sexta-feira, 9 de agosto de 2024


                                TODOS ACORDADOS PARA O CAOS

 



Pois agora virou moda —Stay Woken, é o mundo de cabeça virada, a mais nova doidice que vem açoitando as pessoas, de certo os menos avisados. Não, muita gente boa já está caindo nessa vertigem. Imaginem que essa idiotice já penetrou inclusive na Igreja Católica.

Preparem-se, essa onda virulenta de absurdidade, não é coisa nova não. Vem dos tempos mais ou menos ancestrais. Nos séculos V e IV a.C o veneno começou a aparecer. Sabem de quem, nada menos dos sofistas, aqueles caras metidos a sabichões na Grécia, em Atenas, que ensinavam uma suposta sabedoria, cobravam pelas aulas, coisa à época considerada abusiva, criavam escolas e se batiam com Platão, Aristóteles e Sócrates, estes, sim, os verdadeiros filósofos. Um deles chamava-se Protágoras a quem se atribui o famoso dito, citadíssimo pelos nossos esquerdistas de meia tigela, filhotes de Gramsci: O homem é a medida de todas as coisas — talvez o primeiro stay woken da história, e uma récua deles a viralizarem mundo afora, inundando a história, a cultura, a razão e a verdadeira sabedoria. A coisa ficou meio parada, criando mais fôlego, como fogo morto que de repente se renova, em labaredas — e eis que em nosso tempo, aí por volta de 1960, surge, movido por sopros de descontentes com o mundo, sua beleza, a fé e a razão, eis que surge, nos States o movimento chamado Punk, fruto da contracultura, este saído da cabeça de supostos intelectuais, William Bourrougs, Guinsberg e Jack Krouac, com sua fórmula mágica viver como quiser e drogados. Depois, os consequentes movimentos que vem enfeitiçando a galera, beatnick, rock and roll, e seus afins ideologia do gênero, LGBT, feminismo — tudo isto supervisionado pelo existencialismo — filosofia que invadiu o mundo, à conta de Sartre e outros sofistas modernos.

Sabem como isto surgiu na modernidade? Digo-lhes através de duas correntes, uma embutida na outra, os enciclopedistas franceses e o iluminismo de Voltaire, Rousseau, D’Alembert, Diderot e et allia, que acabou originando um dos maiores e estúpidos movimentos da história, que foi a Revolução Francesa.

Afinal em que consiste essa nova onda de que tanto se fala nas redes sociais, mídia, jornais, revistas e na cabeça de tantas pessoas. Sabem aquela coisa chamada droga, o LSD, é isso aí, meus amigos, é isto de que vale esse velho novo movimento. Vem do termo inglês Stay Woken, fique acordado, seja esperto, abramos os olhos, ou — vamos botar pra quebrar. E em seguida os instrutores, os sabichões, logo se aproveitam. Principalmente a esquerda militante que adora o movimento. Claro, ótimo, enfia essa porcaria comunista no crâneo dessa moçada, mas antes vamos converter os professores, os políticos, agora até os religiosos — tudo agora tem de ser Woke, novo, reformado, o passado não conta mais, o negócio agora é ser pra-frente-tex, até os ensinamentos de Jesus, muda tudo, amar todos numa boa, vamos casar, descasar e fazer o que lhe vier na telha, isso é ser moderno, paz e amor, moçada, cultura pop, adeus gêneros, o negócio é estar na onda! 

Foi a partir de 2010 que esse furacão de ignorância se ativou no mundo, os tais Black Lives Matter.

Nós que não estamos nessa onda, sabemos muito bem de onde veio isto — foi quando a chamada modernidade ousou colocar para os dias hoje o grande sofisma criado por Protágoras, antes de Cristo: O homem é a medida de todas as coisas. Sim, desde que a medida seja feita com sabedoria, contenha-se com a verdade e fé, naquilo que faz, mede e vive, do contrário não passa de um ser desordenado pela desrazão.

Cultura Woke, Cruzes! — é a pior onda que vem se abatendo nesse nosso velho novo mundo.

                                                        Bsb, 9.08.24      

 

 

quarta-feira, 31 de julho de 2024


 
                           ESBÓRNIA    CIVILIZATÓRIA




Certo personagem de O Tempo e o Vento, livro de Érico Veríssimo, declara sobre as incertezas do mundo — mundo velho sem porteira!

