sábado, 24 de novembro de 2018




         BRASIL :  TERRA PAPAGALLI
     OU  TERRA DE SANTA CRUZ?





Nosso País tem sido objeto de crítica ao longo de sua história. Sem falar naquela frase atribuída ao General De Gaule, de que o Brasil não era um País sério. Pois bem, dois escritores nativos lançaram há algum tempo o livro “Terra Papagalli. Os autores José Roberto Toredo e Marcus Aurelius Pimenta ridicularizam o Brasil, com base na crônica histórica de Pero Vaz de Caminha. A crítica de muito mau gosto, por sinal, arrasa com o povo, chegando a anatemati zar dez mandamentos para os viventes da Terra dos Papagaios.
Segundo tais mandamentos o brasileiro é por demais crédulo, fácil de ser convencido, vendilhão e entreguista por natureza, como funcionário público é preguiçoso, sem caráter, recebe propina, de tal ordem que é pessoa inconfiável, não solidária e egoísta, conformando-se com receber títulos, comendas e toda espécie de benesse. O último desses mandamentos reza que “naquela terra de fomes tantas e lei tão pouca, quem não come é comido.”  Certamente alusão à antropofagia de certas tribos indígenas.
Tirante os exageros, cinco séculos depois e após os treze anos de governança do PT, o País parece que espelha com certa fidelidade esse cenário perverso — terra habitada por papagaios!
Felizmente, para gáudio de todos nós que ainda confiamos no Brasil porque é nossa Pátria, eis que surge uma luz no fim do túnel da história — a recente eleição de um representante da ala conservadora, que, para desplante do esquerdismo que arrasou o País, teve a coragem de na sua campanha ter como lema “a Pátria acima de tudo e Deus acima de todos”.
E, pasmem todos nós, o efeito Bolsonaro já se faz transparecer nessa sofrida Terra Papagalli. É a esperança que urge renascer depois do País ter sido massacrado pela corrupção, a maioria de seu povo manipulado pela esquerda ideológica do PT, pessoas até de bem e toda a mídia — sobretudo nossa educação — não há negar, toda essas instâncias  inquinadas de sofismas marxistas, falsas promessas e todo esse engodo de que foi vítima o povo brasileiro. O resultado foi catastrófico: desperdício de nossa cultura, intelectuais e artistas,  quase a totalidade, envenenados pela mística populista, satanizada pela dialética  gramisciana, cujo objetivo é exterminar toda a civilização judaico-cristã, mediante  desconstrutivismo fraudulento, para não dizer criminoso.
Para piorar tal cenário, nossa estrutura educativa, desde os anos 40 e 50, tem sido influenciada pela ideologia marxista, às vezes camuflada de neo-liberalismo, graças à interveniência de Paulo Freire e seu método mágico Pedagogia do Oprimido. Hoje está completamente alijado de qualquer sistema educacional, até pelos seus colaboradores que o apelidaram de saco-de-vento. Em vez de pedagogia do oprimido, seria mais opressão ao oprimido, pois impõe ao suposto oprimido regras e conceitos impostos pelo próprio Estado regulador. Ora, segundo artigo de David Gueiros no site “Mídia Sem Máscara”, trata-se na realidade de plágio do americano Frank Laubach. Imaginem quem eram os personagens mais elogiados pelo nosso Freire — Fidel Castro, Che Guevara, Mao-Tse-Tung. Resta dizer que esse senhor Paulo Freire foi elevado a Patrono da Educação Brasileira. Não precisa dizer mais.
Pelo sim, pelo não, o certo é que o efeito Bolsonaro está revolucionado o País e com ele esperamos que jamais o Brasil se torne Terra de Papagalli, mas Terra de Santa Cruz, o Brasil dos Brasileiros.
CDL/BSB, 24,11,18





