sábado, 28 de outubro de 2017
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
O MUNDO HOJE E AMANHÃ: CAÇADORES
DE HUMANOS E ANDROIDES
O que está acontecendo com os seres humanos, com o mundo? Onde
está a razão que o poeta Castro Alves tanto perquiriu nos versos — “Deus, ó Deus, onde estás que não
respondes, Em que sol, em que estrela tu te escondes?
Que
me desculpe o vate de “O Navio Negreiro”, mas Deus não tem culpa da absurdidade
dos humanos por Ele mesmo criados. Ele os criou à Sua imagem e semelhança, sim,
mas eles, os seres humanos abusaram tanto da benevolência divina do
livre-arbítrio que acabaram perdendo a tramontana. O resultado? — é isso que se
vê: o desabrido no agir e no pensar. E o mundo, a Gaia habitat dos seres
humanos, agora, habita-os seres “(des) humanos”.
Repetimos:
o que acontece com a humanidade, com as mulheres, com os homens, com as
crianças deste nosso mundo? Perderam o juízo, se empanturraram do veneno da
maçã proibida?
Seremos
todos assassinos? Esquecemos as regras mínimas do viver e conviver? Pois se
matam pessoas pelo simples desejo de matar. Em Las Vegas, Estados Unidos, um
sujeito, tido como milionário excêntrico, encarapitado no trigésimo andar de um
hotel, enquanto ocorria à frente um festival de música country com uma multidão
de adeptos, em dado momento ele começa a atirar com fuzil metralhadora,
assassinando nada menos que 59 pessoas e ferindo mais de 500 – o maior massacre
nos últimos tempos em território americano, dizem!
E
como atos malignos sempre se repetem — eis que, em nosso torrão, ex-Terra de
Santa Cruz de população a maioria católica, caridosa e misericordiosa segundo o
cânone, um sujeito, já em tratamento psiquiátrico que não se sabe porque era
vigia de uma creche infantil da cidade de Janaúba, norte de Minas Gerais,
invade uma sala de aula cheia de crianças de dois a cinco anos, munido de galões de álcool e incendeia o
local, cremando ele próprio e cinco crianças, além de uma professora de 23
anos. A professorinha, abnegada em ação verdadeiramente heroica se joga à
frente para proteger as crianças. O hediondo fato aconteceu nesses dias, logo
após o massacre em Las Vegas.
O
que é isto, minha gente? Um ser humano é capaz de praticar uma coisa desta?
Monstros como Hitler, Stalin, Mao-Tse-Tung, Fidel Castro, Ché Guevara et alia, continuam dando crias. A maldade já superou de
há muito a bondade no coração humano?
Onde
a beleza da vida, os encantos da Natureza? Á prática do mal, porque não se
voltar, por exemplo, para o encantamento
de uma peça musical, o trinar dos pássaros, o sorver do perfume de uma pétala
da rosa? Ou enlevar o espírito saboreando uma bela página literária?
O
ser humano, parece, perdeu a noção do que seja “ser humano” nesse suposto
alvorecer de tanta tecnologia, tantas facilidades, benesses, liberdade total,
direitos absolutos, deveres quase sempre ínfimos, progressos e mais progressos,
a ganância pelo poder e pela riqueza fácil em voga — dai o desvario na maneira
de viver e se comportar na sociedade. E o que dizer da maneira de esses
supostos guardiões da Terra verem e compreenderem a vida e o mundo? Confundem
miseravelmente liberdade com liberalidade, amor com furor sexual, humanismo com
promiscuidade, casamento com contrato casual, razão e raciocínio lógico com emoção
passional. E em termos de cultura não é que existem pessoas que acreditam que “estado laico é estado ateu”?
Mutatis
mutandis, indagar-se-á: como será o futuro do mundo, será melhor, a ciência
resolverá todos os nossos problemas, o ser humano alcançará a felicidade e a
perfeição escatológica?
Há
controvérsias. Que o diga a visão sombria do enredo da segunda parte do célebre
filme de Riddle Scott “Blade Runner”, em cartaz, onde o futuro dos humanos e do
mundo é simplesmente aterrorizante, capaz de verter lágrimas de sangue de quem
ainda tem um coração amoroso!
