sábado, 8 de março de 2025

                    A GRAVIDADE E A GRAÇA

EM TEMPOS QUARESMAIS

 




Nestes tempos de quaresma, de eflúvios espirituais, nada melhor do que procurar a reflexão e a oração, haja vista os tempos  atuais,   repletos  de  atos e ocorrências absurdas. Para não nos deixar imbuir de tanto  desespero,  é  justo nos valer das palavras da monja francesa que nos deixou essa frase — a alma que se eleva, eleva o mundo.

Falemos sobre dois temas, por sinal objeto do livro de Simone Weil (1909-1943) — A Gravidade e a Graça. Poucas pessoas sabem que Simone foi uma filósofa, de família judaica, que, depois de experimentar situações extremas, como trabalhar numa fábrica de automóveis na França, para aquilatar o sofrimento das operárias e participar da Revolução Espanhola contra os regimes tirânicos em voga, ao lado de supostos patriotas, pois ela abandona tudo para se converter à Igreja Católica. Os temas de seu livro são a Gravidade e a Graça. Na realidade ela nunca se tornou verdadeiramente católica, por causa de suas críticas aos dogmas da Igreja.

Não pretendemos discutir as ideias de Simone Weil sobre a temática de seu  livro — suas ideias são muito metafísicas e, por vezes, até se chocam com a teologia da Igreja, daí não ter se convertido realmente.

Nossas ideias diferem um pouco das de Simone sobre a Gravidade e a Graça. Especulo sobre esses tão delicados temas através dos ensinamentos do Mestre.

Teologicamente, a graça nos foi dada pelo próprio Criador, eis que criou o ser humano à Sua imagem e semelhança. Nós recebemos esse dom, para superar o acometimento do pecado, pois, embora criado por Deus, o ser humano tem o direito de escolher entre o Bem e o Mal. O mesmo criador que nos deu vida, deu-nos a liberdade de escolher para que lado pender, através do livre arbítrio. Mas, é através da graça que fazemos jus à salvação.

Segundo esse preceito, todo ser humano já estaria salvo, pois já consagrado com o dom da graça.

Por outro lado, o gravidade nos pesa a consciência, enquanto a graça, depurada na fé, nos alivia nas   dificuldades   ao sermos acometidos pelo peso da gravidade do  pecado. A graça é o veio pelo qual faremos jus à salvação.

Segundo esse preceito, seria de pensar que o ser humano já estaria salvo, uma vez que nascido com o dom da graça — não fosse a problemática do livre arbítrio.

É a gravidade que nos pesa a consciência, enquanto a graça nos depura através da fé, evitando o peso do gravame devido a fragilidade de nosso ser-entre-ser.

A graça nos dá sentido, enquanto a   esperança é   a  transfiguração  do ser no mundo, que se ressente na vacuidade do estar-no-mundo, sem dele estar no mundo — na teologia da fé católica.

O sentido de eternidade está transcrito em nosso ser,  o desgaste a nos impedir a cristalização do eu-sendo-ser.

A graça torna-se a transposição do ser-algures na fenomenologia axiológica — a graça é que nos desliga da matéria enraizada pela gravidade no peso do existir.

Se a matéria já nos pesa como gravame da existência, é a graça, por sua interveniência, que o ser humano se depura e cresce, exemplificando a máxima de “a alma que se eleva, eleva o mundo”.

  O Criador, na sua superveniência criadora, nunca se desvincula de sua criatura, cujos enlaces originais jamais se desfazem, assim como a areia não se desmancha pela avalanche do mar.

A graça é a presença incólume, mesmo que furtiva às vezes, da criação divina — o segredo celular que se interioriza no nosso ser, como síntese hipostática entre o superior e o inferior na nossa virtualidade material.

Se pedires, ser-te-á dado, o dom da graça a fertilizar a  esterilidade  da matéria, com a sutileza da esperança, o ardil mais perfeito em nossa existência.

Enquanto a matrix se alinhar ao personalismo orgânico do livre-arbírio como complexo de discórdia, a graça   recolherá seu voo de águia em face do ardor adâmico da gravidade.