domingo, 14 de outubro de 2018



CONTRADITA   À  DESFAÇATEZ  POLÍTICA










Nestes conturbados dias que antecedem às eleições presidenciais definitivas, a disputa entre os dois candidatos é tão acirrada que mais parece um ringue — ataques e defesas se confrontam, à solta, sobretudo quanto à língua solerte da esquerda festiva, que teme a perda do poder.
Neste clima, vem-nos à baila o fato da ocorrência, entre os cultores da inteligência, as chamadas “imposturas intelectuais”. Se eles, os embustes grassam desenvoltos nos meios artísticos, culturais e científicos, até de maneira lesiva, da mesma forma, em política, prevaricam os fomentadores do ódio e do nefelibatismo mental. Desse modo e arte, as campanhas viralizam cenas e imagens torpes, profanando as “redes sociais”, que utilizam livremente os espaços dessa espécie de maga da comunicação moderna, onde todo mundo tem vaga e vez para dizer o quiser, difamar os seus desafetos, acobertados pela impunidade.
Quer dizer que regredimos à barbárie, quando não se respeita mais o direito do outro? Democracia, livre arbítrio e liberdade de expressão significa denegrir o adversário numa disputa eletiva? Como ficam os preceitos da boa convivência, a educação, a ética contida nos estatutos da sociabilidade — no lixo?
Vê-se que as “imposturas intelectuais” denunciadas por Alan Sokal e Jean Bricmont, a destemida dupla do livro com o mesmo título, que tanto furor causou nos meios acadêmicos franceses e americanos, nos idos de 1999, desmascarando mitos eruditos como Lacan, Deleuse, Kristeva, et allia, continuam mais vigorantes do que nunca. Alguns dos “doutores” de nossos meios cults, escritores, professores, filósofos, historiadores, e que tais, apadrinhados com meia dúzia de artistas, cantores e representantes midiáticos, indolentes beneficiários da Lei Rouanet, fazem coro, criam fake news, subvertem os fatos. Formam eles — intelectuais e artistas — uma trupe de trapaceiros a forjarem peçonhas, notícias falsas e até atitudes vergonhosas. Haja vista a difusão nas redes sociais de uma enxurrada de truques, difamações, praticadas e fomentadas por elementos da esquerda contra o candidato da direita.
Campanha política ou troca de insultos pessoais, que chegam ao nível de baixaria, não condizente com a dignidade humana. Não são mais “imposturas”, mas falta de caráter mesmo, isto de que o “esquerdismo brasileiro” vem fazendo uso e — pasmem — seus asseclas, apoiados pela mídia, que, assim, aumenta suas audiências e engorda os ganhos milionários. Tudo correndo à custa de espectadores nefelibatas, que se tornam inocentes úteis, zumbis, manipulados pelas TVs, programas, anúncios e informações deformadas, à guisa de comunicação.
 “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes!” — perdeu-se a dignidade, a hombridade, o respeito. É o vale tudo, a algaravia dos costumes. Até os símbolos religiosos são desrespeitados. Voltaire, ó Voltaire, estavas certo com tuas invectivas moralistas: “Mente, mente, e alguma coisa ficará...”
O País  surtou — não a Pátria de D. Pedro II, de Visconde de Mauá, de Manuel Beckman, de João Francisco Lisboa, de Sotero dos Reis e tantos outros pósteros. Rui Barbosa estremece em seu túmulo, de ver no seu torrão pátrio proliferar tanta desonestidade, justificando suas proféticas palavras: “...De tanto ver triunfar as nulidades, o cidadão comum sente vergonha de ser honesto.
Imaginem o absurdo: um padre católico viraliza nas redes sociais sua imagem fazendo gesto de quem esfaqueia o inimigo, a gritar raivoso — “... é o que ele merece!”
“Em que sol, em que estrela tu t’esconde, Senhor Deus?”  Rasga-se o Evangelho em plena luz do dia, à sombra de Jesus Crucificado. E a bestialidade continua, quando, noutro momento, é-nos mostrado o candidato do PT e sua vice recebendo a comunhão, enquanto noutra postação essa mesma vice braveja alto e bom som, que é anticristã e que, vencendo as eleições, promoverá a retirada dos símbolos sagrados de todos os órgãos federais, assim como acabar com os feriados religiosos, por inúteis. Não foi muito diferente do que disse certa professora de filosofia, em palestra, gritando aos berros: “Eu odeio a classe média!”
Eis o clima que temos suportar, espécie  de antífona sacrílega, antes das eleições definitivas.
Praza aos céus que os bons fluidos nos rodeiem, que o Amor e a Esperança não sucumbam ao Mal, que nos rodeia. E que, ao cumprir o dever cívico, sejamos serenos e justos, para que não nos tornemos em vez de patriotas, traidores da Pátria.
CDL/Bsb, 14.10.18
                                                                   
  

