segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

 

LIBERDADE DE EXPRESSÃO E

O CASO DE JORDAN PETERSON 

 

 


 

 

Por incrível que pareça, o Canadá — país dos mais adiantados na Comunidade Mundial — agora aderiu à  limitação da liberdade de expressão das pessoas. Ao que tudo faz crer a nação acaba de se alinhar às normas e enquadramentos exigidos pelas mais novas políticas de salvação do Planeta, sujeitando a humanidade  a    aderir a programas de  natureza ideológica, como aquecimento global, globalização, internacionalismo solidário, teoria da Gaia,  mundialização da economia, metropolização do mundo, mercado mundial, plurissecularísmo, nova ordem mundial, ecumenismo, e outras manobras e movimentos do mesmo jaez, isto é, de caráter esquerdizante.

Assim, quem pensa diferente começa a ser punido. É a nova linhagem de cerceamento da liberdade de expressão e pensamento, cujos primeiros efeitos fazem-se notáveis.

É o que está acontecendo no Canadá com o escritor, psicólogo, mundialmente conhecido, com seus livros recordes de venda – Jordan Peterson — autor best-sellers  com os livros “12 Regras para a Vida” e “Além da Ordem — Mais 12 Regras para Você.”.

Pois Peterson está a ponto de perder o direito de exercer a psicologia pelo fato de haver criticado o atual todo poderoso primeiro-Ministro do Canadá,  Justin Trudeau e também por compartilhar publicação do líder do Partido Conservador, deputado Pierre Poilieve.

Será que estamos todos caindo no conto picareta da  piquetização do mundo, de que o socialismo é a melhor solução para a felicidade do ser humano? Enquanto isso temos de aceitar como cordeirinhos a usurpação de um movimento equivocado, subalterno e totalmente ineficiente?

Enquanto isso observa-se cada vez mais resquícios de uma ideologia sub-reptícia, agindo no mundo,  espécie de ascensão do culturalismo chinês contra nossa chamada democracia.

Retornemos ao imbróglio em que se envolveu nosso Peterson. Segundo notícias geradas pelo GET THE KOOL e o City Jornal, o psicólogo de reconhecimento internacional, no Twiter e no podcast The Joe Rogan Experience,  teria pedido o fim de mandatos de vacinas não científicos e discriminatórios, com que concordava com as críticas feitas pelo líder do Partido Conservador, Pierre Polievre, que falou mal do primeiro ministro Justin Trudeau. A entrevista, de 4 horas, feita por Perterson  a Rogan no ano passado, foi transcrita ao Ontario College of Pscychologist (OCP -Conselho de Psicólogos da Província de Ontário), na qual Peterson teria, segundo esse órgão,  feito declarações sobre modelos falhos da mudança climática e os perigos de promover a teoria radical de gênero, que consideravam violação do código de conduta profissional para psicólogos credenciados pelo OCP. É acusado de minar sua profissão quando falou “sobre áreas bem fora de sua de competência” e fazer comentários “problemáticos, antiéticos ou não profissionais.”

Por essas consideradas transgressões, o OCP determinou, como punição, que Peterson faça um curso corretivo de comunicações nas mídias sociais com terapeuta credenciado. Além disso, teria de fazer declaração pública de ter violado a profissão, na entrevista em 25.01.22. Ele faria isso ou enfrentaria a possibilidade de perder sua licença para praticar a psicologia clínica. Peterson criticou a punição. O que preocupa nesse imbróglio é que está claro que a punição tem caráter político. Tanto que Peterson respondeu: “Na prática fui condenado por dizer coisas insuficientemente esquerdistas, politicamente.” Por isto, Peterson lançou desafio legal contra o órgão regulador dos psicólogos no Tribunal Divisional de Ontário.

O imbróglio agora parece ter se estendido. Segundo a fonte, “A liberdade de expressão está sedo atacada em outras partes do Canadá, inclusive por meio de legislação draconiana na área médica — trata-se do Projeto de Lei nº 36 que permitirá imposição de multa de ate US$200.000, apreensão de bens e pena de prisão para médicos que fornecerem “informações enganosas aos pacientes ou ao público.”