A graça em seu voo de água nos poupará da   servilismo    terreno, a nos desprendermos do fóssil em direção à luz do  devenir de si, para o devenir do mais além.

O crescer espiritual do ser-em-si ocorre quando o fluxo da graça nos transpor a barreira do existencialismo sem o rútilo da aurora e,   assim,   nos elevar à superioridade edênica. A graça nos é haurida não  pela  dor sofrida, mas através do fruto do amor que nutre a alma.

Em seus ardores de aflição e desespero, a dor do mundo, à falta de amortização é que faz desse nosso orbe espécie de palco de vilania e turbulência.

A graça alivia a humanidade que pode estar atrelada à escuridão e ao desamor. É por isso que o Mestre ressuscitou da caverna da morte, elevou-se às nuvens, como suma santidade, elevando consigo também seus obreiros terrestres, através da graça santificante.

Se nos livrarmos dos grilhões da matéria, ousamos despertar para a imanência da luz. Uma vez despertos às pegadas da luz, a noite far-se-á dia ao         visualizarmos a esperança.

É essa a luz transcendente da graça que propiciará a prometida “vida em abundância”.

Haja luz, haja graça, haja vida, nesse manancial de sombras de medo a sobrepairarem nossas vidas.

Que a graça repouse em nossos corações e nos mostre sempre o alívio da esperança, na felicidade e no infortúnio.

                                                            Bsb, 7.03.25

 

 

 

 

 

domingo, 2 de março de 2025


                                       METAFÍSICA   DA   MENTE

 

 

Afastado do magistério e do convívio social, pela idade, Aron Zaver, no entanto continua meu guru. Na última vez que o vi, quando estive em São Luís, onde ele vivia — já lá se vão alguns anos — pedi-lhe que me explicasse melhor sua teoria, a Metafísica da Mente. Meu octogenário amigo fora professor de história e geografia à época e nos tempos áureos em que a metodologia de ensino era diferente,  essas matérias não sofriam ainda do vício do super moderno e do computador globalizado. Ao leciona-las o lente acometia-se também de filosofia.

Ele sorriu e seus olhos brilharam no fundo das enrugadas pálpebras, um laivo de sabedoria oculta a escapar daquele vulto esguio e frágil.

Sua governanta, uma senhora forte e muito afável, que há muito tempo cuidava dele como se fosse seu pai, logo apressou-se em trazer o cafezinho, passado ali na hora. Serviu em belas xícaras de porcelana, pintadas a desenhos clássicos.

Disse que já me falado dessa teoria, mas não se importava em repeti-la, gostava de explicá-la, quantas vezes pudesse, não era esta a tarefa do professor, repetir e repetir sempre?

Poupo-me, aqui de reproduzir ipsis litteris a lição de meu velho e saudoso guru, a quem recorro todas as vezes que preciso de uma luz, para renovar conceitos e desvelar os problemas que a trama da vida tem me imposto, a mim e a todos nós.

Reproduzirei seu pensamento com minhas próprias palavras, aliás até como espécie de exercício, prova de que realmente assimilei seus ensinamentos.

Para o antigo mestre, profundo conhecedor dos meandros cronológicos e cartográficos de nosso velho mundo, dos seres humanos que nele habitam — a vida e todo o universo obedece a um só vetor, orienta-se por um sentido único:  o existir cósmico. Nós somos o resultado de um fenômeno, cuja materialidade está escrita, não exatamente em nosso tempo cronológico, mas noutra dimensão, a dimensão do pensamento trilógico das estrelas. Esse trilogismo é constuído de  três fundamentos:  ser, espaço e tempo.  Enquanto especialidade e temporalidade se referem a esfera fenomênica, isto é, ao âmbito da matéria propriamente dita, com suas especificações, funções, transformações, crescimento, evolução e morte, o ser se organiza na esfera do espírito, como princípio fundante do ôntico absoluto. A matéria orbita a realidade, o que se vê, suas evoluções, mudanças, o desdobramento concreto do existir, ou o fantástico desenrolar das coiss na miríade dos fatos e os atos  cursivos da existência fática. O espírito, o fogo criador, o fia lux, o lúmen qualificador, que personifica o magma do infinito. É a matéria prima de Deus, criador, objeto de Sua manipulação exclusiva.