Será que não vivemos isto hoje nesse estranho mundo — um mundo, um novo mundo sem porteira?

Nós que já ultrapassamos a barreira dos anos, não podemos esquecer daquele nosso tempo. Ah, sim, meus amigos  — como era verde o meu vale. Aliás, foi o título de um bom filme aí pelos idos de 1940.

Ora pois, pois, como dirá nossos bons lusitanos — mas aquele cientista lá do iluminismo não  disse alto e bom som “ caminhai sempre para frente e a confiança vos acompanhará”?. Só uma coisa, nosso iluminista esquece que nós, nos tempos atuais, perdemos a confiança, trocamo-la pela desesperança, a ignorância.

Por essas e outras é que nosso mundo que, dito agora futuro, está se tornando uma verdadeira “ esbórnia civilizatória”. Sabem por que? Porque o ser humano de há muito perdeu ou vem perdendo a tramontana. As pessoas parecem ter perdido o tino de viver. Isto é, degringolou de vez.

Há certas coisas nesse suposto Mundo Novo que uma pessoa de cabeça boa não entende. Ou então estamos regredindo, a despeito de toda essa parafernália que nos envolve, os trambolhos tecnológicos de que nos utilizamos para trabalhar, viver e solucionar os problemas da vida. É isso que apelidamos de progresso? — a ilicitude, o desvairo, o capcioso da média, a falta de gosto, enfim essa verdadeira fobia que assola como fogo nas atitudes das pessoas, a insensatez de espíritos, espécie de loucura viral que atinge o mundo, a ignorância grassa que já ultrapassa a glosa sartriana de “viver por viver”?

Para sermos mais precisos, ousamos elencar alguns absurdos a ocorrerem hoje, nos tempos em que vivemos — coisas e fatos que nunca em sã consciência pudessem ocorrer.

Segundo laive (neologismo criado na internet para  dizer apresentação) do Prof. Pierluigi Piazzi, inclusive já falecido — as pessoas inteligentes estão desaparecendo — declarou apoiado em dados estatísticos que “metade da população dos brasileiros tem a mentalidade de um macaco!”

Na apresentação recente das Olimpíadas de 2.024, em Paris — veja só o absurdo que aconteceu: a tal da famosa apresentação, que não foi feita em estádios, mas no centro de Paris, em holograma (técnica moderníssima da IA), isto é, postas no ar figuras representativas da história da França, e do mundo,  com figuras relevantes da arte e cultura, uma delas expondo nada menos a Ceia de Jesus com seus discípulos, não do Mestre, mas em seu lugar o deus pagão Baco representando Jesus.

Tirante o sentido alegórico da chiste, é claro que o fato tinha por objetivo atingir o cristianismo, desmoralizando a última Ceia de Jesus, apesar de se tratar, como sabemos, de uma pintura célebre, inclusive constante do acervo pictórico do Vaticano. A brincadeira desrespeitosa viralizou na internet, foi um aleive, uma indignidade. Imaginem se fizessem isso com a figura de Maomé, a repercussão seria um banho de sangue — aliás como já ocorreu no passado recente, inclusive em Paris. Observe-se a grita que foi do lado dos cristãos, naturalmente, porque a galera dos materialistas e esquerdistas de certo adoraram.

E tudo ficou como dantes na casa de Abrantes. O tal Comitê Olímpico não se justificou. Macron só fez cair algumas lágrimas à guisa de desaponto.

E assim caminha a humanidade — com que propósito senão deslustrar a civilização que parece se destinar à destruição, ao niilismo total. Quanto a nós pobres mortais, como ficamos, perdemos a esperança de alcançar um Mundo Melhor, mesmo o possível de Leibniz, nós que ainda acreditamos nos valores crísticos e queremos transmiti-los a nossos filhos, netos e bisnetos — como ficamos?

É a pergunta que brada aos céus e dos túmulos  inauditos de nossos grandes sábios ouviremos ressoar diante de tanto descaso, ignomínia, desamor e impiedade.

Que cesse tudo, enquanto a Musa canta que um brado mais alto se alevanta —  é o Criador pedindo as contas à criatura desobediente desumanizada.