quinta-feira, 30 de agosto de 2018








    MÍDIA ATUAL BRASILEIRA —
    UM  DESSERVIÇO  À   NAÇÃO






Iniciam-se as prévias das entrevistas dos candidatos às eleições de 2018. São as apresentações dos presidenciáveis na mídia — notadamente nos canais de TV.
Têm sido um verdadeiro descalabro. Não propriamente da parte dos candidatos que, ali, fazem da tribuna seus planos de ação, o que pretendem realizar se eleitos forem para o mais alto cargo da Nação. É onde dão vezo a toda espécie de promessa, comprometem fazer o possível e o impossível, num verdadeiro vale-tudo de realizações, muitas inúteis, impraticáveis quando não simplesmente sonhadoras.  Prometer é possível, fazer é que são elas. É a tribuna ideal para o boquirroto, o falastrão. Sabem que promessas de campanha não passam de prosopopeias — como aquela feita por certo candidato  de “zerar” os endividados junto ao SPC, para recuperarem, via oficial, seus poderes de consumir e, assim, possibilitar o País crescer. Antes — todos sabemos  houve no passado apresamento obrigatório da poupança, miserabilizando a população dos pequenos poupadores.
Tais promessas até que são aceitáveis, como que alimentam a fantasia dos eleitores, dá-lhes certo alento, tal é o estado de desesperança que nos encontramos, o País em paralisia econômica e financeira. Não custa navegar um pouco na maionese do ardiloso candidato. São os tais “salvadores da Pátria” que se aproveitam dos distraídos, aquele eleitor que vai na onda, na fala encantatória do dito cujo. Todos já vimos este filme e o País pagou pela inadvertência do eleitorado.
O que queremos aqui nos referir é especificamente à mídia, essa intermediária da informação, àqueles que sinalizam para a notícia, enfim, ao jornalismo, àqueles que se arvoram do direito de informar o público ouvinte, torná-lo mais consciente, capacitando-o  a melhorar seu nível de conhecimento. Este, sim, é o que nos parece o verdadeiro papel da mídia como canal de comunicação.
Ocorre que logo às primeiras entrevistas, o que saltou aos olhos do ouvinte foi a impudicícia dos entrevistadores. Em vez de darem sentido mais ético às suas interlocuções, primaram por construir estratagemas, pregar peças ao candidato, fazendo perguntas rasteiras, lançando aleives, armando arapucas para surpreender o candidato, que, de sua vez, desnorteado, como nocauteado, respondem inadequado, quando não tergiversam, desabafando, nem sempre na justa medida — justamente a que objetiva esse tipo de jornalismo. Em vez de fazerem da entrevista um encontro de ideias, fazem-na um circo, em cujo picadeiro o candidato é desafiado, se atrapalha, se contradiz e acaba passando a figura de um imbecil. Às vezes, o tiro sai pela culatra e o entrevistador pela pilantragem da pergunta, cai no ridículo, desmoralizando-se perante o público ouvinte, como aconteceu em recente entrevista na rede Globo.
A atual mídia brasileira — salvo raras exceções — é de uma mediocridade de fazer dó. Mas é o que caracteriza o chamado “jornalismo marrom”, voltado para o rasteiro da informação, a ponto de jornalistas de certo conceito se servirem desse instrumento sórdido, que é a trapaça, a dita “casca de banana” para o entrevistado resvalar e cair, método sem dúvida dos biltres, dos trapaceiros da informação, que usam e abusam da insídia e do simulacro. Tudo que descaracteriza um encontro jornalístico ético, o entrevistador de  boa formação, moral e cultural.
Mídia, escrita, falada ou vista, que adotam esses princípios, que se sabem desconstrutivos, a nosso ver, prestam um verdadeiro desserviço à Nação. Tornam-se exemplos de mediocridade, ineficiência, evidenciando estado de assilabia mental dos transmissores, estado esse, infelizmente, em que tem se estagnado o jornalismo brasileiro.
Dos seus túmulos épicos, revolvem-se, envergonhados, os luminares do jornalismo: Nísia Floresta, a primeira jornalista profissional no Brasil, João Francisco Lisboa, José do Patrocínio, Rui Barbosa, Nascimento de Moraes, Carlos  Lacerda, Lago Burnett e todos os que fizeram e fazem, da profissão, um instrumental da verdade, não a fanfarronice do engodo.
 CDL/Bsb, 31.08.18


