quarta-feira, 26 de agosto de 2020

 

LADAINHA DO REINO DE DEUS

 

 


 

O Reino de Deus — verdade lírica da Salvação

O Reino de Deus — sonho atávico do coração humano.

O Reino de Deus —   dádiva da esperança renascida

O Reino de Deus — que  transcende a materialidade do prazer

O Reino de Deus — que  reacende o trânsito do viver

O Reino de Deus — que  revitaliza o dogma natural da razão

O Reino de Deus — o simbolismo da natureza idealizada

O Reino de Deus — que nos enseja a vivência lírica do ser

O Reino de Deus —  o símbolo mágico da escatologia

O Reino de Deus — não se vende, ou se troca,  privativo do 

                            em-ser-sendo

O Reino de Deus — se funde no sorriso de um olhar

O Reino de Deus —  o livro que faz sua leitura  definitiva

O Reino de Deus —  a folha em branco da meditação edênica

O Reino de Deus —  a cruz do sacrifício de nossas pegadas

O Reino de Deus — o silêncio crístico do amor

O Reino de Deus —  o ritmo imaginário do ser-em-sendo

O Reino de Deus —  a pétala divinizada da mais crística

                            das flores

O Reino de Deus—  o orvalho onírico transfigurado

O Reino de Deus — não existe, preexiste em todo o Ser.

O Reino de Deus — a prova improvável da potência do Devir

O Reino de Deus —  Deus que reina reinventando a eternidade

O Reino de Deus —  o transcendente na memória imanente

O Reino de Deus —  Aquele que Sou na resiliência do Eu-Sendo

O Reino de Deus —  o Paraíso transfigurado na imanência

O Reino de Deus —  a imanência transfigurada em Paraíso

O Reino de Deus —  a flor lírica plantada no coração 

                            da existência

Por isso — haja Deus, haja Reino, haja eternidade,

                haja luz, haja ciência, haja efervescência,

                no vislumbre de realidade consciente.

CDL/Bsb, 24.08.20

 

 

 

 

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

 

O SOCIAL-NACIONALISMO E

               A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

 

 

Fato dos mais intrigantes, para não dizer aterrorizantes, aconteceu na Alemanha, sob o regime nazista de Adolf Hitler e seu porta-voz mor Joseph Goebbels. Foi a criação da chamada Juventude Hitlerista, sigla JH, que vimos depois dramatizada em famoso filme americano “Os Filhos de Hitler”. Em livro, o escritor alemão naturalizado canadense, Michael H. Kater, é quem narra tudo sobre essa JH, a cuja organização paramilitar eram obrigados a integrar crianças e jovem a partir de 12 anos. Meninos participavam do Deutsches Jungvolk (DJ) e meninas a Liga das Meninas Alemães. Em 1938, 98% dos jovens alemães pertenciam a JH.  

Era a implantação geral e obrigatória da educação a cargo do Reich, ou seja o Estado. Pois, pasmemo-nos todos — esse programa obtuso, com metas e objetivos de inclinação socialista em concordância com o igualitarismo, a chamada social-democracia, o pan-mundialismo, governo mundial e quejandos está sendo gradativamente adotado em nosso País. Agora, até mesmo não mais sub-repticiamente, mas às claras e através de um órgão supra constitucional: o Supremo Tribunal Federal – STF  e o braço que o está contribuindo para sua implantação é nada menos que o ministro Luís Roberto Barroso.