CDL/BSB, 09.10.17
domingo, 8 de outubro de 2017
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
REFORMA : DA POLÍTICA OU DO ESTADO?
Vivemos tempos tormentosos, não obstante diferentes. Por que
diferentes? Tormentosos todos sabemos, com a vida e o mundo em verdadeiro
transtorno, inclusive na natureza – esta como que a se revoltar contra as estripulias
praticados por esse espécime que se apelida de ser humano.
Em nosso torrão,
as coisas não vão melhores. Haja vista o estrondo que a mídia vem fazendo, em
termos de comunicação, que, ao invés de nos informar, nos estressa, perturba
nosso silêncio particular, radicaliza os absurdos da vida e dos costumes e o
que tem sido pior, tem o desplante de nos impor a ideologia do momento, porque
é o meio mais eficiente que lhe propicia
a renda, enche os cofres, e também os bolsos, dos empresários atuantes nessa
espécie de banda larga do absurdo. Aristóteles que se revolva no seu túmulo de
ver tanto devaneio, ele quem dispõe sabiamente o verdadeiro papel da mídia,
como meio e não fim.
E se falarmos de
política, também não há muito o que celebrar, senão algum alívio na economia do
País, que, graças ao esforço dos
empreendimentos privados, ousa crescer, embora a conta gotas, mas com
insistência. A mesma mídia já dá sinais que ainda serve para a anunciar o fato.
No Congresso, o
espetáculo circense de sempre, deputados e senadores despreparados, os projetos
se acumulando nos gabinetes, muitos
ineficientes e outros até absurdos – como esse que dizem transitar nos porões
das comissões de legislar sobre a escolaridade, visando incluir a famigerada
ideologia do gênero nos currículos.
E o que dizer da
badalada reforma política? Essa que nossos supostos representantes no Congresso
almejam implantar já para as eleições de 2018? Na verdade, segundo a
lenga-lenga dos comentaristas da Globo, é uma reforma de meia tigela, pra
inglês ver – fala-se em criar um fundo de financiamento partidário milionário,
o que favoreceria os quase 40 partidos existentes e também as emissoras de
comunicação. E a redução dessa avalanche de partidos? E o intrincado sistema
legislativo brasileiro, espécie de medusa de leis, que impedem o progresso do
País e engordam advogados especialistas em driblar esse verdadeiro catatau? E a
indomável Reforma Tributária que ninguém mexe, um sistema atrasado e
extremamente injusto a empresas e cidadãos? Isso sem falar noutros pontos de estrangulamento a que se
sujeita a República baseada no positivismo de Comte e proclamada por Deodoro da
Fonseca. “Ordem e Progresso” ou “Desordem e Regresso”?
Ora pois, pois –
parodiando nossos digníssimos patrícios d’além mar – o de que precisamos mesmo
não é de reforma política, nem de tapas-buracos, ou choramingas de
congressistas, tampouco de reformas de araque. O de que precisamos, meus
amigos, nessa nossa Terra de Santa Cruz, para deixarmos de ser uma República de
Bananas, é de uma reforma fundamental, que envolva, sim, não essas ninharias de
cunho e inspiração socialista, mas do Estado Brasileiro, modificá-lo para uma
entidade moderna, simplificada e eficiente, capaz realmente de alavancar o
progresso da Nação, de quebra, promovendo
a modificação de mentes, braços, alma, coração e corpo do cidadão nascido
nessas prodigiosas plagas.
CDL/Bsb, 26.09.17
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
FUNDAÇÃO DE SÃO LUIS: VERDADE ESQUECIDA?
Com o celebrar dos quatrocentos e cinco anos de sua
existência, neste 8.09.17, para o burgo
que se vangloria de ser a Cidade de
La Ravardière, não será nenhum demérito reconsiderar a verdade sobre sua fundação.
Não somos nós,
pobres escribas neste século XXI, que o afirmamos, mas o emérito pesquisador
maranhense Mário Martins Meireles, com base em notáveis e exaustivas pesquisas
por ele realizadas e constantes de seu livro “FRANÇA EQUINOCIAL”, já em 3ª edição, o autor membro da Academia
Maranhense de Letras e renomado pesquisador da historiografia do Maranhão.
