e
modernizante incorre num erro crasso: desconstrói seu cabedal de valores
cumulativos no processo civilizatório. A cultura moderna subverte-os, em favor
de uma suposta atualização. O progresso tecnológico, ao invés de se basear nos
fundamentos do passado, adota concepções novas, extravagantes. O computador
comanda dados e também emoções e comportamentos. Amparadas numa espécie de
ecumenismo socialista, os movimentos globalistas reprimem as aspirações humanas,
o livre pensar, o personalismo intrínseco ao ser humano. Em vez de cidadãos,
espetros sociais, escravos do ente estatal vigente. Relações interpessoais
transformam-se em criptogramas computacionais, memes figurativos. A alteridade
do outro que nos torna conscientes da misericórdia, agora nos afasta do próximo
devido o crescente individualismo. “O homem é o lobo do homem” — “... o
ser humano só é solidário no câncer.” A decantada IA — Inteligência
Artificial — das ficções surrealistas a salvação do mundo, a máquina se sobrepondo
à razão e à criatividade humana. A matéria esmagando o espírito, a religião, a
transcendência destinada a desaparecer do planeta.
Famílias não têm mais
sentido, são meros núcleos de encenações familiares, crianças sem vínculos
filiais, produtos de divórcios e relações carnais. Parodiando o poeta: “Filhos,
melhor não tê-los, se tê-los torná-los vítimas do consumismo” Não passam de
robôs, mercê das tecnologias e da informática, da mídia massificada. Seres
humanos autômatos, classificáveis, domesticáveis, terceirizáveis. Homo sapiens
— não, o super humanoide está involuindo para homo insapiens.
Pois este estremado
contraditório do Dr. Dioclécio — cujo tema a média falada e televisiva jamais
explorou, preferindo a vulgaridade —reviveu-a o Padre Mário, simples sacerdote
da Paróquia Cura d’Ars, em Brasília, lendo-a em sua homilia em missa dominical
recente.
No início do cristianismo o
profeta João Batista proclamou a vinda do Mestre, Padre Mário da solidão do
Planalto Central reproduz, em pleno púlpito, a denúncia esquecida do corajoso
médico: a sociedade humana, dita moderna, secularizada como laica é o mais novo
disfarce de adesão ao ateísmo.
CDL/Bsb, 15.07.20
quinta-feira, 25 de junho de 2020
MUNDO MELHOR
UMA UTOPIA?
UMA UTOPIA?
Cada
dia nos convencemos de que a melhoria de mundo se distancia cada vez mais. Referimo-nos
à capacidade de o humanoide evoluir, não na escala evolutiva de Darwin, mas no sentido
humanístico, de tornar-se um ser íntegro
e verdadeiro.
A
teoria do Mundo Melhor tem origem na linha do tempo, Platão, cerca de 380 a.C
talvez a tenha delineado. Outras foram surgindo, inúmeras segundo a Wikipédia.
Citemos algumas por curiosidade.: A Cidade Virtuosa, história de Medina, a
cidade santa de Maomé; a Utopia (1516) de Thomas More; A Cidade do Sol (1553)
de Tommaso Campanella; Nova Atlantis (1627) de Francis Bacon; Viagem a Ícara (1842, de Etienne Cabet 3001 –
A Odisseia Final, de Arthur Clarke e mais recentemente a Ecotopia 2121, de Alan
Marshal. Em sua novela Candide ou o
Otimista (1759) Voltaire, o iluminista, ironizou a tese de o Mundo Possível do
filósofo Leibniz, através da figura irônica de seu personagem Dr. Pangloss. Mas o mito disseminou-se por toda a
Idade Média até os tempos atuais, chegando a nós pelo intrigante livro de Aldous Huxley, em que
predizia o automatismo da humanidade. É uma espécie de sonho dourado que nunca
se realiza, os sonhadores muitas vezes construindo castelos no ar, como aquela
plêiade de inocentes úteis que ousaram levar a cabo o tal socialismo utópico,
fonte na qual se baseou, de forma distorcida, nosso ideólogo mais badalado até
hoje — Karl Marx.
