A FESTA SOCIALISTA OU O IMAGINÁRIO
DO PODER OU A NOVA REPÚBLICA
SOCIALISTA
OU O ADMIRÁVEL BRASIL NOVO
A
epopeia visionária de Aldous Huxley “O Admirável Mundo Novo” não é mais
uma utopia — acaba de se realizar e, por incrível que pareça, à nossa frente,
no primeiro dia do ano novo de 2023. É quando se dá a instalação do terceiro governo do
sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, mesmo depois de indiciado por corrupção
em todas as instâncias judiciais. O inacreditável fato teve a benevolência da
Corte Suprema, à forra de interpretação supra jurídica elaborada por um de seus
membros.
Vis-à-vis
da fantasia do escritor agnóstico inglês, eis que, por uma dessas insopitáveis
manobras do destino, um saltimbanco sindicalista, de poucas letras, inimigo do
trabalho, pleno de verborreia em corporação operária, é investido das funções
de Presidente da República, eleito em suspeitável votação popular. Inaugura-se,
assim, uma democracia visionária, com letra minúscula, espécie de espantalho do
regime já criticado por Platão, antes do nascer do cristianismo, hoje
reconhecido como regime político ideal às nações.
Dá-se,
assim, o ruidoso espetáculo de entronização, pela terceira vez, do miraculoso Lula
na presidência da República deste nosso torrão, político e filosoficamente
agônico, agora nos braços de um administrador anarcosocialista, alçado à estadista
de 2ª ou 3ª categoria.
Abre-se,
então a cortina do 1º Ato do ano de 2.023 da Graça do Senhor com o Ave Lula
e, nós, brasileiros obrigados a assistir um estranho, deformado
ato, ao vivo e nas TVs, viralizando a posse do novo governo do Lula — — esfuziante
cena de teatro mambembe, os protagonistas, agindo como bonecos semióticos,
amorfos, ridículos, para dizer o mínimo, o máximo uma paródia de mensagens
criptografadas à guisa de insultos e churumelas políticas ocas e adventícias. A
dizer que se tratava de uma transmissão governamental, plena de sentido cívico,
o simbolismo da transmissão da tiara mítica de um governo para outro, o sagrado
símbolo republicano da outorga institucional do Poder.
E
o que vimos foi um estereótipo perjuro político, um atentado à verdadeira
Democracia platônica, mesmo com a tarja dos defeitos icônicos que lhe imputara
o Mestre.
Dir-se-á
cena roubada de Pirandello, refugo dos seis personagens à procura de um Autor,
à guisa de sinais míticos, personagens rudes, medíocres, sob um suposto rótulo
de fidelidade à Majestade. Na rampa do Palácio da Alvorada, sem qualquer selo
sinalagmático, transmitiu-se a tiara ao novo Presidente — não pela mão do
Presidente anterior, mas por uma moça catadora de lixo urbano, que desde 14
anos de idade exerce o ofício e — incrível — continua a fazê-lo durante 17
anos. Ladeiam-na um deficiente, um menino negro e um índio, representando a
raça indígena.
Enquanto
isso, aureolado por emoção súbita da atávica cena, aos prantos, Lula é abraçado
e beijado — espécie de cena lúdica, a majestade endeusada pelos pobres súditos,
verdadeiro escaldo de primatas, em adoração e júbilo por seu guru ad eternum
totemizado.
Em
baixo, no retábulo da simbólica rampa do Palácio da Alvorada, o povaréu urra em
cantochão, fantasiados todos de vermelho, reverenciando o líder, aos berros e
palmas — Lula-la, Lula-la, o famélico cantochão de louvor à entrante
democracia solidarista mundial no torrão da brasilidade.
Bsb,
3.01.23