terça-feira, 24 de setembro de 2024

                                   ENRAIZAMENTO E PERSONALISMO

             — ESTRATÉGIAS  CRÍSTICAS

 



        Simone Weil (1904-43) e Emmanuel Mounier (1905-50) foram dois filósofos franceses que nos legaram duas contribuições, a nosso ver, muito importantes ao ideal cristão. Sobretudo devido a influência que os dois pensamentos influíram num período agônico da civilização dita ocidental, as duas guerras mundiais, vertentes e decorrentes do comunismo stalinista e nazismo de Hitler.

Os dois, em tempos obscuros, nos quais prevaleciam o ódio e a violência, o mundo em estado de apatia, onde o medo e a paralisia mental e filosófica grassavam, ante essas duas catástrofes, não só físicas como filosóficas, os dois Simone Weil e Emmanuel Mounier tornaram-se, por assim dizer, os baluartes desse pensamento novo, dessa filosofia que sob os aportes de dois grandes pensadores, ousavam desafiar essas catástrofes, com diretrizes calcadas na razão,  no sentimento e sobretudo estimuladas pela  fé, a preconizar uma renovação  no cristianismo. 

Embora sem nunca terem se encontrado, os dois filósofos, a professora recém-formada Simone Weil, judia e recentemente aderente aos ideais cristãos e Emmanuel Mounier, jornalista combatente, filósofo, altruísta e defensor da liberdade, juntaram seu idealismo, para se oporem à violência, ao tribalismo então vigente, seja do lado alemão e seus comparsas e o terrorismo crescente do comunismo na Europa e no mundo.  

De um lado, Weil calca-se  no pensamento de Sócrates, Aristóteles e Platão,  mas de visão mais moderna, impregna-se dos ditames socialistas em  voga, enquanto procura  uma saída, diríamos  místico-realista, em face da violência  de um capitalismo selvagem crescente e o aforismo anunciado pelo marxismo supostamente salvacionista. Crê-se, em princípio, defensora da classe trabalhadora, inclusive como operária de um fábrica, depois, adere  aos atavios ilusórios do socialismo,  inclusive,  participa da Revolução Espanhola, da qual foge decepcionada e frustrada em todos os sentidos. Já de certo modo convertida às ideias cristãs, Weil cria uma filosofia própria, de um heroísmo brilhante, capaz de agir como salvação para o crescente materialismo, enquanto os preceitos evangélicos perdem sua energia mística. É o que ela em livro modelar denomina de a teoria do Enraizamento, força místico-religiosa capaz de unir as pessoas, as classes sociais e dar-lhes o vigor  necessário de transformação das sociedades  até capaz de elevar o mundo, então em crise.

Já Mounier, por circunstância do destino, sem nunca ter se encontrado com Weil, embora vividos à mesma época, foi um jornalista combatente, de ideário cristão, educado em família católica, desde cedo defendeu os ideais evangélicos. Fundou um jornal Le Spirit, no qual combatia com fervor os ideais de fraternidade, sobretudo defendendo a liberdade, ante a violência das correntes oportunistas, o socialismo e os regimes de força que iniciam viger à época, como o nazismo hitlerista e o regime de Mussolini na Itália. Como defensor tenaz da liberdade, prerrogativa essencial ao ser humano, Mounier, também filósofo, fundamenta suas ideias liberais na  teoria que denominou Personalismo Cristão . Segundo ele, o ser humano é dotado de personalidade totalmente livre, imune a qualquer outra força que  ofenda  a sua personalidade, seu eu interior cujo lema é a liberdade. Sua personalidade livre não o força, no entanto, a se confiar ao outro, a se mostrar altruísta e nobre respeitando as pessoas, isto é, ser solidário, em atos e pretensões. O personalismo teórico de Mounier não o priva, entretanto, de acreditar nos benefícios criados pela modernidade, e não se tornar retrógrado. Em seu famoso livro, que consideramos sua obra prima Le Petit Peur du XX éme Siécle — Mounier nos dá uma aula de modernidade, inclusive prevendo as benfeitorias da máquina, como um dos maiores instrumentos da civilização moderna. Compara nossos braços e pernas como máquinas, máquinas da evolução do ser humano, iguais aos instrumentos maquinicos das invenções humanas.