Pois o ministro, do alto de sua cátedra autônoma, monocrática e ditatorialmente, em atitude praticamente nazifascista, decreta que “a educação é competência privativa da União”. Ou seja, compete ao Estado todo poderoso dirigir, orientar e estabelecer as regras de educação a serem obedecidas por crianças e jovens. A interferência dos pais é nociva, o Estado é que sabe educar as crianças e jovens. Religião, obediência familiar, preceitos morais, éticos e espirituais, que seja vedada suas interferências, por prejudiciais à sociedade, portanto, só o Estado — um ente abstrato e irreal — é que entende de criação de filhos, de orientação filial, moralidade, inclusive preceitos éticos e devocionais. Filhos agora são pessoas que se tornam desde cedo agentes do Estado. Agora, o sr. ministro Barroso, com toda sua prepotência constitucional é quem vai orientar a educação de crianças e jovens, o que eles devem aprender, fazer, a quem devem obediência e respeito. Os pais são meros fabricantes de crianças, nada mais que isto. Religião é coisa para padreco, suas regras restritas às Igrejas e templos. Conclui-se, assim, que o ministro, seguindo ideário corrente em muitas pessoas de rasos conhecimentos gerais e jurídicos, entende que o Estado é laico — portanto, sob tal lógica, é ateu. Esse estereótipo idealista do ministro decorreu enquanto deferiu liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI nº 6.312, em que suspendeu os efeitos de Lei estadual do Rio Grande do Sul, sobre ingresso idade de criança no primeiro ano do ensino fundamental.

Será que o todo poderoso ministro reservou-se a si o direito de infringir os  direitos fundamentais da pessoa humana, dispostos na nossa Constituição Federal, artigos 5º itens VI, VII, VIII , XI e XLI  segundo os quais a pessoa humana terá seus direitos resguardados de qualquer interferência aleatória — inclusive a do Estado — como cidadão livre e sua família? Atentou o sr. ministro inclusive que, segundo o ab-initio do último item XLI, in verbis:

“A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais...”?

Urge, pois, que estejamos sempre alertas pois uma onda de singularidades e estereótipos ideológicos rondam nosso País e o próprio mundo — oxalá não sejam os sinais das aberrações que nos esperam os últimos tempos, pós pandemia e outras imprecações a título de inovação. Foi assim que começou o 3º Reich.

CDL/Bsb, 20.08.20

quarta-feira, 29 de julho de 2020


O JOIO E  O TRIGO – ENTRE
A  MENTIRA  E  A   VERDADE





Vivemos não apenas tempos de pandemia do COVID-19. Atacam-nos outros vírus, tão virulentos quanto aquele. São as ideologias, as manifestações espúrias que nos abalam as consciências, daí serem perigosas, até mesmo pelo de fato de se mostrarem subreptícias, infiltrarem-se porosa e sibilarmente em nosso dia-a-dia. Inclusive nas manifestações religiosas, sem falar nos ataques diários abusivos que nos fazem as mídias escritas e televisivas, que, em vez de nos informarem, viralizam o pânico nas redes.
Dessas assinaladas, uma tem sido espalhada sobretudo nas celebrações religiosas, e referimo-nos às missas católicas. Notaram como desde o início do mandato do Papa Francisco essas manifestações têm se incrementado, antes, mas intensificadas principalmente após o tal Sínodo Amazônico? A ponto de certo sacerdote ter vindo a público, por estes dias, advertir da existência de duas igrejas católicas, a representada pelo verdadeiro cristianismo, a Igreja Católica Apostólica Romana, fundada pelo Mestre da Galileia e uma outra, ardilosamente infiltrada em suas hostes. E sem medo de errar diria tratar-se, esta, nada menos  que da Teologia da Libertação — aquela mesma liderada entre nós  pelo famoso Leonardo Boff, aquele cujo Papa Bento XVI, hoje benemérito no Vaticano, o admoestou sobre a heresia praticada e o impôs voto de silêncio, como então sacerdote da Igreja.
O filho unigênito do Criador — todos os cristãos o sabemos, porque senão não somos mais chamados cristãos — veio ao mundo para resgatar a humanidade pelo pecado original, mediante morte pela cruz. O Mestre Jesus de Nazaré exerceu na Terra o seu Ministério, pregando a fé, a misericórdia, a prática da caridade, do bem, o amor ao próximo, o perdão, mas também o exercício da justiça, assim como cuidado pelas nossas vidas, dom de Deus às criaturas. Tudo isto está escrito nos Evangelhos do Novo Testamento, apoiado pelo Velho, de Abraão, Moisés e os Profetas, sobretudo. Mas uma coisa não fez parte de seus ensinamentos: a política, melhor, a politização do povo. Tanto que Ele logo advertiu: “O que é de César, devolvei a César,  e o que é de Deus, a Deus.” ( Mat. 22, 21) E noutra ocasião fez ver que devíamos “Buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça” (Mat.6, 33), enquanto  a Pilatos, que o  interrogava como indiciado pelos Judeus no Sinédrio, declarou “Meu Reino não é deste mundo” .
O Mestre pregava mediante parábolas, com que conseguia captar melhor a atenção daquele povo, pobre, humilde e inepto. Utilizou uma linguagem popular, embora fosse simbólica. Dessas singularizamos uma: a parábola do joio e do trigo (Mat.13. 24-30 e 36-43). Não é difícil concluir que Ele falava da intromissão no Reino de Deus de uma ala contrária aos ensinamentos de Sua palavra, pessoas porosas, infiltradas, verdadeiros espiões e seriam conhecidas por não renderem frutos, gerarem confusão, malícia, desordem, enfim igual ao joio escondido no trigo, que não serve para nada, a não ser para serem queimados, por inúteis, pérfidos. Estão ai as duas Igrejas Católicas, a que o sacerdote com propriedade soube indicar: na semeadura para o Reino de Deus, o joio é esta corrente de energúmenos, falsos profetas, enquanto o trigo, este, sim, representa a verdadeira Igreja de Cristo, pois do  trigo da palavra deriva o pão que alimenta a espiritualidade da Eucaristia aos tementes do Criador, obedientes às Suas Leis, os possíveis candidatos ao Novo Reino que não é deste mundo.
CDL/Bsb, 30.07.20



