quarta-feira, 31 de agosto de 2022

 

SÃO LUÍS — UMA VISÃO ATUAL

 


 

 

A vetusta cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, tenta vestir-se de nova roupagem urbana. Na verdade, o que acabamos de assistir soa algo diferente. Visitamos a cidade agora mesmo em agosto deste ano. São Luís realmente mudou muito, nem sempre para melhor.

Não há negar, a cidade modernizou-se, graças às pontes que ligaram o conjunto arquitetônico histórico, que passa a ser a cidade velha, para o outro lado da ilha, os bairros de  Calhau,  São Francisco, a península,  hoje englobando a antiga Ponta d’Areia. Esta, por sinal, a parte de São Luís mais viralizada — ontem um logradouro quase desconhecido, verdadeiro pântano, com praias até ameaçadoras, como a de São Marcos.

Enquanto isso, a velha cidade supostamente fundada pelo francês Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, desmorona-se, a nosso ver imposta pelo certificado de Patrimônio Histórico da Humanidade, que a estratificou no tempo.

Que não se negue à cidade seu valor como centro cultural e histórico — outrora badalada pela alcunha de Atenas Brasileira à custa da plêiade de escritores e eruditos que a consagravam. Não obstante, hoje São Luís parece um burgo em ruínas e o que nos causa mais espécie, sendo destruída aos olhos dos próprios habitantes, que assistem, impassíveis e até deleteriamente, os monumentos históricos, casarões e locais originais passadistas, ruírem dia a dia, à falta de reabilitação.

Basta-nos um passeio para reativar a memória e aquilatarmos a situação precária da cidade.

Eis-nos à Praça Deodoro, onde se encontra o ainda belo prédio estilo nouveau da Biblioteca Benedito Leite. Felizmente preservada, em meio à praça, hoje reconstruída em estilo moderno, apesar de desprovida do antigo arvoredo. Em frente, o famoso Panteão onde se abrigavam os bustos dos intelectuais maranhenses notáveis — por incrível que pareça apenas os suportes, desprovidos dos bustos dos escritores.

Em volta, o povaréu, transitando ao redor, a maioria, perambulando atoa. Aqui e ali uma aglomeração, principalmente à frente do Colégio Estadual do Maranhão, o antigo Liceu Maranhense — um absurdo porque oblitera a fachada do valoroso educandário.  Ao lado,  um conglomerado de barracas, à guisa de comércio — o camelódromo.

Atravessa-se a praça e alcança-se em frente a velha Rua do Sol, felizmente com seu nome original. Mas repleta de detritos, papeis e sujeira nas calçadas, cujos ínfimos tamanhos, faz com que o pobre turista a percorra com cuidado para não ser atropelado.

Mais adiante se acha o Museu Histórico e Artístico do Maranhão, outrora sofisticada residência da aristocracia maranhense. E adiante o belo edifício do Teatro Arthur Azevedo, felizmente intacto, após reformado.

Finalmente, depois de percorrer a estreita  rua, alcança-se a Praça João Lisboa, onde, sentado em sua cadeira erudita vê-se a estátua do grande  jornalista João Francisco Lisboa. A antiga praça foi reformada, mas despenaram-lhe do antigo arvoredo.

Sem fôlego, após atravessar a praça, já o sol a pino, o turista invisível e também inadvertido, desce a ladeira da rua de Nazaré, ao lado da Praça Benedito Leite — o grande feito é almoçar no restaurante do SENAC, enfim capaz de nos descontar dos desprazeres da travessia, graças aos acepipes da glamorosa cozinha maranhense que a casa nos oferece.

Refeito dos contratempo, o sol já brando com o cair da tarde, é dá-se uma chegada, ali perto no anfiteatro da arquitetura colonial, de que tanto se orgulha o povo ludovicense — o Projeto Reviver, onde ficava a antiga Praia Grande, o porto da cidade.