A nosso ver, a traços evidentemente muito largos quanto as duas formulações filosóficas, os dois reconhecidos apóstolos modernos do cristianismo, Weil e Mounier, nos bastam para considerar as duas proposições fundamentais, se quisermos  obter uma resposta construtiva, visando uma sociedade mais justa, e ao mesmo tempo progressista, sem nos envolver no cientificismo materialista e relativista. Ao mesmo tempo — claro que teoricamente — seria talvez a solução mais viável de melhoria de nosso problemático mundo. Quem sabe não aderíamos  a velha, mas belíssima saída, preconizada por Leibniz de o mundo possível, que não discorda muito do Novo Reino previsto messianicamente pelo Mestre dos Mestres nos Evangelhos.


Bsb, 25.09.24


 


quinta-feira, 19 de setembro de 2024

                          LONGA PÉTALA DE MAR

— EPOPEIA OU TRAGÉDIA?

 

                                                     Murilo Moreira Veras

 

O livro em discussão no próximo dia 26.09.24 no Clube do Livro é da escritora peruana Isabel Allende com o título Longa Pétala de Mar. Informo que não foi minha opção.

1.    Prólogo

 

Na realidade o livro é a história, romanceada, da Guerra Civil Espanhola, ocorrida em 1936 e finda em 1939 — portanto três anos de violência, mortes, brutalidade de ambos os lados do entrevero, tanto do General Franco, quanto dos chamados republicanos, alinhados ao comunismo mundial. Franco, referem os historiadores, aliado ao nazismo de Hitler e ao ditador Mussolini, enquanto os ditos republicanos, tutelados pelo comunismo de Stalin. A guerra deixou um saldo de cerca de 2 milhões de mortos, segundo a Wikipédia.

 

2.    À guisa de Enredo

 

Numa atmosfera de romance trágico,   a autora cria uma narrativa tendo como pano de fundo a guerra que inundou a Espanha de sangue, abalando o mundo por idealismos partidaristas. O ator principal que transita por toda a tragédia é Victor Dalmar e sua família, ele combatente ao lado dos republicanos, primeiro como paramédico, depois médico formado. Ele e familiares, envolvidos. O irmão Guillem curte a violência, acaba se casando com Roser, uma moça abandonada, criada em convento de freiras, mas maltratada e até vilipendiada. Pai e mãe unidos pelo mesmo ideal de liberdade, ambos agnósticos, contra o catolicismo e crentes na solução de que serão libertos pelo comunismo universal. Traídos por Stalin, que abandona seus pupilos e atraídos por uma fé num suposto companheirismo universal, na realidade não passando de utopia, os tais revoltosos perdem o entrevero, cruelmente. E então surge o salvador da pátria no imbróglio, espécie de herói épico — Pablo Neruda, poeta chileno, prêmio Nobel. Com a derrocada total dos revolucionários, embaixador do Chile à época, Neruda ajuda a transportar os desterrados da guerra para o Chile, que os aceita, graças a autoridade do famoso poeta. Então, os imigrantes, refugiados da guerra civil, são levados para o Chile.

O título do livro a autora retira de trecho de poema de Neruda — longa pétala de mar — o navio que transporta os imigrantes tem o nome  de Winnepig, cujo capitão odiava comunistas e suspeito de que desviaria o curso do tal navio, mas que, afinal, foi absolutamente correto na empreitada. Os agora apátridas foram recebidos com ovações populares, graças a Salvador Allende, pouco depois tornado Presidente do Chile.

No Chile, Victor Dalmau é muito bem recebido, com emprego como médico, já formado, graças a Allende, do qual se torna amicíssimo, a ponto de os dois jogarem xadrez juntos. Mas, eis uma reviravolta na história da prodigiosa autora, sobrinha de Allende. Dá-se uma reviravolta na política chilena. O Chile , então esquerdista, é retomado à força pelo exército, à frente o famigerado General Augusto Pinochet em golpe de estado. Agora os comunistas são perseguidos, inclusive nosso protegido de Allende. Pois em defesa de seu regime Allende é morto, defendendo seu governo e todo o regime influenciado por Fidel Castro, ditador cubano. Resultado — Dalmau de novo é repatriado para um campo de concentração por ter sido amigo de Allende.