quinta-feira, 16 de agosto de 2018



UMA LEITURA PRÉVIA DAS ELEIÇÕES
 AO     ELEITOR      CONSCIENTE
















       Por incrível que pareça a dois passos/meses das eleições brasileiras, o plantel do eleitorado — nós, os indóceis eleitores — não sabem como fazer no cumprimento desse dever cívico, que candidato escolher, são 13 os pretendentes, todos, com raríssimas exceções, ou forasteiros, ou despreparados, enquanto o resto mal vistos, mantêm o rabo preso, na grande ratoeira em que se transformou a política entre nós.
Confuso o pobre do eleitor, ele próprio até certo ponto não se dando conta da responsabilidade de escolher, entre os afoitos pretendentes, aquele, menos mal, que ouse comandar o País. Aliás, previna-se: um País em transe.
Ora, pois, dirá o adventício — como fazê-lo ante o desvario em que se encontra o cenário político da nova Terra de Santa Cruz? Como superar o obstáculo, se a economia do País não reage a contento, as finanças em crise, a confiança da população em baixa? Onde as forças criativas, que se acovardam, em vez de tomarem o pulso contra a violência, os ranços ideológicos, o revanchismo que impregnam a Nação, atrasam o progresso, a ponto de desvirtuar setores vitais que impedem sua reconstrução, em termos de educação, cultura, tecnologia avançada e conhecimento científico?
Para desafeto da Nação, convenhamos, é-nos constrangedor  cumprir o ato confirmatório da democracia votando nada menos que em 13 concorrentes à Presidência, inda mais oriundos, como é sabido, do desbragamento orgíaco dos partidos políticos.
Em sã consciência, como ousa sobreviver um País que sustenta o peso político-partídário de 35 partidos, em ação e outros 56 em formação, arcar com as despesas decorrentes — e pior, saciar a fome de poder desses partidos, que mais parecem sorvedouros para enriquecimento ilícito, seus integrantes e operadores, verdadeiros All Capones na prática da cleptomania, endêmica em todos os sentidos?
Argumente-se. Não é um absurdo um País, como o nosso, ainda em desenvolvimento, manter o penduricalho de tantos partidos, sustentar a sandice ideológica de usurpadores do poder e dos cofres públicos? Enquanto os demais, que nos ufanamos de patriotas, sonhando com um Brasil mais forte, justo e equânime às necessidades de nosso povo, cristão  e livre da demagogia  dessa fanfarronice socialista — nos esfalfamos na labuta diária, pagando cada vez mais pesados tributos? Isto é democracia ou cleptocracia demagógica?
É o que significa essa primeira leitura das eleições, dirigida à consciência dos eleitores brasileiros. Ao votar — tirante aqueles desavisados e os irracionais, que os há e muitos — que se atenham a esses aspectos, não se deixem enlear em armadilhas, ouvir  soluções salvadorísticas, esses, como os outros, não passam de sátrapas que, no exórdio de suas retóricas enganosas, só querem alcançar seus objetivos sórdidos com suas falsas promessas.
São as aves-de-rapina na política — como em outros setores da sociedade — que pregam a utopia socialista como salvação do mundo.

CDL/Bsb, 16.08.18

  

quinta-feira, 26 de julho de 2018





A RETÓRICA E A PROLIFERAÇÃO RELIGIOSA



Certa feita — e já não faz tanto tempo — eu e um amigo jornalista investigativo discutíamos sobre a proliferação das denominações religiosas no Brasil. Interessado no assunto, revelou-me que em pesquisa realizada  a cada hora o CNPJ registra uma nova denominação religiosa no Brasil e até fevereiro deste ano contabilizou, só no Rio de Janeiro, 21.333 organizações.
O feito não só nos assombra pela quantidade, mas também de certo modo desmoraliza a Religião como fator integrante da cultura humana. É de estarrecer como as seitas religiosas se multiplicam na sociedade, notadamente nas árias periféricas, ao que tudo indica onde o conhecimento e a cultura são parcas, as pessoas sem grandes luzes para discernir a verdade do sofisma, mesmo em matéria de religião. Sem falar que também vicejam nessas áreas inúmeras correntes ditas espiritualistas, como Budismo, Nova Era, Teosofia, Sacha-Noi-É, Umbandismo, Candomblés, Xamanismo, Espiritismo e quejandos.
Para se ter uma ideia de como essas noveis seitas perderam o senso, observem-se algumas com nomes esquisitos: Funerária Marcos de Jesus; Associação Missionaria Boneka; Igreja Missionária As Bordas do Inferno; Igreja Protestante Escatológica (funcionando na casa de seu fundador); Ministério Alfa Ômega; Associação de Deus Derrubando Muralhas em Irajá; Ministério Para que Ele Cresça; Igreja Pentecostal A Marca do Sangue.
Bem a propósito desse verdadeiro derrame de seitas — o que não é privativo do Brasil, mas do mundo — em minha pauta de leitura tenho o livro O Mundo e Eu do escritor maranhense João Mohana, já falecido, mas ainda uma referência em matéria religiosa, sendo ele vigário e psiquiatra. O educador disseca, com grandeza e eficiência apostólicas, o tema  Cristianismo, enaltecendo suas qualidades e demonstrando tratar-se de o melhor caminho para o crescimento espiritual do ser humano, perdido num mundo desnorteado e sem sentido verdadeiro do que seja sua vida.
Tenho de mim, para mim, que a religião tem dado margem a tal desmando por uma razão: o que se poderia eufemisticamente dizer o uso e o abuso da retórica na religião. Explique-se. Retórica é uma técnica milenar, vem do grego rhêtorkê, do substantivo rhêtor (orador) que significa a arte de usar a linguagem para se comunicar persuasivamente. Teria nascido na Sicília, introduzida na Grécia por Geórgias, um grande sofista. Seria a arte de falar bem, movimento criado pelos filósofos chamados sofistas, aos quais  em toda vida se opôs veementemente o grande Sócrates. Aristóteles teria sistematizado a Retórica, como um dos elementos chaves da filosofia junto a Lógica e a Gramática, apenas segundo aquele filósofo a Retórica envolvia-se com assuntos práticos, ou seja, relativos à vida pragmática, enquanto a Dialética,  também meio de comunicação, mas em termos teóricos, buscava a Verdade.
Ora, na verdade, a antiga Retórica Aristotélica evoluiu com o tempo, já sob a influência do iluminismo,  para se transformar num sistema de Persuasão  e modernamente, mediante oratória especializada, acabou se transformando num canal de Propaganda — pelo qual as pessoas tentam, com argumentos hipotéticos e fantasiosos alcançar seus objetivos falaciosos, criando seitas as mais absurdas. Nos Evangelhos, o Mestre designou essa trupe de falsos profetas. Pois são esses modernos sofistas que enxameiam o mundo dessas seitas supostamente miraculosas, inclusive as que pregam o enriquecimento pessoal em nome de Deus. As pessoas são sugestionadas por essas seitas através da persuasão dos tais “obreiros” com suas oratórias encantatórias — isto é o que denominamos a nova Retórica.
É nessa retórica de persuasão que muita gente, até mesmo com certo grau de conhecimento, se vê envolvida e acabam sendo porta-voz de conceitos e teorias sem fundamento aceitável. Muitas dessas falácias, geradas no seio dessas fantásticas seitas, são frutos do deslumbramento pessoal, conhecimentos errôneos, falta de bagagem cultural e acreditar na doutrina da desmaterialização ideológica do ser humano, discordante das verdades crísticas e filosóficas.
CDL/Bsb, 27.07.18