sexta-feira, 24 de julho de 2020

JOSÉ  SANTIAGO  NAUD
1930 - 2020      

                     



                     A poesia acaba de sofrer uma grande perda: desde o último dia 2o não se ouve mais a voz de um grande poeta - JOSÉ SANTIAGO NAUD.
                  Lá pelas regiões missoneiras nascia em 1930, 24 julho, o vate de A Geometria das Águas, do Ofício Humano e outros vinte e tantos poemas mais, extraídos de sua veia poética. Poeta pluriseminal, seus versos trilhavam o moderno, ceifado na seara clássica, espécie de realismo não fantástico, mais transcendente. Sua poética, exaurida em vivência e andanças percorridas, ares e notares dos clamores americanos, tornaram-no de dupla cidadania, enriquecendo o lavor de sua vérsica ultrasimbolista. Deixa uma lacuna em nossa vida cultural e literária, como fizeram tantos vates do passado, ora envolvidos na penumbra do esquecimento.
                    Quiçá sua vida e arte mantenham-se perenes nos gestos e no pensamento de nosso tempo e seu ofício de poetar nos ensine a compreender, um pouco ou muito mais o sentido do que seja viver, sofrer e sonhar.

                 Publicou vinte e um livros, inclusive antologias pessoais: Noite Elementar (Porto Alegre, 1958); Hinos Cotidianos (Rio de Janeiro, 1960); A Geometria das Águas (Porto Alegre, 1963); Ofício Humano (Rio de Janeiro, 1966); Verbo Intranqüilo (Rio de Janeiro, 1967); Conhecimento a Oeste (Lisboa, 1974); Dos Nomes (Rosário, Sta. Fe, 1977); Noção do Dia (Brasília, 1977); Promontorio Milenario (Panamá, 1983); Pedra Azteca (México, 1985) e Vez de Eros (Brasília, 1987); As colunas do templo (Brasília, 1989), O olho reverso (1993), Memórias de signos (Porto Alegre, 1993), O avesso do espelho (1996), Antologia Pessoal (Brasília: Thesaurus, 2001) e 20 poemas escolhidos e um falso haikai (2005).Vive em Brasília.
                     