É claro que o famoso psicólogo e escritor está sendo punido por ter falado mal de assuntos que são sagrados pelo maquiavelismo mundial de que se envenena todas as proposições transitáveis mundo afora, cujo objetivo, ninguém se engane, é viralizar cada vez mais o espírito esquerdizante que vem dominando a suposta inteligência mundial — como sabemos, não de informação de cocheira, mas de evidências nos atos e na legislação espúria que tem prevalecido nas nações. Haja vista os códigos e a deficiência doutrinal que vem interferindo negativamente no estudo do Direito e da Política como fontes naturais e sapienciais de equidade e equilíbrio do bem-estar e perfeita funcionalidade das nações.

CDL/Bsb. 31;01;23

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

 

A ENGANOSA ELEGÂNCIA DO UNIVERSO

 


 

 

Vem-nos à baila comentar o livro do físico teórico americano Brian Greene, sob o sugestivo título O Universo Elegante. Será mesmo elegante esse Universo descrito pelo autor? Temos cá nossas dúvidas. Exploremos esse fato da elegância desse infinito e ainda desconhecido nosso.

Brian Greene reúne nesse livro um verdadeiro tropel de pesquisas, figuras e equações matemáticas, para justificar tudo o que até agora têm a plêiade de físicos  estudado e compilado sobre o Universo — esse nosso eterno desconhecido. Note-se que Greene é um físico graduado pela Universidade de Oxford e Professor da Universidade de Física, recentemente titulado catedrático, portanto, um notável currículo, talvez superior ao de Marcelo Gleiser, nosso conterrâneo, nos States.

Nós, os pobres leitores é que boiamos nesse assombroso mundo da física, a teórica sobretudo, mundo ora atualizado por esse notável professor. Vem-nos atualizar sobre o que se passa nesse setor assombrosamente imaginário, mas fascinante, não há negar.

Desde priscas eras que nós, os humanos — filósofos, pesquisadores, matemáticos e sábios — através de suas observações, estudos e ensinamentos, têm se debruçado sobre os mistérios do Universo. Desde Pitágoras, os pré-Socráticos, grandes mestre como Platão, Sócrates e Aristóteles e tantos outros, têm tentado explicar e idealizar o que seja o Universo, a criação do mundo ou mundos que integram essa fabulosa organização, a ensejar dúvidas infindáveis, sugerir as mais diletantes e estapafúrdias teorias, todas até agora, pelo menos sob nossa ótica, falaciosas, sonhadoras, quiçá ainda utópicas. O que delas ousamos dizer é que representam nossa eterna pobreza espiritual.

Observe-se, a propósito, o que escreveu o mestre Montaigne, filósofo francês:

“L’homme qui n’ est rien, cherche pour sa faiblesse et son incapacité

à sonder les mystère de Dieu, mais il n’y recontre rien à saisir.”

 

(O homem que não é nada procura por sua fraqueza e incapacidadesondar os mistérios de                         Deus, mas nada ali encontra a que se apegar.) 

 

E há aquele ditado popular que diz: “Deus escreve certo, por linhas tortas. As linhas tortas é que explicam  o mistério insondável da Criação.

Ressuscitam-se, assim, os prolegômenos e os alfarrábios criados por esses escrutinadores, passados e atuais, ora compilados pela magia professoral do autor, mestre em física, Brian Greene neste seu O Universo Elegante.

Todos os físicos, cientistas, procuram obter a explicação para essa fantástica criação, o Universo. Elucubram sobre ideias, criam teorias as mais diversas e por vezes absurdas, teoremas, equações matemáticas, tudo para ousarem explicar e decifrar, esse Universo, inexplicável, insondável. Quando na realidade tem uma explicação notavelmente simples, direta, conquanto magnífica — a narrativa do Gênese da Bíblia, o Gênese da Criação.