A mente humana reproduz, em miniatura e em estado ainda embrionário, portanto, maleável, cenas e atos de encenação do Ser quando experimenta o vivenciar no mundo e for dele. Sendo assim, nossa vida, a existência e sobretudo, todos os caminhos civilizatórios percorridos pelo humanoide em sua evolução material decorrem do que foi gravado no inconsciente coletivo da humanidade, que, por sua vez é reproduzida em cada mente humana, como parte integrante de sua visão global, na qual se acha incorporada a realidade, extensão do Ser ou das múltiplas facetas da ontiicidade absolutamente infinita.

Tudo então já está inscrito na memória matriz dos seres humanos, porque são seres criados dessa matéria ígnea : a história do mundo, o lento metódico desenvolvimento das civilizações, das culturas, dos costumes, da psique humana e seu devido amadurecimento, da fé como alimento da alma. Daí o nascimento das religiões como veículo eficaz de aperfeiçoamento e salvação. Esta espécie de imanência totalizante do Ser no mundo explica o itinerário da humanidade, a sequência dos fatos por ele vivida, assim como a coexistência do bem e do mal, tornando-se a argamassa com a qual o ser humano vem realizando a construção do mundo.

No final daquele nosso insólito encontro, o vetusto mestre de tantos embates de outrora, que tanto furor causou nos meios culturais e jornalísticos da antiga Atenas Maranhense, quedou-se em silêncio, como se tivesse, ele próprio se exaurido.

E nada mais pude extrair daquela áurea mente, porque, segundo a governanta, o meu guru caiu no sono, como costumava fazer nos intervalos de sua genialidade esquecida.  

Se a teoria do meu velho mestre é verdadeira ou se tem fundamento, não me animo a dizer, o fato é que cientistas e    pesquisadores eruditos nos têm apresentado resultados imprevisíveis nesses programas que têm por temática a história, um deles sobre o enigma do Paraíso, cuja existência é comum a diversos povos e cultura.

A Metafísica da Mente do professor não significa isso, na realidade?  Que o se humano tem dentro dele, constantemente, a imagem do universo e que é sua busca que nos impele para a frente ou para trás?

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

                         POESIA, AMOR E SANTIDADE

 

 



Nesses dias pré-carnavalescos, seria de boa ordem nos prevenir do fastígio momesco. Parodiamos as belas palavras de Olavo Bilac “Ora, direis, ouvir estrelas...” e consultemos o que esses dias nos diz sobre outros fatos, outros temas. Deixemos de lado os prolegômenos destes nossos dias, tempo de bivalência, estorvos e niilismo cultural.

Falemos, pois sobre o livro do escritor, professor e dicionarista notável Deonísio da Silva e o livro que nos veio gentilmente   à mão pelo autor, com o título Teresa d”Avila. O romance foi premiado pela Biblioteca Nacional.

Pelo pouco que hoje se sabe sobre santos —  Teresa d’Ávila (1.515-82), nascida Teresa Sanchez de Cepeda y Ahumada, foi uma freira carmelita da ordem das Carmelitas Descalças. De família abastada em Espanha, entrou aos vinte anos no convento, por convicção própria, em tempo de desordem e inconfiabilidade reinantes nestes redutos religiosos. Indisposta com a liberalidade dos conventos, resolve tomar a si a reforma desse estado de coisa e bateu de frente com a poderosa Inquisição,   ela e seu grande amigo João da Cruz.

 Os inquisidores tentaram prendê-la em virtude de seus escritos,  para eles sacrílegos, poemas e pensamentos de Teresa — os quais versavam  sobre arrebatamento e espiritualidade, tendo Jesus como seu amado. Não conseguiram enquadrá-la nos alfarrábios criminais da Inquisição. Tanto ela como  seu suposto cúmplice Frei João Cruz. Livrou-se da Inquisição, mas caiu nas malhas maledicentes de nossos modernos psicanalistas de plantão, Freud, o principal deles, seguido de Lacan, Foucault. Para eles, Teresa não passava de uma freira atacada de histerismo.