                   Sobre o poeta disse o poeta Carlos Drummond de Andrade : Posso afirmar que encontrei na sua poesia alguns indício de ouro,para usar de uma expressão do poeta que lhe oferece a epígrafe para seu livro". 
                    E também Walmir Ayala:  "Seus primeiros poemas já revelavam a preocupação mais recente da nossa poética — a visibilidade e a objetividade. J. S. N. tem a virtude da grandeza, é uma emoção transcendendo, seu mundo solicita formas que vai inventando ao sabor da sugestão, sua metáfora é sutil e dramática. Suas "coisas" estão diretamente implicadas em seu destino, em seu tempo,  no destino e no tempo do homem, o que dá universalidade e validade à sua experiência.".  WALMIR AYALA
                        Assim como Angel Crespo, in Revista de Cultura Brasileña, Madrid, 1966:

                  "Un cántico sin efectismos, sin resabios, precisamente, de música simbolista. Porque en esta poesía hay tradición, pero una tradición cuya sustancia ha sido transformada en esencia. (...) No quiere esto decir que el poeta se aventure por caminos que desdigan de su inteligente y verdaderamente nuevo sentido de la tradición.  Sus versos son conenidos, sobrios, generalmente de arte menor (por la medida, es claro, y no por la calidad) pero, de vez en cuando, su modernidad, su sentido experimental, se agudiza.(...) / Pero Naud no va a abusar de estos recursos retóricos — de nuevo cuño — que son muy raros en su libro. Nos dan, sin embargo, la medida de una intensa preocupación formal."
 ÁNGEL CRESPO - Revista de Cultura Brasileña, Madrid, 1966.

Faleceu em julho de 2020.
                          Eis uns de seus poemas:

CANTARES DE NOSSA SENHORA

1.
Quero te falar de Maria.

Maria foi tão simples.
É muito anterior a Eva
e está noturnamente sozinha
na sua roca de Piedade.

2.
Era preciso que Deus baixasse
e nos desvãos da carne celebrasse
a aliança com o eterno.
Mas devia vir nu,
                             Deus,
sem uma pedra que lhe amparasse a cabeça,
nem placentas, submisso
e ancorado na vária geração.

Como nas vastas peregrinações
em que o homem equilibra
e partilha e o anseio,
se te exigia o máximo,
de virgem e de mãe.
Era preciso reunir
                             como o andarilho,
no olhar, todos os povos.

E tu ouviste o anjo.

Tu foste a casa e a flor,
o jardim e a lareira,
ajudando
               para sempre
o espírito no tempo.  

3.
Em segredo,
um campo azul pendia
das paragens celestes, vasto
de muitas flores. E vinhas por ele
com as vestes vaporosas, ao lado
                                                      o touro
- de finas ilhargas e a frente poderosa.

Oh, Pastora da besta,
as alvas mãos aberta
sob os seios explícitos!
Caminhas, pastoreando
enquanto a língua bruta,
áspera e sedenta,
forte e obscura
vai passando entre os beiços
                                              (rorejados
de orvalho)
a grama, tenra.
Odores de terra sobem como chuva
a baba cintilante.

Simples, entre as mais simples
vejo a tua mão descer
sob o dorso selvagem
enquanto os flancos fremem.
Então, de rampa adusta
a pomba desce,
                          e adeja
no teu ventre a aspereza
portentosa do touro:
todas as flores que ele pasta
passam às tuas vestes
                                    e ficam
vivo esplendor.  