Reconsiderar,
sim, não desmerecer, o que significa reconhecer o brioso galanteio que se dá à cidade
de “grades e azulejos”, de ter sido gerada por gentil-homem francês, daí a alcunha de Cidade de La Ravardière, além das alvíssaras de Atenas Brasileira, dentre tantas outras
cidades a também fazerem jus ao título. Além disso, seus filhos costumam ”ufanar-se de ser a capital do estado
brasileiro em que melhor e mais castiçamente se fala a língua da Mãe-Pátria”,
no definir orgulhoso de Mário Meireles (pag.136 de seu livro).
Mas, antes de se
tornar uma airosa cidade francesa, nos trópicos, capital da suposta França
Equinocial sonhada por La Ravardière, por que não cair na real de que a antiga Saint-Louis,
de 1612, na verdade, já existia, um povoado
fundado em 1535 na Ilha Grande, pelos expedicionários de Aires da Cunha denominada
Nossa Senhora de Nazaré – informação
inclusive confirmada por renomados historiadores como Rocha Pombo e Rubem
Almeida?
São Luis, homenagem régia pelos
franceses “rouliers de la mer” à
França Equinocial nos trópicos – ou Nossa
Senhora de Nazaré, em honra à Mãe de Jesus e de Deus, cinzelada pelos
descobridores portugueses? Cidade de La Ravardière ou Cidade de Nazaré, o lugar
onde nasceu o Mestre dos Mestres?
Com seus
quatrocentos e cinco anos, a Capital Maranhense vem se transformando numa
metrópole, com a pujança de seu inegável progresso, progresso esse que se
decorre de sonho de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, a herança
francesa não lhe traz maior honra, senão aquela de ter sido historicamente originária de um pequeno
povoado abençoado pelas mãos de Maria, que, em Nazaré, numa simples manjedoura
deu à luz ao Salvador do Mundo.
Bsb, 8.09.17
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
A SABEDORIA DA FÉ
O mundo atual tem se ressentido da falta de fé, em todos os
sentidos. Podemos dizer que os seres humanos são sobreviventes de crises, crise
de razão e também de fé. E, pasmemo-nos todos: a mídia vem contribuindo
diuturnamente para esse descalabro, na medida em que informa mal ou, no mínimo
errado. É o que se depreende de artigos da revista Veja, edição de 23.08.17,
último, intitulados “Decadência Sem
Elegância”, do articulista Fábio Altman e “A Crise das Crises”, de Joel Pinheiro da Fonseca. Os dois
comentaristas se apressam tão somente a apresentar o problema da Fé, tendo como
paradigma dois escritores, que, segundo eles estão na mídia: Michel Onfray, filósofo francês ateu e Roger Scruton, também filósofo, inglês,
professor, dito conservador.
Explique-se que
essa revista é vezeira – assim como outras da mesma linha – em informar apenas
as aparências, desprezando o substancial. Desse modo, acaba desinformando o
leitor. É assim que no primeiro artigo, Onfray, o primeiro dos expositores
sobre a Fé, é-nos apresentado como uma espécie de pequeno herói da filosofia,
quando afirma: “Na França, a busca por um
intelectual que sirva de consciência da nação é incessante. O nome
incontornável, hoje, é Michel Onfray”. Há alguns anos a Veja fez uma entrevista (páginas
amarelas) com esse suposto e esdrúxulo pensador francês onde declara que Paulo,
o Apóstolo que divulgou a Boa Nova de Jesus Cristo, tinha ardores de misoginia,
dando a entender, em razão disso, que
tinha comportamento homossexual. Ora, isso é o maior dos aleives, pois Saulo,
depois Paulo, foi casado e tinha até filho. O artigo torna-se capcioso, talvez
pelo fato de o próprio homenageado ser controverso, o pensamento tortuoso,
diríamos um novel Nietzsche, totalmente delirante, que, a nosso ver, não passa
de um sátrapa moderno travestido de filósofo. E mais: o artigo nada explica,
mas põe em evidência, por exemplo, declaração como esta desse Sr. Onfray: “Uma civilização não produz religião, é a
religião que produz a civilização.” Isso para comprovar, no bestunto desse
senhor, que o pensamento ocidental judaico-cristão é puro delírio. É claro que
a religião não só disseminou, como produziu os fundamentos da nossa
civilização, ultrapassando seu primitivismo, despertando-a do estado de
inconsciência vivida, para o da consciência do real concreto. O problema é que
isso o artigo não faz transparecer. E outras baboseiras, ditas por ele,
absolutamente inconsistentes, como a inexistência de Jesus histórico e a
comparação da fé cristã com o islamismo jihardista.