Entrementes, espécie de entreato na epopeia de Victor Dalmau, a autora cria um suspense de amor proibido entre ele, médico já famoso, com uma dondoca de família rica chilena, cujo pai e filhos são a favor de Pinochet e contra os comunistas. É a estória de Ofélia del Soler, que se apaixona por Victor, os dois mantêm um conúbio amoroso durante muito tempo, embora o médico seja casado com Roser, mas apenas de fachada — Roser na realidade era a paixão de Guillen, irmão de Victor, morto em batalha. O romance é quebrado, Ofélia se desencanta com o conúbio proibido pela família, casa-se com antigo noivo.

 Grosso modo, este é o panorama da tragédia de Victor Dalmau, espécie de pivô do devaneio famélico criado pela Guerra Civil da Espanha e a tragédia decorrente,  astuciosamente explorado pela autora.

 

3.   Conclusão

 

Como especifiquei, não foi minha opção de leitura, o tema não me agrada, minha idade não se adunca com esse tipo de temática. Toda revolução implica em terrorismo, desordem social, capaz de gerar apopléticas discussões. Prefiro, hoje, me enternecer e acolher assuntos com temas de beleza, amor, o sentido da vida, como viver neste mundo de transformações violentas. Não me trazem benefício algum esses temas abordados .Pelo sim pelo não, para não me entenderem como espécie de pessoa blasée, só tenho que dizer o seguinte — tudo não passa de memes, invectivas de mal gosto. Isto para não ser alvo de cadeirada, agora em uso como resposta midiática.

                                                          

                                                                              Bsb, 19.09.24

 

 

 

 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

                               A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

                                  SALVARÁ   O   MUNDO?



 

           Será crível, pelo menos no nosso estágio civilizatório, que todos os problemas da humanidade serão resolvidos através da ciência? A máquina como solução salvadora capaz de atender todas as pretensões humanas, bastando ligar uma estrovenga maquínica, num passe de mágica?

                         Esse élan vital salvacionista não é de hoje, vem de priscas eras. Descobriu-se na Grécia, encontrado no fundo do mar Egeu uma geringonça, chamada de antythera, que seria nada menos que o primata do nosso computador. Vê-se que já era pretensão dos humanos alcançarem a felicidade terrena, certamente mediante os arroubos da tecnologia.

                     Mas será que o milagre da técnica alcançará tal grau de perfeição, a ponto de satisfazer todas as necessidades humanas?

                    Embora seja essa a pretensão  dos cientistas mais ousados, o mínimo que podemos alcançar seria ousarmos o patamar de um mundo possível de atendimento, aliás previsto nada menos que pelo sábio medieval Leibniz.

               O mundo impossível sonhado pela mais moderna tecnologia, que seria ultrapassar as fronteiras da técnica, tornaria a humanidade mais feliz? Dariam fim as guerras entre as nações, solucionaria a fome e a miséria existente? O ser humano se libertaria das paixões pessoais, seria melhor ou pior do que somos hoje?

              Qual seria o sentido da vida se a super tecnologia alcançasse níveis impressionantes de desenvolvimento, mas cuja perfectibilidade desobedecesse os padrões morais, éticos e estéticos?

            Ora, seríamos transformados não mais num ser humano, mas um ente transpessoal, cuja intenção seria superar a própria máquina.

           Eis o que seria esse novel ser humano, de certo equiparado a um autômato,  tendo  ainda de competir com o deslumbramento da robotização.

          Em contrapartida, talvez haja esperança de que com os últimos  avanços tecnológicos, da chamada inteligência artificial – IA, essa espécie de magia, hoje cada vez de uso impactante, o ser humano ouse atravessar a barreira do impossível, desde que obedeça  padrões de interferência éticos-morais, contenha-se com os estatutos alcançáveis de dignidade humana.

            Aliás, se nos abeberarmos melhor e nos debruçarmos com espírito mas acrítico e pragmático, nos ensinamentos da doutrina cristã, inclusive os provindos do Mestre Jesus quando nos fala de um Novo Reino a ser construído e instalação de uma Nova Jerusalem, onde, para construí-la propugnarão os que têm sede de justiça, talvez não seja uma alienação a humanidade alcançar um nível de perfeição condizente com um mundo possível de fraternidade, dignidade e justiça.