Vê-se que o Mundo Melhor
constitui, em tese, o sonho de purificação da humanidade, o aperfeiçoamento do
ente e o sentido que teria na consecução do Universo, a nosso ver, como
paradigma da perfeição e porque não dizer, sua transcendência.
Por que tanto sonha a
humanidade? Teriam razão nossos já sonhadores pósteros? Ora, segundo as
Escrituras, o próprio Criador teria criado a primeira das maiores utopias: o
Paraíso, onde teria colocado nossos protótipos ancestrais, Adão e Eva. E
sabe-se, ao vislumbrar-se o painel histórico da humanidade que o sonho da
felicidade humana jamais foi alcançada. Sê-la-á, um dia?
Um filme muito providencial,
ao nos debruçar sobre tão meditabundo assunto da felicidade humana, veio do
canal Netflix, intitulado Ele Está de Volta. Ele é nada menos que Hitler, que
teria sobrevivido no seu bunker. Ele caminha por Berlim no ano de 2014 e fica
estarrecido, pois só encontra desgraça, brigas, a Alemanha com economia
desorganizada, vagabundos nas ruas, greves, passeatas de LGBT, imigrantes em
toda parte. Todo mundo acha que ele, Hitler, não passa de um palhaço, a
divertir as pessoas, mas começam a se interessar pelo que ele diz, que está
tudo errado, que é preciso consertar o País, chega a ser elogiado, inclusive
nos programas que faz na TV. Acaba virando espécie de herói.
Se revertermos essa hilária
estória e a aplicarmos ao nosso mundo atual e ao Brasil, observamos o quanto nosso
tempo tem se degringolado. O mundo em desgoverno, desconcerto das nações, as
pessoas desorientadas, os jovens sem sentido da vida, a avalanche das
ideologias. E por aí vai, enquanto, hoje, para testar a qualidade de vida do
humanoide, somos atacados por uma pandemia viral, esse famélico Covid-19, o
Coronavírus. E o mundo, nós, sobreviventes da Terra de Santa Cruz, emparedados
por uma quarentena sem fim.
Nestas apopléticas
circunstâncias, quem se propõe restaurar a estabilidade do mundo e a nossa? Nos
Estados Unidos, Trump? E no Brasil, —
Bolsonaro? Ambos, que se propuseram pegar o boi à unha e reedificarem suas
nações, agora sofrem crítica e ação ferrenha dos opositores, a esquerda
militante, o vandalismo social e o trabalho diário de uma mídia apócrifa,
vendida ao poder globalista do momento. Dias atrás, uma médica de 34 anos, sem
qualquer ingerência em atos lesivos ou cor política, é assassinada em tentativa
de sequestro na linha vermelha, Rio de Janeiro. E incrível — a mídia fez vista
grossa do assunto.
É assim que, em nosso torrão
as coisas vão acontecendo, com cenários estapafúrdios: de um lado um
Presidente, eleito com mais de 50% de votos, acuado por uma oposição que não
aceita perder no jogo democrático, sob o fogo cerrado de artifícios jurídicos inconstitucionais
— é impedido de governar. E mais, açoitado diariamente por uma mídia incauta e
antipatriota. De quebra a pandemia, o povo trancado dentro de casa, sem
trabalhar.
Que se há de fazer, senão
orar, orar e isto, sim, esperar que o COVID-19, dê cabo dessa safadeza toda e
por algum jeito e forma ensine nosso povo a pensar.
CDL/Bsb, 26.06.20
quinta-feira, 11 de junho de 2020
PANDEMIA: ATOS E FATOS
PARA REFLEXÃO
PARA REFLEXÃO
Em crônica admirável,
Innocêncio Viégas, amigo e Confrade — este que vos escreve e ele ambos pertencemos
à Academia de Letras de Brasília – ACLEB — nos revela, sempre ao saber de sua
verve peculiar, sentir-se desconfortável com essas práticas a vigerem no
período de quarentena, adotadas por
causa de um ataque virótico, no País e no mundo, chamado coronavirus. As
pessoas agora não podem mais se abraçar, se solidarizarem uns com outros, como
dantes, efusivamente, um aperto de mão, beijar os filhos, afagar com doçura os
netos. Tudo se tornou defeso, um poderoso inimigo, de origem microbiológica,
tomou de assalto as relações humanas.