Reconduzida com justiça a seu patamar merecido na Igreja foi canonizada e alçada à extrema regalia de Doutora, como o foram Santo Agostinho e Tomás de Aquino.

Então, tenho em mãos esse interessante livro de Deonísio da Silva, confrade na Academia de Letras de Brasília – ACLEB, escritor, professor emérito e dicionarista. Não se trata de biografia, esta já se  encontra gravada nos devidos anais da Igreja, seus livros repositório de sabedoria e espiritualidade, como o merece.

O livro do autor descreve a santa sob o olhar de um adolescente seminarista, enquanto  no Seminário ele relata  suas peripécias com colegas, dúvidas e atropelos de um rapaz ainda a fazer seu próprio caminho. Mais tarde, já ex-seminarista,  torna-se escritor, professor e constrói, em memória, os eventos, em estilo mais ou menos realista, mas com graça e naturalidade, ensejando merecer o que mereceu — sua obra ser premiada pelo Biblioteca Nacional.

Assim como o Professor Deoníseo, também amamos Teresa d’Ávila, conhecemos sua obra, mas principalmente aquele inefável soneto, seu legado espiritual dos mais significativos, que começa assim:

No me mueve, mi Diós, para querer-te,

El cielo que me tienes prometido,

Ni mi mueve el infierno tan temido,

Para dejar por eso de ofender-te.

 

Lá, no limiar de seu resplendor, Santa Teresa d’Ávila há de elogiar seu fã, Deonísio, que lhe dispensou tanto carinho aqui em nosso ermo,  assim como este servo que estas linhas subscreve.

                                                      Bsb, 19.O2.25 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

                        SINODALIDADE — GLOBALISM0

               CRISTÃO?

 




O movimento hoje de maior alcance no Vaticano, à égide do Papa Francisco, chama-se Sinodalidade — o tal Caminho Sinodal da Igreja.

Ora, o problema é que nós, leigos, não sabemos realmente o que é a sinodalidade. A CNBB expediu boletim aos fiéis, mas parece não ter convencido ninguém, pois não constitui segredo a nós, católicos, que essa entidade age em função da Teoria da Libertação, como é sabido e notório, inclina-se ou tem tendência socialista, no mínimo.

Segundo o Vaticano, às ordens do Papa Francisco, trata-se de um sopro, que, na sua visão, renovará de certo modo a Igreja, que, segundo ele, não atende às necessidades e exigências da modernidade, sociais e até espirituais. Entre os apoiadores do Papa, a providência torna-se urgente, como um esforço renovador decorrente do Vaticano II, tutelado pelo Papa João XXIII.

Segundo essa nova filosofia, o processo sinodal, gerando espécie de dogma, teria suporte até na Bíblia, segundo o que consta em Isaias 43, 19, como segue:

Vejam o que estou fazendo uma coisa nova, ela está brotando agora  e vocês não percebem. Sim, abrirei um caminho no deserto e rios na terra seca.”

Para esses apoiadores a sinodalidade abriria o caminho para ação do próprio Espírito Santo. Foi como se expressou o Cardeal Mário Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos. Já Thomas J. Reese, ex-editor da revista América dos jesuítas dos EUA, autor do livro O Vaticano por Dentro, em artigo publicado pela National Catholic Reporter (3.11.23), sobre o relatório final do Sínodo, assinalou  os seguintes pontos:

a)    evitou-se a LGBTQ;

b)    o debate sobre as diaconatas não teve êxito;

c)    padres casadso teve pouca atenção;

d)    importância do ecumenismo e cooperação.

Havia também os riscos de ser um evento extraordinário, mas apenas de fachada, assim como cair no intelectualismo, apresentação de textos polêmicos, intervenções de problemas sem solução na Igreja. Por fim, não mudar nada, criando situações novas, insolúveis.