           Por assim dizer estaria certo o nosso sensatíssimo gênio que foi Leibniz quando nos predisse essa espécie de IA para um mundo realmente possível.

                                                          Bsb, 6.07.24

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 9 de agosto de 2024


                                TODOS ACORDADOS PARA O CAOS

 



Pois agora virou moda —Stay Woken, é o mundo de cabeça virada, a mais nova doidice que vem açoitando as pessoas, de certo os menos avisados. Não, muita gente boa já está caindo nessa vertigem. Imaginem que essa idiotice já penetrou inclusive na Igreja Católica.

Preparem-se, essa onda virulenta de absurdidade, não é coisa nova não. Vem dos tempos mais ou menos ancestrais. Nos séculos V e IV a.C o veneno começou a aparecer. Sabem de quem, nada menos dos sofistas, aqueles caras metidos a sabichões na Grécia, em Atenas, que ensinavam uma suposta sabedoria, cobravam pelas aulas, coisa à época considerada abusiva, criavam escolas e se batiam com Platão, Aristóteles e Sócrates, estes, sim, os verdadeiros filósofos. Um deles chamava-se Protágoras a quem se atribui o famoso dito, citadíssimo pelos nossos esquerdistas de meia tigela, filhotes de Gramsci: O homem é a medida de todas as coisas — talvez o primeiro stay woken da história, e uma récua deles a viralizarem mundo afora, inundando a história, a cultura, a razão e a verdadeira sabedoria. A coisa ficou meio parada, criando mais fôlego, como fogo morto que de repente se renova, em labaredas — e eis que em nosso tempo, aí por volta de 1960, surge, movido por sopros de descontentes com o mundo, sua beleza, a fé e a razão, eis que surge, nos States o movimento chamado Punk, fruto da contracultura, este saído da cabeça de supostos intelectuais, William Bourrougs, Guinsberg e Jack Krouac, com sua fórmula mágica viver como quiser e drogados. Depois, os consequentes movimentos que vem enfeitiçando a galera, beatnick, rock and roll, e seus afins ideologia do gênero, LGBT, feminismo — tudo isto supervisionado pelo existencialismo — filosofia que invadiu o mundo, à conta de Sartre e outros sofistas modernos.

Sabem como isto surgiu na modernidade? Digo-lhes através de duas correntes, uma embutida na outra, os enciclopedistas franceses e o iluminismo de Voltaire, Rousseau, D’Alembert, Diderot e et allia, que acabou originando um dos maiores e estúpidos movimentos da história, que foi a Revolução Francesa.

Afinal em que consiste essa nova onda de que tanto se fala nas redes sociais, mídia, jornais, revistas e na cabeça de tantas pessoas. Sabem aquela coisa chamada droga, o LSD, é isso aí, meus amigos, é isto de que vale esse velho novo movimento. Vem do termo inglês Stay Woken, fique acordado, seja esperto, abramos os olhos, ou — vamos botar pra quebrar. E em seguida os instrutores, os sabichões, logo se aproveitam. Principalmente a esquerda militante que adora o movimento. Claro, ótimo, enfia essa porcaria comunista no crâneo dessa moçada, mas antes vamos converter os professores, os políticos, agora até os religiosos — tudo agora tem de ser Woke, novo, reformado, o passado não conta mais, o negócio agora é ser pra-frente-tex, até os ensinamentos de Jesus, muda tudo, amar todos numa boa, vamos casar, descasar e fazer o que lhe vier na telha, isso é ser moderno, paz e amor, moçada, cultura pop, adeus gêneros, o negócio é estar na onda! 

Foi a partir de 2010 que esse furacão de ignorância se ativou no mundo, os tais Black Lives Matter.

Nós que não estamos nessa onda, sabemos muito bem de onde veio isto — foi quando a chamada modernidade ousou colocar para os dias hoje o grande sofisma criado por Protágoras, antes de Cristo: O homem é a medida de todas as coisas. Sim, desde que a medida seja feita com sabedoria, contenha-se com a verdade e fé, naquilo que faz, mede e vive, do contrário não passa de um ser desordenado pela desrazão.