quinta-feira, 5 de julho de 2018



VAMOS SALVAR OS MENINOS 
           DA TAILÂNDIA!

Faz treze dias que doze meninos integrantes de um time de futebol local — paradoxalmente intitulado O Javali Selvagem — encontram-se presos numa caverna ao norte da Tailândia, chamada Tham Luang. O acidente ocorreu quando os meninos, acompanhados por seu técnico de 25 anos, foram surpreendidos por surto violento de chuva, o que é costumeiro na Tailândia.
Apesar de terem sido encontrados, a situação dos meninos é muito grave. Foram socorridos pelas equipes de salvamento e já recebem tratamento e alimentação, depois de nove dias praticamente sem comer. E tem mais, não há data prevista para saída ilesa dos aprisionados. No momento, os socorristas tentam reduzir o nível de inundação nas cavernas, mediante bombeamento e, com isto, evitar possíveis novas eclosões fluviais, constantes na região.
Os primeiros socorristas os alcançaram depois de quatro horas de mergulho, em águas turvas e travessias perigosas. Agora, quase por um milagre, nossos pequenos heróis são assistidos, alimentados e abrigados com a segurança possível, graças a enfermeiros, psicólogos, fuzileiros navais e mergulhadores profissionais. Essa situação pode perdurar por até quatro meses. Continua situação de risco para esses meninos, verdadeiros pequenos heróis, por arrostarem perigos tão iminentes. Para minorar o desespero das famílias afetadas, os técnicos envolvidos neste inaudito resgate tentam estabelecer linha telefônica especial para os familiares se comunicarem com os meninos. São precisos 1.500 metros de extensão e até agora só conseguiram estender 300 metros de linha.
O mundo todo encontra-se em expectativa quanto à evolução do caso e o que é mais estranhável a coincidir com a realização da Copa do Mundo de Futebol, na Rússia. Será que há algum simbolismo nas duas ocorrências, uma o desenrolar de ato festivo futebolístico de caráter mundial e essa tragédia de doze meninos e seu treinador, também jogadores, jogadores mirins do mesmo esporte? Ambas a emocionarem o mundo: a Copa Mundial de Futebol de alegria e a tragédia na Tailândia, um infausto acontecimento provocado pela Natureza. Espécie de aviso para a suposta comodidade  em que vivemos, diante de um mundo tresloucado por atos e fatos os mais absurdos? De um lado a euforia de uma super copa, a Rússia a demonstrar o auge da perfeição e progresso, ante a apoteose do Esporte, enquanto na longínqua Tailândia, o furor incontido da Natureza responde, encurralando um pequeno time de futebol mirim no útero de uma caverna.
Escusemo-nos de tirar conclusões precipitadas a respeito. Seria ferir o sentimento cristão e, também, aderir ao fatalismo, mas não podemos deixar de reconhecer o desbragamento de nossa atual civilização, nada insuscetível de receber punição.
Urge agora é pensar na situação desses meninos, pequenos heróis, atingidos por uma catástrofe  — como se fossem eles culpados pela destruição da integridade da Natureza.
Sim, vamos salvar esses meninos, elevando aos Céus nossas intenções em favor deles. Haja, pois, orações e não percamos as esperanças de vê-los resgatados, sãos e salvos. Constituem verdadeiros mini Apóstolos, cujos sacrifícios sofridos devem se sobrepor à incúria e ao epicurismo superficial em que se acha nossa civilização.
CDL/Bsb, 6.06.18
                                                                 