Que reflexão podemos fazer de
tudo isso, é o que nos tem preocupado também ao viver esses tempos sombrios.
Será que nos tornamos, pessoas cordiais, honestas, de repente inimigos um do
outro, até de falarmos perto, contarmos um segredo? Dá-nos a estranha sensação
de que nós, humanos, seres por excelência sociáveis, fomos atacados por uma
doença torpe, que nos afasta do outro, aquele que é nosso próximo, considerá-lo
nosso desafeto em vez de um irmão. Sinal dos tempos, a fraternidade sumindo do mundo?
Sempre atento aos ensinamentos
religiosos, teólogo que é na sua formação, o cronista acadêmico nos traz a lume
o exemplo daquele momento, inscrito nos Evangelhos, em que Jesus recém ressuscitado
do túmulo diz a Maria Madalena, sua discípula: Noli me tangere — avisa-a
que não lhe tocasse porque Ele ainda não tinha ido ao Pai (Jo 20, 1-17). Ele, o
Salvador do mundo, antes de servir ao mundo, precisava do beneplácito de Deus.
Nós, míseros mortais, que nos supomos sapiens, nos afastamos um dos outros, não
por falta da permissão divina, mas, sim, por nos tornarmos impuros,
contaminados por um vírus infamante.
Sem ser teólogo como meu
digníssimo confrade o é, não me furto a lucubrar sobre certas sutilezas
evangélicas, aquela passagem em que o Mestre, sóbria e filosoficamente,
responde aos maliciosos saduceus, que lhe queriam confundir com sofismas sobre
ressurreição, que estavam errados, pois as leis do Reino de Deus seriam estas: Amai
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mt 22 23-33).
E tantas outras reflexões
podem nos advir nesse período pandêmico, em que desavenças políticas, sociais e
familiares se acendem, talvez trazidas pelo próprio ar que se tornou iníquo,
nas telas de TV, nos jornalecos e nas vozes de muitos sofisticadores, que,
envenenados pelo Covid-19, imitam hoje aqueles antigos saduceus que achacaram o
Mestre e fazem a cabeça de nossa geração.
CDL/Bsb, 11.0620
CDL/Bsb, 11.0620
sábado, 16 de maio de 2020
IMAGINÁRIO DE
UMA PANDEMIA
UMA PANDEMIA
O que
fazer numa paralisação pandêmica como a que vivemos agora? Dormir o tempo todo?
Esbravejar contra o Governo, as estrepolias da oposição, inventando mentiras
para apear o Presidente eleito do poder?
Tempos difíceis esses,
tenebrosos mesmos que estamos a viver. Será que nosso País e o mundo todo foram
pegos de outra espécie de epidemia, o histerismo coletivo de loucura viral?
Senão vejamos. Grassa a
anarquia entre os políticos, tudo vale tudo entre os pares. Não se sabe mais o
que é mentira e o que é verdade, foro íntimo não interessa, todos usam máscara,
a persona do que é sibilino, para a política e
a sociedade — não só para supostamente nos prevenir contra o Covid-19,
mas nos blindar de nossa própria insânia. Estamos todos à beira do niilismo
escatológico dos últimos dias. Exagero ou realmente indícios dos prolegômenos
apocalípticos?
Praza aos céus que tudo não
passe de um pesadelo, que atravessamos a duras penas — águas passadas não movem
moinho, mas desta feita parece que sim, movem consciências ou removem entulhos
de proficiências negativas. Sabe-se lá quanto e como.
O que fazer? É o que
aconselhamos: primeiro, desanuviar a mente, desacreditar na mídia falada e
escrita. Desenvolver nosso tirocínio, para além do raciocínio relativista. Ler
os clássicos, por exemplo: — Tolstói,
Dostoiévski, Goethe, Byron, Shelley, Shakespeare. Mas as bibliotecas, esses
templos do saber, estão fechadas, os autores novos podem atender nossos anseios
literários, caso tenhamos um punhado deles à mão.