Ocorre que dentre o corpo cardinalício da Igreja, o evento encontra grandes resistências. Logramos assinalar as seguintes: Raymond Leo Burke, bispo e cardeal patrono da Ordem Militar Soberana de Malta; Walter Brandmüller, cardeal alemão; Juan Sandoval Iñigue; Robert Sarah, Prefeito emérito da Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos do Vaticano; Joseph Zen Ze-Kiun, bispo de Hong-Kong; Carlo Maria Viganó, núncio apostólico emérito dos EUA. Pois esse elenco do alto clero católico, inconformados, dirigiram carta  ao Papa, solicitando respostas a temas controversos. Os temas giraram sobre (a) interpretação dos Evangelhos; (b) abençoar uniões entre pessoas do mesmo sexo; (c) ordenação de mulheres; (d) arrependimento é necessário para a absolvição.

Vale dizer que  a reposta do Papa não satisfizeram as exigências de seus oponentes, pois todos continuam insatisfeitos, principalmente o caso de Carlo Maria Viganó, que se opõe totalmente contra as atitudes do Papa Francisco, solicitando sua demissão imediata. Como resposta, o Papa o excomungou como cismático.

A situação tem se agravado, gerando cada vez mais  nossa desconfiança quanto às atitudes extravagantes do Papa Francisco. Segundo o youtube, com cerca de 4,16 mil inscrições, o Pontífice vem fazendo  declarações inauditas no decorrer seu pontificado.

Atento que somos quanto a todas essas discordâncias, embora leigo a aspectos mais profundos da teologia católica, resta-nos a esperança de a tal sinodalidade não se transformar em mais um pleito a favor do globalismo anárquico no mundo, do que realmente uma ação renovadora arraigada nas Escrituras.

                                            Bsb, 10.2.25

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

                   

                           A  INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL  MORALIZANTE

 




 

Ás vezes quedo-me a pensar que o mundo, ou as pessoas, mudaram tanto, o modo de viver, de pensar. Dir-se-á que são as transformações por que as pessoas passam ou passaram, que vivem de acordo com as mudanças, o avanço das novas tecnologias, as descobertas científicas. Tudo isto influi na vida e na cabeça das pessoas, também no seu habitat

Será que melhorou este nosso velho mundo? Tenho cá minhas dúvidas, talvez em razão da idade e do desconcerto quanto a ousar deglutir todas estas maravilhas que nos traz a modernidade. Então nos advêm as recordações de antanho, aliás, nem tão antigas assim.

O que mais nos impressiona é o comportamento das pessoas hoje, tornam-se dispersivas, reprimem seus pensamentos, vivem e praticam o individualismo, espécie de os outros são os outros, eu sou o dono do mundo, sempre na defensiva. Seria influência de tanta tecnocracia, modernidade?

Então já estamos vivendo o futuro?

Não é novidade que estamos sob a suspeita da viabilidade da Terceira Guerra Mundial — o estopim talvez seja o Oriente Médio.

Em contrapartida, vislumbramos algo que talvez possa melhorar esse nosso mundo — e, por incrível que pareça talvez por intervenção da própria ciência. Refiro-me à tecnologia mais recente que é a Inteligência Artificial – IA.

Claro que tudo depende da própria inteligência humana em saber manipular esse invento. Sabe-se que o formidável artifício não passa de uma ferramenta, como o é o computador, o celular e inúmeros   outros instrumentos, hoje imprescindíveis  devido os fins a que se destinam.

Os robôs, hoje em fabricação comercial, podem se tornar os melhores artesãos do progresso, desde que sua atuação se destine estritamente a ajudar o ser humano, isto é, que esses entes   automáticos cumpram os propósitos para os quais foram criados — auxiliares mecânicos do progresso.

O grande escritor de ficção, Isaac Asimov, já nos prevenia da possibilidade do avanço negativo dos robôs, tanto que foi ele que criou a Lei do Robô — de que essas máquinas jamais passariam de simples auxiliares. A preocupação de Asimov seria esses autômatos se rebelarem e  ultrapassarem a inteligência humana, adquirindo vida própria. Espécie de Frankenstein criado por um cientista maluco.