                                                      Bsb, 31.07.24

 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

 C                       cOMODITES, GÊNIOS, COMPETÊNCIA

          E OUTROS ATOS E FATOS ATUAIS

 





Tem-nos dado tratos à bola, certos  atos e fatos que veem transtornando nosso mundo e o comportamento das pessoas. Talvez devido, ao que acredito, à velocidade com que seus habitantes são  atacados pela fobia da modernidade e ao que chamamos  de Inteligência Artificial – IA.

Acontece que nem todos nós somos vitimados por essa doença, ou seja, há naturalmente os que dela se salvam — embora cada vez menos sejam na realidade os dela vacinados.

Observemos com uma lente de curiosidade mais potente, o que ocorre no mundo e, mais de perto, em nosso País.

Nossos supostos maravilhosos administradores, por exemplo, não atentaram, ou talvez nunca tenham se apercebido, por incúria e acefalia congênita aos políticos e financistas, que nossas riquezas naturais estão se esgotando a cada dia, a cada hora e a cada minuto. Um dia, talvez amanhã, quem sabe, nosso País se tornará um deserto e nosso povo, coitado, passando fome, nossas riquezas naturais ido para o brejo. Enquanto lá fora, nossos supostos amigos estrangeiros enriquecem, se embelezam, criam cidades fantásticas, vivem à forra, embora só se refastelem os milionários — tudo a custa de nossas riquezas, que vendemos, nossas famosas comodities, ninguém tem certeza se a preço de banana, posto que as transações foram feitas pelos políticos, financistas, ou simplesmente ladrões de paletó e gravata, incompetentes, o que podemos apelidar, serem, à la francesa, les incompetains.

Ora, recapitulemos. Não foram assim que lá pela época do desenvolvimento, quando fomos colonizados, não nos rapinaram nosso pau-brasil, madeira que foi parar na mesa e cadeiras da oligarquia inglesa, não esgotaram nosso ouro para servir de badulaques às princesas das cortes europeias?

Reptemos — nossos mandachuvas políticos e et allia têm ciência disso, quais as providências tomadas? Pelo que sabemos, nós do baixo clero da República, desconhecemos tais medidas preventivas. Como, se a ignorância grassa entre nosso povo, tirante meia dúzia de felizardos?

E assim lá nave va — não foram a mão de Nosso Senhor e os cuidados de Nossa Mãe, sim, já teríamos  ido pro brejo mais cedo. Não fomos o berço de um gênio chamado Ruy Barbosa, que, no entanto nunca conseguiu ser Presidente da República? Por quê? Porque o governo foi atacado nada menos por uma chusma de incompetentes. O que esperar, se um homem ilustre, verdadeiramente um sábio, nosso Dom Pedro II, foi expulso do País, quase a ponta pé, por um dos maiores incompetentes de nossa história republicana?

Não pensem que só aconteceu ou acontece nesse nosso maravilhoso Brasil de riquezas mil. Acontece no mundo todo, basta dá uma espiadela no que ocorre nesse nosso espoliado planeta — que dizem ser o único habitado em todo o Universo, não no dito cujo propriamente, que pertence à Natureza gerida pelo Senhor Onipotente, mas nas pessoas e nas teorias delas emanadas, os quais são os que realmente governam ou desgovernam este nosso mundo.

Haja santa paciência para compreender tudo isso, talvez já tenha  até se esgotado pela trilha já percorrida.

                                                  Bsb, 22.07.24

domingo, 14 de julho de 2024

 

O PODER GLOBAL E A NOVA

RELIGIÃO UNIVERSAL

 

 

 


 

 

 

 

Falemos hoje sobre assunto que vem causando tumulto em nosso País e em todo o mundo — a chamada Nova Ordem Mundial, ou em inglês New Word Order (NWO). O tema é discutido em todas as áreas, sob parâmetros os mais diversos, embora obtusos, pelo menos do ponto de vista ético-político.

Afinal, o que é essa tal Nova Ordem Mundial (NWO), como surgiu, quem são os pais desse fenômeno, que surge para equalizar todas as nações, com a fantasia de transformar o mundo, melhorar as condições de vida e  efetivar de fato a “aldeia global”, sonho do filósofo e comunicador canadense McLuhan na década de 1960?