Relembremos aquela escritora
provinciana, maranhense da antiga Província de Guimarães — Maria Firmina dos
Reis, resgatada há pouco tempo do anonimato. Afrodescendente, pobre, professora interiorana, assim mesmo
ela escreveu um romance em 1859, Úrsula, e o publicou, certamente
com ajuda de alguém importante, pois sem recursos. Fala-se em Sotero dos Reis tê-la ajudado, erudito, lexicólogo,
prestigiado na Capital ludovicense à época, por ser sua parenta
distante. Talvez seja a primeira mulher negra a escrever sobre a escravidão no
Brasil. Interessante seu romance, estilo ultrarromântico, talvez cinzelado,
aqui ou ali, no Cabana de Pai Tomás, obra viralizada no início do século
nos Estados Unidos.
De nosso pequena estante,
retiro um dos favoritos: Machado de Assis, velho conhecido, seus
maravilhosos contos: Missa do Galo, Religião do Diabo, O Espelho e tantos outros de sua inventiva. Romances: Dom
Casmurro, Helena. A Mão e a Luva, Obras Póstumas de Brás Cubas, Esaú e Jacó —
incomparáveis.
Mas colhamos escritores mais
novos. Vem-nos à mente logo Lygia Fagundes Telles, estilo mágico, prosa
primorosa. Outra é Clarice Lispector com seus contos fantásticos,
suis-generis. Na mesma linha, o chamado realismo mágico brasileiro, da estante
retiro José J. Veiga — A Hora dos Ruminantes, A Casca da Serpente,
este tenho autografado pelo autor.
Uma visita aos escritores
maranhenses. Em mãos a obra-prima de Josué Montello, Os Tambores de
São Luís, obra de fôlego, uma viagem
magistral através da cultura ludovicence. Outro não menos importante é João
Mohana, médico, escritor e sacerdote: O Outro Caminho e Maria da
Tempestade. Bom relê-los, Mohana inclusive foi premiado pela Academia
Brasileira de Letras.
Não só de pão vivemos, obtemperam as verdades
evangélicas pela voz do Mestre da Galileia. Alimentar o espírito também
é uma opção para garantir nosso poder de reflexão, tal qual a busca pela
verdade, o valor como medida valorativa da justiça e do bem no mundo. Este é o
assunto que nos desvia da literatura para a filosofia. E eis um livro precioso
que encontro na estante, algum tempo esquecido — Filosofia dos Valores,
o autor professor e filósofo alemão Johannes Hessen. Minucioso estudo
sobre o que é o valor e sua aplicação à nossa vida, pois, segundo o erudito
mestre alemão, é o valor e não o homem a medida de todas as coisas como
preconizou, erroneamente, o pré-socrático
Protágoras de Abdera (481-411 a.C).
São estas as reflexões que nos
impõe, por enquanto, esse extemporâneo isolamento das coisas e do mundo.
CDL/Bsb, 17.05.20
CDL/Bsb, 17.05.20
sábado, 25 de abril de 2020
TUMULTO EM PINDORAMA
A CONTRADITA
Haja
tumulto em Pindorama — a Terra Psittacörum, República que dista logo
abaixo do Equador. Ministro de importante pasta de recém-empossado Presidente vem
a público e diante dos canais de rádio e televisão, intempestivamente se
exonera do Governo, alegando várias imputações.
No dia seguinte, a contradita
do Presidente vem a galope e diante da mesma mídia, abre o verbo:
“Meus compatriotas, Pindoramenses.
Com a alma e o coração estarrecidos, faço minha contradita às palavras, mais ou
menos insidiosas, que nesta mesma mídia, ontem, me imputou meu subordinado.
Este senhor eu conheci quando de minha campanha, apenas de vista e de chapéu, e que,
depois, devido seu eficiente currículo, o recrutei, para compor meu Ministério. Agora, em meio a
esse verdadeiro vendaval de pandemia que assola o mundo, sem falar na luta que
vimos empenhando de maneira hercúlea contra as organizações criminosas,
corrupção, politicagem, que durante
décadas vem corroendo essa Nação, eis que essa pessoa, a quem confiei
importante Pasta, em quem depositei minha confiança, me atraiçoa, e pior me imputa
acusações absurdas e inteiramente aleivosas contra minha pessoa e atuação
frente ao Governo. Como é sabido e notório, não sou homem de meias palavras e pauto
minha vida e minhas ações sempre com honestidade. Portanto, não admito que me enlameiem
a pessoa e meus familiares com acusações profanas e injustas, como essas
trazidas à baila e em público por esse
senhor, a quem confiei e dei-lhe carta branca para agir, sempre em favor da Pátria
e do povo que a consolida.”
