A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL MORALIZANTE
Ás
vezes quedo-me a pensar que o mundo, ou as pessoas, mudaram tanto, o modo de
viver, de pensar. Dir-se-á que são as transformações por que as pessoas passam ou
passaram, que vivem de acordo com as mudanças, o avanço das novas tecnologias, as
descobertas científicas. Tudo isto influi na vida e na cabeça das pessoas, também
no seu habitat
Será
que melhorou este nosso velho mundo? Tenho cá minhas dúvidas, talvez em razão
da idade e do desconcerto quanto a ousar deglutir todas estas maravilhas que
nos traz a modernidade. Então nos advêm as recordações de antanho, aliás, nem
tão antigas assim.
O que
mais nos impressiona é o comportamento das pessoas hoje, tornam-se dispersivas,
reprimem seus pensamentos, vivem e praticam o individualismo, espécie de os
outros são os outros, eu sou o dono do mundo, sempre na defensiva. Seria influência
de tanta tecnocracia, modernidade?
Então
já estamos vivendo o futuro?
Não é
novidade que estamos sob a suspeita da viabilidade da Terceira Guerra Mundial — o estopim talvez seja o Oriente Médio.
Em
contrapartida, vislumbramos algo que talvez possa melhorar esse nosso mundo —
e, por incrível que pareça talvez por intervenção da própria ciência. Refiro-me
à tecnologia mais recente que é a Inteligência Artificial – IA.
Claro
que tudo depende da própria inteligência humana em saber manipular esse
invento. Sabe-se que o formidável artifício não passa de uma ferramenta, como o
é o computador, o celular e inúmeros outros instrumentos, hoje imprescindíveis devido os fins a que se destinam.
Os
robôs, hoje em fabricação comercial, podem se tornar os melhores artesãos do
progresso, desde que sua atuação se destine estritamente a ajudar o ser humano,
isto é, que esses entes automáticos
cumpram os propósitos para os quais foram criados — auxiliares mecânicos do
progresso.
O
grande escritor de ficção, Isaac Asimov, já nos prevenia da possibilidade do
avanço negativo dos robôs, tanto que foi ele que criou a Lei do Robô — de que essas máquinas jamais passariam de simples
auxiliares. A preocupação de Asimov seria esses autômatos se rebelarem e ultrapassarem a inteligência humana,
adquirindo vida própria. Espécie de Frankenstein criado por um cientista
maluco.
Pensamos
que IA poderia ajudar na melhoria desse nosso conturbado mundo, quem sabe até
como auxiliares da moralidade. Poderiam lutar contra atos e fatos negativos,
tornarem-se protagonistas contra atos de guerra, por exemplo, concorrendo
através de fluxos artificiais para o aperfeiçoamento da própria mente humana,
colaborando de alguma forma para que as pessoas aspirassem praticar mais o bem
do que o mal, se dedicarem ao lazer. Quem sabe até auxiliá-los na prática do
estudo, clarificando suas mentes. E o que não seria um absurdo, auxiliassem as
pessoas a se harmonizarem mais com as coisas
do espírito do que as da matéria, nas suas horas de lazer. Tornar-se iam por
assim dizer auxiliares moralistas dos seres humanos, evitando-os a não se embrenharem
no puro materialismo.
A
propósito, o mesmo Asimov num livro sobre robôs, nos relata que um deles por se
apegar tanto ao seu proprietário, durante anos, resolve se tornar um ser humano. Submete-se a
todas as transformações possíveis, mas não consegue, por impossível. Amargurado
ele decide ser destruído.
Prova incondicional de que a criação do ser humano só Deus o faz — o resto é cientificismo irrelevante.
Bsb, 1.02.25