Pensamos que IA poderia ajudar na melhoria desse nosso conturbado mundo, quem sabe até como auxiliares da moralidade. Poderiam lutar contra atos e fatos negativos, tornarem-se protagonistas contra atos de guerra, por exemplo, concorrendo através de fluxos artificiais para o aperfeiçoamento da própria mente humana, colaborando de alguma forma para que as pessoas aspirassem praticar mais o bem do que o mal, se dedicarem ao lazer. Quem sabe até auxiliá-los na prática do estudo, clarificando suas mentes. E o que não seria um absurdo, auxiliassem as pessoas a se  harmonizarem mais com as coisas do espírito do que as da matéria, nas suas horas de lazer. Tornar-se iam por assim dizer auxiliares moralistas dos seres humanos, evitando-os a não se embrenharem no puro materialismo.

A propósito, o mesmo Asimov num livro sobre robôs, nos relata que um deles por se apegar tanto ao seu proprietário, durante anos,  resolve se tornar um ser humano. Submete-se a todas as transformações possíveis, mas não consegue, por impossível. Amargurado ele decide ser destruído.

Prova incondicional de que a criação do ser humano só Deus o faz — o resto é cientificismo irrelevante.

Bsb, 1.02.25                

 

 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024


                    INFORMAÇÃO  AO  CRUCIFICADO

POR UM MUNDO APENAS POSSÍVEL

 



É impressionante como nos tempos atuais e no passado recente, o mundo parece virado aos avessos. Perdão, não se trata do mundo em si, mas das pessoas, dos entes humanos que habitam este nosso novo velho mundo.

Por exemplo, atentemos para o nossos País, até ontem, há três ou quatro anos, parecíamos pessoas mais felizes, enfrentando seus problemas com certa dignidade. Hoje, por incrível que pareça,  sobrevivemos numa espécie de hospício.

Retifico — não é o mundo que mudou, ele continua biológica e naturalmente igual, mudaram, sim, os seres humanos que nele habitam. Desde que o australopithecus chamado Lucy, numa perseguição em que acossada por feras, ela em fuga com sua tribo olhou para trás, para ver quem os perseguiam — esse extraordinário ato transformou-a de botocudo a um ser inteligente. Seu cérebro deu um salto miraculoso, passa ao estágio de ser racional.

Será que o mundo, a natureza degringolou, reviradas as leis áureas que a sustenta? Ou foi nós, seres humanos, que mudamos e para pior?

Ora, biologicamente os seres humanos continuam e continuarão seres inteligentes, seu cérebro a maior máquina de raciocínio entre todas as espécies possíveis. Mas então a que se atribui esses protótipos de inteligência incomparável se tornaram tão medíocres, a cometerem erros até mesmo vergonhosos?

Observe-se hoje o que ocorre em nosso País. Vive-se sob um regime político chamado de democracia, mas, de repente somos proibidos de expor nossos pensamentos, o livre pensar e se expressar podem nos levar à prisão, ordenada pelo órgão supremo da magistratura, temos que obedecer ao que a alta corte nos impingir, embora saibamos que a Constituição da República nos proteja pelo art. 5º VI da Carta Magna de 1988.

Hoje em dia, com a suposta evolução  da civilização e todos os artefatos e aparatos de que a ciência tem construído, as descobertas até agora conseguidas, inclusive a fantástica atuação da IA e a massificação midiática, as chamadas redes sociais, as quais nos tem propiciado o livre pensar das pessoas, portanto baluartes da liberdade de expressão.

Por incrível que pareça, nossas autoridades jurídicas e criminais querem sufocar essa liberdade de expressão, pressionando o Congresso a  fazer valer tal proibição.

O que mais nos envergonha nesse furor de punição é que vige um silêncio total na sociedade, pensadores, juristas, professores, filósofos e pesquisadores — em silêncio, quase absoluto. Todos calados, sob a suspeita de que qualquer voz contrária é uma ofensa à democracia — porque assim estabelecem esses defensores inauditos da democracia. Tudo o que for dito ao contrário, se não se apaniguar com esses supostos guardiões da democracia, são vozes extremistas, golpistas, direitistas e considerados até nazistas.