Vejam, por exemplo, os grandes pensadores da área: Arquimedes, Kepler, Newton, Galileu, Faraday, Maxwell, Torricelli, Orested, Hertz, Edison e os mais atuais Edison, Einstein,  Feynman, Madame Curie, Sagan, Hawking — todos se empenharam em descobrir as leis que regem o Universo, de que é feito, como foi criado, se comporta, até esse devaneio que os físicos hodiernos propõem, visando formular mais uma explicação material do Universo, a Teoria das Supercordas. Ora, sabe-se que na verdade a maioria deles pretendem alijar a figura do Criador, alijá-lo da Criação, por ter se tornado inútil, como radicalizou Nietzche.

É claro que todo o esforço, ao longo do tempo, praticado por estes cientistas abnegados, foram importantes para a humanidade, muitos deles responsáveis pelos artefatos imaginosos que ajudaram a construir o progresso do mundo, esse formidável monumento que constitui hoje a civilização.

Contudo, quanto aos verdadeiros objetivos que jazem por trás dessa loucura cientificista rumo ao futuro, queira Deus não se esconda a figura do Super-Homem nietzschiano – o ser humano querendo ser o próprios Deus

CDL/Bsb, 25.01.23.    

 

 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

 

TUDO DE NOVO NO FRONT BRASILEIRO ET ALLIA

 

 

 



         N
esse iniciar de ano — o atávico 2023 — os dias parecem se esboroar reverberando na estrada da vida do País. “Nada de novo no front” — não, o front se abre com novas facetas, facetas, inclusive, perigosas. Novidades? Sim, mas que tempos estranhos esses. Seriam os primeiros indícios do derrame profético das Taças do Apocalipse? No ar falácias, mentiras, ditas como verdades. Mas a mentira pode substituir a verdade? Desde Platão, Sócrates e Aristóteles que mentiras têm ousado substituir a verdade.

Digo-vos: foram os sofistas, um sistema filosófico pernicioso que se infiltrou entre os gregos, combatido por Sócrates. Pois a  sofística prevalece até hoje, por incrível que pareça, basta olhar o que se passa ao redor. “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” — não é um ditado, é fato verídico. A mentira entre os gregos, como Protágoras, Hípias, Trasímaco e Górgia, já era combatida por Platão, que  denominou seus agentes de hábeis enganadores, isto é, charlatães. Cobravam por seus serviços. Ora, hoje nós também pagamos a esses charlatães modernos e pior pomos em prática seus sofismas.

O mais conhecido de todos chamava-se Protágoras que anunciou o malicioso princípio: “O homem é a medida de todas as coisa.” Esse fabuloso epíteto maculou toda coerência da filosofia clássica. Tornou-se bandeira de todas as ideologias vigentes, ditas modernas e salvadoras da humanidade, através do progresso, pragmatismo, cientificismo e outros ismos surreais.

Ora, dir-se-á, os tempos são outros, o mundo evoluiu, nosso País progrediu. Sim, mas a custo alto, inclusive pela inseminação de ideologias ironicamente simuladas como democráticas e salvacionistas.

E não seria menos irônico dizer que esse novo mundo, no qual nos inserimos, vem se transformando num celeiro de sofistas. Até os tecnólogos, cientistas, reformistas, mestres e sobretudo a clã dos políticos, de há muito sucumbiram ao logro do charlatanismo institucionalizado. São os discípulos do Big Brother na utopia ou distopia de Aldous Huxley.

Ninguém se engane vige hoje sistemas apócrifos, comandados por ideólogos, singularidade que tem marcado o pensamento escrito e falado do que se autodenomina mundo novo.  O império do fabianismo,  no Brasil e no mundo? Aliás, essa ideologia tem se inserido no mundo como uma doença endêmica, ainda ignorada  por muitas cabeças ingênuas, que a pensam  ter perdido a validade. Não seria talvez a versão modernizada do gramiscianismo ressuscitado?  Observe-se que o fabianismo nasceu na Inglaterra, como germe do Partido Trabalhista, com objetivos socialistas, apregoando, sob o lema de social-democracia, ideais humanísticos, embora a finalidade visasse o fim do capitalismo.