Enfim, neste nosso espécie de passeio memorial em que nos recordamos do tempo e dos momentos em que vivemos no passado na velha quadricentenária cidade, que dizem ter sido fundada pelos franceses, terminamos nosso dia com o espetáculo do por do sol no Café dos Poetas, ao lado da Prefeitura, em homenagem à literatura — com que se resgata o antigo pleito de São Luís como ATENAS BRASILEIRA, mesmo que não passe de um burgo apenas maranhense.

 

CDL/Bsb,01.09.22

 

 

 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 

TEORIA DO TUDO : A CONTRADITA DE DEUS

 


 

 

O prato degustativo preferido dos cientistas, físicos e cosmólogos hoje é a tal da Teoria do Tudo. Os principais deles são Stephen Hawkings, Richard Dawkings, Carl Sagan, Neil Degrasse Tyson, sem falar naqueles que aceitam essa teoria como espécie de contradita do Criador — Sam Harris, Daniel Dennet e Christopher Hitchens. Todos encontram o refúgio ideal para detonar a religião.

Aliás, o grande inimigo da ciência é nada menos que a religião, o criacionismo os cientistas, com raras exceções, o fulminam como responsável pelo atraso da evolução e do progresso.

A Teoria do Tudo ou Teoria do Todo ou ainda a Teoria Unificada ou Unificadora que engloba na física a chamada Teoria da Grande Unificação ou TGU versa sobre uma teoria que unifica numa só estrutura teórica todos os fenômenos físicos, isto é, a mecânica quântica e a relatividade geral num único tratamento teórico e matemático.

É de vê-se que esse pleito constitui o sonho dos cientistas, físicos, cosmólogos e alguns filósofos de hoje, embora não tanto atual, tendo sido desde priscas eras o desejo dos primeiros apologetas, como os pré-socráticos Parmênides, Heráclitos e Demócritos. É interessante  eruditos como Kepler, Isaac Newton e Euler não tenham ousado aceitar essa esquizofrenia científica em suas pautas de trabalho.

Modernamente, nem o próprio Einstein, autor da Relatividade Geral, mesmo tendo consultado essa possibilidade de concentrar numa só teoria todas as forças eletromagnéticas, visando harmonizá-la com a Teoria Quântica, por concluir ser impossível, a seu ver, incompatíveis. Desistiu da ideia, inclusive da própria Teoria Quântica que nunca conseguiu aceitá-la de todo.

Hawking, que teria descoberto os famosos buracos negros, conforme expôs em sua magna obra Uma Breve História do Tempo, nunca conseguiu provar em evidência uma Teoria que ousasse abranger a totalidade das forças naturais. Na verdade, Hawking, como todos os outros físicos, cosmólogos e cientistas o que desejam é, com suporte da ciência e  de forma inconteste, através da Teoria do Tudo, demolir por completo essa figura ultrapassada de um Deus Criador.

Observe-se que Darwin, o fundador de outra teoria excêntrica, não se atreveu a tanto, mas outros o fizeram sob o suporte da Teoria do Tudo. Referimo-nos a Richard Dawkins, Sam Harris, Daniel Dennett e Christopher Hitchens. Dawkins através de sua tese do Genes Egoísta, tese, aliás que não tem recebido o beneplácito de todos os cientistas.

A apologética científica sob o lume da Teoria do Tudo padece, pois, de veracidade. Basta que confrontemos seus pressupostas postulados com a Teoria da Incompletude de Kurt Gödel, segundo a qual qualquer formulação científica é incompleta, portanto, falível por incapacidade de comprovação.

O próprio Hawking viu-se diante da contingência proibitiva decorrente da incompletude demonstrada pelo grande matemático austríaco.

Conclui-se, assim, que, na realidade, a Teoria do Tudo, sonho dos materialistas, na qual muitos negativistas ansiavam se apoiar para negarem a existência de um Deus Criador — cae por terra, por se tratar de sofisma, especulação, sonho emblemático e utópico.