quinta-feira, 31 de maio de 2018


ENTREVISTA IMAGINÁRIA COM DONALD TRUMP, PRESIDENTE DOS EUA, KIN JONG-UN, DITADOR DA CORÉIA DO NORTE, MODERADOR MOON JAE-IN, PRESIDENTE DA COREIA DO SUL — ENTREVISTADOR O BLOGMASTER DE CAMINHO DAS LETRAS.


Em dia previamente marcado, em Singapura, campo neutro, o escritor Murilo Moreira Veras, máster do blog Caminho das Letras, entrevista o  Presidente Trump, o Ditador Kin Jong-Un da Coreia do Norte e Moon Jae-In, Presidente da Coreia do Sul, como moderador no encontro.
Caminho das Letras – Pergunto aos dois líderes, que ora se encontram, o que esperam desse encontro?
DT – Como presidente dos Estados Unidos, espero que o sr. Kim Jong-Un se comprometa a baixar a guarda em suas ações de governo e realize a  desnuclearização, para o que nos propomos contribuir com o que nos for possível em termos de negociação.
KJ – De minha parte, espero que o sr. Trump atenda nossa reinvindicação de suspender, em troca, as sanções que nos são impostas pelos Estados Unidos e pela ONU, fazendo as concessões que forem possíveis no momento.
CL – Pergunto ao Presidente Trump. O que o sr. pretende,  finalmente, com essa ação de conciliar-se com a Coreia do Norte, depois de haver ameaçado o sr. Kin Jong-Un quando veio à mídia dizer que poderia até fazer desaparecer do mapa a Coreia do Norte, se o sr. Kim ousasse lançar mísseis aos aliados dos Estados Unidos e a qualquer região do território americano?
DT – Se eu fiz essa ameaça à Coreia do Norte, foi para fazer ver que nós não aceitamos essa espécie de desafio, mas como acredito que as palavras do sr. Kin não podiam ser realizadas, reconheço que a melhor forma de nos entendermos doravante,  e não há outra, senão o diálogo, a mesa de negociação.
CL – E o sr. Kin Jong-Un, o que o fez reconsiderar suas ações impulsivas de ameaçar uma nação poderosa como os Estados Unidos, desafiando até mesmo o mundo todo com seus mísseis com ogivas nucleares, sabendo que isso poderia atingir negativamente o equilíbrio do mundo, já ameaçado por outros distúrbios em outras regiões?
KJ – Nós somos uma nação ainda em construção, com pouco território e a minha decisão visou proteger nosso povo e, assim, robustecer a nação contra alguma agressão. Portanto, nosso objetivo é termos voz   no consenso geral das nações, sermos respeitados como somos.
CL – Sr. Trump, por que suas ações às vezes têm se tornado inconveniente no plano internacional e não apresentando complacência, no sentido de atender a demanda de interesses das nações, como, por exemplo,  a recente decisão sua de suspender o Acordo Nuclear, já mantido por Barak Obama com o Irã — isso não influencia negativamente  o equilíbrio internacional, causando  tensão a qualquer negociação com a Coreia do Norte, como a que pretende neste momento?
DT – Em meu governo sempre adoto ações da linha-dura, porque é a condizente para a ocasião, isto é, proteger os Estados Unidos contra os que querem derrotar-nos, mas não quero dizer que não temos senso e razão suficientes para aceitar as contraditas de outras nações. Além disso, temos sempre agido visando o equilíbrio entre os povos, respeitando seus valores, mas o que não admitimos — e por isso somos  linha-dura – é vermos nossa pátria ser ameaçada por criminosos, terroristas e também assistir, calados, outras nações sofrerem bombardeios matando inocentes, como é o caso da guerra na Síria, na qual interferimos ostensivamente para evitar catástrofe maior e, com isto, enfraquecer cada vez mais o terrorismo no mundo. Ao contrário do desequilíbrio, estamos contribuindo para a paz, defendendo nosso domínio, também a nível internacional. Afinal de contas, a melhor defesa é o ataque.
CL – Sr. Kin Jong-Un,  como o sr. tem contribuído para a paz mundial, se suas ações, embora de algum modo tenham justificativa, como o sr. declara, são sempre ameaçadoras, até mesmo contra sua própria intenção de valorizar o País, na verdade muito pobre cujo povo tem se tornado cada vez mais desafortunado em termos de progresso, educação e cultura, ainda incapaz de se nivelar aos das nações mais desenvolvidas. Tal atitude de sua parte não seria uma incongruência?
