CULTURA WOKE OU CONTRATURA RENOVADA?
Nos anos 60, no pós 2ª Guerra Mundial, talvez o pior legado deixado pelo infortúnio militar tenha sido o descontrole social e emocional da sociedade. A partir dos Estados Unidos e espalhando-se pela Europa e via de consequência abarcando o mundo — eis que estoura como uma explosão um movimento designado de contracultura. Lideram-no sobretudo os jovens e seu berço principal é o EEUU. Muitos escritores, músicos e influenciadores midiáticos se engajaram nesse movimento, à busca de louros ou lucros, inclusive o sociólogo alemão Karl Mannheim. O que buscavam nesse movimento era tudo, menos o direito, a verdade, a razão, convalidando com a revolta, o descontrole, a indolência, o contrassenso, sem falar na compulsão pela droga, o desregramento, a preguiça e a desrazão sobre tudo e contra todos, principalmente a sociedade organizada.
É sabido que muita gente se locupletou com essa ventania de desordem, sobretudo músicos, roqueiros e exploradores, maus escritores, infausto pensadores e infratores sociais. Espécie de onda negativa, supostamente construtiva, como alegavam alguns desavisados. Mas, como a sociedade humana está sempre sujeita ao desvio, pelo desacerto e o desconcerto de seus membros, os negativados, os impulsivos, os fatos acabam se consolidando. Passado tanto tempo, o mundo praticamente reconstruído, embora a duras penas — sempre como meta o possível leibniziano — eis que enfrentamos esses ventos negativos, revolvendo costumes, como não bastassem os que já nos infringem o suposto modernismo, aliado aos factoides que nos bombeiam diariamente a mídia, os falsos filósofos, os fascistas da razão, os ideólogos salvacionistas, os políticos apátridas e et allia.
Chama-se cultura woke esse é nova loucura que ataca ou vem atacando os nossos jovens, já cansados de guerra televisiva, de ensino desviado, desprovidos de educação, tirocínio e o que pior sem atinarem qual o verdadeiro sentido da vida que procuram ou sobre o qual não foram ensinados pela afasia ou despreparo dos pais e da própria sociedade. Como tudo parece fluir do grande continente do norte, acima de nós — esse verdadeiro novíssimo meme para os menos avisados é novidade da vez. Deriva do verbo inglês WOKE, isto é, do verbo to wake, woke, woken, waking — acordar, sendo woke o particípio passado: acordado. Melhor, é uma gíria gerada quem sabe no seio e cérebro dos malabaristas verbais, para dizer “tou acordado” “tou sabendo,” tou de olho” — que extrapolando quer dizer: agora eu acordei, vou fazer o que bem quiser, sou o tal, faço o que quero, o que me der na telha, eu sou o bamba da ignorância, tava dormindo, agora acordei!...
Não se trata de um mal do século, mas é uma onda que avança sobre nossa juventude, que não quer mais saber de nada, não raciocina, não procura saber a origem dos fatos, negaceia tudo, torna-se o centro de seu próprio universo, espécie de bolha. É aquela expressão “... viajando na maionese”. A maionese que não tem sentido nenhum, espécie de imbecilidade total.
Não será que quem estava certo mesmo era o Olavo de Carvalho quando publicou seu livro, best-seller, O Imbecil Coletivo — nossa juventude perdeu mesma a consciência de que não somos macacos, que não passamos de um cisco no universo, mas, como disse o grande Pascal — um cisco pensante.?
Bsb, 28.09.23