Na verdade é um conjunto de ideias e procedimentos que vem sendo corriqueiros nos meios mediáticos. Faz parte das conspirações que, hoje, viralizam nos principais meios políticos internacionais e que visam nada menos do que implantar a globalização mundial.

Segundos pesquisadores, não se trata de uma ideia nova, retroage a tempos quase imemoriais, agora, naturalmente revitalizado sob novas e fascinantes vestes, graças à modernidade que nos tem ilustrado nosso tempo, onde tudo é possível e realizável. Se consultarmos os alfarrábios, a NWO é nada menos que, em outras roupagens, as velhos utopias, com que sempre tm sonhado os seres humanos. Desde Platão, quando erigiu sus famosos diálogos em A República em 360 aC. Em 1516, na Inglaterra a famosa Utopia de Thomas More. Também em 1580 com o sonho dourado de Tommaso Campanella. Também de Francis Bacon com sua Nova Atlantis em 1680. Ou ainda de Rabelais, com sua Gargântua e Pantagruel, em 1653. Também de Fénelon, 1699 nas suas Aventuras de Telêmaco. E se pesquisarmos mais fundo vamos encontrar uns cem números de outros sonhos utópicos na historiografia mundial. Modernamente o escritor inglês de  ficção científica H.G. Wells, em 1906 com sua Utopia Moderna, George Orwell com 1894, em 1949, a Ilha, de Aldous Huxley, em 1962, as Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino em 1972 e a Odisseia Final, de Arthur Clarke, em 1997.

A NOM seria talvez a mais recente modalidade do utopismo, pois sob o embuço de transformar o mundo, na realidade pode se tornar virulento instrumento de escravização da humanidade. Além de ser a teoria conspiratória de maior audiência no momento..

Pode-se dizer que o gatilho preparatório para implantação da Nova Ordem seria o que ventila pelo mercado ideológico como Nova Era. Sem falar que decorre das fantásticas teorias conspiratórias que veem atemorizando o mundo, multas falsas, mas sempre capazes de influenciarem o ainda frágil pensamento humano. Não teria sido essa a razão do desconstrutivismo gerado dede 1990 com a chamada contracultura?

Utopia, Nova Ordem Mundial, Nova Religião — tudo são, digamos, farinha do mesmo saco, ingredientes que compõem o maquiavélico construtivismo? Aquele mesmo movimento indigesto supostamente filosófico, apregoado a quatro ventos pelo filósofo francês Jacques Derrida?

O aforismo geral é de que a tal nova Nova Ordem Mundial se trata de um movimento natural e essencialmente progressista, espécie de condição mágica a solucionar todos os problemas da humanidade, sociais, políticos, econômicos e até religiosos. Sim, porque um dos ditames subliminares reinantes entre seus adeptos é de que “...no fundo todas as religiões são iguais.”

Tirante as inúmeras versões conspiratórias — maçonaria, iluminati, Protocolo Sábios do Sião, Round Table, quarto Reich, invasão alienígena, Brave New Word, vigilância maciça, ocultismo, controle populacional  — o certo é que todas são anomalias que se propagam e alcançam admiradores.

É preciso, pois, que nos acautelemos todos contra essas  malversações ideológicas. E por se tornar a mais virulenta de todas por interferir na espiritualidade do ser humano, colaborando para sua descrença na Religião e responsável pela viralização do ateísmo no mundo, é sem dúvida, a nosso ver a chamada NOVA ERA.

E uma coisa que as pessoas menos avisadas não sabem, fazem vista grossa, é que essa dita Nova Era, falsamente voltada para um tipo de  espiritualidade, tem sido na verdade campo propício de que tem valido o joio gramisciano, pelo qual se espalha a ideologia marxista, o veneno mais insidioso que vem esfacelando toda a base da cultura judaico-cristã, responsável pela implantação do processo civilizatório da humanidade

 

                                                   Bsb, 14.07.24

quarta-feira, 10 de julho de 2024

 

LEIBNIZ  E  SUA  ODISSEA DIVINA

     

 

                                   

                                      
                                                                                                                 Murilo Moreira Veras                       

 

Nossa civilização, dita avançada, hoje sob a batuta dos cientistas e difundida a quatro ventos pelas mídias, tenta por todos os meios, atos e fatos nos fazer crer que a fé está ultrapassada e que agora o que prevalece é o raciocínio humano. Aliás, G.K. Chesterton, no século passado já nos advertia sobre isso em seu livro O Que há de errado com o Mundo, mostrando como ideias modernas têm transtornado nossa civilização.