KJ – Não sou tão ameaçador, como faz crer a imprensa e as instituições como a ONU, como disse o sr. Trump, agimos para proteger nossas fronteiras e o que queremos é ter voz garantida no fôro mundial. Somos ainda um povo pobre, mas temos grande senso nacionalista, o que nos torna forte. A prova disso é que acabamos de fazer amizade com nossa vizinha Coreia do Sul, o que fizemos a partir dos recentes jogos olímpicos, oportunidade que aproveitamos para estreitar laços com o sr. Moon Jae-In, Presidente daquele País, aqui presente.
CL – O que nosso Moderador, sr. Moon Jae-In, acha dessas declarações iniciais de nossos dois entrevistados, há perspectivas reais de serem encontradas soluções plausíveis, para tão tensas opiniões, como vimos, discordantes, mas que até certo ponto  se  harmonizam em determinados aspectos, como a aplicação da chamada linha-dura adotada pelos dois?
MJ – Vejo, boas perspectivas, sim, as ideias são livres, os debates de ambos perfeitamente válidos. O sr. Trump procura colocar sua posição e tem boa vontade até mesmo por seu porte educado. O sr. Kin, também dentro de suas limitações, mas interessado no sentido de vislumbrar um consenso entre os dois. Com a boa vontade de ambos, poderemos chegar a bom termo, através de um equilíbrio de ações e interesses. De minha parte, dou todo  apoio a ambos.
CL – Agora interrogo diretamente o sr. Kin: qual sua visão do mundo, à vista do cenário de transgressão e desencontros de interesses que grassam entre os povos, as nações e as pessoas, em face, inclusive, dos atentados terroristas às cidades —  por que os seres humanos não encontram o estado de equilíbrio, o bom senso e o sentido de união, solidariedade e paz entre seus pares? O que, na sua visão, precisaria ser feito, que filosofia ou política a ser seguida, que substituiria, por exemplo, o totalitarismo que suprime a liberdade das pessoas?
KJ – Como já disse, somos um povo que seguimos nossa cultura milenar, nossos interesses talvez venham a conflitar com os dos ocidentais, por exemplo os religiosos. Acredito que a paz mundial deva ser encontrada, mas dentro das limitações. A chamada democracia ocidental não nos parece o regime adequado para nossa cultura, por enquanto preferimos o governo centralizador, um preceito e uma ordem que legamos de nossos Pais e antepassados. Fico com minha visão de paz limitada a cada situação, na medida do interesse possível de cada nação. Não somos um povo movido pela ilusão, mas pela realidade, isso que os filósofos ocidentais chamam de pragmatismo.
CL – E o sr. Presidente Trump, qual sua visão, o sr. adere a esse pragmatismo, o que o sr. Pensa de um mundo cujas nações pretendessem desenvolver atitudes mais solidárias e cosmopolitas e não contribuíssem na geração da violência, do desamor, ao contrário, propusessem uma humanidade mais pacífica, inclusive quanto ao fortalecimento da democracia e não do   totalitarismo?
DT – Discordo um pouco da visão pragmática do sr. Kin, mas acredito que esse seja o regime mais adequado à cultura e religião de seu País, o exercício da democracia talvez não tenha ainda raízes formadas ali e não iremos  nos contrapor a isto. O regime democrático, a meu ver, ainda é a melhor forma de governo, pois prezamos, antes de mais nada, a liberdade. Posso afirmar que a democracia ainda atende nossos princípios de religiosidade, já que somos cristãos. Quanto à questão de uma paz a ser alcançada pelas nações, penso que os seres humanos ainda terão muito que aprender para que se chegue a esse ponto máximo da humanidade. Guerras e governos totalitários ainda vão existir. Paz e liberdade irrestritas ainda nos parece de certo modo uma utopia, mas vamos contribuir para que esses valores sejam alcançados, visto que até grandes vultos religiosos aceitam o princípio da guerra justa .
CL – Convido nossos entrevistados e nosso moderador, que opinem sobre os seguintes temas, na qualidade de Chefes de Estado, o que os torna copartícipes na atual geopolítica internacional:
a)   – Globalização e a Nova Ordem Mundial
b)   – Tecnologia e seu progresso inevitável
c)    – O poder da Mídia
d)   – Terrorismo