Cultura Woke, Cruzes! — é a pior onda que vem se abatendo nesse nosso velho novo mundo.

                                                        Bsb, 9.08.24      

 

 

quarta-feira, 31 de julho de 2024


 
                           ESBÓRNIA    CIVILIZATÓRIA




Certo personagem de O Tempo e o Vento, livro de Érico Veríssimo, declara sobre as incertezas do mundo — mundo velho sem porteira!

Será que não vivemos isto hoje nesse estranho mundo — um mundo, um novo mundo sem porteira?

Nós que já ultrapassamos a barreira dos anos, não podemos esquecer daquele nosso tempo. Ah, sim, meus amigos  — como era verde o meu vale. Aliás, foi o título de um bom filme aí pelos idos de 1940.

Ora pois, pois, como dirá nossos bons lusitanos — mas aquele cientista lá do iluminismo não  disse alto e bom som “ caminhai sempre para frente e a confiança vos acompanhará”?. Só uma coisa, nosso iluminista esquece que nós, nos tempos atuais, perdemos a confiança, trocamo-la pela desesperança, a ignorância.

Por essas e outras é que nosso mundo que, dito agora futuro, está se tornando uma verdadeira “ esbórnia civilizatória”. Sabem por que? Porque o ser humano de há muito perdeu ou vem perdendo a tramontana. As pessoas parecem ter perdido o tino de viver. Isto é, degringolou de vez.

Há certas coisas nesse suposto Mundo Novo que uma pessoa de cabeça boa não entende. Ou então estamos regredindo, a despeito de toda essa parafernália que nos envolve, os trambolhos tecnológicos de que nos utilizamos para trabalhar, viver e solucionar os problemas da vida. É isso que apelidamos de progresso? — a ilicitude, o desvairo, o capcioso da média, a falta de gosto, enfim essa verdadeira fobia que assola como fogo nas atitudes das pessoas, a insensatez de espíritos, espécie de loucura viral que atinge o mundo, a ignorância grassa que já ultrapassa a glosa sartriana de “viver por viver”?

Para sermos mais precisos, ousamos elencar alguns absurdos a ocorrerem hoje, nos tempos em que vivemos — coisas e fatos que nunca em sã consciência pudessem ocorrer.

Segundo laive (neologismo criado na internet para  dizer apresentação) do Prof. Pierluigi Piazzi, inclusive já falecido — as pessoas inteligentes estão desaparecendo — declarou apoiado em dados estatísticos que “metade da população dos brasileiros tem a mentalidade de um macaco!”

Na apresentação recente das Olimpíadas de 2.024, em Paris — veja só o absurdo que aconteceu: a tal da famosa apresentação, que não foi feita em estádios, mas no centro de Paris, em holograma (técnica moderníssima da IA), isto é, postas no ar figuras representativas da história da França, e do mundo,  com figuras relevantes da arte e cultura, uma delas expondo nada menos a Ceia de Jesus com seus discípulos, não do Mestre, mas em seu lugar o deus pagão Baco representando Jesus.

Tirante o sentido alegórico da chiste, é claro que o fato tinha por objetivo atingir o cristianismo, desmoralizando a última Ceia de Jesus, apesar de se tratar, como sabemos, de uma pintura célebre, inclusive constante do acervo pictórico do Vaticano. A brincadeira desrespeitosa viralizou na internet, foi um aleive, uma indignidade. Imaginem se fizessem isso com a figura de Maomé, a repercussão seria um banho de sangue — aliás como já ocorreu no passado recente, inclusive em Paris. Observe-se a grita que foi do lado dos cristãos, naturalmente, porque a galera dos materialistas e esquerdistas de certo adoraram.

E tudo ficou como dantes na casa de Abrantes. O tal Comitê Olímpico não se justificou. Macron só fez cair algumas lágrimas à guisa de desaponto.

E assim caminha a humanidade — com que propósito senão deslustrar a civilização que parece se destinar à destruição, ao niilismo total. Quanto a nós pobres mortais, como ficamos, perdemos a esperança de alcançar um Mundo Melhor, mesmo o possível de Leibniz, nós que ainda acreditamos nos valores crísticos e queremos transmiti-los a nossos filhos, netos e bisnetos — como ficamos?