O fato não deve nos estranhar, pois, muito antes, no século XVI, Gottfried Wilhelm Leibniz já tratava sobre esse assunto nos seus escritos, recolhidos em seu fantástico livro Ensaios de Teodiceia, no qual, através de assertivas e argumentos contundentes, conclui que a razão alimentada pela ciência não contradiz a fé. A religião, enraizada na fé verdadeira, não invalida  nem se sobrepõe aos cânones científicos.

Polímata que foi como filósofo, jurista, matemático, cientista, físico e engenheiro, Leibniz se notabilizou por gerar conceitos, além de ter se tornado um dos maiores defensores da existência do Criador, já aquela época, quando os enciclopedistas iluministas ousavam desmoralizar a fé religiosa, com seus alvedrios estapafúrdios em favor da ciência que haveria de dominar o mundo e livrar o ser humano da ignorância e do atraso. Foi o que fizeram Diderot, Rousseau, Voltaire, D’Alembert, Condillac, Louis de Jaucourt, Descartes e outros supostos baluartes do cientificismo ascendente, considerados os corifeus da modernidade.

                Em seus ensaios de Teodiceia, Leibniz comprova, com absoluta sensatez de raciocínio e logicidade, que o Criador não só não joga dados, mas faz muito além da perspectiva eisensteiniana — criou todas as configurações notáveis do universo de tal forma a condizerem com o surgimento do ser humano na Terra, fato, aliás, que se manifesta traduzido no que chamamos hoje princípio antrópico, segundo o qual o universo favorece a existência do ser humano na Terra, ao propiciar-lhe todas as propriedades e requisitos necessários à sua existência. Ora, quem propiciou tai requisitos senão o próprio Criador?

Em certo excerto de sua Teodiceia — termo inclusive criado pelo próprio Leibniz – ele afirma: Até que ponto a fé e a razão estão em conformidade e até que ponto a sabedoria mundana pode ser empregada na doutrina divina? Pressuponho que duas verdades não podem se contradizer e que o que é relativo à fé consiste na verdade que Deus revelou de maneira extraordinária; mas a razão não é senão uma cadeia ou conexão de verdade, particularmente aquelas (quando se deixa a fé de lado) que o entendimento alcança com as suas próprias forças, sem o auxílio da revelação.

 

Tirante alguns cientistas hoje que ainda são criacionista, como Michail J. Behe, bioquímico católico, autor de A Caixa Preta de Darwin,  a  maioria são pragmáticos, acham que a razão, o conhecimento adquirido pelo  ser humano se sobrepõe à fé e, portanto, a religião está ultrapassada. Observe-se que o próprio Einstein, ao contrário do que muita gente desavisada pensa, nunca disse que era ateu, mas, sim, acreditava nos postulados de Espinosa, isto é, que Deus era a natureza. Outro exemplo, é o caso do entólogo britânico, evolucionista contrito, que até pouco tempo se batia contra a religião, pois acaba de anunciar na  rádio britânica LBC em abril que ele se sente culturalmente cristão.

É de vê-se, assim, que Leibniz e suas arguições continuam em vigor, com seu raciocínio brilhante, com que não só prova a existência de Deus, Criador do universo, mas adota posição das mais instigantes — de que, segundo suas próprias palavras:

Deus escolheu o melhor de todos os universos possíveis

Dessa forma, se o menor mal que acontece no mundo não tivesse lugar, não seria mais este mundo, o qual tudo contado e calculado foi considerado.

Não há, pois, como negar, com base em argumentos fortalecidos por esse extraordinário polímata da idade média, que foi Leibniz, que nós outros, embora por vezes incautos e vacilantes na pouca fé que ainda alimentamos, vivemos no mais possível dos mundos, aquele escolhido pelo Criador cuja inefabilidade se encontra além de nossa pobre capacidade por mais inteligente e maravilhosa que seja.

 Bsb, 10.07.24