Já em “A Crise das Crises”, Joel Pinheiro da
Fonseca, depois de repetir algumas aleivosias de Onfray, sem, contudo, penetrar
a fundo para não bater contra o artigo
anterior, o tour de force é seu desafeto, o filósofo inglês, professor e
autor de vários livros de estética, política e filosofia, Roger Scruton, tido como o autor mais conservador da atualidade. Também não esclarece grande coisa sobre o
escritor, senão algumas citações descontextualizadas, extraídas de sua última
obra “A Alma do Mundo”.
Observe-se que o
articulista é da mesma forma superficial, colhe citações ao acaso e
subliminarmente satiriza o autor quando escreve: “A fé de Scruton tem seu charme, mas é acima de tudo uma atitude
pessoal — um abrir-se ao mundo de significados humanos – e não a crença literal
numa verdade que está além da razão.”
E mais adianta
completa: “...Tanto é assim que Scruton
estende sua fé mesmo a agnósticos e ateus.”
A ideia que
resta ao pobre leitor desinformado é que Roger Scruton não passa de um desses
filósofos de balcão, colecionador de bordões midiáticos, tal qual o é seu
suposto desafeto Michel Onfray.
Ora, o que os
dois artigos da revista não explicam é justamente o essencial da questão: o que é a Fé e porque o mundo está perdendo
a Fé. Para Onfray ela é o empecilho, sim, porque ele é ateu, não acredita
no Criador, em Jesus Cristo, o Mestre, o qual, para ele, nunca existiu, não
passa de um mito cristão. Já Scruton, imbuído da filosofia católica, filósofo e
pesquisador incansável em defesa do acervo civilizatório que nos legou o
cristianismo, reconhece, ao contrário, que a salvação do mundo radica-se na Fé.
Sim, porque a Fé é o fundamento em que se enraíza toda a propedêutica cristã,
isto é, a aceitação das verdades
reveladas e a confiança em Deus como
fiador eterno de suas promessas.
Para não nos delongar
mais, pois o assunto pervaga instâncias outras como filosofia, teologia e
ciência, resta-nos esclarecer alguns pontos, falhos nos dois artigos da Veja. A
Fé, tirante significar a aceitação de uma
ideia ou regra, indemonstrável
intuitiva ou teoricamente, (conforme verbete “Dicionário de Filosofia”, de Thomas Ransom Giles) – o que nesse
caso , estaríamos no terreno mais laico – do ponto de vista religioso, não há
definição melhor do que a de São Paulo, Hebreus 11:1: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não
se vê.” Portanto, cai por terra o argumento do sr. Onfray de que a Fé é o empecilho
da civilização, pelo contrário, foi essa mesma Fé que fomentou o nascimento do cristianismo,
tornando-se também o vetor responsável pelo progresso da civilização, antes
envenenada pela barbárie, degeneração dos costumes e incentivo à amoralidade
social e política.
E se o mundo
atual está perdendo a Fé, segundo denuncia com razão Scruton, é justamente porque este nosso mundo
tem se afastado dos fundamentos da religião, isto é, da Fé na qual se funda a
esperança, pois, independente do que pensa o ateu Onfray e outros seus
compartícipes dessa teoria negativa, nós, seres humanos, sem esperança não
passaremos de espetros a viverem por viver, sem nada em que se apegar e
confiar, como já preconizava o velho e sábio Montesquieu.
CDL/Bsb 4.09.17
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