Pois não é que no tumulto político e social em que vivemos esses dias, certa autoridade, auditor-mor da Justiça, em entrevista, ele, vezeiro em  ideias marxistas, perguntado como o comunismo podia conviver com o mercado livre, a liberdade de expressão e outros itens de direita, ele respondeu, o riso frouxo, muito ao gosto dos sofistas: “... nós convivemos com a direita, sem problema, somos voláteis, compreensíveis...”

Teria feito inveja ao maior sofista de todos os tempos — o velho e astucioso Protágoras de Abdera.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

 

A FESTA SOCIALISTA OU O IMAGINÁRIO

DO PODER OU A NOVA REPÚBLICA SOCIALISTA

OU O ADMIRÁVEL BRASIL NOVO

 






 

A epopeia visionária de Aldous Huxley “O Admirável Mundo Novo” não é mais uma utopia — acaba de se realizar e, por incrível que pareça, à nossa frente, no primeiro dia do ano novo de 2023. É quando se dá  a instalação do terceiro governo do sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, mesmo depois de indiciado por corrupção em todas as instâncias judiciais. O inacreditável fato teve a benevolência da Corte Suprema, à forra de interpretação supra jurídica elaborada por um de seus membros.

Vis-à-vis da fantasia do escritor agnóstico inglês, eis que, por uma dessas insopitáveis manobras do destino, um saltimbanco sindicalista, de poucas letras, inimigo do trabalho, pleno de verborreia em corporação operária, é investido das funções de Presidente da República, eleito em suspeitável votação popular. Inaugura-se, assim, uma democracia visionária, com letra minúscula, espécie de espantalho do regime já criticado por Platão, antes do nascer do cristianismo, hoje reconhecido como regime político ideal às nações.

Dá-se, assim, o ruidoso espetáculo de entronização, pela terceira vez, do miraculoso Lula na presidência da República deste nosso torrão, político e filosoficamente agônico, agora nos braços de um administrador anarcosocialista, alçado à estadista de 2ª ou 3ª categoria.

Abre-se, então a cortina do 1º Ato do ano de 2.023 da Graça do Senhor com o Ave Lula e, nós, brasileiros   obrigados a assistir um estranho, deformado ato, ao vivo e nas TVs, viralizando a posse do novo governo do Lula — — esfuziante cena de teatro mambembe, os protagonistas, agindo como bonecos semióticos, amorfos, ridículos, para dizer o mínimo, o máximo uma paródia de mensagens criptografadas à guisa de insultos e churumelas políticas ocas e adventícias. A dizer que se tratava de uma transmissão governamental, plena de sentido cívico, o simbolismo da transmissão da tiara mítica de um governo para outro, o sagrado símbolo republicano da outorga institucional do Poder.

E o que vimos foi um estereótipo perjuro político, um atentado à verdadeira Democracia platônica, mesmo com a tarja dos defeitos icônicos que lhe imputara o Mestre.

Dir-se-á cena roubada de Pirandello, refugo dos seis personagens à procura de um Autor, à guisa de sinais míticos, personagens rudes, medíocres, sob um suposto rótulo de fidelidade à Majestade. Na rampa do Palácio da Alvorada, sem qualquer selo sinalagmático, transmitiu-se a tiara ao novo Presidente — não pela mão do Presidente anterior, mas por uma moça catadora de lixo urbano, que desde 14 anos de idade exerce o ofício e — incrível — continua a fazê-lo durante 17 anos. Ladeiam-na um deficiente, um menino negro e um índio, representando a raça indígena.

Enquanto isso, aureolado por emoção súbita da atávica cena, aos prantos, Lula é abraçado e beijado — espécie de cena lúdica, a majestade endeusada pelos pobres súditos, verdadeiro escaldo de primatas, em adoração e júbilo por seu guru ad eternum totemizado.