E continua o Presidente sua
peroração, de forma sempre dura, honesta, considerando-se atingido nos seus
brios pessoais e cívicos:
“Patriotas que anseiam pela
recuperação desta Nação vilipendiada por aqueles que querem ver o circo pegar
fogo, o quanto pior melhor, revolucionários de gaveta e sicários de movimentos espúrios,
os quais se aproveitam do momento para me afastar do Poder, mas jamais
conseguirão porque os motivos são torpes e inconstitucionais. Resta-me dizer aos
cidadãos de bem e àqueles que ainda acreditam na restauração de nossa liberdade,
que jamais recuarei um centímetro em prol de nossa Pátria e tudo farei, com o
risco até minha vida e a de meus familiares, para fazer deste País, que diga-se
de passagem, não merece a oposição indigna que fazem ao nosso Governo — uma Nação com seu povo mais livre, feliz e forte economicamente,
como deve ser uma grande Nação.
Era o tinha a dizer. Que Deus
nos acompanhe em nossas ações e julgamentos que fazemos. “
Bsb, 25.04.20
quarta-feira, 22 de abril de 2020
AVE BRASÍLIA, BRASILÍADA
Murilo Moreira Veras
Brasileiros,
brasileiras, ouvi-nos,
Mitológicos entes, Zeus,
Apolo, Atena, Hermes,
de bons aires insuflai-nos.
Dante, Camões, Schelley, Goethe, amparai-nos
que um brado mais alto se
alevanta
O que somos nós — frágeis
criaturas.
O que somos nós — aleatórias
sombras.
Vagamos neste grande
imperfeito vale
Artefatos ambulantes à busca
de incertezas.
Entrementes, dir-vos-ei — somos inconfidentes
de uma trama em curso.
Ignotos são nossos caminhos,
refluxo de pedras e sonhos.
Nestes tempos exercemos o
exílio endêmico.
Vivemos sem visão do mundo.
Antropofágica e insana, a
mídia trespassa
a fronteira da verdade.
O pânico se alastra, cérebros
e corações
contaminados.
E vige o estrabismo de casa
arrasada.
Afinal, quem somos? Títeres
do imobilismo cerebral
de alguns?
Figuras mambembes de um Gran
Circo
de fantoches?
Não. Somos visionários,
contra nós erige-se, sim,
o estrépito infame da
cizânia.
Do arco-íris da vida, ousam
nos apagar os sonhos.
Névoas sombrias vislumbram-se
no céu lúdico
da nova Brasilíada.
Nas asas edênicas da Capital
da Esperança,
tripudiam engodos e
insídias.
A tirania da pandemia ao
invés da
celebração dos sessenta anos
de Brasília,
as premonições de Dom Bosco,
de leite e mel, esquecidas.
Agora soam os oráculos, a sandice
das bravatas.
Vitupérios de almas em
pânicos.
O que somos, não há razão que
justifique as sombras
no exílio nas
cavernas dos lares.
Somos símiles da claridade do
paraíso lá fora.
Somos seres ou mitos —
justiceiros ou factoides
engaiolados?
Entes verdadeiros ou simples
sombras irônicas
do não-ser?
Brasília, Brasilíada,
panorâmica, visionária, sonho
épico de Dom Bosco.
Querem ocultar teu helênico
destino,
sátrapas ideológicos denigrem
a vertente de
tua Brasilidade,
Tu que nasceste plantada na
fé e na esperança.
Eis que no teu céu acrílico
de ventura
já se vislumbram as luzes da
Justiça,
a semeadura do leite e do mel,
que sufocarão as sinecuras do
Mal.
Libertos, ilesos do
torvelinho da algaravia,
oxalá possamos dizer,
eufóricos:
— AD LUCEM, BRASÍLIA.
Para cima e para alto,
sempre.
Bsb, 21.04.20
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