CDL/Bsb, 24.07,20


terça-feira, 14 de julho de 2020





DE HOMO SAPIENS A INSAPIENS











Em 01.03.20 — às vésperas da pandemia — o Correio Braziliense publicou o artigo A era da espécie Homo insapiens, o autor Dioclécio Campos Jr, médico, professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria e presidente do GPEC. A declaração do distinguido clínico ecoa como uma severa advertência à sociedade, à cultura e a todo processo civilizatório vigente. Tão importante constitui as palavras do Dr. Dioclécio, que é de nosso dever, comentá-las nos trechos mais destacados.
Reza a biologia evolutiva que o homo sapiens  é designação científica para o homem moderno, do latim, homem sábio, homem que sabe. Os evolucionistas darwinianos atestam que o homem moderno tem como ancestral comum os gorilas e os chimpanzés e na escala evolutiva australoptecos, homo ergaster, homo erectus, homo neanderthalensis até homo sapiens. A espécie surgida na África há 200 e 150 mil anos, a partir da linhagem do homo ergaster.
Como esse ser primitivo passou de troglodita a sábio, através de sucessivas etapas, aumento da capacidade cerebral de 450 cm³ a 1,350 cm³, raciocínio, linguagem simbólica, pensador e postura ereta — até hoje é um mistério.
No seu artigo, com firmeza e conhecimento de causa, o Dr. Dioclécio atesta — até contrariando o velho Darwin — que o maximizado homem sapiens está regredindo, de sapiens para insapiens. Como e porquê é o que as observações do clínico vão revelar. Assinalemos alguns pontos de seu raciocínio.
O saber humano moderno e modernizante incorre num erro crasso: desconstrói seu cabedal de valores cumulativos no processo civilizatório. A cultura moderna subverte-os, em favor de uma suposta atualização. O progresso tecnológico, ao invés de se basear nos fundamentos do passado, adota concepções novas, extravagantes. O computador comanda dados e também emoções e comportamentos. Amparadas numa espécie de ecumenismo socialista, os movimentos globalistas reprimem as aspirações humanas, o livre pensar, o personalismo intrínseco ao ser humano. Em vez de cidadãos, espetros sociais, escravos do ente estatal vigente. Relações interpessoais transformam-se em criptogramas computacionais, memes figurativos. A alteridade do outro que nos torna conscientes da misericórdia, agora nos afasta do próximo devido o crescente individualismo. “O homem é o lobo do homem” — “... o ser humano só é solidário no câncer.” A decantada IA — Inteligência Artificial — das ficções surrealistas a salvação do mundo, a máquina se sobrepondo à razão e à criatividade humana. A matéria esmagando o espírito, a religião, a transcendência destinada a desaparecer do planeta.
Famílias não têm mais sentido, são meros núcleos de encenações familiares, crianças sem vínculos filiais, produtos de divórcios e relações carnais. Parodiando o poeta: “Filhos, melhor não tê-los, se tê-los torná-los vítimas do consumismo” Não passam de robôs, mercê das tecnologias e da informática, da mídia massificada. Seres humanos autômatos, classificáveis, domesticáveis, terceirizáveis. Homo sapiens — não, o super humanoide está involuindo para homo insapiens.
Pois este estremado contraditório do Dr. Dioclécio — cujo tema a média falada e televisiva jamais explorou, preferindo a vulgaridade —reviveu-a o Padre Mário, simples sacerdote da Paróquia Cura d’Ars, em Brasília, lendo-a em sua homilia em missa dominical recente.
No início do cristianismo o profeta João Batista proclamou a vinda do Mestre, Padre Mário da solidão do Planalto Central reproduz, em pleno púlpito, a denúncia esquecida do corajoso médico: a sociedade humana, dita moderna, secularizada como laica é o mais novo disfarce de adesão ao ateísmo.

CDL/Bsb, 15.07.20


quinta-feira, 25 de junho de 2020


            MUNDO MELHOR 
                  UMA UTOPIA?