É a pergunta que brada aos céus e dos túmulos  inauditos de nossos grandes sábios ouviremos ressoar diante de tanto descaso, ignomínia, desamor e impiedade.

Que cesse tudo, enquanto a Musa canta que um brado mais alto se alevanta —  é o Criador pedindo as contas à criatura desobediente desumanizada.

                                                      Bsb, 31.07.24

 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

 C                       cOMODITES, GÊNIOS, COMPETÊNCIA

          E OUTROS ATOS E FATOS ATUAIS

 





Tem-nos dado tratos à bola, certos  atos e fatos que veem transtornando nosso mundo e o comportamento das pessoas. Talvez devido, ao que acredito, à velocidade com que seus habitantes são  atacados pela fobia da modernidade e ao que chamamos  de Inteligência Artificial – IA.

Acontece que nem todos nós somos vitimados por essa doença, ou seja, há naturalmente os que dela se salvam — embora cada vez menos sejam na realidade os dela vacinados.

Observemos com uma lente de curiosidade mais potente, o que ocorre no mundo e, mais de perto, em nosso País.

Nossos supostos maravilhosos administradores, por exemplo, não atentaram, ou talvez nunca tenham se apercebido, por incúria e acefalia congênita aos políticos e financistas, que nossas riquezas naturais estão se esgotando a cada dia, a cada hora e a cada minuto. Um dia, talvez amanhã, quem sabe, nosso País se tornará um deserto e nosso povo, coitado, passando fome, nossas riquezas naturais ido para o brejo. Enquanto lá fora, nossos supostos amigos estrangeiros enriquecem, se embelezam, criam cidades fantásticas, vivem à forra, embora só se refastelem os milionários — tudo a custa de nossas riquezas, que vendemos, nossas famosas comodities, ninguém tem certeza se a preço de banana, posto que as transações foram feitas pelos políticos, financistas, ou simplesmente ladrões de paletó e gravata, incompetentes, o que podemos apelidar, serem, à la francesa, les incompetains.

Ora, recapitulemos. Não foram assim que lá pela época do desenvolvimento, quando fomos colonizados, não nos rapinaram nosso pau-brasil, madeira que foi parar na mesa e cadeiras da oligarquia inglesa, não esgotaram nosso ouro para servir de badulaques às princesas das cortes europeias?

Reptemos — nossos mandachuvas políticos e et allia têm ciência disso, quais as providências tomadas? Pelo que sabemos, nós do baixo clero da República, desconhecemos tais medidas preventivas. Como, se a ignorância grassa entre nosso povo, tirante meia dúzia de felizardos?

E assim lá nave va — não foram a mão de Nosso Senhor e os cuidados de Nossa Mãe, sim, já teríamos  ido pro brejo mais cedo. Não fomos o berço de um gênio chamado Ruy Barbosa, que, no entanto nunca conseguiu ser Presidente da República? Por quê? Porque o governo foi atacado nada menos por uma chusma de incompetentes. O que esperar, se um homem ilustre, verdadeiramente um sábio, nosso Dom Pedro II, foi expulso do País, quase a ponta pé, por um dos maiores incompetentes de nossa história republicana?

Não pensem que só aconteceu ou acontece nesse nosso maravilhoso Brasil de riquezas mil. Acontece no mundo todo, basta dá uma espiadela no que ocorre nesse nosso espoliado planeta — que dizem ser o único habitado em todo o Universo, não no dito cujo propriamente, que pertence à Natureza gerida pelo Senhor Onipotente, mas nas pessoas e nas teorias delas emanadas, os quais são os que realmente governam ou desgovernam este nosso mundo.

Haja santa paciência para compreender tudo isso, talvez já tenha  até se esgotado pela trilha já percorrida.

                                                  Bsb, 22.07.24

domingo, 14 de julho de 2024

 

O PODER GLOBAL E A NOVA

RELIGIÃO UNIVERSAL

 

 

 


 

 

 

 

Falemos hoje sobre assunto que vem causando tumulto em nosso País e em todo o mundo — a chamada Nova Ordem Mundial, ou em inglês New Word Order (NWO). O tema é discutido em todas as áreas, sob parâmetros os mais diversos, embora obtusos, pelo menos do ponto de vista ético-político.