E é assim que todos ficam calados — espécie de silêncio oficial dos inocentes. E acreditem o propagador maior dessa amordaça, por incrível que pareça, é a mídia falada e escrita, em vergonhoso contubérnio com esse autoritarismo oficial. Vejam só, a mídia cujo papel de informar corretamente os ouvintes transforma-se num veículo oficioso em defesa do autoritarismo, quando poderia tornar-se um canal em defesa do direito e do livre pensamento.

Ora, nós que somos livres pensadores,  lutamos por um mundo, não o melhor, porque impossível, mas o possível, aquele propiciado e defendido pelo grande pensador Leibniz.  Acreditamos na justiça, auguramos por uma sociedade  que respeita a justiça, sob a égide da moral e  estética, consoante os padrões dos  grandes e imortais pensadores — Platão, Sócrates, Aristóteles, Sto. Agostinho, São Tomás de Aquino, Raimundo Lúlio,  Gottfried Wilhelm Leibniz e outros do mesmo gênero. Por isso não podemos aceitar tais aleives impingidos às pessoas, se forem cidadãos honestos, cumpridores de seus deveres cívicos.

Muito a propósito, não podemos deixar de registrar uma voz que se ergue contra esses descalabros aos habitantes da nossa antiga Pindorama — Prof. Ives Gandra. Em pronunciamento recente no you tube, o Mestre ergueu sua voz contra esse estado de coisas, alertando-nos para os seguintes fatos:

i)               Uma nação vive de fatos, não de narrativas;

ii)             Temos de diminuir as radicalizações;

iii)            O governo atual não tem nenhuma criatividade;

iv)            O Presidente deve ser do Brasil, não de sindicatos;

v)             Queremos um Brasil melhor do que o que estamos vivendo;

vi)            Servir é a verdadeira razão do poder.

 

Tais observações provindas de quem as pronunciou são sinais de que as coisas não vão muito bem com este governo — espécie de algo de podre ocorre no reino da Dinamarca, transportável também para nosso País.

Aliás, verdade seja dita, a advertência é extensiva ao mundo, às nações, haja vista o que ocorre em termos geopolíticos, fatos equivocados, revoluções em várias nações, contendas internacionais, atos e ocorrências constrangedoras, em termos de governança, improbidade e sobretudo falta de bom-senso.

De outra parte, a  falta de virtude e coerência desse ente, o ser humano atual,  alcança tal ponto de insensatez  que pensamos ter ele  já  perdido a razão.

 

                                                        Bsb, 28.12.24

 

segunda-feira, 25 de novembro de 2024


                   



               

                                  ADVENTO

                             

                                            Murilo Moreira Veras

Vinde

— é tempo de Devir

Tempo do Adento

Um Menino nascerá

no seio de Maria-Mãe

a manjedoura como leito

estrela magnífica iluminará a Terra

 

— é a grande Esperança do Mundo

Então, novo Reino se erguerá

Nos olhos do Menino

a vida renascendo

 

Vinde

Vejam todos

 

É o Menino que se torna Rei

enquanto decai o universo

diante da glória do Salvador-Menino

o pequenino que há de salvar o mundo

 

Quo Vadis, Domine?

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida

Quem salvar o Salvador

salvará o Mundo

Haja Céu

Haja Luz

 

Veja

Vinde todos

 

— é Jesus.

 

 

               

L’ AVENEMENT

 

                             Murilo Moreira Veras

 

Venez

Voiez

Regardez tous

 

— il est temps pour L’ Avenement

Un garçon naîtra au sain de Marie-Mére

La mangeoire comme lit

Étoile magnifique iluminera la Terre

— c´est le grand espoir du monde

Alors le nouveau royaume va s’élever

— aux yeux de l´enfant la vie est née.

 

Venez

Voiyez

Venez tous

              

                   C´est le garçon que devian Roi

à mesure que lúnivers se décompose

devant la Gloire du Garçon-Sauveur

 

le petit qu’il y a

pour sauver le monde

 

Quo Vadis Domine?

Je suis le Chemin, La Verité e la Vie

Celui que sauve le Sauveur

Sauvera aussi le monde.

 

Que le ciel soit lá

Qu’il y a la lumière

Venez tous

 

— C’est Lui Jesus.