Vale dizer que, mesmo com todas as versões controversas, provenientes de mal-entendidos, pequenez de espírito, frivolidade mental e que tais — ainda prevalecem os ensinamentos da nossa velha e sábia Bíblia Sagrada, que até hoje trazem o peso da verdade.

Quer queiram ou não — a verdadeira apologética constante da Bíblia, as mensagens advindas do Mestre da Galileia ainda prevalecem, a despeito de Hawking, Dawkins, Laplace, Darwin, enfim de todos esses sofistas modernos, que, inadvertidamente sonham em negar o que é claríssimo como água, o ar e o vento:

... “No princípio, criou Deus o céu e as terras” — e viu Ele que tudo era bom. 

 

CDL/Bsb, 8.08.22

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

quinta-feira, 28 de julho de 2022

 

              APOCALIPSE NOW

 


 

                                          


Temos a impressão — e isso nos tem confirmado pelo  desenrolar dos acontecimentos no Brasil e no mundo — que estamos à porta do Apocalipse. As pessoas se desentendem, revoltam-se por qualquer coisa, inédito aumento    da criminalidade, sem falar no clima de aforismo e polarização criados pela aproximação das eleições no nosso País.

Em termos de cenário mundial, essa guerra deflagada pela Rússia contra a Ucrânia nos deixa apreendidos, sem esperança de terminar,  as partes chegarem a um acordo plausível. E a possibilidade de uma terceira guerra mundial de consequências imprevisíveis.

Será o sinal de que as Taças do fim do mundo começam a ser derramadas? Tudo isso nos tem trazido tristeza e desconforto. Mais do que nunca parece que temos de nos fortalecer, material e espiritualmente, para não  deixarmos nos influenciar por essa situação de niilismo, onde prevalecem a prevaricação e o mal-entendido. Dir-se-á o mundo, o País, a sociedade, as pessoas perderem o senso de equilíbrio e hoje vivem pelos extremos de  tudo que pensam, fazem e realizam.

Aristóteles, o estagirita, já no quarto século antes de Cristo em sua magnífica Ética a Nicômaco advertia que nos relacionamentos humanos deve   prevalecer sempre o meio-termo, a solução mais equitativa dentro do critério da justa-medida.

Nos tempos atuais, de visionária cibernética, o robô atingindo os albores da inteligência humana — onde se acham o meio-termo das ações, o critério da justa-medida nos pleitos e ajuizamentos das pessoas? Se o que assistimos são os desajustes, sejam quanto ao meio-termo e à justa-medida, exigíveis para a melhor pletora das ações?

Senão atentemos para os acontecimentos correntes no País e no mundo. Um médico anestesista faz ato libidinoso quando praticava  anestesia numa mulher em trabalho de parte, no Rio. Em São Paulo, por motivo supostamente político, dois homens se enfrentam, por motivo pode-se dizer fútil, um se dizendo bolsonarista ao passar na casa de um lulista que aniversaria, o insulta, o outro responde com pedrada, no imbróglio o primeiro acaba matando a tiro o aniversariante, o assunto viraliza na internet, a Globo aproveita para culpar  o Presidente que  qualifica de  o “homem das armas”.

