sexta-feira, 4 de abril de 2025

                               


                                 UMA CIDADE ASSASSINADA

 

 

 

Abordemos hoje um assunto de certo modo intrigante. Sempre faço viagem a São Luís, Capital do Maranhão e cada vez mais me estarrece quando a encontro em estado precário. Ora. São Luís, alguns anos passados, pelos idos de 1940 a 50 era uma cidade aprazível. Não sou maranhense, mas toda minha família o é, da parte de pai e mãe. Fiz meus primeiros estudos no educandário padrão — o Colégio Estadual do Maranhão. Os mestres todos eram o que havia de mais reconhecidos, Fiz o primeiro ano de Direito na vetusta Faculdade de Direito, com renomados   mestres. Além de ter me casado com uma ludovicence, também de família distinta, Maria Vilma, hoje, como eu, escritora, com livros publicados.

 

O que aconteceu com a cidade, supostamente fundada por Daniel de La Touche, Senhor de La Rravardière, nos idos de 1612, enviado da França para fundar a tal França Equinocial, com seus comparsas Charles de Veaux e Daniel de La Touche?  

 

Aliás, assunto muito controverso, por sinal,   de que São Luís teria sido fundada pelos franceses. Segundo   Vasco Mariz & Lucien Provençal, em seu interessante livro La Ravardière e a França Equinocial, citando renomada pesquisadora maranhense Maria de Lourdes Lacroix em seu livro A Fundação de São Luís e seus mitos “ a ideia da fundação francesa de São Luís é uma mentira sem mentiroso.” De sua parte,   Maria de Lourdes cita fonte  insofismável: Padre Antônio Vieira.

A controversa vige até hoje. Mas,  por que a cidade, francesa ou portuguesa, hoje está em ruína? É triste, mas  eis  a grande verdade. As consequências são evidentes — a cidade não tem turismo, porque ninguém se dispõe a ver ruínas, a não ser as de Pompéia, na Itália. Explique-se — por incrível que pareça resultou do seu tombamento, melhor, o motivo não foi  exatamente o fato de ter sido tombada pelo IPHAM, em 1974 como Patrimônio Histórico da Humanidade da UNESCO. Tombada também o foi a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais,  não em ruina, mas a pletora até hoje de grande fluência de turismo. Acreditem se quiserem — os grandes culpados foram os políticos, prefeitos e governadores.

 

Também explicamos. É só olharmos as fotografias antigas de São Luis, aliás existe inúmeras arquivadas em seção especial na Biblioteca Pública Benedito Leite — basta vê-las.  

 

Por incrível que pareça, antes do tal tombamento, aí   pelos  anos de 40, certo prefeito baixou um decreto municipal,  obrigando  os proprietários de casas de porta e janela ou inteira a  transformá-las em bangalowos — o motivo, acompanhar a modernidade!

 

O resultado é o que se vê — uma cidade de certo modo assassinada!


Bsb.CDL.5.04.25

 

 

 

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