Cada dia nos convencemos de que a melhoria de mundo se distancia cada vez mais. Referimo-nos à capacidade de o humanoide evoluir, não na escala  evolutiva de Darwin, mas no sentido humanístico,  de tornar-se um ser íntegro e  verdadeiro.
A teoria do Mundo Melhor tem origem na linha do tempo, Platão, cerca de 380 a.C talvez a tenha delineado. Outras foram surgindo, inúmeras segundo a Wikipédia. Citemos algumas por curiosidade.: A Cidade Virtuosa, história de Medina, a cidade santa de Maomé; a Utopia (1516) de Thomas More; A Cidade do Sol (1553) de Tommaso Campanella; Nova Atlantis (1627) de Francis Bacon;  Viagem a Ícara (1842, de Etienne Cabet 3001 – A Odisseia Final, de Arthur Clarke e mais recentemente a Ecotopia 2121, de Alan Marshal.  Em sua novela Candide ou o Otimista (1759) Voltaire, o iluminista,  ironizou a tese de o Mundo Possível do filósofo Leibniz, através da figura irônica de seu personagem Dr. Pangloss.            Mas o mito disseminou-se por toda a Idade Média até os tempos atuais,  chegando a nós pelo  intrigante livro de Aldous Huxley, em que predizia o automatismo da humanidade. É uma espécie de sonho dourado que nunca se realiza, os sonhadores muitas vezes construindo castelos no ar, como aquela plêiade de inocentes úteis que ousaram levar a cabo o tal socialismo utópico, fonte na qual se baseou, de forma distorcida, nosso ideólogo mais badalado até hoje — Karl Marx.
Vê-se que o Mundo Melhor constitui, em tese, o sonho de purificação da humanidade, o aperfeiçoamento do ente e o sentido que teria na consecução do Universo, a nosso ver, como paradigma da perfeição e porque não dizer, sua transcendência.
Por que tanto sonha a humanidade? Teriam razão nossos já sonhadores pósteros? Ora, segundo as Escrituras, o próprio Criador teria criado a primeira das maiores utopias: o Paraíso, onde teria colocado nossos protótipos ancestrais, Adão e Eva. E sabe-se, ao vislumbrar-se o painel histórico da humanidade que o sonho da felicidade humana jamais foi alcançada. Sê-la-á, um dia?
Um filme muito providencial, ao nos debruçar sobre tão meditabundo assunto da felicidade humana, veio do canal Netflix, intitulado Ele Está de Volta. Ele é nada menos que Hitler, que teria sobrevivido no seu bunker. Ele caminha por Berlim no ano de 2014 e fica estarrecido, pois só encontra desgraça, brigas, a Alemanha com economia desorganizada, vagabundos nas ruas, greves, passeatas de LGBT, imigrantes em toda parte. Todo mundo acha que ele, Hitler, não passa de um palhaço, a divertir as pessoas, mas começam a se interessar pelo que ele diz, que está tudo errado, que é preciso consertar o País, chega a ser elogiado, inclusive nos programas que faz na TV. Acaba virando espécie de herói.
Se revertermos essa hilária estória e a aplicarmos ao nosso mundo atual e ao Brasil, observamos o quanto nosso tempo tem se degringolado. O mundo em desgoverno, desconcerto das nações, as pessoas desorientadas, os jovens sem sentido da vida, a avalanche das ideologias. E por aí vai, enquanto, hoje, para testar a qualidade de vida do humanoide, somos atacados por uma pandemia viral, esse famélico Covid-19, o Coronavírus. E o mundo, nós, sobreviventes da Terra de Santa Cruz, emparedados por uma quarentena sem fim.
Nestas apopléticas circunstâncias, quem se propõe restaurar a estabilidade do mundo e a nossa? Nos Estados Unidos, Trump? E no Brasil,  — Bolsonaro? Ambos, que se propuseram pegar o boi à unha e reedificarem suas nações, agora sofrem crítica e ação ferrenha dos opositores, a esquerda militante, o vandalismo social e o trabalho diário de uma mídia apócrifa, vendida ao poder globalista do momento. Dias atrás, uma médica de 34 anos, sem qualquer ingerência em atos lesivos ou cor política, é assassinada em tentativa de sequestro na linha vermelha, Rio de Janeiro. E incrível — a mídia fez vista grossa do assunto.
É assim que, em nosso torrão as coisas vão acontecendo, com cenários estapafúrdios: de um lado um Presidente, eleito com mais de 50% de votos, acuado por uma oposição que não aceita perder no jogo democrático, sob o fogo cerrado de artifícios jurídicos inconstitucionais — é impedido de governar. E mais, açoitado diariamente por uma mídia incauta e antipatriota. De quebra a pandemia, o povo trancado dentro de casa, sem trabalhar.
Que se há de fazer, senão orar, orar e isto, sim, esperar que o COVID-19, dê cabo dessa safadeza toda e por algum jeito e forma ensine nosso povo a pensar.
CDL/Bsb, 26.06.20