Em baixo, no retábulo da simbólica rampa do Palácio da Alvorada, o povaréu urra em cantochão, fantasiados todos de vermelho, reverenciando o líder, aos berros e palmas — Lula-la, Lula-la, o famélico cantochão de louvor à entrante democracia solidarista mundial no torrão da brasilidade.

 

                                                                                   Bsb, 3.01.23

 

     

sábado, 3 de dezembro de 2022

 

MONTAIGNE E A SAÚDE

DE    NOSSO    TEMPO

 




 

 

 Tempos difíceis esses em que vivemos. Biblicamente são os primeiros passos dos fins dos tempos — os sinais preconizados pelo profeta João no Livro do Apocalipse.

Como nos preparar para as calamidades advindas? É o que nos preocupa a todos, quanto à nossa saúde mental, possivelmente abalada, se já não estamos todos loucos, o mundo todo enlouqueceu.

Sim, porque ocasiões há em que o ser humano já perdeu de vez a tramontana, basta verificarmos o grau de insanidade da chamada modernidade e seus estrépitos de desalinhos para com a natureza, a quebra da realidade e a deformação do próprio universo.

Se considerarmos as anomalias que nos assolam a atualidade, a insanidade de que tem se valido os atos humanos, os descompassos éticos, estéticos e morais dos seres humanos — a tudo isso só podemos chegar a uma conclusão: o mundo ficou louco e seus habitantes, também.

O Mestre já nos preveniu, preparando-nos para os novos, mas terríveis tempos de provação: “Orai e Vigiai”.

Neste ínterim, cai-nos à mão, advindo de um amigo, entrevista retirada do jornal francês Le Figaro, edição de 19.09.22 de um psiquiatra, Michel Lejoyeux. A entrevista é sobre seu livro “En bonne santé avec Montaigne”  — o subtítulo define o conteúdo do livro: Montaigne, um filósofo preocupado com nossa saúde. Em seu livro, o psiquiatra nos alerta: “Em Boa Saúde com Montaigne.”

Michel Montaigne (1533-92 foi um escritor francês, jurista, político e filósofo — teria sido inventor do gênero ensaio, considerado um dos mestres do humanismo francês. Resta dizer que Montaigne não era, por assim dizer, um bon-vivant, ao contrário era retraído e crítico da sociedade à época (século XVI), tendo por líder Boécio, com a pretensão de alcançar a verdade absoluta, conquanto duvidasse de tudo, o que contrariava seu suposto estoicismo. Na verdade ele não passava de um seguidor de Sócrates com o Conhece-te a ti mesmo, um casmurro, como Machado de Assis em seu Dom Casmurro.

Mas, Montaigne pode nos ajudar a entender esse nosso tempo louco? Esse parece ser o objetivo do livro do sr. Lejoyeux, que nos dá uma luz no fim do túnel.

Afinal o que nos legou esse senhor medieval, ensaísta famoso que possa nos ajudar hoje a viver esse nosso mundo e seus viventes?

Segundo a entrevista do Le Figaro, sim, parece que o velho caturra, autor dos Ensaios, o humanista boeciano,  nos traz algumas luzes. São conselhos, tirados à sua própria maneira de viver, recluso no seu Castelo, preocupado com suas biles.

Por que nos preocupar tanto com as mazelas do mundo? Devemos é alimentar nossa alegria interior, abolir as tristezas, afagar os mínimos prazeres, apreciar o que nos faz feliz e abolir por completo a infelicidade (chagrin)—esta, sim é a causa mais depressiva que existe.

Outra coisa interessante que nos aponta Montaigne, segundo Lejoyeux, é que nós, humanos, devemos ter poucos, mas amigos de verdade, os quais nos confortem com suas presenças,.ações e pensamentos e nunca cultivar numerosas amizades, tornam-se flibusteiros de plantão.

Por fim, outro conselho do velho mestre francês dos Ensaios — fazer exercícios corporais e diz ele: “Se você hesita entre fazer exercício físico e os do espírito, escolha o físico, pois o inverso não é verdadeiro.