Já nos altos escalões do Governo e da Suprema Magistratura, deparamo-nos com situações totalmente surrealistas. Um Presidente, eleito com mais da metade de votos válidos, com dois anos de mandato tem algumas de suas ações embargadas em seus empreendimentos por outro poder, o da judicatura, obstando-lhe direitos constitucionais, cláusulas pétreas inclusive, nas quais se fidelizam as funções executivas da Presidência — art.84, item VII da nossa Carta Magna. Numa dessas anomalias, há pouco o Presidente teve sua ação advertida pela mesma Judicatura que se autossustenta divinatória, pelo fato de, em reunião com embaixadores de outros países, informá-los de haver suspeita na lisura das nossas próximas eleições, devido a vulnerabilidade das urnas eletrônicas, nosso atual sistema eleitoral. Bastou para que a mídia populista contrária viesse a público e desmoralizasse o Presidente. Até o Correio Braziliense, que sempre se faz de defensor da liberdade, desde que fundado, no Império, em editorial de 22.07.22, depois de desqualificar a ação do Presidente — inclusive grafando a nobre função com p minúsculo que por questão de dignidade e respeito ao cargo deveria ser P maiúsculo — afirma que a informação negativa do Presidente...”em vez de enfraquecer o sistema eleitoral brasileiro, acabou fortalecendo a defesa do processo que já elegeu milhares de representantes do povo brasileiro.” Ora, é público e notório que o sistema de urnas eletrônicas não é perfectível, se o fosse por que só é adotada no Brasil ou num ou noutro País menos desenvolvido? Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha, os países mais adiantados, ao que nos consta têm-no repudiado, justo por duvidoso. Ademais, ainda a argui o matutino  que o Presidente ...” construiu sua trajetória política com sucessivos mandatos na Câmara dos Deputados e, em 2018, chegou à presidência da República por meio de votos registrados em urnas eletrônicas” — a alegação não contradita o fato da eleição do Presidente, ao contrário até o fortalece, isto é, ele ousou enfrentar a própria  vulnerabilidade das urnas e venceu o pleito.

E mais fatos inauditos têm ocorrido. Notem-se os atos desrespeitosos praticados pela classe artística, com raras e justas exceções, como cantoras insultarem em público a dignidade do Presidente. Recentemente, ato realmente delituoso, sujeito até a repreensão judicial, uma moça filha do famoso cantor brasileiro de bossa nova, João Gilberto, na Califórnia, EUA, em pleno palco onde se exibia, chegou a pisar a flâmula maior do País, a bandeira nacional, símbolo da Pátria. E o que dizer que viralizou nas redes sociais uma encenação artística de um suposto assassinato do Presidente — mesmo que pouco depois tenha sido apagada pelo bom senso? O estranhável é que sua majestade o STF fez que nada aconteceu, exercendo, entretanto, sua força punitiva por qualquer ato dos chamados bolsonaristas. Então a Suprema Magistratura agora virou uma Delegacia de Polícia? Até a digníssima esposa do Presidente tem sido vítima dessa ação predatória — o que não deixa de ser um absurdo.

E não se pense que essas insanidades se restrinjam ao nosso País. Também no exterior não fica por menos. O atual Presidente dos EUA,  que se diz católico, crítica sua própria Suprema Corte por decidir-se contra o aborto, ele, desde sua senatoria,  favorável a esse crime condenado  pela Igreja.

Não há negar — o mundo vem se tornando dia a dia palco de uma verdadeira pantomina, porque não dizer, demoníaca, não fosse a ação beneficente e imunizadora, pelo menos até certo ponto, exercida pela Igreja através e sob a ação de uma plêiade de clérigos eruditos, que, alimentados pela fé apostólica, ainda vigente nos corredores do Vaticano, alertam a Cúpula e os cristãos apontando erros e desvios passíveis, inclusive, de corroer os pilares da Santa Madre, nos seus dois mil anos de existência.

Haja fé, disposição de espírito e muita confiança nos Evangelhos, a nos fornecerem a força cogente nas palavras do Mestre da Galiléia, que nos advertiu dos acontecimentos futuros e nos forneceu o caminho e a graça, capazes  de vencer tais tumultos. Quem tiver ouvidos que ouçam, felizes os que creram sem tê-Lo visto. Bem a propósito foram as palavras visionárias do Papa Bento XVI, o Papa renunciante, de que a Igreja Católica no futuro não passaria de um pequeno grupo de fiéis a lutarem pela sobrevivência — certamente enfrentando o furacão que seria o mundo sem Deus, ao sabor do caos novamente primordial.

 

                        CDL/Bsb, 28.07.22