DT – Quanto à globalização não temos nada contra, em face do avanço desmedido da comunicação, mas desconfiamos muito desse ideal de que todas as nações devam submeter-se a um projeto global, o que quer dizer sob um só domínio. Penso que fere nosso sentimento nacionalista. Sobre a tecnologia trata-se da evolução normal da capacidade humana, contanto que seja controlada e que não nos tornemos, no futuro, escravo da técnica, dominados por seus muitas vezes tirânicos projetos. A Mídia é o exercício da comunicação, a maneira mais fiel de nos fazermos entender, da qual muito faço uso. Já o terrorismo, este é uma praga que deve ser extirpada da sociedade.  

KJ Nossa cultura, como já fiz ver, nós a herdamos de nossos antepassados. Globalização, para nós, entendemos apenas como espécie de parceria limitada com outras nações e não abertura global, porque achamos isso prejudicial para nós. Tecnologia é um tema que nos interessa, para nos ajudar a progredir e aceitar os avanços tecnológicos, de acordo com as nossas necessidades. O mesmo acontecendo para a Mídia, no meu entender, deve ser sempre controlada. Já o terrorismo, digo que, em nosso País, por enquanto, não temos nenhuma ocorrência, se houver, agiremos com força total.

MJ – Na Coréia do Sul estamos em consonância com todos os projetos da modernidade, desde que condizentes com nossa cultura, incluindo, portanto, a globalização como meio progressista. Comungamos com o mesmo receio dos Estados Unidos quanto à teoria de composição da chamada Nova Ordem  Mundial, pois  ela pode prejudicar nossos interesses. A comunicação também é importante para nós, desde que padronizada à nossa cultura e maneira de ser. Detestamos qualquer ação terrorista, que deve ser combatida com denodo por todos.

CL – Sr. Trump, considerando a premissa de que eruditos do passado, como Edward Gibbons (1737-94) e Max Weber (1864-1920), ambos preconizaram que todas as civilizações têm vida efêmera, enquanto Niccolo Maquiavel (1469-1527), ao contrário, aconselhava aos reis e príncipes a agirem em seus domínios com malícia e extrema habilidade para não perderem seu poder— qual sua visão de futuro para o mundo, ou seja, a civilização construída pela humanidade, tendo em vista os conflitos por ela gerados?

DT – Acredito que, com força de vontade dos governantes e eficiência nos atos que praticar visando a melhoria dos cidadãos, nossa civilização pode obter ganhos muito significativos em termos de progresso  e  bem-estar, portanto não somos de modo algum pessimista como foram esses famosos eruditos, é claro que desaprovo ações maliciosas na política, prefiro realizá-las com eficiência e que obtenham resultados positivos.

CL – Sr. Moon Jae-In, e A Coréia do Sul qual seu papel nessa equação mundial, no sentido de harmonizar os interesses do Estados Unidos, da qual seu País é parceiro atual, com as reinvindicações da Coreia do Norte, o protecionismo financeiro e cultural da União Europeia, sem desagradar as demais potências emergentes, como a Rússia, a China e o Irã?

MJ – Somos um País conciliador, aproveitamos a oportunidade dos jogos olímpicos para nos reconciliar com a Coreia do Norte. O nosso papel nesse novo cenário é de fortalecer nossa amizade com todos os Países. Nesse momento importante de troca de confiança entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte, servimos de moderador.

CL – Para terminar, convido nossos entrevistados a registrarem suas considerações finais em nosso blog Caminho das Letras, como gesto de boa vontade das partes –  contribuição positiva aos nossos pósteros.

DT –  Espero que esse nosso encontro dê frutos e assim os Estados Unidos possam conciliar seus interesses com os da Coreia do Norte, na pessoa do sr. Kim Jong-Un. Portanto, vamos continuar dialogando.

KJ   Agradeço a boa vontade do sr. Trump que mostrou nesse nosso primeiro encontro. Doravante, estou aberto a negociações, desde que os frutos atendam a ambas as nações, de forma justa e sem prejuízos. Nossas diferenças poderão ser acertadas aos poucos, à medida que as circunstâncias permitirem. Estamos abertos ao diálogo.

MJEstou bastante otimista pelo relativo sucesso desse encontro memorável, agradecendo ao blogmaster do Caminho das Letras  pela participação como moderador nessa entrevista.

_____



A entrevista acima não passa de um devaneio literário e ficcional do autor, na esperança de que se torne realidade, fruto de um possível encontro a ocorrer entre dois Chefes de Estado, sob o olhar benevolente de um terceiro interessado.
                                                                                                                 Bsb, 01.06.18