Ficamos dando tratos à bola como Montaigne, velho, culto, jurista e filósofo dos costumes, diria diante desse espetáculo caricato que foi, durante um imbróglio político, um membro da alta corte de nossa justiça, responder a uma pessoa com esse chiste, absolutamente impróprio e chulo:

— ... Perdeu, mané!

Certamente teria vergonha de ter escrito seus Ensaios, afirmaria estar no planeta dos macacos, jamais no cadinho civilizatório sobre o qual urdiu suas reflexões.

 CDL/Bsb,4.12.22

 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022


 

SINAIS ESCATOLÓGICOS E O BOM COMBATE

 

 

 

 

Vivemos instantes dos mais inquietantes, a nos indicar que os acontecimentos escatológicos já se sobrevêm ao País e ao mundo — sob os padrões da visão do cristianismo. Seria o prelúdio dos fins dos tempos?

Enquanto isso, reina a apatia de grande parte da sociedade, daqueles que quanto pior melhor, contanto que se refastelem vivos e absortos em seus próprios interesses pessoais.

Em contrapartida que não nos atinja o estado geral de apatia, sem dúvida o contraventor dos eventos e da capacidade de, nós seres ainda humanos, agir e sobreviver neste nem tão suposto “vale de lágrimas”.

Ora, os dias que correm parecem-nos os sinais evidentes de que os fins dos tempos já se aproximam, basta atentarmos para os eventos, o desgaste do mundo, o despudor das sociedades e das pessoas.

Não será isto o de que nos advertiu o Mestre Jesus, nos diversos ensinamentos que predicou, em sua rápida passagem vivencial ao nosso mundo — quando nos alertou: “Orai e vigiai”?

Dissemos anteriormente “Desanimar não é preciso”, mas o epíteto parodiado de Fernando Pessoa parece-nos cada vez mais inepto à vista de tanta negatividade que nos têm afligido os fatos.

Acontece que o desanimar não parece tampouco o remédio para a cura dos males da sociedade, sobretudo  fórmula ideal para combater os desacertos que ocorrem no mundo atual. Seria como agir com o mesmo remédio, o erro pela afazia mental.

Será que essa teria sido a atitude, por exemplo, de um dos discípulos mais ativo do Mestre, o apóstolo Paulo de Tarso? Teria ele simplesmente esperado que Deus proviesse tudo? Se nos atermos à sua ação, como divulgador da boa nova, em quase todo o mundo antigo, ele não descansou enquanto não promoveu sua cristianização, sofrendo os maiores dissabores por onde andou, inclusive o apedrejamento, por exemplo, em Atenas, por incrível que pareça o berço da democracia supostamente legada às nações incipientes.

Acolhamos a apologética paulina e não nos deixemos influenciar pelo materialismo, vão e infausto, por exemplo, de um Jean-Paul Sartre. Ao contrário, fortaleçamo-nos da vontade interior do apóstolo Paulo, cujas palavras de admoestação dirigiu aos Corintos — 2Cor. 12: 9-10 — com que fortaleceu a fé daqueles primeiros colonos cristãos:

 

“Por isso, de bom grado, me gloriarei das minhas fraquezas, para que

a força de Cristo habite em mim (10); e me ampare nas fraqueza, nos                                        insultos, nas perseguições e nas angústias, por causa de Cristo. Com efeito,   quando sou fraco, então sou forte.”

 

Não diz o dito popular que é na fraqueza que nos sentimos mais forte? Diante de uma catástrofe, a alternativa é não nos deixar abater.

É-nos oportuno o refrão do grande poeta maranhense Gonçalves Dias em seu poema indiano “Canção do Tamoio”, em que enaltece o em que consiste o verdadeiro sentido heroico da vida:

 

Não chores, meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida:

Viver é lutar.

“A vida é combate,

Que os fracos abate,

Que os fortes, os bravos

Só pode exaltar”

 

 

Que o aforismo poético do vate gonçalvino nos dê força e capacidade suficientes para vencer, mais uma vez, a mão esquerda do destino que, no momento,  ousa se abater sobre nós.