Afinal, o que é essa tal Nova Ordem Mundial (NWO), como surgiu, quem são os pais desse fenômeno, que surge para equalizar todas as nações, com a fantasia de transformar o mundo, melhorar as condições de vida e  efetivar de fato a “aldeia global”, sonho do filósofo e comunicador canadense McLuhan na década de 1960?

Na verdade é um conjunto de ideias e procedimentos que vem sendo corriqueiros nos meios mediáticos. Faz parte das conspirações que, hoje, viralizam nos principais meios políticos internacionais e que visam nada menos do que implantar a globalização mundial.

Segundos pesquisadores, não se trata de uma ideia nova, retroage a tempos quase imemoriais, agora, naturalmente revitalizado sob novas e fascinantes vestes, graças à modernidade que nos tem ilustrado nosso tempo, onde tudo é possível e realizável. Se consultarmos os alfarrábios, a NWO é nada menos que, em outras roupagens, as velhos utopias, com que sempre tm sonhado os seres humanos. Desde Platão, quando erigiu sus famosos diálogos em A República em 360 aC. Em 1516, na Inglaterra a famosa Utopia de Thomas More. Também em 1580 com o sonho dourado de Tommaso Campanella. Também de Francis Bacon com sua Nova Atlantis em 1680. Ou ainda de Rabelais, com sua Gargântua e Pantagruel, em 1653. Também de Fénelon, 1699 nas suas Aventuras de Telêmaco. E se pesquisarmos mais fundo vamos encontrar uns cem números de outros sonhos utópicos na historiografia mundial. Modernamente o escritor inglês de  ficção científica H.G. Wells, em 1906 com sua Utopia Moderna, George Orwell com 1894, em 1949, a Ilha, de Aldous Huxley, em 1962, as Cidades Invisíveis de Ítalo Calvino em 1972 e a Odisseia Final, de Arthur Clarke, em 1997.

A NOM seria talvez a mais recente modalidade do utopismo, pois sob o embuço de transformar o mundo, na realidade pode se tornar virulento instrumento de escravização da humanidade. Além de ser a teoria conspiratória de maior audiência no momento..

Pode-se dizer que o gatilho preparatório para implantação da Nova Ordem seria o que ventila pelo mercado ideológico como Nova Era. Sem falar que decorre das fantásticas teorias conspiratórias que veem atemorizando o mundo, multas falsas, mas sempre capazes de influenciarem o ainda frágil pensamento humano. Não teria sido essa a razão do desconstrutivismo gerado dede 1990 com a chamada contracultura?

Utopia, Nova Ordem Mundial, Nova Religião — tudo são, digamos, farinha do mesmo saco, ingredientes que compõem o maquiavélico construtivismo? Aquele mesmo movimento indigesto supostamente filosófico, apregoado a quatro ventos pelo filósofo francês Jacques Derrida?

O aforismo geral é de que a tal nova Nova Ordem Mundial se trata de um movimento natural e essencialmente progressista, espécie de condição mágica a solucionar todos os problemas da humanidade, sociais, políticos, econômicos e até religiosos. Sim, porque um dos ditames subliminares reinantes entre seus adeptos é de que “...no fundo todas as religiões são iguais.”

Tirante as inúmeras versões conspiratórias — maçonaria, iluminati, Protocolo Sábios do Sião, Round Table, quarto Reich, invasão alienígena, Brave New Word, vigilância maciça, ocultismo, controle populacional  — o certo é que todas são anomalias que se propagam e alcançam admiradores.

É preciso, pois, que nos acautelemos todos contra essas  malversações ideológicas. E por se tornar a mais virulenta de todas por interferir na espiritualidade do ser humano, colaborando para sua descrença na Religião e responsável pela viralização do ateísmo no mundo, é sem dúvida, a nosso ver a chamada NOVA ERA.

E uma coisa que as pessoas menos avisadas não sabem, fazem vista grossa, é que essa dita Nova Era, falsamente voltada para um tipo de  espiritualidade, tem sido na verdade campo propício de que tem valido o joio gramisciano, pelo qual se espalha a ideologia marxista, o veneno mais insidioso que vem esfacelando toda a base da cultura judaico-cristã, responsável pela implantação do processo civilizatório da humanidade

 

                                                   Bsb, 14.07.24